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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

O CORRESPONDENTE

30
Jul22

A chancelaria do cercadinho

Talis Andrade

www.brasil247.com - Foto Clauber Cleber Caetano/Ag. Brasil

 

O ápice da desmoralização veio na reunião golpista de Bolsonaro com os embaixadores

 

por Weiller Diniz

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A cartilha de desarticulação do Estado esfolou respeitadas instituições e políticas públicas brasileiras. Entre elas o plano real, programas sociais, a educação e a saúde que ainda vivem dias aflitivos de contínua ameaça, dada a inépcia de seus gestores, com ministros desonestos, equipes despreparadas e/ou mal-intencionadas. Uma das principais vítimas da ruína bolsonarista, entretanto, é a diplomacia, esquartejada impiedosamente desde os primeiros dias desse flagelo. Mentor e executor dos vexames mundiais foi Ernesto Araújo, ex-ministro das Relações Exteriores que, entre tantas sandices, é xenófobo, isolacionista e discípulo de um farsante que afirmava ser a terra plana.  A nódoa eterna do enxovalho planetário foi traçada pelo ex-chanceler que ideologizou o Itamaraty, pulverizou o multilateralismo, implodiu os blocos como o BRICs e o Mercosul e implantou a subserviência a Donald Trump em troca de reciprocidades que nunca se materializaram. A vassalagem foi inaugurada com a cessão da base de Alcântara, no aumento da importação de etanol com imunidade tributária para ajudar potenciais eleitores de Trump, isolamento na OMC e na dispensa de vistos para cidadãos norte-americanos. Nenhuma contrapartida.

Foram os menores pecados do exterminador da diplomacia brasileira. O ápice da desmoralização veio na reunião golpista de Bolsonaro com os embaixadores, onde tentou emporcalhar a democracia, mentiu e afrontou as instituições diante de uma plateia incrédula com os disparates oficiais. O capítulo mais aterrador da agônica diplomacia do cercadinho, já sob a gestão do ministro Carlos França. Em suas vadiagens mundo afora, fruto do ócio e do sádico desprezo pelo próprio país, o capitão Bolsonaro não se cansou de enxovalhar indistintamente os brasileiros por onde trotou, sempre bajulado por comitivas exóticas em hospedagens nababescas. O anão do cercadinho buscou camuflar sua pequenez administrativa e política em missões internacionais improdutivas, sempre priorizando nações com fortes convergências com sua índole ditatorial, mas que também não o respeitam. Entre as nações democráticas ele se sente desconfortável, deslocado. Por anda passa é um zumbi.

Em 2019 foi a estreia na chacota global. Havia, então, uma grande expectativa quanto ao discurso no importante Fórum Econômico Mundial, em Davos. Os investidores e líderes mundiais esperavam um pronunciamento de grande densidade envolvendo temas das prometidas reformas estruturantes. A decepção foi generalizada. Num dos pronunciamentos mais curtos já vistos numa sessão inaugural do evento – 15 pífios minutos – Bolsonaro repetiu tolices eleitorais e mostrou ao mundo o calibre do populismo tosco repisando temas eleitorais inservíveis para o encontro: “Tendo como lema Deus acima de tudo, acredito que nossas relações trarão infindáveis progressos para todos.”, disse o capitão da ignorância ao concluir sua intervenção inicial. “Não queremos uma América bolivariana como havia antes no Brasil com outros governos. Quero lhes deixar claro que a esquerda não vai prevalecer na América Latina, o que é muito positivo para a região e para todo o mundo”, acrescentou ao final de sua fala no auditório principal do centro de convenções de Davos. Mesmo teor anacrônico repetido na ONU anos depois. O suficiente para corar o Barão do Rio Branco. O acervo de estultices é inesgotável.

Foram apenas 2 dias de pura infâmia que mancharam a imagem do Brasil no exterior sob o servilismo e a gastança de uma comitiva com mais de 50 integrantes na delegação. O mesmo evento entrou para o anedotário mundial do despreparo de um chefe de Estado envolvendo um exótico diálogo com Al Gore, ex-vice-presidente dos Estados Unidos. Nele o messias das cavernas obscurantistas disse querer explorar os recursos da Floresta Amazônica com os EUA. O conhecido ambientalista americano alegou não ter entendido o que o presidente brasileiro quis dizer. Nas cenas, Al Gore se aproxima de Bolsonaro para manifestar inquietação com a Amazônia, afirmando: “Estamos todos muito preocupados com a Amazônia, é algo que me toca profundamente”. O capitão reagiu toscamente: “Temos muita riqueza na Amazônia e eu adoraria explorar essa riqueza com os Estados Unidos”. O intérprete da pantomima era Ernesto Araújo. Parece inacreditável. O aumento da área desmatada na Amazônia foi um dos principais itens do desgaste Brasileiro no mundo, decisivo para esturricar nossa diplomacia.

