O TerceiroMandamentoestá em Êxodo 20:7 – “Nãotomarás oNomedo Senhor teuDeus em vão, porque o Senhornãoterá por inocente o quetomaro SeuNomeemvão.”
Blasfemar significa insultar ou difamar Deus, dizendo mentiras sobre Ele. Quem blasfema mostra desprezo.
Deus não tem candidato preferencial no reino deste mundo, seja fulano ou sicrano.
Durante palestra em evento do banco BTG Pactual, no reinado do bezerro de ouro, Jair Bolsonaro voltou a atacar o sistema eleitoral e, pessoalmente, ministros das cortes superiores, especialmente Alexandre de Moraes. “Se Deus me colocou ali, só Deus me tira de lá” foi uma de suas frases.
Alexandre de Moraes presidirá o Tribunal Superior Eleitoral durantes as eleições presidenciais deste ano.
Em um momento de sua heresia, aos gritos, Bolsonaro mandou seu recado ao mercado: o de que deve contestar, em nome de Deus, o resultado das eleições, e continuará em clima de atrito com a corte eleitoral.
Disse que a população não deveria aceitar o “quem vencer venceu”, e falou em fraude nas eleições: “não tem como comprovar que o sistema é fraudável e nem que não é fraudável”.
Bolsonaro se imagina um mito, um deus. O sistema não é fraudável. Ele, sim, é uma fraude. É o pior presidente que um país pode ter. Foi para a presidência do Brasil e levou toda a família de parasitas: o filho 01, Flávio Bolsonaro senador; o filho 02, Carlos Bolsonaro vereador do Rio de Janeiro; o filho 03, Eduardo Bolsonaro deputado federal por São Paulo; o filho 04, Renan Bolsonaro, não estuda nem trabalha, comprou uma luxuosa mansão em Brasília, imitando o filho mais velho.
Rodrigo e Silas Malafaia. Parentes não foram para a festa do jovem, que é desprezado na família por ser gay. Poderoso financeiramente, pastor evangélico é quem dita as ordens na família
Redação Pragmatismo Político
Desprezado por ser gay. "Tenho vontade de mudar a história desse sobrenome porque tenho pavor por quem ele é lembrado", desabafa Rodrigo Malafaia, que se casou nesta sexta em uma cerimônia para 200 convidados, mas que não teve a presença de familiares
Rodrigo Malafaia, de 31 anos, se casou nesta sexta-feira com o cantor Leandro Bueno, ex-participante do “The voice Brasil”, numa cerimônia que aconteceu em Mairiporã (SP), e foi celebrada pelo ator e apresentador Vitor diCastro.
Em entrevista ao UOL, ele falou sobre a união, que não teve a presença de seus parentes, e também sobre seu sobrenome, o mesmo do tio-avô, o pastor Silas Malafaia, ao qual deseja dar um novo significado.
“Tenho vontade de mudar a história desse sobrenome porque tenho pavor por quem ele é lembrado. Querendo ou não somos da mesma família. Eu não queria isso, pois acho ele uma das pessoas mais repugnantes da face da Terra”, desabafou.
Segundo Rodrigo, no início da carreira ele não usava o sobrenome do tio-avô. Mas a opção pelo Malafaia veio da dificuldade de pronunciar seu outro sobrenome, Westermann. “Não vou mudar o meu nome. Eu tinha essa vergonha, mas não tenho que ter vergonha de nada”.
A festa de Rodrigo e Leandro contou com mais de 200 convidados. De acordo com o modelo, os dois já se consideram casados. Mas isso, afirmou, não anula a importância da cerimônia. “Celebramos por causa da representatividade. Ainda não é comum. Eu, por exemplo, nunca fui a um casamento gay. Fui pela primeira vez no meu. Isso quer dizer muita coisa”.
O modelo revelou que não convidou nenhum parente para o casamento. Nem mesmo o irmão e o pai. “Ele [meu pai] respondeu para eu não fazer isso com ele [exigir sua presença], não colocá-lo nessa posição. Como se eu estivesse ofendendo-o. Ele me colocou como um merda por ter chamado ele para o meu casamento. Fiquei com muita raiva e disse que não queria mais que tivéssemos uma relação depois dessa resposta”.
