Durante evento de pré-campanha, petista celebrou parceria com Alexandre Kalil, falou sobre a morte de Bruno Pereira e Dom Phillips e criticou Bolsonaro por ter pedido a ajuda de Biden para vencê-lo nas Eleições 2022. Veja vídeo:
Ao participar do lançamento da pré-candidatura de Alexandre Kalil (PSD) ao governo de Minas Gerais, em ato público na cidade de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, Lula voltou a assumir o compromisso de, caso seja eleito, governar priorizando a distribuição de renda e o combate à fome, como fez quando foi presidente.
“A minha guerra é contra a fome”, disse ao público, recordando a frase que pronunciou quando se recusou a envolver o Brasil na guerra entre Estados Unidos e Iraque, em 2003. E prosseguiu garantindo que é possível tirar, novamente, o Brasil do Mapa da Fome.
Bom dia. Quero agradecer o @alexandrekalil e o povo de Uberlândia pelo bonito ato de lançamento da campanha. Kalil tem a experiência e competência que Minas Gerais precisa. #VamosJuntosPeloBrasil
“Como é que nós vamos vencer essa guerra? É tentando ter o mínimo de inteligência, que talvez a gente não aprenda numa universidade, a gente aprende no nosso cotidiano. Eu aprendi dentro de uma fábrica, que é preciso fazer com que as pessoas mais humildes ganhem um pouco mais e as pessoas muito mais ricas ganhem um pouco menos. É repartir o pão, para que todo mundo tenha o direito de comer um pedaço desse pão”, discursou.
Para isso, disse o ex-presidente, é preciso retomar as políticas que foram desmontadas após o impeachment fraudulento contra Dilma Rousseff. “Vamos provar, outra vez, que o povo trabalhador e um metalúrgico vão consertar este país”, garantiu.
“A gente não tem que ter medo. A gente tem que levantar a cabeça e ter orgulho daquilo que a gente fez. Pode ter certeza: o salário mínimo vai voltar a aumentar, o povo vai voltar a comer, o povo vai poder voltar a viver dignamente”, completou.
Direitos indígenas
Lula começou seu discurso prestando homenagem ao indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips, assassinados na Amazônia (leia nota de pesar de Lula e Alckmin), e acrescentou que, se voltar a governar, vai retomar as demarcações de terras dos povos originários e coibir o garimpo nessas áreas.
O ex-presidente também condenou as agressões feitas aos manifestantes, que foram atacados por meio de um drone que lançou uma substância química sobre o público, e voltou a criticar a violência e as ameaças de golpes que partem constantemente do bolsonarismo.
“Não adianta falar de general, de soldado, de militar. Sabe por quê? Porque o povo brasileiro vai dar um golpe pelas urnas em 2 de outubro e é o povo que vai tirar essa coisa da Presidência da República para que a gente possa viver tranquilamente e feliz da vida. Então, não adianta fazer provocação, não adianta fazer outdoor, não adianta fazer drone, não adianta jogar bobagem para cá”, avisou Lula.
Kalil prestigiado
Lideranças do país todo foram prestigiar a pré-candidatura de Kalil. Estavam presentes e também discursaram o pré-candidato a vice-governador de Minas André Quintão (PT); a presidenta nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR); o líder do PT na Câmara dos Deputados, Reginaldo Lopes (PT-MG); o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP); o senador Alexandre Silveira (PSD-MG); o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, deputado estadual Agostinho Patrus (PSD); a vereadora Dandara (PT-MG); e o ex-prefeito de Ublerlândia Gilmar Machado (PT).
Alexandre Kalil falou logo antes de Lula e disse que o Brasil vive um dilema histórico. “Ou nós vamos eleger quem tem coração e tem olhar humano ou nós vamos entregar este país para essa corja de desumanos”, observou.
“Eu preciso que levem meu nome para esse Triângulo inteiro, agora o que é fundamental, que é a sobrevivência de nós todos, é a eleição do presidente Lula para a Presidência da República. Essa é uma questão de sobrevivência”, acrescentou Kalil.