Na abertura da 76ª Assembleia Geral da ONU, em setembro de 2021 em Nova York, o estadista do cercadinho não se limitou a ridicularizar o Brasil. Mentiu despudoradamente: “Estamos há 2 anos e 8 meses sem qualquer caso concreto de corrupção”…“Na Amazônia, tivemos uma redução de 32% do desmatamento no mês de agosto, quando comparado a agosto do ano anterior”… “No Brasil, para atender aqueles mais humildes, obrigados a ficar em casa por decisão de governadores e prefeitos e que perderam sua renda, concedemos um auxílio emergencial de US$ 800 para 68 milhões de pessoas em 2020”… “Lembro que terminamos 2020, ano da pandemia, com mais empregos formais do que em dezembro de 2019”… “Apoiamos a vacinação, contudo o nosso governo tem se posicionado contrário ao passaporte sanitário ou a qualquer obrigação relacionada a vacina”…” Desde o início da pandemia, apoiamos a autonomia do médico na busca do tratamento precoce, seguindo recomendação do nosso Conselho Federal de Medicina”…”Não entendemos porque muitos países, juntamente com grande parte da mídia, se colocaram contra o tratamento inicial”.

Nos EUA, como alhures, Bolsonaro não passou de uma rudimentar irrelevância entre os líderes mundiais e objeto de jocosidades. Na cidade norte-americana era exigido o passaporte da vacinação contra a Covid-19 para frequentar lugares fechados, como restaurantes, cinemas, teatros e academias. Bolsonaro foi constrangido a almoçar em um lugar improvisado numa churrascaria brasileira. Foi montada uma área externa – cercada por uma grade e panos pretos que impediam a visão pelas pessoas da rua – para Bolsonaro e seu séquito driblarem as regras sanitárias. Outro embaraço foi ensejado pelo prefeito de Nova York, Bill De Blasio. Ele cobrou a vacinação contra a Covid-19 para participação na Assembleia da ONU. A organização do evento informou que não cobraria vacinação dos Chefes de Estado: “Precisamos mandar uma mensagem a todos os líderes mundiais, especialmente Bolsonaro, do Brasil, de que se você pretende vir aqui, você precisa ser vacinado. E se você não quer ser vacinado, nem venha, porque todos devem estar seguros juntos. Isso significa que todo mundo deve estar vacinado”, cobrou o democrata.

Em novembro 2021, os périplos de Jair Bolsonaro evidenciaram seu desprezo, dessa vez diante dos chefes de Estado do G20, em Roma. O capitão ficou deslocado, não conseguiu interagir com outros líderes mundiais, bateu papo com os garçons durante a recepção e o Brasil de Bolsonaro amargou a certeza de ser um pária mundial, insignificante para outras nações. Não pisasse o pé de Ângela Merkel, Jair Bolsonaro teria saído da Itália sem ser notado. É também o capitão da pisadinha. Para o Brasil ficou apenas a imagem da agressão selvagem a jornalistas brasileiros nas ruas da capital italiana. A vergonha foi de tal magnitude que Bolsonaro foi constrangido a desistir da segunda perna da excursão, em Glasgow, na Escócia. Uma reiteração da humilhação mundial. Ninguém o quer por perto. O tour desértico aos Emirados Árabes, Bahrein e Catar não produziu um resultado concreto, além de uma motociata poeirenta. Outra exibição internacional de despreparo onde verbalizou tolices incompreensíveis. Em Dubai chegou a dizer que tratou da “troca de presos políticos”. Para ele são presos políticos no Brasil Roberto Jefferson, Daniel Silveira, Zé Trovão e, em breve, Allan dos Santos, e outros delinquentes. Golpistas da pior laia.

A vadiagem de Jair Bolsonaro pela Rússia, epicentro de uma crise internacional, é a síntese da estupidez e da recorrente vergonha planetária imposta ao país. Depois de percorrer os 11 mil quilômetros que separam as duas capitais e posar no rigoroso inverno de Moscou, o mentecapto do cercadinho amarelou sob o cerco vermelho do Kremlin. Se rendeu a todos os protocolos sanitários que sabotava diariamente no Brasil, onde desfilou potencializando infecções e inflando o número de mortes. Foi colocado em confinamento, usou máscara, respeitou o distanciamento, fez uma bateria de testes de detecção da Covid-19 e bateu continência ao soldado comunista. Com portas fechadas na Europa, Bolsonaro queria demonstrar que não é um pária. Não conseguiu. Falseou, mentiu e reafirmou sua índole autoritária. Nunca um chefe de Estado foi tão desastroso à imagem do seu país. A solidariedade a Vladimir Putin na maior crise global recente esfarelou a diplomacia brasileira e apartou o Brasil das nações democráticas. A viagem teve a participação do gabinete do ódio e da ignorância, inclusive o chefe, Carlos Bolsonaro. O gabinete do ódio também foi na excursão injustificável a Israel atrás do spray contra Covid-19. Um festival de trapalhadas.

O saldo concreto na Rússia foi desastroso: uma anômala solidariedade a uma aliança entre os comunistas de fachada, Vladimir Putin da Rússia e Xi Jinping da China, outrora objeto de hostilidades xenófobas do Itamaraty e da família Bolsonaro na Pandemia. Além dos impactos negativos nos preços do petróleo (gasolina, diesel e gás de cozinha), que turbinou a alta inflação, o Brasil entrou na mira das retaliações de países democráticos da Europa. Um recado forte soou dos Estados Unidos. O porta-voz da Casa Branca anunciou que o Brasil estava “do outro lado”. “A leitura que eu tenho do presidente Putin é que ele é uma pessoa também que busca a paz. E qualquer conflito não interessa para ninguém no mundo. Por coincidência ou não, parte das tropas deixaram a fronteira e, pelo que tudo indica, é uma grande sinalização que o caminho para a solução pacífica se apresenta no momento para Rússia e Ucrânia”, ruminou Bolsonaro se sentindo patrono da paz mundial. A tacanhice foi ridicularizada mundo afora. Cinco dias depois, o presidente Putin reconheceu a autonomia de dois territórios separatistas e sete dias após a profecia pacifista de Bolsonaro, a Rússia invadiu o território Ucraniano. O tour pelo Kremlin foi um dos piores capítulos da vergonha mundial. Na segunda perna da perambulação, Bolsonaro ficou muito à vontade ao lado do ditador da sombria Hungria, Viktor Orbán, a quem chamou de “irmão”.

