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O CORRESPONDENTE

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O CORRESPONDENTE

09
Fev22

‘Lucio Costers’: os milicianos radicados na avenida onde Moïse foi espancado até a morte

Talis Andrade

luciocosters.jpg

 

São vários, os mafiosos ou com fortes ligações com a máfia. O mais famoso já defendeu na tribuna da Câmara o uso da “vara de correção” para salvar jovens do inferno

 

 

por Hugo Souza

É tanta barbárie, desgraça e comoção – e confusão – envolvendo o espancamento até a morte do congolês Moïse Kabagambe num quiosque da Barra da Tijuca, que certos fatos direta ou indiretamente ligados ao cruento episódio vêm assim passando batidos, por mais que altamente indiciários das possíveis conexões por trás do assassinato.

Um deles é o relato dando conta de que o dono do quiosque Tropicália, que a polícia do Rio faz tanta questão de preservar, foi quem teria acionado os dois policiais militares que passaram os dias subsequentes ao crime tentando intimidar a família de Moïse, quando a família de Moïse correu atrás de explicações.

No dia seguinte ao assassinato, familiares de Moïse foram até o Tropicália tentar mobilizar o dono do quiosque para ir à polícia falar sobre o crime, já que a polícia parecia – e estava – quase que totalmente inerte.

O dono do Tropicália, segundo a família do morto, pareceu concordar e disse que ia ali buscar o carro, mas demorou-se, e neste meio tempo apareceram o cabo Leandro de Oliveira Vigaldi e o soldado Cleiton Lamonica Senra – “um cabo e um soldado”, mas estes da PM – pedindo documentos e fazendo sermão sobre como são bem-aventurados os que não fazem perguntas demais.

Outra informação das mais relevantes, crucial mesmo, é que dias antes de Moïse Kabagambe ser assassinado apareceram nas imediações do crime os corpos de outros dois homens mortos por “ação contundente”, ou seja, espancados.

Um deles foi encontrado boiando no mar na altura do número 2.630 da avenida Lucio Costa. Ele tinha as mãos amarradas, como Moïse teve as dele antes de morrer. O outro jazia na faixa de areia na altura do número 3.300 da antiga avenida Sernambetiba, transformada em avenida Lucio Costa em 1998 por decreto do então prefeito Luis Paulo Conde, após a morte do arquiteto responsável pelo plano urbanístico da Barra.

Mais um fato sinalizador é que a Lucio Costa, a avenida, reduto carioca de espancamentos neste início de 2022, é ou foi até recentemente endereço de vários grão-mafiosos, “milicianos” do Rio de Janeiro, ou figuras diretamente ligadas à milícia, algumas com prerrogativa de foro e quase todos com histórico de relações, digamos, B2B – business to business.

Come Ananás levantou as localizações dos imóveis em processos judiciais, denúncias do Ministério Público e imagens de prisões de milicianos divulgadas pela mídia. À exceção de um, no Recreio dos Bandeirantes, todos os imóveis ficam entre o posto 3 e o posto 5 da Barra da Tijuca. O condomínio Vivendas da Barra fica no meio, no posto 4. E todos são apartamentos, exceto os imóveis em questão que ficam no Vivendas, as casas 55 e 66.

Comecemos, então, pela casa 66 do número 3.100 da avenida Lucio Costa, que até há pouco era habitada pelo apertador de gatilho do assassinato de Marielle Franco, o ex-PM Ronnie Lessa. Lessa é apontado como integrante do grupo de matadores de aluguel “Escritório do Crime”, que, como talvez dissessem os “Faria Limers”, é um player do ramo de fazer turnover de targets; uma subsidiary da parent company Milícia de Rio das Pedras, Muzema e Gardênia Azul.

O “Escritório do Crime” era chefiado pelo também ex-PM Adriano da Nóbrega. Adriano foi morto há dois anos na Bahia. Conhecido como “Capitão Adriano”, Nóbrega tinha laços com outro capitão – este, mais famoso, do Exército de Caxias – e com seus filhos, especialmente o mais velho, o 01.

Residencial-hotelFórum: “Vivendas da Barra Pesada”, lar dos Bolsonaro, tem mais um bandido  preso – Onze de Maio

A 350 metros do Vivendas da Barra fica o prédio onde um dos chefes da milícia na Gardênia Azul, o ex-vereador carioca Cristiano Girão, comprou em 2002 um apartamento que valia R$ 500 mil, mas pagando apenas 12% deste valor, R$ 60 mil.