Rodrigo disse sentir alívio com a ausência dos parentes. “O meu irmão disse que até iria, mas que não seria padrinho. Ele disse que ser padrinho já seria demais. Já entendi que a minha família são os meus amigos, que são aqueles que me acolhem. Os meus parentes acham que estou errado por ser gay”.
A Cerimônia intimista custou entre R$ 150 mil e R$ 200 mil e teve oito horas de duração, com DJs em três ambientes. “Para mim, é bastante dinheiro”, pontuou.
Quanto a filhos, Rodrigo diz ele e Leandro pretendem tê-los, mas não agora. “Queremos esperar mais, até para ter uma maior estabilidade financeira. O primeiro pretendemos adotar. Tenho mais vontade de adotar do que de gerar. Com tantas crianças no mundo, eu me sentiria egoísta de gerar antes de adotar um filho”.
Há um filme sobre uma peça de teatro que pretende contar a Revolução Francesa.
Na primeira cena, o rei e a rainha fogem da França e são recapturados na fronteira. A plateia reclama, dizendo que a revolução deve ser contada de outro modo.
Outra encenação, com outros argumentos, digamos assim, "lineares", e novamente a plateia protesta.
Vem, então, uma nova encenação. Passa-se na casa de caça de um palácio.
Aparece uma bacia com água quente, uma camponesa prestes a dar à luz e a parteira pronta para o ato.
Na sequência, entra o aristocrata, que voltava da caçada. Vendo aquela água límpida, olha de soslaio para a grávida e... lava suas botas sujas na bacia destinada ao parto.
Desdém, deboche e desprezo.
"Pronto", alguém grita da plateia, "é assim que se conta a origem da Revolução; assim se resgata a capacidade de indignação".
Quando o mal de banaliza, perde-se a capacidade de indignação, diz-se. A morte do congolês Moïse Kabogambe é difícil de ser contada. Difícil até de se falar. A sangria do cotidiano nos banalizou.
Há vários modos de falar de um assunto. Assim como há vários modos de contar a revolução francesa.
Uma delas é mostrar algo que provoca a indignação. A lavagem das botas sujas na água do parto aponta para o ponto de estofo. Aquilo que nos sobressalta.
São muitas as botas lavadas nas águas do parto. Essa foi mais uma. Até quando?
"Pronto", alguém grita da sociedade. Que não seja uma indignação no varejo e uma alienação no atacado. Sim, porque talvez estejamos nessa situação por causa do olhar meramente varejista.
Escultura "Água pro morro" (1944), de Erbo Stenzel, na Praça José Borges de Macedo. Monumento representa Emerenciana Cardoso Neves, conhecida como Anita Cardoso Neves. Foto: Flavio Antonio Ortolan / Fotografando Curitiba
Pesquisa da geógrafa Glaucia Pereira mostra que, ao contrário do imaginário social que se criou de uma Curitiba branca e europeia, o número de pessoas declaradas negras (24%) é o maior entre as capitais sulistas
Apesar de ser a capital com o maior número de pessoas negras da região sul do Brasil – 24% da população -, Curitiba ainda é uma cidade marcada pela segregação e desigualdade racial que insiste em negar a história e cultura afrodescendente que a formou. É o que evidencia a pesquisa “A racialização do espaço urbano da cidade de Curitiba- PR“, de Glaucia Pereira, Mestre em Geografia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Desenvolvido em 2021 com o objetivo de expor que Curitiba foi arquitetada para expulsar a população de baixa renda e negra do centro da cidade, o estudo de Glaucia é um dos poucos que discutem a segregação espacial urbana circunscrita à questão racial e as territorialidades negras na capital paranaense.
Conforme a pesquisa da geógrafa, embora Curitiba mantenha indicadores de desenvolvimento humano e condições de vida altos, a cidade passou por processos de planejamento urbano de caráter segregacionista que excluíram a população negra de determinados espaços.
Esse afastamento, segundo a autora, é derivado principalmente de discursos colonizadores e políticas eugenistas que ocultam até hoje a participação da população negra na formação sociocultural de Curitiba.
“A capital do Paraná se projeta como um lugar que não passou por um processo escravagista e que não teve em sua construção a participação da população negra. Dessa forma, historicamente forjou uma especificidade cultural e étnico-racial para a cidade como a capital mais europeia do Brasil constituída por população branca, ainda que, conforme apontam os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2017, os negros e negras que se reconhecem como tais, representem 24% da sua população, ou seja, quase ¼ do contingente populacional da cidade”, diz um trecho do estudo.