O vexame não é monopólio das viagens internacionais. Os mais graves ocorreram em solo brasileiro. No ápice da pandemia o então chanceler Ernesto Araújo quase saiu no braço com o embaixador chinês para proteger o filho “bananinha” de Bolsonaro. Ele abriu uma jihad contra a China, maior parceiro comercial do Brasil e o principal fornecedor de insumos e vacinas do mundo. “Quem assistiu Chernobyl vai entender o q ocorreu. Substitua a usina nuclear pelo coronavírus e a ditadura soviética pela chinesa. […] +1 vez uma ditadura preferiu esconder algo grave a expor tendo desgaste, mas q salvaria inúmeras vidas. […] A culpa é da China e liberdade seria a solução”, delirou Eduardo Bolsonaro. Yang Wanming, embaixador, retrucou: “A parte chinesa repudia veementemente as suas palavras, e exige que as retire imediatamente e peça uma desculpa ao povo chinês”. A própria embaixada da China publicou outra mensagem irônica: “As suas palavras são extremamente irresponsáveis e nos soam familiares. Não deixam de ser uma imitação dos seus queridos amigos. Ao voltar de Miami, contraiu, infelizmente, vírus mental, que está infectando a amizades entre os nossos povos”, publicou a embaixada.

Ernesto reagiu apoplético em defesa do clã Bolsonaro, que tempos depois o enxotou do governo. “Já comuniquei ao embaixador da China a insatisfação do governo brasileiro com seu comportamento. Temos expectativa de uma retratação por sua postagem ofensiva ao chefe de Estado”, disse Araújo em nota. Ele teria pedido a troca do embaixador. Em abril de 2021 Araújo escreveu em seu blog um artigo intitulado “Chegou o comunavírus”, onde a crise sanitária seria parte de “plano comunista” que usaria a pandemia como uma oportunidade de “acelerar um projeto globalista”. Em novembro 2021, Eduardo Bolsonaro voltou a atacar a China, dizendo que o Partido Comunista Chinês espionaria o país caso uma empresa chinesa atuasse na tecnologia 5G. O embaixador chinês chamou a declaração do deputado de infame e advertiu que esse tipo de atitude prejudicaria as relações bilaterais. Sob o tacão de Araújo, o Itamaraty enviou uma carta à embaixada da China dizendo que a resposta tinha conteúdo “ofensivo e desrespeitoso”.

O último degrau da indigência diplomática, consequência do pânico eleitoral e da prisão iminente, foi a reunião com embaixadores para reiterar a retórica golpista. A cartilha Donald Trump foi reproduzida literalmente. Atrás nas pesquisas, Bolsonaro faz um esforço para desacreditar o sistema eleitoral, portanto, a própria democracia. Todas as supostas vulnerabilidades invocadas pelo capitão foram desmontadas. Escaldado pelo extremismo trumpista, que resultou na selvageria da invasão do Capitólio, apoiada por Bolsonaro, o governo de Joe Biden emitiu uma nota mortal contra as bravatas: “Os Estados Unidos confiam na força das instituições democráticas brasileiras. O país tem um forte histórico de eleições livres e justas, com transparência e altos níveis de participação dos eleitores. As eleições brasileiras, conduzidas e testadas ao longo do tempo pelo sistema eleitoral e instituições democráticas, servem como modelo para as nações do hemisfério e do mundo. Estamos confiantes de que as eleições brasileiras de 2022 vão refletir a vontade do eleitorado.” Outras nações democráticas foram na mesma linha. O mundo civilizado monitora atônito as molecagens do cercadinho.

Os EUA, na era pós-Trump, não engoliram o golpismo e o escárnio de Bolsonaro ter pretendido nomear o chapeiro Eduardo Bolsonaro para embaixador brasileiro em terras ianques. O “filé” que ele pretendia dar ao filho foi inviabilizado politicamente, mas foi a primeira demonstração do desprezo pelas instituições e desrespeito ao mundo, como todos os fascistas da história que acham que tudo podem. Os vergonhosos resultados econômicos e geopolíticos das vadiagens internacionais do capitão só realçam a relevância do Brasil na era Lula, quando o país era chamado e parabenizado em pautas da governança global, do combate às desigualdades, à fome, crise sanitária, situação climática e o desmatamento. Servem também para redimensionar o Brasil no exterior. O país é sempre bem-vindo ao debate mundial sobre temas globais relevantes e contemporâneos. Porém, é ignorado quando a agenda é a da mediocridade do cercadinho, medieval, bizarra, belicista e antidemocrática. A diplomacia do cercadinho foi um tiro no pé que não encontrou, obviamente, eco no mundo.

