Como uma assombração renitente, o miliciano Adriano da Nóbrega, assassinado em fevereiro de 2020, na Bahia, com todas as características de queima de arquivo, reaparece agora na voz de uma de suas irmãs.
Reportagem de Ítalo Nogueira, nesta Folha, revela grampos telefônicos feitos pela polícia do Rio, em que Daniela da Nóbrega afirma que o irmão, chefe do Escritório do Crime, se considerava um “arquivo morto”. E, completa ela, “já tinham dado cargos comissionados no Planalto pela vida dele” e “fizeram uma reunião com o nome do Adriano no Planalto”.
Na distopia tropical em que assassinatos, corrupção, poder e política se misturam com espantosa naturalidade, Fabrício Queiroz, operador da rachadinha, tentou desmentir a irmã de Adriano, dizendo que ela quis se referir ao Palácio Guanabara, sede do governo do Rio de Janeiro, não ao Planalto.
Foi a mesma versão adotada em seguida por seu amigo do peito, Bolsonaro. “Em vez de falar Palácio Laranjeiras [também do governo do Rio], falou Palácio do Planalto”, especulou. Ambos tentam empurrar a execução de Adriano para o ex-governador Wilson Witzel.
O mais grave, porém, é que em ato falho, Bolsonaro relacionou ele mesmo e Adriano da Nóbrega ao assassinato da vereadora Marielle Franco, em março de 2018, sem que esse vínculo tenha sido apontado pelos novos grampos. “Alguém me aponta um motivo que eu poderia ter pra matar Marielle Franco?” Quatro anos depois do crime, essa é uma das muitas perguntas ainda sem resposta.
Um ano atrás, o espectro de Adriano já havia aparecido num documento do MPRJ, revelado pelo The Intercept, que o relacionava ao “cara da casa de vidro”. Segundo a reportagem, seria uma referência à fachada do palácio da Alvorada.
O miliciano assassinado era peça chave para o esclarecimento de crimes que insistem em se aproximar do clã Bolsonaro. Não surpreende que se considerasse um homem marcado para morrer, que não tardaria a ser um “CPF cancelado”.
Ainda bem (será?) que o ator Will Smith não é brasileiro nem deputado federal.
Porque o deboche de Eduardo Bolsonaro às torturas que a jornalista Miriam Leitão sofreu na ditadura (“boazinha”, segundo o general Braga Netto), sendo colocada dentro de uma cela, nua, com uma cobra jibóia para aterrorizá-la, não é uma piada de mau gosto e ofensiva de um idota, como a que aconteceu noOscar, é a adesão tardia a uma agressão indigna de qualquer ser humano.
Míriam é uma adversária política da esquerda, hoje e há muito tempo, mas isso não é ser de esquerda ou de direita, é ser um monstro de vileza
E pior, desperta, como se pode observar noTwitter, a boçalidade das hordas bolsonaristas, que elogiam e naturalizam a tortura, um crime hediondo pela covardia e pelo sadismo.
Fazer, publicamente, apologia de fato criminoso é crime, diz o Código Penal, e não há razão para que o Ministério Público permaneça inerte, porque a tipicidade, segundo pacífico entre os juristas, quando dá em relação a fato concreto, que tenha ocorrido e não a um possível crime futuro, como é o caso.
Não se está sugerindo que se dê uma bofetada em Eduardo Bolsonaro, mas que se dê a devida resposta legal, até pelo exemplo de que não se pode fazer isso com a dignidade de um ser humano.
Mas Augusto Aras, com certeza, não é “A lenda”. É é só um daqueles zumbis do filme de terror que estamos vivendo.
Na última terça-feira (22), a Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, por quatro votos a um, condenar o ex-procurador Deltan Dallagnol pelo famoso showzinho do PowerPoint contra Lula. Foi fixada uma indenização de R$ 75 mil – uma merreca se comparada a fortuna acumulada pelo carrasco da Lava-Jato nos últimos seis anos.
A condenação, porém, não mereceu as manchetes dos jornalões O Globo, Folha e Estadão no dia seguinte e também não foi destaque na televisão e nem capa das revistonas semanais. A mesma mídia lavajatista, falsamente moralista, que protegeu os abusos de poder do ex-juizeco Sergio Moro e do seu jagunço Deltan Dallagnol, agora decidiu abafar uma decisão do STJ.