Herança colonial
De acordo com a pesquisa, a população negra carrega, historicamente, uma herança colonial que a coloca em desvantagem – inclusive espacial e territorial – se comparada à parcela branca da sociedade.
Em 1888, a Lei Áurea trouxe a liberdade de escravizados e escravizadas, no entanto, não promoveu nenhum suporte econômico e social a eles. Sem condições financeiras e isolados pela sociedade, os recém-libertos acabaram ocupando os espaços mais precários e periferizados das cidades.
Sete anos depois, em 1895, quando foi promulgado o primeiro Código de Posturas de Curitiba, já era possível observar um ordenamento da cidade que visava expulsar da região central pessoas pobres e pretas. Segundo o estudo, “essa concepção higienista se agrava com o segundo Código de Posturas da cidade aprovado em 1919, uma concepção urbana de sistema hierarquizado no espaço urbano, com limitação das funções da cidade é potencializado. O código dividia a cidade em 3 zonas e impedia a construção de casas de madeira na região central da cidade para o seu ‘enobrecimento’, ou seja, casas mais simples não poderiam estar no centro da cidade”.
No século XX, Curitiba passou por um grande aumento populacional em decorrência da chegada de imigrantes europeus, e isso resultou em um processo de urbanização desordenada. Para reorganizar a cidade, no entanto, foram pensados planejamentos excludentes e seletivos. Assim, as áreas centrais, habitadas em sua maioria por pessoas de alta renda, passaram a receber os maiores investimentos públicos para saúde, cultura, educação, segurança e infraestrutura, o que as tornou regiões ainda mais valorizadas e impossibilitou e de maneira mais decisiva o acesso das camadas pobres.
Sobreposição de opressões
Além da questão econômica, o estudo de Glaucia evidencia que a segregação racial é fruto de processos históricos, geográficos e sociais. Uma sobreposição de opressões que foi impulsionada também pela gestão urbana de Curitiba.
Comparando o mapa de distribuição da população branca e negra da capital com o mapa de renda média dos domicílios por bairro, a pesquisa demonstrou que enquanto a população negra se encontra em territórios pobres e marginalizados, distantes da infraestrutura e equipamentos públicos, a população branca, com maior poder aquisitivo, vive em lugares mais privilegiados. “Existe uma geografia profundamente racializada que estabelece um uso diferenciado e desigual do espaço geográfico para o grupo negro.”
Mapa à esquerda mostra o rendimento mensal mediano dos domicílios particulares de Curitiba. Mapa à direita mostra a distribuição da população negra na cidade. Imagens: Glaucia Pereira
“O mapa mostra que a população negra está concentrada em maiores proporções na parte sul e periferizada da cidade, assim, ao compará-lo com o mapa de renda, fica evidente que, os bairros que possuem a maior parcela da população branca são os que concentram maior faixa de renda (Mossunguê, Seminário, Batel, Bigorrilho, Alto da Glória, Juvevê, Hugo Langue, Jardim Social, Cabral, Ahú), já os bairros com rendimentos domiciliares menores, que concentram moradores de “classe baixa” estão localizados na região sul, sendo periféricas em relação ao centro da cidade, com destaque para a Cidade Industrial de Curitiba (CIC), Sítio Cercado e Cajuru, que possuem a maior concentração de população negra e de baixa renda em Curitiba”, analisa o estudo.
Para a autora da pesquisa, publicizar dados da segregação social entre os negros e brancos é significativamente importante pois revela “o mito da não existência negra na cidade perpetuado por um imaginário eurocêntrico e racista que ainda persiste nos dias atuais, em um discurso que reproduz um racismo urbano velado”.
Dando visibilidade a essa questão, Glaucia chama a atenção para a importância de se planejar um centro urbano com foco na multiplicidade, realizando ações concretas de combate às desigualdades que atenda as demandas das diversas parcelas sociais que formam a cidade.
Em resposta a questionamento feito pela ConJur, Celso de Mello, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, rechaçou frontalmente as declarações do ministro e general da reserva Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que disse em entrevista nesta segunda-feira (16/8) à noite, à rádio Jovem Pan, haver possibilidade de intervenção militar em caso de gravidade e de tensão extrema nas relações entre os Poderes.