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Bolsonaro e Trump, uma charge que representa bem o encontro - Portal de  Notícias Estado do Acre

Bolsonaro: exposição de charges com presidente lambendo botas de Trump é  suspensa no RS

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27
Jul22

"O país acordou. Autoritários não passarão", diz editorial do Estado de S. Paulo

Talis Andrade

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Jornal diz que a sociedade compreendeu a gravidade dos ataques de Bolsonaro ao processo eleitoral e à democracia

 

Em editorial publicado nesta quarta-feira (27), o Estado de S. Paulo afirma que "o país acordou" e não tolerará o atropelo da democracia por Jair Bolsonaro (PL). 

"Depois da reunião do dia 18 de julho com embaixadores, na qual Jair Bolsonaro disse ao mundo que a democracia brasileira não era confiável, o País acordou. Houve um sem-número de depoimentos de entidades e pessoas que participaram e ainda participam do processo eleitoral atestando a lisura e a segurança do nosso sistema de votação e apuração. A democracia brasileira não está nas mãos de algumas poucas pessoas. É uma construção coletiva, robusta e admirada – aqui e no mundo inteiro", diz o texto.

De acordo com o periódico, a população brasileira finalmente se conscientizou da gravidade dos ataques de Bolsonaro ao processo eleitoral. "A boa notícia, a confirmar o isolamento dos autoritários, é que o documento vem recebendo amplo apoio dos mais diversos setores da sociedade brasileira. Ninguém preocupado com o País quer saber de bagunça com as eleições ou de ruptura da ordem constitucional".

O jornal ainda demonstra surpresa ao ver o ministro da Casa Civil de Bolsonaro, Ciro Nogueira (PP), assumindo que o atual governo não está do lado da democracia. "Como a confirmar os piores temores, o governo de Jair Bolsonaro vestiu a carapuça. Para o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), as manifestações em defesa das eleições são um ataque ao presidente da República. Sem nenhum pudor, o Palácio do Planalto escancara que não está do lado da democracia. A sociedade tem motivo, portanto, para estar alerta. Os liberticidas e autoritários não passarão".

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Sérgio A J Barretto
@SergioAJBarrett
O Gabriel Monteiro, acusado de estupro, pedofilia e assédio sexual e moral, poderá ser o grande puxador de votos do PL, o Partido do Bolsonaro, no Rio de Janeiro. Não é o típico aliado do clã miliciano?
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UOL Notícias
RJ: PM acusado de matar mulher em chacina diz que achava que seria atacado
Um PM acusado de matar Letícia Marinho Salles na chacina policial de 21 de junho, que deixou 20 pessoas mortas no Complexo do Alemão, zona norte do Rio de Janeiro, disse ter atirado após confundir uma colega de farda com um criminoso. O cabo Eduardo Nunes Rodrigues Júnior atirou 12 vezes
Foto: Reprodução / Redes Sociais
Letícia Marinho Salles 
 

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Lenio Luiz Streck
@LenioStreckImage
 
A bela charge explica muito. Para registro: na livraria Ateneu de B.Aires tem mesmo uma caixa assim. Contei isso em vários textos. Acho que Geraldo Prado tb. Linda charge. No Brasil, o risco é claro. Quebremos o vidro! Antes do incêndio.

 

 

 

 

23
Jul22

O maior temor de Bolsonaro: a debandada de sua tropa

Talis Andrade

Moa do Katendê foi morto a facadas — Foto: Reprodução/Facebook

Moa do Katendê esfaqueado por votar no PT

 

A situação é tão esdrúxula que começa a ganhar corpo a tese de que poderia ser tentado um golpe sem Bolsonaro.

 

por Luis Nassif

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Houve quem acreditasse que a intenção de Bolsonaro, no desastrado evento com diplomatas, fosse meramente reforçar seu discurso eleitoral para suas bolhas.

É mais que isso: é para impedir a debandada de seus principais auxiliares. Confiando na blindagem da presidência, até agora aliados ousaram se meter na lama até o pescoço. Não pensaram no dia seguinte. Confiaram excessivamente na manutenção do poder de Bolsonaro, pelo voto ou pelo golpe.

Essa sensação de impunidade foi sendo solapada pela ação de Alexandre de Moraes, Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), ordenando a prisão de vários agitadores. A prisão do deputado Daniel Silveira colocou o bolsonarismo em uma sinuca de bico. Bolsonaro foi obrigado a usar o recurso do indulto, provocando enorme desgaste junto a setores do Estado ainda favoráveis a ele.

A queda de Pedro Guimarães, presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), e uma das pessoas mais próximas a Bolsonaro, foi um golpe fatal, mais ainda que a prisão do Ministro da Educação, acusado diretamente de corrupção. Agora, são escancarados os abusos de Guimarães, que foram muito além do assédio sexual. Ele está sob risco concreto de condenação e prisão. E Bolsonaro nada poderá fazer.

O evento com diplomatas despertou uma reação inédita de instituições e corporações públicas. Associações de toda ordem, da Polícia Federal, da ABIN, do TCU, sociedade civil, de todos os lados, a condenação foi unânime. 

Ponto essencial foi o rescaldo da reunião, quando se constatou que os comandantes militares foram convidados e recusaram-se a comparecer ao show, assim como ministros do STF e presidentes da Câmara e do Senado.

O episódio explicitou de maneira inédita a vulnerabilidade de Bolsonaro, ainda mais após a repercussão negativa internacional e a constatação de que qualquer tentativa de golpe provocará retaliações não apenas das democracias europeias como dos Estados Unidos.

É esse o ponto central. Com a debandada antecipada de seus aliados, Bolsonaro poderá contar apenas com as milícias, alguns clubes de Caça e Tiro e prováveis malucos que arriscarão episódios violentos.

