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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

12
Mai23

Deputado ataca ministro do STF. Ficará impune?

Talis Andrade
 
Bolsonaro nomeia Luiz Lima vice-líder do governo na Câmara, e candidato à  prefeitura do Rio tenta faturar nas redes - Jornal O Globo
Bolsonaro escalou Luiz Lima, pelas baixarias, para substituir Daniel Silveira 
 
Deputado Daniel Silveira, preso por atacar o STF e a democracia. Por  Amarildo Lima
Daniel Siveira, cabo de guerra da extrema direita, preso por atacar o STF e a democracia e apostar no golpe 
 
 
Por Altamiro Borges

Os novos deputados bolsonaristas estão endemoniados, encapetados. Todos os dias eles aprontam alguma baixaria. Para ganhar alguns minutos de fama e muitos cliques nas redes digitais, eles mentem, xingam, agridem, ameaçam e transformam o Congresso Nacional em um ringue. Não falta muito para que ocorram cenas de pancadaria nesse faroeste parlamentar. 

Nesta quarta-feira (10), por exemplo, o patético deputado Luiz Lima (PL-RJ) usou a tribuna para acusar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de “desviar dinheiro das domésticas para enviar para a Venezuela, para matar pessoas”. Ele não apresentou qualquer prova, apenas vomitou suas agressões. 

Ele ainda atacou o presidente da Câmara Federal, deputado Arthur Lira (PP-AL), chamando-o de “boneco do posto” por não reagir às “sacanagens” do STF contra o Telegram – a plataforma que afrontou a sociedade ao mentir sobre o PL das fake news. O medíocre bolsonarista também agrediu seus amigos parlamentares. “Esse Congresso Nacional está calado. 81 senadores e 513 deputados feitos de palhaços”. 

Em outro trecho, Luiz Lima rosnou contra os ministros do Supremo: “Eu estou me segurando aqui para não dizer um palavrão, mas vocês são uns belos de uns vagabundos, uns ladrões, uns usurpadores de recursos dos mais simples brasileiros”. Não é a primeira vez que o deputado novato atenta contra o decoro parlamentar. O ex-nadador, que competiu pelo Brasil em duas Olimpíadas, já ficou famoso por sua mediocridade e agressividade. Mas ele deve seguir impune! 

Agressões ao ministro Flávio Dino

A única reação às baixarias foi a do deputado Hélder Salomão (PT-ES), que pediu apenas ao presidente da sessão, Gilberto Nascimento (PSC-SP), que retirasse das notas taquigráficas as “palavras inapropriadas, inadequadas, que não estão à altura desta Casa”. Nem sequer o Conselho de Ética foi acionado para analisar a conduta irresponsável e leviana do bolsonarista Luiz Lima. 

Outro metido a valentão que também deverá ficar impune é o deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO). Logo após o ministro da Justiça, Flávio Dino, ter afirmando em audiência no Congresso Nacional que o Telegram será punido por seus crimes, o bolsonarista usou a tribuna para obrar preconceito e violência. 

“Vou falar daquele senhor que está com sobrepeso. Ele declarou que STF e o governo vão regular a internet na marra. Rapaz, tu não está em Cuba não! Esse país é democrático! Ele não é comunista! Se tu gosta de comunista, vaza do Brasil... Você está passando. Daqui a pouco tu sai daí, sobrepeso, seu irresponsável. Aqui, na marra, não funciona. Se vier na marra vai levar porrada”.
 

Em discurso desconexo e com acusações feitas pela metade, o deputado Luiz Lima perguntou se "Xandão está de sacanagem, porra". 

Confira trechos dos incontáveis surtos e gritarias do deputado federal bolsonarista Chrisóstomo de Moura (PL-RO), o boca suja. Ele só sabe falar da "esquerda" e do "barbudinho"... O "barbudinho" é Lula, que derrotou Bolsonaro no primeiro e no segundo turnos. O Chrisóstomo defende o golpe 

 

09
Fev23

Ex-interventor federal na Segurança do DF, Cappelli diz que Bolsonaro foi "líder" do terrorismo de 8 de janeiro

Talis Andrade
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“Passou quatro anos atacando democracia”, afirmou o secretário-executivo do Ministério da Justiça em referência a Bolsonaro

 

247 - O ex-interventor federal na Segurança do Distrito Federal e atual secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Capelli, atribuiu a Jair Bolsonaro (PL) a responsabilidade pelos atos terroristas de invasão e depredação das sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro, em Brasília. Ele afirmou que o ex-ocupante do Palácio do Planalto foi o "líder dos ataques". 