O militar afirmou não acreditar na hipótese "nesse momento" (sic) e disse que a intervenção das Forças Armadas está prevista no artigo 142 da Constituição, repetindo argumentos de bolsonaristas extremistas. Apesar da fala do general, não há brecha nesse artigo que autorize qualquer intervenção das três forças militares.
Para Celso de Mello, "a apologia da adoção (e prática) do pretorianismo, mediante distorcida interpretação do artigo 142 da Constituição, é repugnante e inaceitável, pois traduz expressão de ostensivo desapreço que perigosamente conduz à prática autocrática do poder, à asfixia dos indivíduos pela opressão do Estado e à degradação, quando não supressão, dos direitos fundamentais da pessoa cuja prevalência traduz, no plano ético, o sinal visível da presença de instituições que apenas florescem em solo irrigado pelo sonho generoso da liberdade e da democracia".
O ministro aposentado do STF afirmou ser "inquestionável" o fato de que o artigo 142 da Constituição Federal não confere "suporte institucional" nem legitima a intervenção militar em qualquer dos Poderes da República, "sob pena de tal ato, se consumado, traduzir um indisfarçável (e repulsivo) golpe de Estado".
Celso de Mello rememorou a advertência de Ulysses Guimarães, no encerramento da Assembleia Nacional Constituinte e promulgação da Carta de 1988, quando o deputado ressaltou a sacralidade do texto constitucional e atribuiu aos transgressores da Constituição o labéu de traidores da Pátria, afirmando, em pronunciamento que guarda impressionante atualidade, neste momento histórico, o seguinte: "Descumprir [a Constituição] jamais. Afrontá-la, nunca. Traidor da Constituição é traidor da Pátria". E continuou a repetir a fala do presidente da Constituinte: "Conhecemos o caminho maldito. Rasgar a Constituição, trancar as portas do Parlamento, garrotear a liberdade, mandar os patriotas para a cadeia, o exílio e o cemitério."
Na conclusão de sua resposta, Celso de Mello afirmou que aquele que "admite a mera possibilidade de intervenção militar nos poderes do Estado, como o Judiciário e o Legislativo, é um profanador dos signos legitimadores do Estado democrático de Direito e conspurcador dos valores que informam o espírito da República!".
A resposta de Celso de Mello
O entendimento recentemente revelado por certa autoridade da República mostra-se típico de quem não entende nada quando se trata de interpretação constitucional! A exegese em questão, além de primária e errada, notadamente porque sustenta a ideia esdrúxula de que residiria nas Forças Armadas o poder moderador, é igualmente preocupante, pois reflete, ainda que tal possa não ser a intenção de referida autoridade, a visão dos epígonos da autocracia, daqueles desejosos de desconsiderar a ordem democrática e de transgredir o Estado de Direito, cujos fundamentos de legitimação repousam na "rule of law", vale dizer, na soberania e no império da lei e da Constituição da República! Quem interpreta a Lei Fundamental de nosso país e dela extrai compreensão equivocada e juridicamente inidônea destinada a viabilizar uma inadmissível intervenção militar nos Poderes da República demonstra, com esse gesto de suprema infidelidade à majestade e à autoridade da Constituição, desprezo manifesto pelas instituições que compõem o sistema político-institucional brasileiro!
Em nossa Constituição, que consagra o dogma essencial da separação de poderes, repousa o fundamento de nossas liberdades! Preconizar a possibilidade, ainda que remota, de intervenção pretoriana no sistema institucional de nosso país constitui perversão do princípio democrático e gesto profano de vilipêndio à ideia de República! Quem admite a mera possibilidade de intervenção militar nos poderes do Estado, como o Judiciário e o Legislativo, é um profanador dos signos legitimadores do Estado democrático de Direito e conspurcador dos valores que informam o espírito da República! A apologia da adoção (e prática) do pretorianismo, mediante distorcida interpretação do artigo 142 da Constituição, é repugnante e inaceitável, pois traduz expressão de ostensivo desapreço que perigosamente conduz à prática autocrática do poder, à asfixia dos indivíduos pela opressão do Estado e à degradação, quando não supressão, dos direitos fundamentais da pessoa cuja prevalência traduz, no plano ético, o sinal visível da presença de instituições que apenas florescem em solo irrigado pelo sonho generoso da liberdade e da democracia ! "Japona não é toga", como afirmou há décadas o saudoso senador paulista Auro de Moura Andrade!
