Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

O CORRESPONDENTE

11
Set22

Assassinatos, mentiras e ameaça: Bolsonaro joga sujo na reta final

Talis Andrade

Image

 

O mundo de olho no Brasil e na cavalaria de Bolsonaro/Trump: “Se a gente não ganhar nas urnas, nós vamos ganhar na bala”
 
 
 
19
Jul22

Parem o Brasil! Não podemos suportar tanto

Talis Andrade

www.brasil247.com - { imgCaption }}

 

Está claro que Bolsonaro não está mais falando de eleições, que já sabe, estão perdidas para ele

 

por Denise Assis

- - -

Meu Brasil varonil, pare! Há limites para fingir que as instituições estão funcionando. Não estão. Há limites para tolerar o intolerável. Fomos expostos no que há de mais constrangedor. Um presidente exibe para os representantes do mundo a sua ignorância, o seu fascismo, a fragilidade da nossa democracia, as nossas mazelas, a nossa incompetência em lidar com um déspota e o imobilismo dos nossos poderes e nada acontece? ´

É preciso, de uma vez por todas que nos organizemos em uma greve geral. Precisamos de alguma forma demonstrar que não temos sangue de barata, que estamos entendendo o que nos está sendo preparado. Um governante fala em “nós”, para demonstrar que dará um golpe caso não possa permanecer no poder para salvar a própria pele e a dos filhos, com o apoio das Forças Armadas e ninguém – nem STF, nem TSE nem as próprias Forças citadas – vêm a público para dizer que não concorda com tamanha ousadia e desfaçatez, e nós seguimos com a vida como se nada houvesse? Onde está o nosso brio? Onde está o nosso sentimento de pátria? Onde está o nosso espírito cívico? Onde está o nosso amor pelo país e pelo futuro dos nossos filhos e netos? Juram que não vamos fazer nada?

Já levamos esse jogo longe demais. Está claro que Bolsonaro não está mais falando de eleições, que já sabe, estão perdidas para ele. Agora ele entrou no modo “tudo ou nada”. O que ele está é preparando o terreno para negociações. Ou parte para uma renúncia com anistia para os seus crimes, ou negocia uma fuga consentida, com os familiares, ou fica e tenta melar o jogo com o seu exército de Brancaleone, de 46 milhões de armas nas mãos de civis, que não sabemos bem quem são, mas certamente fecham com ele, o patrono do “liberou geral”.

Não estamos vivendo tempos normais. Parem de brincar de faz de conta! Ou paramos agora com o país para chamar a atenção para a gravidade do momento, ou vamos enfrentar uma situação mais grave logo ali, na frente. 

Fomos expostos. Agora o mundo sabe que temos um golpista na presidência disposto a qualquer coisa para não deixar o foro privilegiado a que tem direito como chefe da nação. É hora de um “paro” para freio de arrumação. Não podemos seguir num jogo de faz de contas. As eleições não são panaceia para todos os males. Ok. Conseguimos formar uma frente ampla de apoio, mas isso não é tudo. O momento é grave e não sabemos nem sequer os rumos dessa eleição. Precisamos dizer a esse senhor que estamos entendendo a sua jogada. Greve geral é um bom recado para esse governo que não tem limite nem nunca terá. Estamos entregues à própria sorte. Tomemos o destino em nossas mãos, ou seremos jogados em um cenário muito mais grave logo ali, antes das eleições – 7 de setembro - que estão sendo usadas por esse senhor desesperado, como moeda de troca para a sua liberdade e a dos seus filhos. Ele quer nos impingir o medo. Ele nos ameaça, deixando subentendido que pode “melar” o pleito. Não pode. Mas o melhor recado agora é: parem o Brasil! Não podemos suportar tanto. 

www.brasil247.com - { imgCaption }}

27
Mai22

Auschwitz é aqui. Ou a "abordagem" nazista

Talis Andrade

www.brasil247.com - { imgCaption }}

 

por Gilvandro Filho /247

Convenhamos. Mesmo se tratando de um governo de atitudes absurdas e criminosas, algumas de suas ações ultrapassam todos os limites. A forma como a Polícia Rodoviária Federal, órgão da gestão pública, resolveu tratar os seus presos é um desses exemplos macabros que deveriam ser coibidos por qualquer governo que tivesse o mínimo de bom senso, de decência e de humanidade. Deter pessoas, trancá-las em um camburão e jogar dentro uma bomba de gás, provocando morte por asfixia, é de um requinte de maldade que parece mentira.