Esse movimento fortalecerá ainda mais o papel das Forças Armadas de defesa da legalidade;

Nas próximas semanas, todo o entorno de Bolsonaro começará a pensar seriamente na conta que recairá sobre cada um, com o fim do governo. E será cada vez mais presente, para os Bolsonaros, o pesadelo da futura prisão da família.

A situação é tão esdrúxula que começa a ganhar corpo a tese de que poderia ser tentado um golpe sem Bolsonaro. Não há nenhuma indicação concreta, apenas uma demonstração de como a imprevisibilidade caminha do risco de um golpe de Bolsonaro, para a hipótese de um golpe sem Bolsonaro.

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20
Jul22

Juízes eleitorais defendem urnas eletrônicas após Bolsonaro atacar sistema em evento com embaixadores

Talis Andrade

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Por Arthur Stabile, g1

Em resposta aos ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao sistema eleitoral brasileiro, juízes eleitorais saíram em defesa das urnas eletrônicas. Pelas redes sociais, os magistrados asseguraram a integridade do equipamento e do processo de votação.

Bolsonaro fez uma apresentação para cerca de 40 embaixadores de outras nações no país, na segunda-feira (18), em Brasília. Na oportunidade, requentou uma série de teorias conspiratórias sem provas de que há fraude nas urnas.

Gervásio Santos Júnior, juiz eleitoral que atua em eleições desde 1992 no Maranhão, afirmou que presidiu eleições tanto no atual sistema eletrônico quanto com cédulas em papel - a urna foi implementada a partir de 1996. Para ele, "não há comparação em termos de segurança"

 

Assim, a meu ver, só há dois tipos de pessoas que atacam à urnas eletrônicas: os incautos e os que agem de má-fé", publicou o magistrado, em sua página no Twitter, após a reunião de Bolsonaro com os embaixadores.

 

Em julho de 2021, o juiz já havia usado suas redes sociais para relembrar como era a apuração com os votos em papel com "quase uma semana de apuração, sufoco, impugnações, reclamações, até o resultado final"

Gervásio Santos Jr
@gervasiojr
Sou magistrado há 30 anos. Presidi minha primeira eleição em 1992, na Comarca de Rosário. Voto manual, quase uma semana de apuração: sufoco, impugnações, reclamações, até o resultado final.
 

A juíza Andréa Pachá, que desempenha a função há 29 anos no Rio de Janeiro, disse ter presidido dezenas de eleições e que as “únicas experiências de fraude vieram das urnas de papel. “A excelência do serviço, da lisura e da tecnologia do TSE são motivos de orgulho e garantia da liberdade de escolha e da democracia”, escreveu, em seu Twitter.

Andréa Pachá
@AndreaMPacha
Sou magistrada há 29 anos. Presidi dezenas de eleições, em diversos municípios. As únicas experiências de fraude vieram das urnas de papel. A excelência do serviço, da lisura e da tecnologia do são motivos de orgulho. E garantia da liberdade de escolha e da democracia.
 
20
Jul22

Entidades da sociedade civil repudiam declarações de Bolsonaro contra as urnas e a democracia

Talis Andrade

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Entidades representantes da sociedade civil fizeram um abaixo-assinado em repúdio às "absurdas ameaças reveladas em uma indevida reunião" de Jair Bolsonaro (PL), após o pré-candidato à reeleição colocar em dúvida a segurança do sistema eleitoral brasileiro, durante encontro com embaixadores de 50 países nessa segunda-feira (18). 

"Há uma séria ameaça à democracia brasileira partindo daquele que tem por obrigação cumprir e respeitar a Constituição", afirmaram as entidades. 
"Endossamos por inteiro o alerta feito pelo centenário Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB) na nota abaixo através das qual defende intransigentemente o nosso processo eleitoral bem como deposita integral confiança na condução do próximo pleito pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE)", continuaram.

As instituições disseram que é necessária "a intransigente defesa do estado democrático duramente conquistado após 25 anos de ditadura civil-militar".

Associação Brasileira de Imprensa (ABI) 

Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD)

Academia Brasileira de Ciências (ABC) 

Central Única dos Trabalhadores (CUT)

Fundação Astrogildo Pereira (Cidadania) 

Fundação João Mangabeira (PSB)

Fundação Leonel Brizola-Alberto Pasqualini (PDT)

Fundação Maurício Grabois (PCdoB)

Fundação da Ordem Social (PROS)

Fundação Perseu Abramo (PT)

Fundação Rede Sustentabilidade (Rede)  

Fundação Verde Herbert Daniel (PV)

Instituto Claudio Campos (PPL) 

Instituto Vladimir Herzog

Sindicato Jornalistas Profissionais Município do Rio de Janeiro

Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC)

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20
Jul22

"Vergonha internacional", "vexame": militares reagem aos ataques de Bolsonaro às urnas eletrônicas

Talis Andrade

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Apesar de o ministro da Defesa estar alinhado a Bolsonaro, militares da ativa e da reserva querem distância dos arroubos golpistas de Bolsonaro

 

 

247 - Militares de alta patente ouvidos por Carla Araújo, do UOL, classificaram como "vergonha internacional" e "vexame" a reunião de Jair Bolsonaro (PL) com embaixadores que teve como objetivo principal atacar as urnas eletrônicas e colocar sob suspeita o sistema eleitoral brasileiro.