Girão foi preso em julho do ano passado. Antes, quando Ronnie Lessa foi preso pelo assassinato de Marielle, a polícia achou na casa 66 do Vivendas da Barra anotações com o nome de Girão, que anos antes teria acionado Lessa para matar o ex-policial conhecido como André Zoio, porque Zoio teria se arriscado como concorrente do ex-vereador no ramo de aluguéis na Gardênia. Zoio e sua namorada foram mortos em 2014, em Jacarepaguá. O carro onde estavam foi crivado com mais de 40 tiros – de fuzil.

Do mesmo prédio onde Girão “investiu” em 2002, saiu algemado em 2017 um homem chamado Cleber de Oliveira Silva, vulgo “Clebinho”. Ele guardava um tesouro em joias no apartamento de quatro quartos com vista para o mar e tinha R$ 168 mil em espécie malocados no porta-malas de um Chevrolet Camaro. Cleber foi preso acusado de ser “agente financeiro”, lavador de dinheiro de uma outra milícia da Zona Oeste, esta atuante no bairro de Santa Cruz.

Outro miliciano da Zona Oeste, um dos chefes da milícia de Rio das Pedras, o ex-sargento da PM Dalmir Pereira Barbosa foi preso em 2011 em casa, ou melhor, num loft de um residencial-hotel da avenida Lucio Costa, a 500 metros do Vivendas da Barra.

Dalmir, ligado à máfia dos transportes, é acusado de matar, em 2003, o então chefe de gabinete da extinta Superintendência Municipal de Transportes Urbanos do Rio (SMTU), Paulo Roberto da Costa Paiva. É outro que construía prédios mambembes nos subúrbios proletários do Rio enquanto acordava todos os dias com vista para o Atlântico.

Está registrado no loft de Dalmir Pereira Barbosa no residencial-hotel da Lucio Costa, e tendo Dalmir como administrador, um CNPJ ativo de uma empresa aberta em 2018 e que tem como finalidades principal e secundária no CNAE, respectivamente, aluguel e loteamento de imóveis…

Uma spin-off do ‘Escritório do Crime’

O ex-major da PM Dilo Pereira Soares Júnior é mais um mafioso da Zona Oeste proprietário de imóvel na Lucio Costa, este no Recreio dos Bandeirantes. Dilo foi denunciado pelo Ministério Público junto com Dalmir Pereira Barbosa por formação de milícia em Rio das Pedras.

Na denúncia, dizia-se que “o grupo criminoso, inclusive, para a manutenção de suas atividades ilícitas, utilizava de seu domínio armado sobre a população, criando ‘currais eleitorais’ nas comunidades que controlavam, tentava introduzir seus membros na administração pública e nos cargos eletivos de vereadores e deputados”.

E mais um “Lucio Coster”: preso em julho de 2019 em seu apartamento na antiga Sernambetiba, e que fica a pouco mais de 700 metros do Vivendas da Barra, o advogado Leonardo Igrejas Esteves Borges movimentou R$ 25 milhões ao longo de quatro anos em dinheiro engatado a empreendimentos miliciano-imobiliários na Muzema.

Quem também empreende neste ramo na Muzema é o “Escritório do Crime”, que usou dinheiro da rachadinha de Flavio Bolsonaro para financiar, vamos dizer assim, sua spin-off de construção civil. Foi, aliás, movimentando dinheiro de maneira heterodoxa que Flavio Bolsonaro comprou em 2014 um apartamento no número 3.600 da avenida Lucio Costa, pagando parte do acertado, R$ 30 mil, em espécie.

O apê de Flávio fica pertinho do condomínio de seu pai, como se o Vivendas da Barra não terminasse em muros, espalhando ramas pela Barra da Tijuca, pelo Brasil.

Quebra-chamas

E, portanto, voltamos ao Vivendas da Barra. Neste país, nos últimos anos, tudo volta ao Vivendas da Barra. Temos então, como grande expoente dos “Lucio Costers”, o homem da casa 58, o vizinho do apertador de gatilho da casa 66 do condomínio localizado ao número 3100 da avenida dos Espancamentos.

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As últimas notícias em que o homem da casa 58 e o da 66 aparecem dividindo as mesmas linhas na imprensa dão conta de que um dos decretos armamentistas assinados por Jair Bolsonaro pode beneficiar Ronnie Lessa num processo que Lessa enfrenta por importação ilegal de um lote de um acessório para fuzil chamado quebra-chamas.