Infelizmente, a cena mostrada pela mídia é verdadeira e aconteceu em Umbaúba, sul de Sergipe. O homem assassinado, negro e pobre, tem nome e sobrenome: Genivaldo de Jesus Santos. Tinha 38 anos. Sofria de transtornos psíquicos. Sua luta pela vida, se debatendo, chutando o vento e pedindo socorro, está nos vídeos espalhados pela TV e na internet como um libelo acusatório. Não há dúvidas sobre o que houve. Assim como fica clara a frieza dos seus algozes impedindo qualquer possibilidade de livramento.

Foi uma execução, nunca uma “abordagem” como escamoteia a grande mídia, sempre ciosa no tratamento ao opressor. “Abordagem que resultou em morte”, como capricharam na semântica alguns veículos. Tem que se falar claro. Foi uma ação que não fariam de forma mais cruel a SS do Terceiro Heich e os carrascos de Auschwitz, o campo de concentração nazista construído em Oswiecim, Polônia,  onde a Alemanha deu forma definitiva à execução de milhões de judeus, ciganos, comunistas e homossexuais, em câmaras de gás. O mais letal de todos, que funcionou entre 1940 e 1945.

Como se não bastasse a execução em si, os policiais rodoviários federais demonstraram total falta de respeito para com a vítima e com a família dele. Os guardas chegaram a soltar a lorota de que, no camburão e na porta da morte, Genivaldo estava “melhor do que nós”. Imoralidade corroborada pela própria polícia ao classificar como um “mal súbito” a causa da morte. Cinismo, maldade e desfaçatez, não existem outros nomes para isto.

Afastar de suas funções os policiais envolvidos neste assassinato é pouco. As imagens são claras a comprovam o sadismo com que os dois “homens da lei” tratam quem lhes atravessa o caminho. Pouco importa se for uma pessoa com problemas mentais, como foi o caso. Mais ainda se for pobre e preto, o que para algumas autoridades policiais parece ser um agravante.

Que esta ação criminosa e nazista não caia do esquecimento e que os seus autores – e mentores – paguem de maneira exemplar pelo que fizeram. Como em Nuremberg.

Image

18
Ago21

Professor que chamou Aras de "Poste da República" não será investigado

Talis Andrade

Jair M. Bolsofake 🇧🇷🇮🇱🇸🇦 on Twitter: "Não é pra chamar o sr. Augusto  Aras de Poste Geral da República. Ele não gosta, talkey?… "

 

Juíza considerou que a conduta do professor está situada no âmbito da mera expressão de opinião e não do aviltamento ou insulto.

 

por Migalhas

- - -

A juíza Federal substituta Pollyanna Kelly Alves, da 12ª vara Federal da SJ/DF, rejeitou queixa-crime do PGR Augusto Aras contra o professor da USP e colunista da Folha de S.Paulo, Conrado Hübner Mendes. O professor fez diversas postagens no Twitter contra Aras, chamando-o, inclusive, de "Poste Geral da República". Para a juíza, a conduta está situada no âmbito da mera expressão de opinião e não do aviltamento ou insulto.

O PGR ajuizou queixa-crime contra Hübner pelos crimes de calúnia, injúria e difamação. No documento, a defesa de Aras reproduz alguns dos tweets proferidos pelo professor da USP:

"O Poste Geral da República é um grande fiador de tudo que está acontecendo. Sobretudo da neutralização do controle do MS na pandemia. É gravíssima a omissão e desfaçatez de Aras."

"Augusto Aras ignora o MPF da Constituição Federal. Age como o PGR da Constituição militar de 1967. Um servo do presidente."

"Augusto Aras é um inovador institucional. O MS comete crimes comuns e de responsabilidade que causam tragédia em Manaus e no resto do país. Tudo bem documentado e televisionado. Aras, em vez de investigar o infrator, manda o infrator investigar a si mesmo."

"O Poste Geral da República publicou nota para dizer que está fazendo tudo direitinho."