Já o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), pré-candidato à Vice-Presidência ao lado de Lula, frisou que o Brasil precisa retomar sua democracia. “A primeira razão de nós estarmos juntos com o presidente Lula é para salvar a democracia brasileira. O Brasil precisa de Lula para salvar a democracia. O Brasil precisa do Lula para voltar a crescer”, disse.
Na TV GGN 20 horas de ontem – “A indústria de armas e o golpe de Bolsonaro” -. ficou nítido o grande desafio nacional: desmontar o esquema bélico montado por Bolsonaro desde que assumiu o poder, com o inacreditável beneplácito do Exército.
O entrevistado foi Luiz Eduardo Soares, um dos grandes especialistas em crime organizado no país.
Reportagem da BBC Brasil, mostrou um aumento de 33% na importação de armas em 2021, em relação a 2020. Não apenas isso. A importação de revólveres e pistolas aumentou 12% – 119.147 contra 105.912 de 2020. Já fuzis, carabinas, metralhadoras e submetralhadoras tiveram aumento de 574%: 8.160 armas contra 1.211 de 2020.
O Exército – a quem caberia o controle dos armamentos – respondeu à reportagem não ter estudos sobre as causas do aumento. E garantiu que vem fazendo o rastreio e controle de armas e munições, “de acordo com a legislação”. Ora, Bolsonaro mudou a legislação – em iniciativa sancionada pelo então Ministro da Justiça Sérgio Moro -, praticamente acabando com o rastreamento. Significa que se, amanhã, algum soldado ou policial for assassinato por um miliciano, não haverá condições de saber por onde entraram as munições.
A importação de armas e munições deveria ser controlada pelo Comando Logístico do Exército Brasileiro, através da Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados. Teoricamente, deveria envolver procedimentos antes do embarque (emissão do Certificado Internacional de Importação (CII). Depois, a conferência física da mercadoria e, finalmente o desembaraço, a emissão da Guia de Tráfego, para o material ser transportado até o armazém do importador.
E o Exército nada sabe e nada diz.
Se o Exército quiser mais informações, poderá consultar uma ferramenta tecnológica inédita: o Google.
Veria, por exemplo, queum traficante de armas, chamado de Bala 40, valeu-se de registros de colecionador para adquirir armas e munições à maior facção criminosa do Rio de Janeiro.
Desde o primeiro mês do governo Bolsonaro, o GGN vem denunciando a montagem dessas milícias armadas – e que, certamente, serão ameaças reais no período eleitoral, especialmente entre as eleições e a posse, se Bolsonaro for derrotado.
Confira a impressionante soma de indícios mostrando a montagem dessa organização – e a covardia das instituições em combater esse avanço.
16.01 2019
Mal começava o governo Bolsonaro, denunciamos suas ligações com a indústria de armas.
O jogo da indústria de segurança com o esquema Bolsonaro ficou nítido no primeiro dia após as eleições, quando o governador eleito do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, e o segundo filho, Carlos Bolsonaro, anunciaram ida imediata a Israel para negociar a compra de drones assassinos (https://goo.gl/tK4XfK). A indústria de segurança de Israel tem uma longa tradição de corrupção com o Brasil, iniciada com a venda de equipamentos superfaturados para o governo Quércia,
Dois twitters dos inenarráveis irmãos Bolsonaro – Eduardo e Carlos – reforçam esse tema, que tem sido pouco abordado nas análises políticas: a parceria da indústria de armas com a ultradireita mundial. E mostram como os profissionais deitaram e rolaram em torno do suposto lobby dos Bolsonaro pela Taurus, empresa brasileira. O buraco era bem mais acima.
O segundo twitter, de 17 de janeiro de 2017, mostra o estreitamento de relações de Eduardo Bolsonaro, com a influente NRA, a Associação Nacional de Rifles dos Estados Unidos, quando se preparava para a campanha eleitoral.
A Bloomberg já havia levantado essas ligações em 25.10.2018.