Apesar do alinhamento do ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, ao discurso bolsonarista, as Forças Armadas seguem independentes, garante um general da ativa. Paulo Sérgio, que foi chefe do Exército, 'mudou de emprego' ao aceitar ser ministro de Bolsonaro, diz o general. 

Paulo Sérgio sabe que as Forças Armadas são instituições de Estado, e não de governo, garante o militar.

O ministro da Defesa esteve na reunião de Bolsonaro e estava pronto para também discursar, mas não foi requisitado pelo chefe do Executivo. Para um militar de alta patente, o ministro se livrou de passar vergonha. "Ninguém merece ficar atrelado a uma vergonha internacional".Image

Um general da reserva deixou claro: "a gente não quer participar deste vexame".

Os comandantes do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, da Marinha, almirante-de-esquadra Almir Garnier Santos, e da Aeronáutica, tenente-brigadeiro-do-ar Carlos de Almeida Baptista Junior, foram convidados para participar do evento, mas não compareceram.

O que se fala nos quartéis é que as Forças Armadas respeitarão o nome que for eleito pelo povo para a Presidência da República.

 

20
Jul22

Milhares de pequenos tiranos

Talis Andrade

Imagem: Engin Akyurt
 
 

La Boétie e os cúmplices do tirano e de suas crueldades

 

por Alexandre Aragão de Albuquerque /A Terra É Redonda

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“O tirano não ama, nunca amou. A amizade só se dá entre pessoas que cultivam o apreço mútuo. Não pode haver amizade onde há crueldade, onde há falsidade, onde há injustiça”. Somos todos companheiros, comemos do mesmo pão da existência. A Natureza colocou-nos todos em companhia uns dos outros. Esta é a compreensão central do pensador francês do século XVI Etienne de La Boétie, em seu clássico Discurso da servidão voluntária, sobre a existência humana. Por sermos todos companheiros, somos todos livres; cada um nasce de posse de sua liberdade, com a afeição para defendê-la.

Desta concepção decorre uma sua indagação: como podem tantos homens suportar o tirano o qual tem apenas o poder concedido por eles? Coisa estranhíssima preferirem tolerá-lo do que contradizê-lo. É lastimável ver um milhão de homens servir miseravelmente, com o pescoço em jugo, como que encantados e enfeitiçados por um mito, a quem não deveriam suportar suas maldades, pois age de forma desumana e feroz para com muitos. E complementa: o que faz com que um único homem trate milhões de humanos como cachorros e os prive de sua liberdade? (No Brasil, do governo Bolsonaro, há 33 milhões de pessoas submetidas ao jugo da fome).

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Para La Boétie, é o próprio povo que ao se sujeitar, se degola. Tendo a escolha entre ser servo ou ser livre, abandona a sua liberdade e aceita o jugo, colocando-se numa condição subumana. Incrivelmente, segundo o autor, quando um povo se sujeita, adormece e perde a dimensão da liberdade perdida, tornando-se difícil acordar para ir em sua busca. Humanos nascidos sob o jugo e educados na servidão, contentam-se em viver como nasceram. Assim, a primeira razão da servidão voluntária é o costume. Sob o governo tirano é-lhes tirada toda a liberdade de fazer, de falar, de livre pensar, de se opor e de resistir. Todos se tornam limitados e uniformizados em suas fantasias, entorpecidos por prazeres oferecidos pela propaganda e por políticas de entretenimentos (motociatas, jetskiatas etc.), jogos, cultos religiosos miraculosos, atrativos desenvolvidos continuamente para adormecer o povo.

Mas o ponto central da tirania, a força e o segredo da dominação, segundo Etienne de La Boétie, são os cúmplices do tirano e de suas crueldades, todos aqueles que dele se aproximam e lhe declaram: “estamos juntos!”, tornando-se assim sócios dos resultados da pilhagem do bem comum promovida pelo tirano. São milhares de pequenos tiranos visando, pelo oportunismo e interesse próprios, às benesses e ao manejo do dinheiro, da riqueza e dos privilégios, para poderem isentar-se do cumprimento das leis e de suas penas, usando a tirania em proveito próprio. É essa gente que gera o tirano.

No Brasil, em julho deste ano, um jovem com epilepsia foi executado publicamente numa câmara de gás montada por policiais rodoviários federais na viatura oficial com a qual realizavam sua ação de violência contra aquela pessoa; nesta mesmo período ocorreu um estupro jurídico por meio de uma juíza ao impedir a interrupção legal da gravidez de uma menina de 11 anos violentada pelo seu tio; em seguida, um homem branco e agente público – promotor municipal – agrediu aos socos e pontapés sua colega de trabalho, pelas lentes do fantástico; recentemente foi apanhado em flagrante um médico anestesista estuprando mulheres durante procedimentos cirúrgicos hospitalares; os ativistas ambientais, engajados na defesa dos povos indígenas, Dom Philips e Bruno Pereira foram covardemente esquartejados na Amazônia, cujo crime ainda não foi totalmente elucidado; por fim, no último dia 10 de julho, em Foz do Iguaçu (PR), foi assassinado por motivo torpe, de natureza política, o militante do Partido dos Trabalhadores, Marcelo Arruda, durante sua festa de aniversário, pelo policial bolsonarista Jorge Guaranho, com tiros à queima roupa.