A estratocracia não pode nem deve ser vista como sucedâneo possível, mesmo que pontual, do regime fundado na noção de democracia constitucional!!!!! Inquestionável é o fato de que o artigo 142 da Constituição Federal não confere suporte institucional nem legitima a intervenção militar em qualquer dos Poderes da República, sob pena de tal ato, se consumado, traduzir um indisfarçável (e repulsivo) golpe de Estado!
Cumpre não desconhecer, finalmente, neste ponto, a gravíssima advertência do saudoso e eminente deputado federal Ulysses Guimarães (1916-1992), em memorável discurso proferido em 05/10/1988, no encerramento da Assembleia Nacional Constituinte, que elaborou e promulgou a vigente Constituição da República, ao destacar a sacralidade do texto constitucional, estigmatizando com o labéu de traidor aquele — governante ou governado — que ousasse transgredir a supremacia da Lei Fundamental de nosso país, pronunciando, então, palavras candentes que guardam impressionante e permanente atualidade: "Descumprir [a Constituição] jamais. Afrontá-la, nunca. Traidor da Constituição é traidor da pátria. Conhecemos o caminho maldito. Rasgar a Constituição, trancar as portas do Parlamento, garrotear a liberdade, mandar os patriotas para a cadeia, o exílio e o cemitério."
Julgava que a língua ia facilitar a comunicação, mas já esbarrou muitas vezes com o preconceito: desde recusarem-se a falar com ela em situações profissionais por causa do seu sotaque a acusarem-na de ter vindo “roubar maridos”. Quinto episódio da série Nada contra, mas... Testemunhos na primeira pessoa para ver sem preconceitos e sem "mas"
Quando as pessoas percebem que é brasileira, Samara sente a pressão aumentar. “Você não pode errar, não pode ter algum comportamento ou vestir-se de uma maneira porque vão julgar-te por isso”. E não só. Pelo sotaque também. Depois de seis anos em Portugal, Samara “ainda” tem um sotaque carregado, uma aparente contradição a julgar pelos comentários que lhe são dirigidos. “O português não considera o português do Brasil uma língua.”
Samara já foi chamada à atenção no trabalho porque um cliente não gostou de ver expressões brasileiras escritas nos emails. Expressões como “por gentileza”. “Eu não tinha sido mal-educada, mas eles perceberam que eu sou brasileira e implicaram comigo”. A sua avaliação já veio com uma nota para melhorar o português europeu.
Ultrapassada a barreira da língua, surgem outros preconceitos. Samara ainda estava a estudar quando começou a procurar emprego e recorda duas entrevistas em que foi posta de lado por ser uma mulher brasileira. “Estava esperando uma resposta e o suposto empregador chegou ao pé de mim e disse que não me poderia contratar porque não sabia como se iria controlar ao meu lado. E eu pensei, como assim, controlar-se?”
Da segunda vez, uma posição numa seguradora foi-lhe negada por receio de que Samara acabasse por “seduzir os clientes”. A imagem de sedutora já foi tantas vezes associada a ela que deixou de ligar. “Uma vez eu saí do trabalho para ir comprar um café e, no meio do caminho, uma pessoa percebeu que eu era brasileira e me chamou de puta. Uma amiga minha que é portuguesa ouviu e perguntou: 'Não vai fazer nada?'. Eu não, já estou acostumada”.
Samara Washington não respondeu ao insulto, mas há conversas que não quer deixar de ter. Com os portugueses, sobre os seus preconceitos. E sobre o verdadeiro contributo dos imigrantes para as contas da Segurança Social. Em 2019, a Segurança Social obteve um saldo positivo de 884,4 milhões de euros com os imigrantes.
“Pode ser um assunto, maçante, batido. As pessoas dizem que já chega de falar disto. Mas não chega. Porque se a gente não fala, as pessoas nunca vão saber como é que é.”
Agência Saiba Mais - Em vídeo que está sendo compartilhado em grupos de WhatsApp, o capitão da PM Styvenson Valentim (Podemos-RN), que foi eleito senador na onde direita volver de Bolsonaro, diz que a mulher agredida por um policial militar no Rio Grande do Norte, neste mês de julho, pode ter merecido a agressão. Os policiais que participaram da operação já foram afastados por determinação da governadora Fátima Bezerra, e a Polícia Militar, que existe para servir e proteger o povo, abriu inquérito administrativo para apurar a conduta dos agentes odientos.