O quebra-chamas é inútil para praticantes de tiro ao prato e para colecionadores de fuzis de assalto, mas pode ser muito útil para assassinos profissionais, porque “camufla” o atirador ao reduzir em até 85% o clarão provocado pelo disparo.

O 16 quebra-chamas importados por Lessa em 2017 tinham como destino a República de Rio das Pedras, mas foram interceptados pela Receita Federal do Brasil. Em um decreto assinado no ano passado, Bolsonaro excluiu o quebra-chamas da lista de Produtos Controlados pelo Exército (PCE), “legalizando”, na prática, o comércio do apetrecho.

Assim atua “o cara da casa de vidro”, para quem comparsas de Adriano da Nóbrega telefonaram após a execução do miliciano pela polícia da Bahia. A “casa de vidro”, registre-se, não é o número 55 do Vivendas da Barra, mas sim o Palácio do Planalto – ou o da Alvorada. E há duas décadas o futuro “cara da casa de vidro” e o verbo “espancar” já dividiam as mesmas linhas de reportagens da imprensa carioca:

A ‘vara de correção’

Isso foi há duas décadas. Há uma, Jair Bolsonaro foi o deputado federal que mais se manifestou na tribuna da Câmara, com quatro discursos, sobre a chamada “Lei da Palmada”, que apesar dos latidos foi aprovada prevendo punição para castigos físicos e tratamentos degradantes contra crianças e adolescentes. Bolsonaro, qualquer um pode inferir, foi contra o então projeto de lei, e lançou mão de todos os artifícios regimentais para impedir a votação da matéria.

Em um dos discursos que fez na época na tribuna da Câmara dos Deputados, Bolsonaro esgrimiu o seguinte argumento para fundamentar sua posição: “existem passagens bíblicas que dizem, dentre outras coisas, que, quando um pai usa a vara de correção, está salvando o filho do inferno”.

Testemunhas disseram que os empunhadores de varas de pau que mataram Moïse Kabagambe anunciavam a quem passava que “queriam dar um corretivo” no congolês, acusando-o de comportar-se muito mal.

Está certo que no Rio a chapa é quente e o bagulho é doido. Mas quem é que mata alguém em plena Lucio Costa a golpes de varas de correção, com a desenvoltura de quem usa um fura-coco, e depois se vira sobre os calcanhares para voltar aos prosaicos afazeres – dois latões saindo, um refrigerante para o freguês – largando o corpo à vista de todos, amarrado, arrebentado, esfriando junto ao freezer de cervejas estalando a zero grau, a dez passos do quiosque operado por um policial militar?

Só mesmo quem se fia nalgum belo tipo de anteparo.

quem matou marielle milicia.jpg

 

 

 

30
Jan20

Polícia e MP do Rio prendem milicianos na base dos Bolsonaro

Talis Andrade

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Flávio Bolsonaro e Fabrício Queiroz 

Jornal GGN – Uma megaoperação que prende pelo menos 31 pessoas na manhã desta quinta (30) foi deflagrada pela Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro. Os alvos são da região de Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, onde o clã Bolsonaro tem influência.

Foi em Rio das Pedras que Fabrício Queiroz permaneceu longe dos holofotes quando, em dezembro de 2018, a mídia revelou o esquema de rachadinha dirigido por ele, no gabinete de Flávio Bolsonaro.

Também são de Rio de Pedras os milicianos do Escritório do Crime, investigados por possível envolvimento na morte de Marielle Franco.

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Ronnie Lessa e Élcio Queiroz

 

Segundo o G1, para esta operação, conversas entre Ronnie Lessa e um policial civil foram usadas nas investigações.

Lessa foi acusado pelo MP de matar Marielle. Foi para buscar o miliciano, que é vizinho de Jair Bolsonaro no Rio de Janeiro, que Élcio Queiroz teria solicitado liberação de entrada na portaria junto ao imóvel do presidente.

Megaoperação da Polícia Civil e do MP mira milicianos que agem na Zona Oeste do Rio

por Ana Carolina Torres, Rafael Nascimento de Souza e Vera Araújo
 

Extra - A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio fazem uma megaoperação, na manhã desta quinta-feira, em vários bairros da Zona Oeste do Rio para prender milicianos que atuam em Rio das PedrasMuzema e localidades próximas, naquela região. São 45 mandados de prisão preventiva a serem cumpridos. Agentes estão em diversos bairros, como Jacarepaguá, Pechincha e Barra da Tijuca. Até as 9h45, 31 pessoas haviam sido presas. Entre eles, o policial civil Jorge Luiz Camillo Alves. De acodo com o MP, foi flagrado em uma "intensa sequência de diálogos" com Ronnie Lessa, acusado de executar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes junto com Élcio de Queiroz.