"Augusto Aras é a antessala do fim do Ministério Público Federal tal como desenhado pela Constituição, é também a própria sala da desfaçatez e covardia jurídicas."

"O MPF ainda respira, apesar de uma bomba como Aras."

Segundo a queixa-crime, Conrado também fez acusações contra o PGR em um artigo publicado na Folha de S.Paulo, intitulado "Aras é a antessala de Bolsonaro no Tribunal Penal Internacional".

Para a juíza, em que pese o eventual dissabor sofrido pelo PGR, a conduta não é apta a fazer incidir a tutela criminal, pois as expressões proferidas, mesmo que inadequadas, não se revestem de potencialidade lesiva real de menoscabo à honra.

"Isso porque estão situadas no âmbito da mera expressão de opinião e não do aviltamento ou insulto. Mister ressaltar que a liberdade de expressão e a imprensa livre são pilares de uma sociedade democrática, aberta e plural, estando quem exerce função pública exposto a publicações que citem seu nome, seja positiva ou negativamente."

Assim, rejeitou a queixa-crime.

Processo: 1031439-94.2021.4.01.3400
Veja a decisão.

liberdade por Osval.jpg

 

 

30
Abr21

É preciso tirar esse pulha do poder

Talis Andrade

cemitério.jpg

 

“Estamos desgovernados e precisamos encontrar uma forma de tirar esse pulha do poder. O presidente da República é um delinquente. Temos que dizer isso com todas as letras, com coragem. Ele é um delinquente. Delinquente é aquele que pratica crimes, e o número de crimes que ele praticou… ele e o seu bando. Quando eu falo ‘o seu bando’, eu me refiro aos companheiros de trabalho e a sua família. A família Bolsonaro é uma organização familiar criminosa que articula contra o Brasil todos esses desmandos que estamos vivenciando hoje. Tenho 55 anos de advocacia criminal. Defendi mais de 500 perseguidos políticos. Eu nunca vi um momento tão doloroso, tão difícil como este que estamos vivendo”.

O desabafo é de José Carlos Dias ao TUTAMÉIA. Ministro da Justiça no governo Fernando Henrique Cardoso, ele preside a Comissão Arns. “Estou assustado, sofrendo, com medo como vocês. Sou um cidadão que tem consciência de que vivemos talvez o pior momento da história brasileira, em razão do problema sanitário e do problema político. Temos hoje uma pandemia e um pandemônio que nos governam ou nos desgovernam. O presidente Bolsonaro exerce o poder com uma desfaçatez que revolta. A maneira como ele está se portando como presidente da República é uma coisa absolutamente inacreditável. O Brasil está desgovernado. Esse homem não pode continuar lá, ele não pode continuar dirigindo esse país. Isso tem que ser dito com clareza”, declara.

cpi cemitério .jpg

 

Nesta entrevista, ele trata da possibilidade de impeachment, da importância da CPI instalada no Senado, das mudanças no Supremo Tribunal Federal, do aparelhamento do Estado por bolsonaristas e da necessidade de união dos progressistas. Coordenador da Comissão Nacional da Verdade, ele rememora o atentado terrorista do Riocentro, que completa 40 anos nesta sexta, 30 de maio (acompanhe a íntegra no vídeo e se inscreva no TUTAMÉIA TV).

“A CPI tem uma importância muito grande. É o Senado que vai decifrar todos os desmandos praticados por este governo e que redundaram nessa situação catastrófica que estamos tendo agora. Espero que os senadores tenham a lucidez de enfrentar essa situação com bastante força. Temos que acreditar que todos estarão unidos para decifrar essa situação. É fundamental que tudo que esteja ocorrendo seja mostrado à nação, seja revelado pela CPI à nação. Não temos a possibilidade de ir à rua como deveríamos ir. Se não estivéssemos vivendo uma pandemia, estaríamos de mãos dadas caminhando e cantando os nossos gritos de guerra contra a violência. Mas não é possível”.

Para Dias, é “um absurdo” o fato de Rodrigo Maia e Arthur Lira não terem despachado os pedidos de impeachment para debate na Câmara. “Temos que cobrar isso. Há caminhos judiciais perante o Supremo para forçar o presidente da Câmara a dar seguimento a esses pedidos de impeachment. A Constituição dá esses elementos para que possamos cobrar do Supremo que o Supremo exija do presidente da Câmara que se manifeste a respeito desses pedidos de impeachment”, afirma.