A frase completa do capitão está transcrita a seguir, com todos os erros (linguísticos, morais, éticos e humanos):
“Me pegaram em uma entrevista e disseram: capitão o caba deu na mulher com uma criança… e não sei nem o que, não sei nem o que…. e eu disse: amigo, eu num tava na ocorrência. Eu num tava. Eu não sei como foi. Como eu vou dar uma explicação de uma coisa que eu… Pelo vídeo aí, eu tô vendo que ele está dando dois tapa na mulher… uns tapa aí bom, na mulher. Agora, eu sei lá o que essa mulher fez para merecer os tapa, porra. Será se ela estava calada, rezando… o Pai Nosso para levar dois tapa? Eu num sei, porra… eu num sei!”
Vivi Reis deputada federal
NOJO! O senador Styvenson Valentim (PODEMOS/RN), saiu em defesa do agressor Dj Ivys e afirmou que não pode julgar um homem que agride uma mulher se não souber o que a mulher fez pra “merecer uns BONS TAPAS”. O machismo, a misoginia e a violência são regras do bolsonarismo!
Natália Bonavides deputada federal
Total desprezo às declarações do senadorStyvenson Valentim. Nada justifica violência contra mulher. NADA! Toda solidariedade às mulheres vítimas de agressão e que são mais uma vez agredidas, agora, por uma fala tão ENOJANTE!
Vídeo: PMs são afastados ao xingar e bater em mulher com bebê no RN
Governadora Fátima Bezerra (PT) chamou caso de "cena abominável que agride não só a nós, mulheres, mas à sociedade"
Depois de viralizar nas redes sociais, uma denúncia de violência policial contra mulher, no interior do Rio Grande do Norte, ganhou destaque e resultou no afastamento de dois militares e na abertura de investigação para apurar o caso.
O vídeo, que começou a circular em aplicativos de mensagens e em redes como Facebook e Instagram, registra uma abordagem policial, em resposta a ocorrência de violência doméstica, em Santo Antônio, no Agreste potiguar.
As imagens mostram dois policiais militares prendendo um homem; em seguida, uma mulher, que seria a companheira do preso e que estava com um bebê no colo, diz que “não precisa bater nele”, referindo-se ao acusado. Quando a vítima se aproxima dos militares, é xingada repetidas vezes de “cachorra” e agredida com tapas por um dos PMs, enquanto o outro arranca o bebê dos braços dela e o entrega a outra pessoa. A mulher chega a cair no chão, ao apanhar do policial.
“Assim que tomei conhecimento do episódio lamentável que ocorreu ontem em Santo Antônio, liguei para o secretário de Segurança Pública, para o comandante da PM e para a delegada-geral, doutora Ana Cláudia, e determinei que fossem tomadas as providências imediatas para apuração e punição dos responsáveis”, escreveu ela.
“Essas medidas já foram adotadas, com o afastamento dos policiais e as respectivas condutas, que serão apuradas com o direito de defesa, como determina a lei”, continuou ela, que chamou o caso de “cena abominável que agride não só a nós, mulheres, mas a uma sociedade atenta a um contexto que, infelizmente, continua a nos horrorizar e a nos indignar”, concluiu Fátima Bezerra.
Não sou filólogo, tampouco linguista. Mas, vivi o suficiente para observar que palavras entram e saem da moda; mudam ou assumem significados diversos de apreço ou desapreço, dependendo do contexto.
Quando fui me tornando gente, meu pai e minha mãe, embora liberais, cuidavam da nossa personalidade em formação com rigidez. Dizia ela: “se não tomar chá em pequeno, não desentorta e será sempre mal-educado”. Ensinavam a respeitar e pedir a bênção aos mais velhos (não precisava ser parente); ceder lugar, inclusive, às mulheres (arriscado, hoje, a levar uma reprimenda); não interromper quem estivesse falando e o irrenunciável mandamento: cultivar fraterna solidariedade com os mais humildes.
Provavelmente, não fui um aluno tão diligente por minha culpa, minha máxima culpa. Porém, a mais séria ameaça surgiu quando usei a palavra sacana. O mundo veio abaixo: “dobra língua e se repetir palavrão boto um ovo quente na sua boca”. Sei que ela jamais cumpriria. Em compensação, pelo menos nos limites da casa, era um menino de boca limpa.
