'Gabinete paralelo' de Bolsonaro tinha ligação com a Prevent Senior, diz documento
247 - Além das denúncias sobre a ocultação de mortes ocorridas durante testes com pacientes, um documento subscrito por 15 médicos que afirmam ter trabalhado na operadora de saúde Prevent Senior sustenta que o chamado “gabinete paralelo” do Palácio do Planalto não só tinha conhecimento, como acompanhava de perto das práticas ilegais da empresa. A reportagem é do jornal O Globo.
Assim foi batizado um grupo de especialistas que assessoravam informalmente o presidente Jair Bolsonaro durante a pandemia, muitas vezes contrariando orientações do Ministério da Saúde.
EXCLUSIVO: Prevent Senior ocultou mortes em estudo sobre cloroquina, indicam documentos e áudios
CPI investiga tratamentos feitos sem autorização ou informação a pacientes e mortes suspeitas não informadas aos familiares. Nove pacientes 'cobaias' morreram durante a pesquisa, mas os autores de estudo da empresa só mencionaram duas mortes.![JOSÃ PEDRIALI: 07/07/20]()
Por Guilherme Balza, GloboNews e G1 SP
O plano de saúde Prevent Senior ocultou mortes de pacientes que participaram de um estudo realizado para testar a eficácia da hidroxicloroquina, associada à azitromicina, para tratar a Covid-19, aponta um dossiê ao qual a GloboNews teve acesso.
A pesquisa foi divulgada e enaltecida pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), como exemplo de sucesso do uso da hidroxicloroquina . Ele postou resultados do estudo e não mencionou as mortes de pacientes que tomaram o medicamento.
A CPI da Covid recebeu um dossiê com uma série de denúncias de irregularidades, elaborado por médicos e ex-médicos da Prevent. O documento informa que a disseminação da cloroquina e outras medicações foi resultado de um acordo entre o governo Bolsonaro e a Prevent. Segundo o dossiê, o estudo foi um desdobramento do acordo.
A Comissão ouviria nesta quinta-feira depoimento do diretor-executivo da Prevent Senior, Pedro Batista Júnior, mas ele informou que não vai comparecer.
Pedro Batista Júnior
A reportagem da Globonews teve acesso à planilha com os nomes e as informações de saúde de todos os participantes do estudo. Nove deles morreram durante a pesquisa, mas os autores só mencionaram duas mortes.
Áudios, conversas em aplicativos de mensagens e dados contraditórios relativos à pesquisa - divulgados pela própria Prevent e apoiadores do estudo, como Bolsonaro – reforçam a suspeita de fraude.
Mortes escondidas