Os críticos dizem que é mais um passo para armar a população numa visão equivocada sobre segurança pública. Os defensores afirmam que é facilitar a vida de quem é autorizado por lei a ter armas. Em meio a esse debate, o presidente Jair Bolsonaro vai assinar nesta terça-feira (7) um decreto que permite que os CACs – colecionadores, atiradores esportivos e caçadores – levem as armas, em geral de suas casas para os locais de treino, já carregadas com munição.
O porta-voz da presidência Otávio Rego Barros disse que os detalhes do texto ainda estavam sendo fechados na noite desta segunda-feira (6).
Finalizando detalhes
“Os detalhes estão sendo definidos. Foi fruto de um estudo envolvendo os ministérios da Defesa, Justiça e a Casa Civil. O decreto vai regulamentar a lei sobre registro, porte, posse e comercialização. Trata também da desburocratização, comercialização e importação. Contempla a facilitação do transporte e aumento na munição, entre outros”, afirmou Barros.
Nessa coluna, mostramos como a Lava Jato lançou uma operação requentada para abafar as interferências de Bolsonaro na Receita e na Polícia Federal, na fiscalização do Porto de Itaguaí, porta de entrada do contrabando de armas no país.
“A Alfândega do Porto de Itaguaí é área de atuação das milícias. É um porto por onde saem entorpecentes com destino à Europa e entram armas no País, além de ponto de entrada de outros tipos de mercadorias ilegais, como produtos falsificados. Na atual gestão do Delegado José Alex houve ações que prejudicaram os interesses de várias quadrilhas que atuam no Porto de Itaguaí.
Portanto, a tentativa de ingerência dos Bolsonaros sobre a 7ª RF deixou bem claro que era um movimento relacionado à ligação da família com as milícias do RJ. Outro indício de sua vocação para jogadas típicas de baixo clero, uma vez que a 8ª RF (SP) seria a que naturalmente atrairia a maior cobiça, por concentrar mais de 40% da arrecadação do País, e concentrar mais de 50% do movimento de comércio exterior, com o Porto de Santos e Aeroportos de Cumbica e Viracopos”.
No fim de semana o Delegado José Alex postou em um grupo de whatsapp nacional dos Delegados da RFB o seu relato que viralizou, a despeito de seu pedido posterior de não divulgação por temer por sua segurança física. (…)
No dia de ontem (19/08) veio a informação da exoneração do Subsecretário Geral auditor fiscal João Paulo Fachada e sua substituição pelo auditor fiscal José de Assis
Dados obtidos pelo Instituto Sou da Paz, com base na Lei de Acesso à Informação mostram:
os atiradores civis compraram em 2019, pela primeira vez, a mesma quantidade que as forças de segurança pública: cerca de 32 milhões de projéteis.
O volume comprado pelo grupo ainda superou em 143% o quantitativo de munições que o Exército informou ter adquirido (13,2 milhões) no ano passado.
De 2018 para 2019, as compras diretas dos atiradores subiram 17,2%, enquanto o número de projéteis adquiridos pelos órgãos de segurança pública, incluindo as secretarias de gestão prisional, caiu 14,8%.
Associação Nacional de Armas diz que “bandidos” queriam “colocar as pessoas de bem (…) de joelhos”, mas que “este tempo acabou”
“Carta às Armas, divulgada pela Associação Nacional de Armas – CAC Brasil (Caçadores Atiradores Colecionadores), onde dizem ter vivido “tempos de execração pública, perseguições, perda de direitos, criação de hordas de usurpadores de bens públicos e privados” no período pré-Bolsonaro.
“Sentimos no nosso passado recente, a ameaça à nossa democracia, aos nossos valores fundamentais e à própria vida, através da aplicação da vontade de alguns e da implementação de um regime opressor e bandido. Foram desrespeitadas a vontade popular e a propriedade, através do malfadado Estatuto do Desarmamento”, diz a carta, que ganha contornos mais ameaçadores em seu decorrer.