O cultivo ao ódio é característico do presidente da República. O gatilho do crime de Foz de Iguaçu foi acionado por este, na medida em que alimenta sistematicamente essa cultura da violência. Para a antropóloga Adriana Dias, estudiosa de grupos nazistas e conspiracionistas brasileiros, há uma escalada de ódio e de violência no Brasil, alimentada com muita força nos grupos bolsonaristas da deep web. Um dos exemplos da escalada de violência política apresentado por Adriana é a quantidade de cocaína apreendida na Amazônia com símbolos da suástica nazista.

Em 2018, em plena campanha eleitoral, o ex-capitão Jair Bolsonaro, então candidato à presidência da República, informou que sua “especialidade é matar”. Anteriormente já havia proposto diante das câmeras de televisão a necessidade de uma guerra civil para fazer o trabalho que a ditadura de 1964 não fez, isto é, matar uns 30 mil, começando por Fernando Henrique Cardoso.

Além disso, expôs claramente sua posição favorável ao “pau de arara” e à tortura. E, em comício no Acre, também em 2018, afirmou: “vamos fuzilar a petralhada”. Mesmo diante de todas estas afirmações, há entre os seus apoiadores, aqueles que se declaram “estar juntos” a ele, achando-o uma pessoa de grande sabedoria, inspirada por Deus e defensor da vida. Como afirma La Boétie, “os hipócritas criam suas mentiras para poderem fazer com que as pessoas acreditem nelas”. É preciso reagir já!Image

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19
Jul22

'Forças Armadas e Itamaraty se atolam na lama junto com Bolsonaro, o golpista', diz editorial da Folha

Talis Andrade

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Jornal também aponta a omissão e a cumplicidade de Lira nos ataques de Bolsonaro à democracia: "acomoda-se ao casamento de interesses com o Planalto"

 

247 - Após a reunião de Jair Bolsonaro (PL) com embaixadores na segunda-feira (18), no Palácio da Alvorada, para atacar e mentir sobre as urnas eletrônicas, o sistema eleitoral e a democracia brasileira, a Folha de S. Paulo publica nesta terça-feira (19) um editorial duro contra as investidas golpistas e autoritárias do chefe do Executivo. 

>>> 'Bolsonaro cometeu crime de traição e anunciou que vai dar um golpe', diz Dilma Rousseff

O texto aponta a cumplicidade de "Organizações de Estado que construíram reputação de profissionalismo ao longo das últimas décadas". As Forças Armadas e o Itamaraty, por exemplo, argumenta o jornal, "se atolam na lama da marcha autoritária" e "se metem em conspiratas contra as urnas eletrônicas".

Ao convidar embaixadores de todo o mundo para que assistissem à sessão golpista de Bolsonaro, a chancelaria brasileira, afirma a Folha, 'rebaixou-se às fossas da conivência golpista'.

O periódico também não poupou o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que "calou-se, como tem se calado sobre os pedidos de impeachment acumulados em sua gaveta. Cúmplice de um chefe de governo que na opinião desta Folha há muito perdeu as condições de permanecer no cargo, acomoda-se ao casamento de interesses com o Planalto, que lhe transfere o controle das manivelas da execução do Orçamento".

>>> Após reunião golpista de Bolsonaro com embaixadores, oposição aciona STF por crime contra o Estado Democrático de Direito

A omissão de Lira e do Congresso Nacional diante dos ataques de Bolsonaro, em troca da gestão do Orçamento, "é um jogo perigoso", alerta o editorial. "Abona o chamamento a rebeliões fascistoides em caso de derrota eleitoral. Flerta com as baionetas a que o tirano gostaria de recorrer na primeira oportunidade. A representação sucumbe ante as rebeliões; o Parlamento morre sob as baionetas. Da comunidade política, portanto, precisa partir a reação contra a escalada subversiva do presidente da República. Todos os líderes partidários devem uma manifestação urgente de apreço inequívoco pelas regras básicas da democracia".

Por fim, o jornal prevê que o Brasil superará o governo sombrio bolsonarista. "A votação ocorrerá pela urna eletrônica, os resultados serão obedecidos, os eleitos tomarão posse nas datas previstas, e os derrotados insatisfeitos terão a via única do recurso judicial para manifestar suas queixas. A violência e o tumulto não serão admitidos. Basta de negociar com promotores da ditadura".
 
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19
Jul22

46 países usam sistemas similares ao brasileiro

Talis Andrade

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Após Bolsonaro atacar sistema eleitoral em reunião com embaixadores, Fachin fala em "inaceitável negacionismo"
 
 
Os ataques foram feitos nesta segunda-feira, durante reunião do presidente Jair Bolsonaro (PL) com embaixadores estrangeiros, no Palácio da Alvorada. Além de questionar as urnas eletrônicas, o presidente também voltou a subir o tom contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Após fala de Bolsonaro, o presidente do TSE, Edson Fachin, disse que existe um "negacionismo eleitoral" e que é "hora de dizer 'basta'". O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), disse que as "urnas eletrônicas e a lisura do processo eleitoral não podem mais ser colocadas em dúvida". Embaixadores, jornalistas e veículos de imprensa apontam que o presidente não apresentou provas das acusações.