Em suas redes sociais, o secretário escreveu, sem citar o nome do ex-mandatário do país, que o responsável pelos atos antidemocráticos passou “4 anos atacando as instituições”. Capelli, inclusive, reiterou que os culpados devem ser punidos com brevidade para que o governo possa “realizar as entregas que a população espera”.

“Fui perguntado várias vezes se havia como identificar o líder dos ataques de 8 de janeiro. Ele passou 4 anos atacando as instituições democráticas. Qual a dúvida? Punir todos os culpados e virar a página rápido para realizar as entregas que a população espera do nosso governo”, escreveu Capelli no Twitter. 

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09
Set22

Delegado bolsonarista é preso por envolvimento com o jogo do bicho

Talis Andrade

www.brasil247.com -

 

Preso pela suspeita de envolvimento com o jogo do bicho, Allan Turnowski, fazia parte do grupo de candidatos vip do PL no Rio de Janeiro. Junto com Daniel Silveira, Gabriel Monteiro, defensores de chacinas e jogos de azar

 

247 -  Foi preso nesta sexta-feira (9), na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, o delegado bolsonarista e ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Allan Turnowski . Segundo o Ministério Público, o delegado é suspeito de envolvimento com o jogo do bicho e por organização criminosa. As informações são do G1.

De acordo com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), Turnowski recebia propina do jogo do bicho e estaria envolvido em um plano para assassinar o bicheiro Rogério Andrade.

O delegado se afastou de suas atividades em março deste ano para se candidatar a uma vaga de deputado federal pelo PL.

A  investigação faz parte da operação Carta de Corso, que prendeu o delegado Maurício Demétrio, titular da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM), em junho do ano passado, acusado de cobrar propina de comerciantes.

De acordo com a coluna do jornalista Guilherme Amado, do Metrópoles, "o delegado foi considerado pelo PL como um dos candidatos mais fortes do estado à Câmara dos Deputados nestas eleições. Turnowski era também o candidato para quem o governador Cláudio Castro estava pedindo votos".
 
Turnowski é parceiro de Cláudio Castro nas chacinas.
Blog do Noblat
@BlogdoNoblat
Enquanto isso, no Rio de Janeiro...
Pedro Abramovay
@pedroabramovay
O da esquerda, na foto, foi preso hoje. Era o chefe da polícia do da direita. O da direita que ser reeleito governador antes de ser preso.Image
Bruna Lima
@blimag_
Allan Turnowski, preso na manhã desta sexta-feira, tinha uma relação de "respeito pra caramba" com o assassino de Marielle. Ronnie Lessa era informante do ex-chefe de Polícia de Mais detalhes na coluna
@Metropoles

Ex-chefe de polícia do RJ tinha relação próxima com assassino de Marielle

Ronnie Lessa, assassino de Marielle, era informante de Allan Turnowski

15
Jul22

A imprensa que insiste na polarização é cúmplice na barbárie

Talis Andrade

hand holding pistol

Ilustração: Rodrigo Bento/The Intercept Brasil; Getty Images

 

 

Mesmo após anos de evidências e fatos, como o assassinato de Marcelo Arruda, jornalistas e veículos ainda investem em uma polarização que nunca existiu

 

15
Mai22

Dia sim, dia sim militares ameaçam golpe

Talis Andrade

 

 

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Lenio Luiz Streck no Twitter
 
 
Surpresa: por trás de Daniel Silveira tem uma coisa de nome “rachadinha”. Diz o MPF. Mas, sem problema: será indultado! “Bora” insultar o STF! Chama-se “liberdade de agressão”! E pedir AI-5. Em nome da democracia, é claro.
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Chinelagem: Zambelli quer anistia geral a condenados por atos antidemocráticos. Silveira na CCJ. O país virou um escracho. E 1-Maio teve novas manifestações golpistas. Até qdo? E pensar que a grande mídia colocou Bolsonaro lá! Mas ninguém é mãe da desgraça. Diz aí Cantanhede!
 