SUPREMO ESTÁ SE RECONSTRUINDO

Na avaliação do ex-ministro da Justiça, “o Supremo está melhor do que esteve”.

“Passou uma fase muito ruim, em que o Supremo se silenciou completamente. A questão da suspeição do Moro e da decisão a partir do voto do [Edson] Fachin quanto à incompetência de Curitiba para julgar os processos. Isso é para ter sido apreciado há muito tempo. Quanto tempo o Lula permaneceu preso, quando isso era para ser apreciado pelo STF? De um jeito ou de outro, mas que tivesse uma definição clara. E ele permaneceu preso. É um cidadão preso. Não é porque é o Lula. É um cidadão que ficou preso enquanto não era proferida uma decisão, e o Supremo deveria ter dado essa decisão. Veio agora. Isso é um absurdo. Neste momento, temos uma posição do Supremo que está se reconstruindo. É o único caminho que nós temos que encontrar agora: a participação efetiva do Supremo para corrigir todos esses desmandos”.

 

14
Abr21

O ‘Zé’ pode pegar ônibus ‘pelo país’, mas senador não pode fazer CPI da Covid?

Talis Andrade

cavaleiros apocalipse.jpg

 

 

por Fernando Brito

- - -

A desfaçatez dos senadores governistas – “raiz” ou do “centrão” – na sessão que vai instalar – ou não – a CPI da Covid é uma demonstração do que daquele mato dificilmente sairá coelho.

Alegam que “CPI tem de ser presencial” e, portanto, não poderiam acontecer depoimentos, requerimentos, entrega e perícia de documentos.

E que a pandemia não permite que haja “presença” de senadores.

São, é claro, os mesmos que acham que não há problema em haver cultos. E que acham um absurdo fechar bares, restaurantes, academias, praias. E que repetem o discurso de Jair Bolsonaro de que é preciso colocar a economia em marcha "pelo Brasil”.

Todas são “atividades essenciais”, exceto a de corrigir os rumos tortos do combate à pandemia e saber quem são os responsáveis por milhares de mortes, inclusive a das dezenas de infelizes que sufocaram sem oxigênio em Manaus.

Como não vão conseguir “melar” a CPI com a extensão – que nunca deixou de existir – sobre casos de desvios nos Estados e Municípios quando isto envolver verbas federais, agora apelam para uma instalação pró-forma da CPI e sua efetivação lá para “outubro”, como sugeriu um deles.

Aí está o que significa o “vamos apurar tudo” por que bradam os bolsonaristas e os que se acumpliciaram a eles para controlar o parlamento.

cpi da covid.jpg

 

07
Jan21

As seringas e a frieza genocida de Bolsonaro

Talis Andrade

jail  bolsonaro.jpg

 

Editorial do site Vermelho

O presidente da República, Jair Bolsonaro, sempre se supera quando o assunto é a irresponsabilidade na condução do país. A mais recente postura nesse sentido foi o anúncio de que o governo suspendeu a aquisição de seringas para a vacinação contra Covid-19 “até que os preços voltem à normalidade”. Como é de seu feitio, o anúncio se deu sem maiores detalhes, além de alegar que estados e municípios têm estoques do material para o início da imunização.

A compra de seringas vem sendo postergada há algum tempo, o que leva à suposição de que esse anúncio é mais um pretexto para o prolongamento do seu descaso diante da tragédia que já ceifou quase 200 mil vidas de brasileiros. A frieza com que Bolsonaro trata a questão choca primeiro porque é um descaso com a vida. Seus pronunciamentos são gélidos do ponto de vista da empatia, da comoção que deveria estar presente quando se fala dessa cifra. Choca também porque essa frieza denota indiferença diante da perspectiva de que o elevado número de mortes tende a prosseguir por tempo indefinido.

Só uma pessoa desprovida de sentimento humano, incapaz de se empenhar para aliviar a dor e o temor de tantos concidadãos, pode ter esse comportamento. Bolsonaro age como outros genocidas da história que, em nome do ideal da extrema direita, promoveram grandes tragédias ao longo da história.