Na rua, as coisas mudavam de figura; no campo de pelada o “palavrão” que não significa apenas palavra grande, mas palavra obscena que corria solta: “filho da puta, porra, puta que pariu, vá tomar no… prefiro não escrever. O leitor compreenderá.
Com o tempo, as coisas foram mudando, os costumes e a linguagem também. Hoje um estádio inteiro saúda a mãe do juiz ou o manda para o mais recôndito órgão do corpo humano. Porra virou vírgula ou exclamação, entre moças rapazes, e “carai” uma espécie de ponto final usado pela geração Z.
Estas breves considerações vêm a propósito do “caguei” do Presidente Bolsonaro, expressão chula e afrontosa que ele usou para responder às perguntas da formuladas pela Comissão Parlamentar de inquérito do Senado sobre questões suscitadas nos interrogatórios.
Não vou citar o variado repertório ferino e golpista que ele tem utilizado largamente. Desta vez, o ato escatológico dirige-se a um dos Poderes Constitucionais do Brasil. Vai além do “palavrão”, é um desrespeito ao decoro republicano ao revelar, como já revelado em outras ocasiões, grave desprezo pelas Instituições Democráticas.
A probidade é a qualidade do que é íntegro, reto ou honesto; é a virtude de quem tem comportamento moralmente irrepreensível.
O seu oposto, a improbidade, não é apenas a ausência de probidade, mas a existência de maldade, perversidade ou falseamento proposital da verdade com intuito de enganar ou ludibriar.
A improbidade está diretamente relacionada à ideia da má-fé, que se caracteriza pela atitude contra a lei praticada de plena consciência, com deslealdade e sem justa causa.
A probidade, assim como a boa-fé, são valores intrínsecos à Administração Pública, cujo fundamento está na base da confiança entre os cidadãos e o Estado.
Constitui-se, portanto, em improbidade sanitária os atos ou omissões intencionais que atentem contra o dever do Estado de "garantir a saúde" e de reduzir os "riscos de doenças e de outros agravos" (artigo 196 da Constituição Federal).
Mais grave do que a improbidade administrativa, que se refere à lesão ao patrimônio público e ao enriquecimento ilícito às custas do erário, a improbidade sanitária atenta contra o bem-estar físico, mental, social das pessoas e da coletividade, quando não solapa a própria vida.
A situação sanitária do Brasil é uma tragédia superlativa.
A perda de meio milhão de vidas, em pouco mais de um ano, é a consequência da alta capacidade de transmissão do vírus e da sua natureza letal, mas, sem dúvida alguma, isso foi agravado exponencialmente pela desigualdade social no país, e pela irresponsabilidade do presidente da República e de seus auxiliares.
Não se trataram de meros erros de avaliação quanto às alternativas de políticas governamentais disponíveis, e, sim, de um descaso deliberado, um desprezo absoluto pela vida, pela dor e pelo sofrimento alheios.
Alertas críticos foram dados insistentemente, porém a gravidade da crise sanitária sempre foi minimizada, com um desdém cínico e insofismável.
Diante do número colossal de óbitos e da doença fora de controle, é improbidade sanitária pregar o não uso de máscaras ou deixar de usá-las.
É improbidade sanitária colocar em dúvida a efetividade de vacinas, relativizar a necessidade de tomá-las.
Improbidade maior é causar obstáculos à aquisição de imunizantes ou retardar o início e a velocidade da imunização, sob o falso pretexto de obstáculos legais ou falta de vantajosidade econômica.
Essa improbidade sanitária tem o preço impagável de 500 mil sepulturas até agora, e o fim disso ainda está longe do horizonte.
Para se mostrar ativo, porém com notório propósito divisionista, para levar vantagens diante das divergências ou dissensões, incentivou-se o uso indiscriminado pela população de medicamentos sem nenhuma eficácia contra a doença, o que também é um ato de improbidade sanitária.
A Lei nº 1079, de 1950, estabeleceu que os atos do presidente da República e dos ministros que atentarem contra a probidade da Administração são considerados crimes de responsabilidade.