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Fui o autor do parecer da OAB (Com. Estud.Constitucionais) sobre o “indulto” de Bolsonaro. Na pesquisa, escapou-me a opinião de Pontes de Miranda (um desconhecido - sarcasmo!). Entre ele e os juristas bolsonarianos, fico com o velho. Gracias, Rui Espíndola. Não é ato de império.Image
 
Por que cobrar da grande mídia? Óbvio. Lembram do propinoduto? Diário? Não existiria toda essa desgraça sem Moro e a mídia (JN, Merval e cia). Corremos risco de golpe. Sim. E a mídia entrevista Moro. Sem nem tocar na decisão da ONU. Não aprendem. Gostam de alimentar crocodilos.
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Vou copiar o Thiago Brasil. Abaixo. Antes, digo: A ONU faz uma decisão história e Cantanhede e Merval entrevistam o pipoqueiro! O Brasil é uma fraude mesmo!
 
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O réu não se ajuda. 13 de maio: Moro cita Luís Gama. Tsk. Tsk. E tasca: “mais do que um presente do império…”. Ah, para com isso. Falso como terra plana. Moro citar Luis Gama é como Bolsonaro citar Rui Barbosa. Qdo não há do que falar, o melhor é calar, já disse Wittgenstein!
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Wal do Açaí “trabalhou” 15 anos como asses. parl. sem NUNCA ter estado em BSB. Vendia açaí. Processada junto com seu chefe (Bolsonaro), será defendida pela AGU. É como se o gerente assaltasse o próprio banco e o banco pagasse (e bem) seu causídico. Chama-se Açaismo jurídico!Image
 
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Espanha e Portugal passaram por longas ditaduras, que acabaram nos anos 70. Por lá ninguém pensa em questionar a democracia. Zero. E no Brasil os militares arrastam as correntes. Ameaçando com golpe. Dia sim, dia sim. Por lá, estariam presos esses insurretos institucionais.
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30
Abr22

O indulto, o príncipe, o juiz e o esbofeteamento da nação

Talis Andrade

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Por Lenio Luiz Streck /ConJur

- - -

Todos já sabem do enredo. O Supremo Tribunal Federal julgou em 20 de abril de 2022 o deputado federal Daniel Silveira. Acusado de vários crimes (coação no curso do processo, incitação à animosidade entre as Forças Armadas e o STF e tentativa de impedir o livre exercício dos Poderes da União), restou condenado a oito anos e nove meses de reclusão, em regime inicial fechado, além de multa. Também foi determinada a perda do mandato do parlamentar e a suspensão de seus direitos políticos enquanto durarem os efeitos da condenação.

No dia seguinte ao do julgamento, o presidente da República concedeu o benefício da graça (indulto) mediante decreto ao parlamentar, de quem é aliado. Nele, o presidente determinou que os efeitos primários e secundários da condenação fossem anulados.

Pergunta-se: sendo o indulto uma prerrogativa do presidente da República, poderia ele, todavia, ter indultado um aliado seu, colocando, ademais, como razões fundamentais uma adesão ao comportamento do parlamentar, além de fazer uma censura da decisão da Suprema Corte?

Poderia o presidente perdoar crimes atentatórios ao próprio regime constitucional — envolvendo a própria sobrevivência da democracia, na medida em que houve também um ataque ao Supremo Tribunal Federal, que tem a função precípua de ser o intérprete último e guardião da Constituição?

Bom, já há várias ADPFs tramitando no STF contra o decreto de indulto. O CFOAB aprovou, em reunião de sua Comissão de Estudos Constitucionais, no dia 27/4/2022, parecer que propõe que a OAB ingresse com a respectiva ação (ver aqui e aqui).

 

Os limites de (qualquer) decisão no Estado democrático de Direito

Parece evidente que discricionariedade não se confunde com o arbítrio. A melhor doutrina — brasileira e estrangeira — indica não haver discricionariedade quanto ao modo e o procedimento pelo qual essa prerrogativa é exercida. Numa palavra inicial: uma autoridade não pode tudo.

Parece, de pronto, despiciendo discutir se o processo objeto do indulto deveria ter transitado em julgado ou não. O problema é mais grave e reside no desvio de finalidade. Isto é, trata-se de discutir a constitucionalidade do ato.Image

Ao fazê-lo, em última análise, o presidente avaliza a conduta criminosa do parlamentar. O presidente da República torna-se fiador de um criminoso condenado por atentar contra as instituições republicanas. É disso que se trata. É assim que devemos ler essa fenomenologia.