É evidente que a suspensão da compra das seringas não se deve à anormalidade dos preços. Mas se é verdade que existe algum percalço nesse sentido ele se deve exatamente ao traço fundamental do governo: irresponsabilidade. Alguém com um mínimo de responsabilidade, investido de poderes de presidente da República, teria feito um planejamento para enfrentar eventuais obstáculos, inclusive a majoração de preços dos insumos necessários para enfrentar a pandemia.

E outra: a prioridade das prioridades, para quem age de forma racional e lógica, é providenciar as condições para a imunização da população mesmo pagando o preço desses imprevistos. Mas não se deve esperar esse tipo de comportamento de Bolsonaro. O país teria mil alternativas para contornar a situação se o objetivo fosse o combate à pandemia. Como não é, qualquer obstáculo serve de pretexto para a sua política de deixar o povo totalmente no abandono, entregue à própria sorte.

Essa fala de Bolsonaro não surpreende exatamente por conta da sua conhecida conduta. Choca pela estupidez, mas não passa de reafirmação do seu descaso com a pandemia, incitando sabotagem ao isolamento social, ao auxílio emergencial, à ajuda aos estados e municípios e ao socorro às empresas vulneráveis aos efeitos econômicos da pandemia. É a lógica escravista de tratar o povo como mero reprodutor de capital, sem direitos trabalhistas e sociais e sem acesso aos recursos do Estado que deveriam ser priorizados como investimentos na saúde pública.

Seu projeto autoritário de poder se expressa também em condutas como essa, uma afronta ao papel do Estado e às responsabilidades precípuas do cargo de presidente da República, mais um atestado da sua inépcia e da sua incompatibilidade com a função que ocupa. Suas ações se somam, cotidianamente, ao seu intento de semear o caos para tentar colher mais poder, constatação cabal de que sua presença no Palácio do Planalto é uma ameaça constante ao Estado Democrático de Direito.

O país não pode ficar passivo diante de tanta desfaçatez. Urge a atenção para cada um de seus passos com a compreensão de que eles devem ser contidos por meio de respostas firmes, erguendo barreias amplas e consistentes, com a convicção de que a institucionalidade democrática do país está em questão. A defesa da democracia é a porta de entrada para as lutas por um novo rumo, capaz de combater esse caos que se traduz na tragédia representada por essa assustadora escalada de mortes.
 
07
Dez20

Paulo Pimenta: os limites para abocanhar o dinheiro público não existem para Lava Jato

Talis Andrade

 

vaza jato_edcarlos.jpg

 

247 - Após a Procuradora Geral da República bloquear repasse de R$ 270 milhões da empresa J&F para clone de fundação da "lava jato", o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) condenou mais uma arbitrariedade cometida pela força tarefa de Curitiba. 

“Isso prova que os limites para abocanhar o dinheiro público não existem para Lava Jato. O STF não pode tolerar  impunemente tanta desfaçatez. Por isso o desespero e o medo que os acordos com os EUA se tornem públicos”, disse Pimenta em suas redes sociais. 

Saiba mais 

Ao tomar conhecimento de um depósito no valor de R$ 270 milhões da J&F exigidos pelo Ministério Público do Distrito Federal, o procurador-Geral da República, Augusto Aras, resolveu bloquear o que se identificou como desvio de finalidade. A exemplo do que haviam tentado fazer seus colegas de Curitiba, o ramo brasiliense do MPF planejou montar uma fundação para administrar a dinheirama. Dessa vez, com a ajuda da Transparência Internacional. O arquiteto da operação seria o conselheiro da TI e assessor informal da "lava jato", Joaquim Falcão.

O depósito relacionado ao acordo de leniência da holding da JBS foi feito na última quinta-feira (3/12). Prontamente, Augusto Aras alertou a subprocuradora-geral da República Maria Iraneide Olinda Santoro Facchini, coordenadora da 5ª Câmara de Coordenação e Revisão, informando-a de que a destinação correta do dinheiro seria o Fundo de Direitos Difusos ou revertidos em favor da União. O ofício, obtido pela ConJur, acompanhado de documentos, foi entregue na sexta-feira (4/12), ao órgão incumbido dos acordos de leniência.