Jornal O Globo
@JornalOGlobo
Embaixadores avaliam que apresentação de Bolsonaro sobre sistema eleitoral não convenceu por falta de provas
JOTA
@JotaInfo
Em encontro com embaixadores, presidente da República não apresenta prova de fraude em eleições e critica pedido do presidente do TSE para que resultado da eleição de 22 seja reconhecido por outros países. Diz que Fachin era advogado de um "grupo terrorista", referindo-se ao MST.
Fotografia colorida é retrato de Jair Bolsonaro discursando ao microfone. Sobre a imagem há o texto: "Bolsonaro repete teorias da conspiração e ataca urnas, STF e TSE a embaixadores"Image
 
Presidente do Senado diz que "urnas eletrônicas e a lisura do processo eleitoral" não podem mais ser questionadas; presidente da Câmara não se manifestou
Rodrigo Pacheco
A segurança das urnas eletrônicas e a lisura do processo eleitoral não podem mais ser colocadas em dúvida. Não há justa causa e razão para isso. Esses questionamentos são ruins para o Brasil sob todos os aspectos. (+)
@rodrigopacheco
O Congresso Nacional, cuja composição foi eleita pelo atual e moderno sistema eleitoral, tem obrigação de afirmar à população que as urnas eletrônicas darão ao país o resultado fiel da vontade do povo, seja qual for.Image
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TSE
@TSEjusbr
#JustiçaEleitoralEm2021  No mês de setembro, relembramos a parceria entre a #JustiçaEleitoral e as Forças Armadas com este #TBT da 14ª Brigada de Infantaria Motorizada durante a primeira etapa do Simulado de Testes Nacional de urnas eletrônicas em 2016.
Em destaque, o selo da série #TBTEleitoral e da Retrospectiva 2021. Card com fotografia de militares mexendo em urnas eletrônicas . No texto, "Militares realizam simulado de testes nacional de urnas eletrônicas para eleições de 2016". No rodapé, "Fotografia: 14ª Brigada de Infantaria Motorizada".  Moldura com ilustração da Urna Eletrônica e logomarca da Justiça Eleitoral.
 

O ex-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Ayres Britto declarou que a Corte Eleitoral não pode tornar as Forças Armadas mentoras do pleito, assumindo uma função que é sua. 

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19
Jul22

"Basta", diz Fachin sobre ataques de Bolsonaro à Justiça Eleitoral (vídeo)

Talis Andrade

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Em reunião com os embaixadores, presidente Jair Bolsonaro atacou o Judiciário e o sistema eleitoral brasileiro

 
por Luana Patriolino /Correio Braziliense
 
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O ministro Edson Fachin, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), se manifestou após a série de ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL) contra o Judiciário na reunião com os embaixadores, nesta segunda-feira (18/7), sobre o sistema de votação brasileiro. O magistrado disse que há um “inaceitável negacionismo eleitoral” por parte do chefe do Executivo e seus apoiadores mais radicais e afirmou que é “hora de dizer basta” para os ataques contra a Corte.
 

Fachin reiterou que não há nenhum indício de fraude nas urnas eletrônicas. “A Justiça Eleitoral está preparada e conduzirá a Eleição de 2022 de forma limpa e transparente. Como vem fazendo nos últimos 90 anos. E nos últimos 26 anos de forma eletrônica para votação”, afirmou. “Há um inaceitável negacionismo eleitoral por parte de uma personalidade importante dentro de um país democrático, e é muito grave a acusação de fraude (má fé) a uma instituição, mais uma vez, sem apresentar provas”, disse.

A declaração aconteceu durante palestra em evento da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Paraná. Segundo Fachin, o Judiciário se manteve à disposição do diálogo com o Executivo, sem necessidade de ataques.

“Sempre estivemos abertos ao diálogo, nenhum ataque pessoal ou à instituição foi ‘contra-atacado’, sempre houve a condução disciplinada e educadora com intuito de informar ao eleitorado a respeito do processo eleitoral e a função e capacidade do TSE e justiça eleitoral como um todo, sua segurança, transparência e eficácia”, disse.

O ministro lamentou a tensão entre os Poderes. “Porém, neste momento, mais uma vez a Justiça Eleitoral e seus representantes máximos, são atacados com acusações de fraude, ou seja, uso de má fé. Ainda mais grave, é o envolvimento da política internacional e também das Forças Armadas, cujo relevante papel constitucional a ninguém cabe negar como instituições nacionais, regulares e permanentes do Estado, e não de um governo. É hora de dizer basta”, garantiu.

 

Tensão e série de ataques

 

Desde que foi eleito, Jair Bolsonaro insiste que o sistema de votação é frágil e até mesmo que as eleições de 2018, as mesmas que o elegeram elegeram presidente da República, foram fraudadas. 

Além de lançar dúvidas sobre as urnas eletrônicas, o chefe do Executivo também causou tensão entre os Poderes ao sugerir que as Forças Armadas fizessem uma apuração paralela na contagem de votos. O próprio ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, chegou a dizer que os militares se sentem “desprestigiados” pela Justiça Eleitoral.

Em reunião com os embaixadores, nesta segunda, Bolsonaro rebateu manchetes de jornais e declarações de magistrados e disse que eles tentam constantemente “desestabilizar” seu governo.

Fachin rebateu os argumentos do presidente. “Em meio a um debate desvirtuado e a um clima comunicativo nitidamente adoecido, é preciso recusar a cólera, promover diálogos racionais e ponderados, focar nos verdadeiros problemas. O processo eletrônico de votação é seguro e transparente, as eleições brasileiras permitem, de fato, a circulação do poder em consonância com a autêntica vontade popular”, disse.ImageEstadãoO Globo

Folha de S.Paulo
Correio Braziliense

 

 

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