O caso da manipulação dos telejornais foi vergonhosa. Como registrou Mauricio Stycer em matéria no site UOL, o Jornal Nacional da TV Globo “anunciou a decisão na sua escalada (a leitura das principais notícias do dia) e exibiu uma reportagem de três minutos... No Jornal da Band, o apresentador Eduardo Oinegue leu uma nota de 20 segundos e mudou de assunto. Já o Jornal da Record ignorou a notícia”. A condenação também não foi mencionada na edição do SBT-Brasil da terça-feira.
Bem diferente da postura dessas emissoras quando a Lava-Jato promovia a escandalização da política e a satanização das esquerdas – o que deu brecha para o golpe do impeachment contra Dilma Rousseff, para prisão de Lula e para chocar o ovo da serpente fascista que resultou na eleição de Jair Bolsonaro. O mesmo Mauricio Stycer lembra em sua postagem:
“Na noite de 14 de setembro de 2016, o então procurador Deltan Dallagnol foi o protagonista dos telejornais... Naquele dia ele apresentou à mídia a primeira denúncia da operação Lava Jato contra o ex-presidente Lula, relativa ao tríplex do Guarujá. O evento ficou famoso pela exposição em PowerPoint que colocava o petista como figura central do esquema”.
A suspeita doação de R$ 500 mil
“Pela duração das reportagens é possível medir a importância que foi dada ao assunto em 2016. A denúncia de Dallagnol ganhou 13 minutos de cobertura no Jornal da Band. No Jornal Nacional foram 9 minutos e meio. E no Jornal da Record o tema ocupou 6 minutos e meio”. Como se observa, a parcialidade da mídia lavajatista, ontem e hoje, é descarada!
Por falar em manipulação, seria o caso do tal “jornalismo investigativo” apurar como o ex-procurador, atual candidato a deputado federal pelo sinistro Podemos, conseguiu as doações para pagar a indenização a Lula. Segundo o vaidoso Deltan Dallagnol, em apenas dois dias ele teria arrecadado R$ 500 mil. Tem gente suspeitando de picaretagem nessas doações!
Mohana Lessa, traficante de armas, namorada do filho mais novo de Bolsonaro?
O namoro de Jair Renan Bolsonaro com Mohana Lessa, traficante de armas residente nos Estados Unidos, nunca existiu. O condomínio onde Jair Bolsonaro e Ronnie Lessa viviam não foi investigado devidamente, disse o jornalista Joaquim de Carvalho na TV 247. Assista
O jornalista Joaquim de Carvalho, na TV 247, apontou lacunas na investigação sobre o assassinato de Marielle Franco, que completou 4 anos. Ele lembrou das constantes ligações entre as casas de Ronnie Lessa, PM aposentado acusado e preso pelo crime, e de Jair Bolsonaro na época do assassinato, quando os dois moravam no condomínio Vivendas da Barra, na Barra da Tijuca, no Rio.
A versão oficial sustenta que as ligações telefônicas ocorriam devido a um suposto namoro entre a filha de Lessa e o filho mais novo do então deputado federal, Jair Renan.
“Se inventou a história de que o Jair Renan tinha namorado a filha do Lessa e, por isso, havia muitas ligações entre as casas. Mas o Ronnie Lessa já disse que naquela ocasião a filha nem estava no Brasil, estava estudando no exterior. Então, fica a pergunta: por que tantos telefonemas? Por que isso não foi investigado?”, questionou. “Isso é uma lacuna gigantesca que deveria ser investigada”.
"Os diálogos entre o sargento reformado da PM Ronnie Lessa e a filha Mohana Lessa, por meio de um aplicativo de mensagens, são de afeto. Seria uma conversa normal, entre pai e filha, se não fosse o assunto tratado: compra de peças de fuzis. A Polícia Civil e o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP do Rio analisaram o teor das conversas e constataram que Lessa orientava Mohana a enviar as peças que ele comprava no Brasil e mandava entregar no endereço dela, em Atlanta, nos Estados Unidos. Posteriormente, ele encarregava Mohana de mandar a encomenda para o Rio. Os dois foram indiciados pela Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme)por tráfico internacional de armas. O PM reformado está preso desde 2019 sob a acusação de ser o autor dos disparos que mataram a vereadora Marielle Franco (PSOL) e o motorista Anderson Gomes, em março de 2018.
Ronnie Lessa, o assassino de aluguel, que metralhou Marielle Franco
Nas mensagens, Lessa usa como forma de tratamento 'filha'. Ele explica, de maneira metódica, como separar o material que ele comprava pela internet de casa, na Barra da Tijuca, no Rio, e mandava entregar na casa dela, em Atlanta. A jovem, que contava na época com 22 anos, trabalhava como treinadora de futebol em Atlanta, onde morava. Segundo os investigadores, o PM instruía a jovem a colocar o material em embalagens menores, retirando-as dos pacotes originais, para não chamar atenção quando passassem pelo setor alfandegário.