04
Nov20

Caso Mari Ferrer é um estupro à razão. Doloso, como todo estupro

Talis Andrade

Sentença de "estupro culposo" gera revolta na internet

 

por Gilvandro Filho

- - -

Não dá para imaginar o sentimento que passou pela cabeça dos pais da blogueira Mariana Ferrer ao assistirem as cenas da audiência com filha. Dor, revolta, desolação, desesperança.

Quem suportaria ver sua filha ser espezinhada por “homens de bem” cuja missão é fazer cumprir a Lei, mas que, que crueldade de desfaçatez. Ela não estava nos porões da casa de eventos onde André de Camargo Aranha, um covarde endinheirado, a perseguiu, assediou e, ato contínuo, estuprou. Pelo contrário, Mariana estava numa sala de audiência, em Florianópolis (SC), em busca da Justiça que merecia encontrar e onde o desfecho não podia ser outro que não a condenação exemplar do seu algoz. Mas encontrou algozes piores que o mauricinho que se diverte violentando meninas.

Naquele recinto jurídico, a jovem Mariana encontrou “doutores da Lei” que, ao arrepio da Legislação, do bom senso e da decência, distorceram tudo, transformaram – como é próprio do machismo irresponsável e criminoso – a vítima em acusada. E criaram, cinismo máximo, a esdrúxula figura jurídica do “estupro culposo”, sem intenção de estuprar, aberração inexistente no Código Penal.

Na sala de audiência, estupraram Mariana pela segunda vez. Com agravantes. O advogado de defesa do estuprador, Claudio Gastão da Rosa Filho, dos mais profissionais bem pagos da cidade, virou o caso ao avesso e acusou a vítima de “dissimulada”, para citar o mínimo. “Essa lágrima de crocodilo… você ganha pão com a desgraça dos outros”, expeliu o “causídico” autor da tese do “estuprador culposo”, aceita sem corar de vergonha pelo Ministério Público que, de pronto, pediu o arquivamento do caso, solicitação aceita pelo juiz Rudson Mattos.

O doutor Gastão, pelo visto, não deve ter filhas, mulher ou mãe. Não tem como se imaginar alguém que tem mulheres na família fazer de um estuprador uma vítima e de uma vítima uma criminosa. Com certeza, ele iria sofrer, mesmo que, seguindo sua própria tese, ele admitisse que o suposto estuprador teria violentado sua parente “sem intenção de fazê-lo”. É de se supor, no caso do advogado, a mesma “sentença” que ele insinuou contra a jovem blogueira, a de ganhar “o pão com a desgraça dos outros”.

A reação de Mariana é um dos apelos mais desesperados que o Direito brasileiro já produziu. Uma vergonha para o País. “Excelentíssimo, estou implorando por respeito. Nem acusados são tratados do jeito que estou sendo tratada. Pelo amor de Deus, gente… O que é isso?”. De doer…

Tudo corroborado pelo  juiz Rudson que a tudo assistiu, dócil e silente, como outra personagem grotesca dessa farsa. Não moveu uma palha para impedir um crime de assédio e agressão, às suas barbas.  Ao final, acatou o MP e absolveu o acusado por falta de provas. O caso parece filme de terror, mas não é. É uma página deplorável e desonrosa produzida pela Justiça Brasileira e por um país cujo dirigente máximo tem entre suas frases antológicas a célebre “Não lhe estupro porque você não merece, é feia”, dirigida a uma adversária política.

A Corregedoria Nacional de Justiça abriu investigação para investigar o juiz Rudson. O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) repudiou o termo “estupro culposo” e vai acompanhar os desdobramentos dos recursos. O ministro do STF Gilmar Mendes chamou as cenas da audiência de “estarrecedoras”. No Congresso, mais grita. Senadores como Fabiano Contarato (Rede-ES) e  Alessandro Vieira (Cidadania-SE) entraram com representação no CNJ sobre o caso que, na Câmara, mereceu reações fortes de parlamentares como Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e Tadeu Alencar (PSB-PE).

Que não fique só nisso.

estupro _jotaa.jpg

 

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2023
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2022
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2021
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2020
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2019
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2018
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2017
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
Em destaque no SAPO Blogs
pub