O parlamentar atacou o Supremo Tribunal, a Constituição e, assim, atacou a própria democracia constitucional brasileira. Isso já se via em Shakespeare, em seu "Henrique 4º", parte 2. Na peça, o filho de Henrique (que logo será Henrique 5º) esbofeteia o Lorde Chefe da Corte da Inglaterra. E, para surpresa de todos, o Lorde-Juiz prende o príncipe. Manda-o ao cárcere. O Lorde-Juiz mostra que quem foi esbofeteado foi o Estado da Inglaterra. Ele, Juiz, representava o Rei. O Estado. As Instituições. "Vossa Grandeza esqueceu meu posto", diz o Juiz ao então príncipe. A literatura parece sempre estar à frente do seu tempo.

Decretando "graça constitucional" a um aliado político, não apenas perdoando como, ainda, dizendo não ter havido crime, Bolsonaro ofende os mesmos princípios desrespeitados pelo criminoso. Para usar a linguagem shakespeariana, esbofeteia o juiz. E a República. Se quem ataca a democracia usa a democracia para fazer isso, de que modo a própria democracia poderá sair desse paradoxo?

O precedente recente do STF fulmina o decreto de indulto. Disse o STF (voto ministro Alexandre de Morais na ADI 5.874) "A análise da constitucionalidade do Decreto de Indulto deverá, igualmente, verificar a realidade dos fatos e também a coerência lógica da decisão discricionária com os fatos. Se ausente a coerência, o indulto estará viciado por infringência ao ordenamento jurídico constitucional e, mais especificamente, ao princípio da proibição da arbitrariedade dos poderes públicos que impede o extravasamento dos limites razoáveis da discricionariedade, evitando que se converta em causa de decisões desprovidas de justificação fática e, consequentemente, arbitrárias." O precedente é autoexplicativo. O contexto (realidade dos fatos) aponta para a irrazoabilidade do decreto, assim como é evidente a falta de coerência lógica da decisão de Bolsonaro.

 

Indultos são para resolver problemas; não para criá-los e tampouco servem para ofender o Poder Judiciário

Presidentes não são reis eleitos. Há limites. Sob o pretexto de estar exercendo uma prerrogativa constitucional em abstrato, o presidente da República está

(i) enfrentando uma decisão soberana do Supremo Tribunal e

(ii) subscrevendo as ofensas, os ataques, e as ameaças sofridas pela Suprema Corte. É esse o cerne da discussão.

Dizendo não ter havido crime, o presidente da República coloca-se em posição de superintérprete da Constituição. E, na democracia, não há espaço para superinterpretações. Se o STF decidiu quais são os atos que ferem a democracia e ao próprio STF, não pode ser o presidente que se arvorará no intérprete do intérprete. O presidente não é o superego da nação. Há abuso de competência. Quem guarda a Constituição Federal é o STF, não o presidente da República.

É preciso dizer que a Constituição não pensou no indulto individual — ou mesmo as outras disposições do Artigo 84 — como um botão de implosão do sistema, fundamentalmente porque deve ser lida como um todo e não a partir de dispositivos que estabelecem prerrogativas, mas não permitem que estes sejam acionados ao bel prazer do chefe do Poder Executivo. Isso é elementar. Uma leitura enviesada, anarco-textualista (assim como existem os anarco-capitalistas, existem os anarco-textualistas), poderia levar, nessa linha de implosão sistêmica, por exemplo, à intervenção das Forças Armadas nos termos da "dicção" do artigo 142 da CF — leitura essa que já foi sepultada pela Suprema Corte brasileira.

Premissa básica, então, é que a decisão por indultar alguém deve atender, especialmente, ao interesse público e não pode — sob nenhuma perspectiva — ter o condão de ferir o princípio da impessoalidade, de modo que o agente político deve manter equidistância e imparcialidade na concessão do indulto.

Dizendo de outro modo, não é porque em outro contexto, outro tipo de indulto, geral, concedido por outro presidente, foi tido como legal que isso significa que todo indulto ou graça ou perdão é legal, à conveniência do presidente. O próprio julgado reconhece que há limites e que a questão é sempre passível de exame do Judiciário. Endossar os ataques, as ofensas e as ameaças de um criminoso imediatamente após sua condenação por parte do Supremo Tribunal parece ser um desses limites. Do contrário, fracassa(re)mos — em uma teoria de precedentes, em uma compreensão sobre prerrogativas presidenciais, fracassamos enquanto república constitucional.