“A intenção dos bandidos da nação era colocar as pessoas de bem, corretas e contrárias às vontades deles, de joelhos diante de bandidos e do próprio estado, fazendo com que o cidadão que não entregasse suas armas e não fosse cadastrado, se encontrasse na situação de crime continuado e flagrante delito possuindo arma em sua posse.
Segundo informações da Agência Brasil, a Delegacia Especializada registrou o esquema ilegal para importar armas.
“Lessa comprava, pela internet, peças de armas da China e enviava o produto para sua filha, nos Estados Unidos. Lá, segundo a polícia, a embalagem original era trocada e as peças eram exportadas ao Brasil como “peças de metal”, para enganar a fiscalização aeroportuária.”
Depois, já no Brasil, Lessa “juntava as peças e vendia as armas para milicianos e quadrilhas responsáveis pela comercialização de drogas em comunidades. Segundo a Polícia Civil, o esquema funcionava desde 2014.”
Segundo informações da Agência Brasil, a Delegacia Especializada registrou o esquema ilegal para importar armas.
“Lessa comprava, pela internet, peças de armas da China e enviava o produto para sua filha, nos Estados Unidos. Lá, segundo a polícia, a embalagem original era trocada e as peças eram exportadas ao Brasil como “peças de metal”, para enganar a fiscalização aeroportuária.”
Depois, já no Brasil, Lessa “juntava as peças e vendia as armas para milicianos e quadrilhas responsáveis pela comercialização de drogas em comunidades. Segundo a Polícia Civil, o esquema funcionava desde 2014.”
20.10.2020
Aqui, mostramos como o bolsonarismo seguiu o trumpismo e montou alianças com a contravenção internacional
Suas ações mais conhecidas, em defesa das milícias, foram:
o decreto buscando impedir o rastreamento das munições, peça central para a identificação de crimes cometidos com armas legais ou clandestinas;
o afastamento do superintendente geral da Polícia Federal no Rio de Janeiro e de fiscais que atuavam no porto de Itaguaí – porta de entrada do contrabando de armas no país;
a flexibilização da compra e importação de armas, assim como o aumento da quantidade, abre espaço para um laranjal articulado pelo crime organizado, que poderá trazer armas de forma muito mais segura do que pelos esquemas de contrabando.
05.06.2021
Previmos a tentativa de golpe de Bolsonaro que, de fato, ocorreu no dia 7 de Setembro. O fracasso do golpe fez com que recuasse para rever a estratégia.
1. Entrada descontrolada de armamentos beneficiando dois setores formais e um setor criminoso ligados a Bolsonaro: ruralistas e clubes de tiro e caça, e as milícias propriamente ditas. (…)
2. Cooptação das bases das polícias militares. (…)
3. As benesses aos militares, escancarando os cargos na administração civil para militares da ativa e da reserva, ampliando suas verbas e benefícios funcionais.(…)
4. Fortalecimento das bases evangélicas, com a atuação pertinaz da Ministra Damares destruindo políticas de saúde e de inclusão para transferir poder a asilos e escolas especiais dominadas pelo neopentecostalismo.
5. Manutenção dos laços de parceria com a ultradireita mundial através do Itamarati. Tirou-se um Ministro das Relações Exteriores trapalhão, mas não alterou a orientação do Itamarati.
Além de terem sido alvo de mandados de prisão, Ronnie Lessa e Monhama Lessa (foto) viraram réus pelo crime de tráfico internacional de armas de uso restrito. As investigações começaram em 2017, quando a Receita Federal encontrou no Aeroporto do Galeão uma carga de 16 quebra-chamas para fuzil AR-15, que vieram de Hong Kong.
O material seria enviado para a academia em que Ronnie e (esposa) Elaine Lessa eram sócios, na comunidade de Rio das Pedras. Investigação do Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público Federal (Gaeco/MPF) e a PF descobriram que Lessa e a mulher estavam por trás da importação.