O MP diz que "em vários trechos dos diálogos se refere a ele (Jorge Luiz) como o 'Amigo da 16', numa referência à delegacia (16ª DP, na Barra da Tijuca) onde o mesmo está lotado". Além de Camilo, outros policiais civis e militares são procurados por dar apoio ao bando paramilitar.

Camillo foi preso em casa. Além dele, outros dois agentes estão presos na Corregedoria da Polícia Civil, no Centro do Rio.

— Foi instaurado um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) para a apuração do desvio funcional praticado pelo investigador. No final da apuração, ele e seus colegas poderão ser expulsos da Polícia Civil — disse o corregedor, delegado Glaudiston Galeano Lessa.

O MP chegou a esse policial civil graças à análise de um telefone celular apreendido na Operação Lume, durante a qual Lessa e Queiroz foram presos.

Os presos na operação seguem para a Cidade da Polícia, no Jacarezinho, na Zona Norte da capital. Um deles é o PM Francisco Valentim de Souza Júnior. O militar foi encontrado em casa, na Penha, na Zona Norte do Rio. Sua arma foi apreendida. Atualmente, ele trabalhava no Fórum da Barra da Tijuca.

A ação desta quinta foi batizada de Os Intocáveis II e é um desdobramento da operação Os Intocáveis, realizada em 22 de janeiro de 2019. Naquela ocasião, treze pessoas foram denunciadas por organização criminosa e foram apreendidos documentos e aparelhos eletrônicos. Esse material foi analisado e, então, foram identificados novos suspeitos de participação na milícia.

Além do Rio, a Polícia Civil também está em busca de quatro suspeitos no Piauí e de outros dois na Bahia. Durante as buscas e apreensões nas casas dos denunciados, os policiais apreenderam celulares, computadores e documentos que poderão ajudar nas próximas investigações e operações.

Por conta da quantidade de presos, três delegacias estão lavrando os autos de apreensão. São elas: Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA), Defraudações (DDEF) e do Consumidor (Decon).

Participação de policiais

Os policiais alvos da operação são lotados na 16ª DP (Barra da Tijuca), no 18º BPM (Jacarepaguá) e no 31º BPM (Recreio dos Bandeirantes). Independentemente do pedido de prisão preventiva, foi pedida a medida cautelar de suspensão do porte de arma de fogo e do exercício da função dos agentes.

Segundo as investigações, desde 5 de junho de 2014, os denunciados, chefiados por Dalmir Pereira Barbosa, Paulo Eduardo da Silva Azevedo e Epaminondas Queiroz de Medeiros Júnior, o Capitão Queiroz, praticam vários crimes. Entre os delitos estão grilagem; construção, venda e locação ilegais de imóveis; posse e porte ilegal de arma de fogo; extorsão de dinheiro de moradores e comerciantes com a cobrança de taxas; ocultação de bens por meio de "laranjas"; pagamento de propina a agentes públicos; agiotagem; e utilização de ligações clandestinas de água e energia em imóveis construídos ilegalmente.

Um funcionário da Fundação Parques e Jardins também está entre os denunciados. Joailton de Oliveira Guimarães é acusado de ter pedido "ajuda financeira" para seguir com um procedimento administrativo de interesse de Murad Muhamad, também denunciado.

Na denúncia, o MP lista a conduta dos 45 denunciados. eles estão distribuídos entre diferentes núcleos de atuação na quadrilha: liderança, auxiliares diretos da liderança, policial, segurança, financeiro, "laranjas" e imobiliário.

Megaoperação mira 45 envolvidos com a milícia de Rio das Pedras

Por ANDERSON JUSTINO e RAI AQUINO

Os 45 alvos da operação:Image
 
1. Jorge Luiz Camillo Alves: policial civil, chefe de Investigação da 16ª DP (PRESO)
2. Francisco Valentim de Souza Júnior: sargento da PM, lotado no 31º BPM (PRESO)
3. Epaminondas Queiroz de Medeiros Júnior, o Capitão Queiroz: um dos chefes da milícia
4. Dalmir Pereira Barbosa: um dos chefes da milícia
5. Paulo Eduardo da Silva Azevedo: um dos chefes da milícia
6. Joailton de Oliveira Guimarães: Servidor da Fundação Parques e Jardins
7. Antonio José Carneiro de Carvalho Lacerda