Os diálogos ocorreram entre junho e setembro de 2018 e foram extraídos de um dos celulares de Lessa. O sargento é apontado como autor dos homicídios da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, em 14 de março de 2018. Lessa foi preso no ano seguinte ao crime. Lessa não disfarçava a pressa que tinha pela chegada das peças. Num diálogo do dia 5 de junho de 2018, Mohana pergunta ao pai o que ele prefere DHL ou Fedex".
O Vivendas da Barra volta às páginas policiais com o brutal assassinato de Moïse Kabagambe. No condomínio reside o proprietário do quiosque na Barra da Tijuca e mandante do brutal assassinato do congolês. Crime estranha e rapidamente esquecido pela polícia e o jornalismo investigativo.
Élcio de Queiroz
Élcio Queiroz, ex-PM acusado de participação no assassinato de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, também entrava com frequência no Vivendas da Barra. Planilhas de controle de acesso indicam que, em 11 dessas visitas, Queiroz sempre teve como destino a casa 65, de Lessa.
Em 14 de março de 2018, data do crime, a planilha manuscrita indica que a autorização de acesso na portaria foi dada por alguém da casa 58, onde vivia Bolsonaro.
De acordo com Joaquim de Carvalho, a liberação de informações do condomínio foi feita de maneira seletiva.
“Quando o policial apontou o Élcio e o Ronnie como os executores, mostra as câmeras a partir de determinado momento e não mostra o Vivendas da Barra. Tudo deveria ter começado dali, porque os dois saíram dali”, apontou. “A investigação foi mal feita, e propositalmente”.
Ele cobrou a responsabilização do ministro Braga Netto, por conta da ineficiência da Secretaria de Segurança na ocasião.
“Necessariamente a investigação tem que se debruçar sobre o Vivendas da Barra, levantar câmeras. A medida que vai passando o tempo, vai ficando muito mais difícil. Estamos falando de 4 anos, passou muito tempo. Ainda é possível, mas embaralharam essa investigação. O Braga Netto deve ser responsabilizado por ineficiência, porque isso deveria ser a prioridade número 1 da Secretaria de Segurança naquela ocasião”, prosseguiu.
O crime envergonha nosso país, e é um absurdo que não haja uma resposta sobre o mandante do assassinato da Marielle Franco”
Ao lado de Moro e Bolsonaro, Braga Netto era integrante do trio de afilhados do general Villas Boas, os novos condestáveis de uma república chamada de Brasil.
‘General Villas Bôas, o que já conversamos ficará entre nós. O senhor é um dos responsáveis por eu estar aqui’, disse Bolsonaro ao comandante do Exército durante evento no Ministério da Defesa
No dia2 de janeiro de 2019, durante cerimônia de posse do novo Ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, em seu primeiro dia como Presidente, Jair Bolsonaro soltou uma frase enigmática para o general Villas Bôas, cujo mandato se encerrava ali.
Qual o teor da conversa? Provavelmente passou pelo caso Marielle Franco. E pode explicar porque, até hoje, não foi desvendado o crime contra Marielle Franco?
Foi um crime de repercussão internacional, em que o provável assassino foi detido quase um ano depois, já encerradas as eleições e Jair Bolsonaro empossado presidente, mantido isolado de qualquer contato com o mundo, criando o mais relevante segredo político dos tempos modernos: quem foi o mandante? Como se prende o assassino e não se identifica o mandante?
O próprio Ministro da Justiça do governo Temer, Raul Jungmann, declarou, certa vez, ter certeza da existência de “poderosos” por trás da morte de Marielle.
Uma cronologia ajudará, se não a elucidar, pelo menos a entender melhor a conspiração que levou Bolsonaro ao poder.
Doze dias depois,no dia 17 de janeiro de 2018, o comandante do Exército, general Villas Boas, dava o nihil obstat da força a Bolsonaro, garantindo que não haveria mais restrições a ele.
Em pouco tempo, Bolsonaro deixou de ser uma sombra e se tornou possibilidade concreta de vencer as eleições.No dia 31 de janeiro, DataFolha já sustentava que o único candidato capaz de vencê-lo seria Lula.
No dia 31 de dezembro de 2018 termina a intervenção no Rio de Janeiro.
No dia 11 de janeiro de 2019, ainda cumprindo funções burocráticas finais do período da intervenção, Braga Netto diz saber quem matou Marielle, em uma declaração inacreditável.