Milhares de manifestantes se concentraram no Posto Oito em Ipanema na manhã desse domingo (26) para protestar contra a política de segurança que tem frequentemente desrespeitado os mais elementares direitos da cidadania. O recente episódio da morte do músico que voltava com sua família de uma festinha infantil e do catador de papel também alvejado quando tentava prestar socorro causou uma enorme comoção em toda sociedade.
Foi na prática uma matança, pois pessoas inocentes foram alvejadas com oitenta e três tiros de uma quantidade excessiva de disparos.Foram metralhados por soldados ao que parece despreparados, que dispararam mais de duzentas vezes.
A política de segurança adotada pelo Estado sob as ordens do recém eleito governador Wilson Witzel que basicamente manda primeiro atirar para depois perguntar parece trazer uma volta de tempos sombrios à moda do "Velho Oeste" ao estilo dos filmes de bangue bangue, Em seus discursos o governador manda atirar de preferência na "cabecinha" e tem ordenado voos rasantes de helicópteros com atiradores que disparam tentando alvejar possíveis narcotraficantes aterrorizando crianças em horário escolar e pessoas que saiam para o trabalho.
A política de confronto que tem sido adotada não tem resolvido o problema da violência e tem ao contrário aumentado a violência dos narcotraficantes causando em muitas vezes mortes de civis que nada tem a ver com isso. O resultado do número crescente de inocentes vitimados por ações desastradas é inadmissível e exige uma solução imediata com menos truculência e mais investigação para melhores resultados.
Enquanto apoiadores de Jair Bolsonaro foram às ruas de várias cidades do País neste domingo, 26, defender pautas que atentam contra a democracia, como o fechamento do Supremo Tribunal Federal e do Congresso Nacional, no Rio de Janeiro, milhares de pessoas protestaram contra a matança da população negra e moradora de periferias cariocas.
O ato Parem de Nos Matar reuniu milhares de pessoas nas ruas de Ipanema e foi organizado por movimentos em defesa do povo negro, de mães de vítimas da violência policial e movimentos sociais. O ato protestou criticou a política de segurança pública adotada pelo governo de Wilson Witzel (PSC) que já resultou em 434 apenas no primeiro trimestre de 2019, segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP).
Entre as lideranças ouvidas pelo 247 está a coordenadora do Movimento Negro Unificado no Rio de Janeiro, Fátima Monteiro. Ela conta que sob o argumento da "guerra às drogas", as polícias do governo do Rio de Janeiro, comandado por Wilson Witzel estão cometendo um verdadeiro genocídio.
"Foi declarado um estado de guerra nas favelas. Nós mulheres negras vivemos 24 horas com medo que nossos filhos saiam na própria favela. Quando a polícia entra na favela, ela entra atirando indiscriminadamente", disse Monteiro. "O projeto de extermínio da população negra está em curso. E hoje mais do que nunca ele tem avançado", afirmou.
A manifestação também contou com apresentações artísticas de MC Leonardo, Filhas de Gandhi, de alunos da Biblioteca Parque, Slam da Poesia, Coletivo Favela Tem Voz, entre outros. Parlamentares também marcaram presença no atividade, como as deputadas federais Benedita da Silva (PT-RJ) e Jandira Feghali (PC do B), a deputada estadual Renata Souza (Psol-RJ) e o vereador Eduardo Suplicy (PT-SP).
A longa espera para ver o amigo. A tentativa dos juizes Carolina Lebbos e Sergio Morro de humilhar Leonardo Boff e Lula
No dia 7 de maio cumpriam-se 30 dias de prisão do ex-presidente Lula. Foi-lhe concedida pela primeira vez receber a visita de amigos. Tive a honra de ser o primeiro a encontrá-lo pela amizade de mais de 30 anos e pela comunhão de causa: a libertação dos emprobrecidos e para reforçar a dimensão espiritual da vida. Cumpri o preceito evangélico:”estava preso e me visitaste”.