Diante da extensa jurisprudência elencada, percebe-se que o caso concreto demonstra um evidente desvio de finalidade. Antes de ser algo, nunca foi constitucional.

Numa palavra final: parafraseando Michael Stolleis: o Brasil tem relutância em olhar no espelho. Por isso, não se pode fazer uma "avaliação gentil" dos atos autoritários que remontam ao antigo regime. Somente uma avaliação gentil salvaria o decreto presidencial da inconstitucionalidade.

Apelo a Shakespeare e ao seu Henrique IV. O príncipe esbofeteara o juiz. Que o prendera. O lorde-juiz justifica seu ato tomado contra o príncipe, dizendo:

"Vendo em vós o ofensor de vosso pai, foi que fiz uso enérgico de toda a minha autoridade, a fim de enviar-vos para a prisão".

E eis a resposta do Rei:

"— Tendes razão, Juiz; é com equidade que pesais isso tudo; conservai, pois, a espada e a balança. Só desejo que vossas honras cresçam até que a vida vos chegue, para verdes que meu filho vos ofende e obedece como o fiz."

E arremata:

"— Possa eu também viver para as palavras repetir de meu pai: 'Feliz me julgo por ter um servidor de tanta têmpera, que se atreve a julgar meu próprio filho, e não menos feliz por ter um filho que assim entrega sua grandeza ao braço da Justiça'."

Assim o bardo nos mostra como ocorreu o confronto na Inglaterra entre o filho do rei e o juiz. Entre Executivo e Judiciário.

A resposta de Henrique 5º mostra a grandeza que deve ter um chefe de Estado.

28
Abr22

Bolsonaro quer eleição apurada em ‘computador militar’

Talis Andrade

 

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por Fernando Brito

Pronto: Jair Bolsonaro encontrou a fórmula, inédita no mundo, para transformar uma eleição em um golpe militar, sem o uso de tanques, carros blindados e tropas de choque.

Basta um cabo (USB?) soldado nos computadores da Justiça Eleitoral, que transfira os dados para o computador do Exército, e a sua vitória estará garantida. Pelo menos é o que se depreende do que disse, agora há pouco, o presidente:

“Quando encerra eleições e os dados chegam pela internet, e tem um cabo que alimenta a ‘sala secreta do TSE’. Dá para acreditar nisso? Sala secreta, onde meia dúzia de técnicos diz ‘quem ganhou foi esse’. Uma sugestão é que neste mesmo duto seja feita uma ramificação, um pouco à direita, porque temos um computador também das Forças Armadas para contar os votos”, disse Bolsonaro, informa a Folha.

Como ‘a ramificação’ é ‘um pouco à direita’, não é difícil imaginar o que aparecerá no ‘computador militar’.

É bom que as chefias militares vejam no que estão se metendo, porque este é o caminho mais perigoso, não só para o país, mas para elas próprias. Bolsonaro, como qualquer comandante, só deve ser obedecido em suas ordens legítimas e não há nada de mais ilegítimo do que forças militares usurparem o controle da apuração do processo eleitoral, algo que nem durante o período autoritário foi feito.

Isto é, evidentemente, uma patacoada, mas envolver as Forças Armadas numa patacoada é criminoso e perigoso. Coloca-as na posição de usurpadoras do voto popular e de – não há outra conclusão possível – de dispostas a fraudar, na apuração, a vontade popular.

A declaração foi feita numa cerimônia oficial, em pleno Palácio do Planalto, onde pontificou como “herói” o leão de chácara aliviado de sua condenação pelo presidente.

Ele é, agora, o símbolo anabolizado da liberdade de expressão, inclusive para ameaçar dar surras e tiros.

Quem sabe Bolsonaro não vai usar sua “Bic” para nomeá-lo o próximo ministro “da defesa” pessoal?

Image

[Cabines eleitorais nos quartéis, eleição apurada em computador militar, por robôs que usam lubrificantes íntimos adquiridos pelas forças eretas e armadas. Com o Viagra adquirido pelo Ministério da Defesa, teremos a dita dura dos marechais de Bolsonaro] 

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