8. Douglas Rodrigues Moreira

9. Wagner Ignacio

10. Fabio Costa da Silva

11. Alex Fabiano Costa de Abreu
12. Durval de Souza Teixeira

13. Wesley da Silva Rodrigues

14. Alex Batista dos Santos

15. Antônio Narcelio Silva da Costa

16. Ramon Costa dos Santos

17. Lucas de Souza Mattos

18. Marcus Vinicius Azevedo Ramalho

19. Rodrigo Vassali Dutra

20. Antonia Cardoso Almeida

21. Rodrigo Rodrigues Fonseca

22. Caio Fernando Costa de Oliveira

23. Erileide Barbosa da Rocha

24. Adginaldo dos Santos

25. Charles Marques Basílio Gomes

26. Isamar Moura

27. Francisco das Chagas de Brito Castro

28. Walter Alves de Brito

29. Raelson Vieira Brito

30. Josiana Sousa da Silva

31. Fernando Braga Ribeiro

32. Celso Moura Ferreira

33. Carla Alexandra da Fonseca De Araújo

34. Bruno Leonardo Fonseca Teixeira

35. Francisco Francinário Bezerra

36. Higor Alberto Rufino

37. Tereza Paula Silva Felipe

38. Rafael Jesus de Oliveira

39. Uendson Conceição Batista

40. Murad Mohamad

41. Omar Mohamad

42. Geová Fidelis Soares

43. Daniel Alves de Souza

44. Bruno Pupe Cancella

45. Antonio Rondynele Silva Souza
Helicóptero da Polícia Civil dá apoio à ação - Reprodução / Internet
VÁRIOS CRIMES
 
De acordo com o Ministério Público, a organização criminosa age na região desde 5 de junho de 2014 e é liderada por Dalmir Pereira BarbosaPaulo Eduardo da Silva Azevedo e Epaminondas Queiroz de Medeiros Júnior, conhecido como Capitão Queiroz. O grupo é investigado pelos seguintes crimes:
 
. Grilagem
. Construção, venda e locação ilegais de imóveis
. Posse e porte ilegal de arma de fogo
. Extorsão de moradores e comerciantes com a cobrança de taxas mediante "serviços" prestados
. Ocultação de bens adquiridos com participação de "laranjas"
. Pagamento de propina a agentes públicos
. Agiotagem
. Utilização de ligações clandestinas de água e energia nos empreendimentos imobiliários ilegalmente construídos
 
Ainda segundo o MPRJ, a quadrilha usa arma de fogo para manter o controle sobre a região, além de contar com a participação de agentes públicos, ativos e inativos, especialmente policiais militares e civis. Com os servidores, os milicianos conseguem informações privilegiadas para manter as atividades ilegais e, assim, aumentarem sua área de atuação, "arvorando-se assim em poder paralelo ao Estado".
O grupo investigado age através de diferentes núcleos de atuação, dentre eles, a liderança e seus auxiliares diretos, como policial, segurança, financeiro, "laranjas" e imobiliário.
 
CASO MARIELLE
 
A operação Os Intocáveis foi realizada no dia 22 de janeiro de 2019, quando 13 pessoas foram denunciadas por formação de organização criminosa em Rio das Pedras e região. A partir da análise de documentos e aparelhos eletrônicos apreendidos na ocasião foi possível identificar a participação dos novos criminosos em crimes praticados pela mesma quadrilha.
As investigações avançaram a partir da análise de celulares apreendidos na Operação Lumerealizada em 12 de março de 2019. Na ocasião, foram presos Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, acusados pelos assassinatos da vereadora Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes.
 
O material mostrou uma intensa conversa entre um dos policiais civis denunciados agora, Jorge Luiz Camillo Alves, com Lessa. Em vários trechos dos diálogos, Ronnie se refere ao policial como o Amigo da 16, numa referência à delegacia onde o agente é lotado.
"Daí a importância da apreensão de documentos, agendas, cadernos de anotações, telefones celulares, notebooks, computadores, dispositivos de armazenamento como pendrives, HDs externos e cartões de memória, com a quebra do sigilo de dados, para a continuidade das investigações", diz trechos da denúncia.
 
A ação de hoje é comandada pelo Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE) e conta com a participação de várias delegacias e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core). Um helicóptero da polícia dá cobertura aos agentes.
Jornal O Dia@jornalodia

Megaoperação da Polícia Civil contra a milícia em Rio das Pedras tem apoio de um helicóptero da corporação

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