Encontrei-o como o conhecemos fora da prisão: rosto, cabelo e barba, apenas levemente mais magro. Os que queriam vê-lo acabrunhado e deprimido devem se decepcionar. Está cheio de ânimo e de esperança. A cela é um amplo quarto, muito limpo, com armários embutidos, banheiro e chuveiro numa área fechada. A impressão é boa embora viva numa solitária, pois, à exceção dos advogados e dos filhos, só pode falar com o guarda de origem ucraina, gentil e atento, que se tornou um admirador de Lula.Traz-lhe as marmitas, ora mais mais quentes ora mais frias e café, sempre que solicita. Lula não aceita nenhum alimento que os filhos lhe que trazem, porque quer se alimentar como os demais presos, sem nenhum privilégio. Tem seu tempo de tomar sol. Mas ultimamente, enquanto o faz, aparecem drones sobre o espaço. Por precaução Lula logo vai embora, pois não se sabe qual seja o propósito destes drones, fotografá-lo ou, quem sabe, algo mais sinistro.
O importante foi a conversação de natureza espiritual na qual se misturavam observações políticas.. Lula é um homem religioso, mas da religiosidade popular para a qual Deus é uma evidência existencial. Encontei-o lendo um livro meu, “O Senhor é meu pastor”,(da Vozes) um comentário do famoso salmo 23 o mais lido dos salmos e também por outras religiões. Sentia-se fortificado e confirmado, pois a Bíblia geralmente critica os pastoes políticos e exalta aqueles que cuidam dos pobres, dos órfãos e das viúvas. Lula se sente nesta linha, com suas política sociais que beneficaram a tantos milhões. Não aceita a crítica de populista, dizendo: eu sou povo e vim do povo e oriento o mais que posso a política para ele.
Na cabeceira da cama há um crucifixo. Aproveita o tempo de reclusão estrita para refletir, meditar, rever tantas coisas de sua vida e aprofundar as convicções fundamentais que dão sentido a sua ação política, aquilo que sua mãe Lindu (que a sente como um anjo protetor e inspirador) sempre lhe repetia: sempre ser honesto e lutar e mais uma vez lutar. Vê nisso o sentido de sua vida pessoal e política: lutar para que haja vida digna para todos e não só para alguns à custa dos outros. A grandeza de um político se mede pela grandeza de sua causa, disse enfaticamente. E a causa tem que ser produzir vida para todos a começar pelos que menos vida têm. Em função disso não aceita derrotas definitivas. Nem quer cair de pé. O que não quer é cair. Mas manter-se fiel a seu propósito de base e fazer da política o grande instrumento para ordenar a vida em justiça e paz para todos, particularmente aos que vivem no inferno da fome e da miséria.
Esse sonho possui grandeza ética e espiritual inegável. É à luz destas convicções que se mantém tranquilo, pois diz e repete: vive desta verdade interior que possui força própria e vai se revelar um dia. “Só quero”, comentava, “que seja depois de minha morte, mas ainda em meu tempo de vida”. Indigna-se profundamente por causa das mentiras que divulgam contra ele e sobre elas montaram o processo do triplex. Pergunta-se, como podem as pessoas mentirem conscientemente e poderem dormir em paz? Faz um desafio ao juiz Sérgio Moro: “apresente-me uma única prova sequer, de que sou dono do triplex de Guarujá. Se aprensentar renunciarei à candidatura à presidência”. Recomendou-me que passasse esse recado à imprensa e aos que estão no acampamento:“Sou candidatíssimo. Quero levar avante o resgate dos pobres e fazer das política sociais em prol deles, políticas de Estado e que os custos que são investimentos entrem no orçamento da União. Irei radicalizar estas políticas para os pobres, junto com os pobres e dignificar nosso país”.
A meditação o fez entender que esta prisão possui um significado que transcende a ele, a mim e às disputas políticas. Deve ser o mesmo preço que Gandhi e Mandela pagaram com prisões e perseguições para alcançarem o que alcançaram. “Assim creio e espero”, dizia, “que é o que estou passando agora”.
Eu que entrei para anima-lo, saí animado. Espero que outros também se animem e gritem o “Lula livre” contra uma Justiça que não se mostra justa.