Temos um crime continuado acontecendo, caracterizado pela unidade de propósito em minimizar a tragédia, falsear intencionalmente a verdade e a gravidade da situação, pela sabotagem as soluções e a prevenção necessária, por se esquivarem das responsabilidades legais que lhes foram conferidas e por ludibriar a boa-fé de algumas pessoas ao custo da vida de milhares de outras.
Tudo isso asfixia a democracia e atenta contra o caráter civilizatório da República, enunciado pela Constituição de 1988.
Há mais de 500 mil consequências graves da improbidade sanitária praticada no Brasil, outras ainda estão por vir. Quantas vidas perderemos a mais até colocarmos um fim nessa loucura?
A Celpe, empresa estrangeira, permanece desrespeitando determinações do Supremo Tribunal Federal, STF.
Os pernambucanos continuam sendo tratados com o devido desprezo, desacato e humilhações coloniais, que o Brasil uma eterna republiqueta de bananas do Terceiro Mundo, notadamente nestes tempos entreguistas do capitão Bolsonaro e do Paulo Guedes, estafeta de Pinochet, e tesoureiro mór dos fundos estatais de pensões.
Após uma liminar deferida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 13 de agosto de 2020, informa Lucila Bezerra, a Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) começou a suspender o fornecimento de energia elétrica dos clientes inadimplentes. Mesmo com a continuidade do estado de pandemia de covid-19 e o aprofundamento da crise econômica que afeta pessoas físicas e jurídicas.
O procedimento padrão da empresa era enviar uma notificação sobre a inadimplência e, depois disso, o consumidor tinha um prazo de 15 dias para realizar o pagamento da fatura.
Agora, a Celpe não tem dó. Age como um impiedoso agiota, não pagou no dia determinado, as pessoas mais pobres, os desempregados, os da classe média baixa, sem nenhum aviso ou misericórdia, têm o fornecimento de energia cortado, inclusive pessoas cuja vida dependem de aparelhos elétricos, como equipamentos usados no tratamento da COVID-19, ventiladores mecânicos, que ajudam o paciente a respirar artificialmente, uma vez que a doença prejudica o trato respiratório, que envolve a parte inferior da traqueia, brônquios, bronquíolos, alvéolos e pulmões. Ou tratamento de enfisema pulmonar, bronquite crônica, asma etc.
Mentirosamente, "a Celpe informou que maioria dos mais de 3,7 milhões de clientes se mantém com as contas em dia e indica que os clientes residenciais com mais de duas faturas em aberto que enfrentam dificuldades, devem entrar em contato com o Portal de Negociação para pagamentos e parcelamento de débitos.
'O corte de energia é o último recurso utilizado pela empresa, antes são adotadas medidas administrativas para a quitação da dívida. Para evitar a suspensão do fornecimento de energia, a empresa está disponibilizando condições, realmente, diferenciadas aos clientes neste momento de dificuldade', comentou o superintendente Comercial da Celpe, Pablo Andrade (Que mentira, que lorota boa)
Em nota, a empresa informou que os clientes inadimplentes estão sendo comunicados previamente da existência do débito, mas que se o consumidor permanecer inadimplente, a empresa pode realizar a suspensão do fornecimento e a energia apenas será restabelecida em até 48 horas após a quitação das faturas em aberto.
A Companhia Energética de Pernambuco (CELPE; B3: CEPE3; CEPE5; CEPE6) é uma empresa de distribuição de energia elétrica do estado de Pernambuco e município de Pedras de Fogo (PB). Foi criada em 10 de fevereiro de 1965, pelo governador Paulo Guerra, com o nome Companhia de Eletricidade de Pernambuco, como empresa estatal após a fusão do DAE com a nacionalização da Pernambuco Tramways.
Era uma empresa estatal, orgulho nacionalista dos pernambucanos, sob o nome de Companhia de Eletricidade de Pernambuco. Em 1990 passou a se chamar Companhia Energética de Pernambuco, em função da desnacionalização, do entreguismo, mas mantendo como engodo a siglaCELPE. Foi privatizada em 2000 e adquirida por um consorcio liderado pela Iberdrola, da Espanha. Em 2004 o consorcio controlador passou a se chamar grupo Neoenergia.
Vale lembrar que nos anos de 1964 -1965, o governador Paulo Guerra deixou com energia elétrica todas as cidades e distritos do Estado, iniciando, inclusive, um plano de eletrificação rural.