Lógico que eu gostaria de ter entregado o caso, mas o próprio novo chefe de Homicídios (delegado do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) deu uma entrevista dizendo que já tomou conhecimento e viu que está muito adiantado (o trabalho de investigação). Nós fizemos todo um trabalho. Nós não procuramos protagonismo. Eu poderia ter anunciado quem a gente acha que foi, dito ao Richard (Nunes, ex-secretário de Segurança) para anunciar. Mas a gente quis fazer um trabalho profissional. Tenho confiança que se mantiver as equipes que estavam na investigação vão chegar a um resultado em breve”, disse o general de Exército.
Na cerimônia de troca do comando do Exército,em 11 de janeiro de 2019, o general Villas Boas saúda Bolsonaro, diz que sua eleição trouxe “renovação e liberação das amarras ideológicas”.
E diz que Bolsonaro, Sérgio Moro e Braga Netto “fizeram história”.
Não agradece o Ministro Luis Roberto Barroso que, tirando Lula da disputa, pavimentou a vitória de Bolsonaro. Provavelmente, por considerá-lo apenas um inocente útil.
Moro assume o cargo de Ministro da Justiça e,menos de um mês depois, Bolsonaro nomeia Braga para o mais importante cargo do governo, o de Ministro-Chefe da Casa Civil, responsável por toda a interlocução do Presidente com demais Ministérios, com o Congresso. Era um general recém-saído da ativa, sem nenhuma experiência política, que não fazia parte do círculo de amizades ou alianças de Bolsonaro. Mas era integrante do trio de salvação nacional, os afilhados do general Villas Boas, os novos condestáveis de uma república chamada de Brasil.
Além disso, desde meados de 2018 havia uma disputa surda entre olavistas e militares, por cargos no governo Bolsonaro. A escolha de Braga Netto para a Casa Civil faz o pêndulo virar definitivamente para a ala militar,
No dia 13 de março de 2019, é preso Ronnie Lessa, como provável assassino de Marielle. Fica-se sabendo que morava no mesmo condomínio de Bolsonaro, a poucos metros de sua casa, era contrabandista de armas. Ao mesmo tempo, descobrem-se as ligações do vereador Carlos Bolsonaro com o Escritório do Crime, empregando parentes de Adriano da Nóbrega, o chefe do Escritório.
Aceita-se como normal que Bolsonaro, ligado ao submundo do Exército e das milícias, com ligações diretas com os principais responsáveis pelo Escritório do Crime, morando a algumas dezenas de metros da casa de Ronnie Lessa, sustentasse não ter relações maiores de conhecimento com ele.
Nos meses seguintes, há um jogo de varrer a sujeira para baixo do tapete, do qual participaram o Ministro da Justiça Sérgio Moro e procuradoras do Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro.
O jogo culmina com a informação de que, horas antes do assassinato de Marielle, houve uma reunião na casa de Ronnie Lessa, no próprio condomínio de Bolsonaro, do qual saiu o carro conduzindo o assassino.
Seguiu-se um jogo de apagar-pistas, com Carlos Bolsonaro confiscando o sistema de telefonia do condomínio, Sérgio Moro, colocando a Polícia Federal no encalço do porteiro – que sustentava que o motorista pediu, primeiro, para ir à casa de Bolsonaro, as procuradoras do MPE simulando uma perícia no sistema. E a mídia inteira engolindo o álibi de Bolsonaro de que, na hora, da ligação, estava em Brasilia.
Nem a informação de que o PABX do condomínio estava ligado nos telefones fixos e celulares dos moradores comoveu a imprensa.
Junto com Marielle, o jornalismo corporativo também havia sido assassinado.
R$ 1.212 o salário do brasileiro e quase a totalidade das pensões. 14 milhões de trabalhadores estão desempregados. A fome é pior do que a guerra convencional. Idem as pestes do Terceiro Mundo.
Por Ana Eduarda Diehl /Jornal Plural: "O GNV vai bater em oito reais, um monte de gente com fome e diz que a guerra é lá na Ucrânia".
Além da Ucrânia, dezenas de conflitos sangrentos hoje no mundo. Guerras no Iêmen, Etiópia, Mianmar, Síria, Afeganistão, Haiti, Camarões, Mali, Níger, Burquina, Somália, Congo, Moçambique provocam enorme sofrimento humano que a imprensa esconde.
Dinamarca planeja abrigar ucranianos, mas quer saída de sírios."El régimen israelí condena a Rusia" Del artista jordano Emad Hajjaj.
Jaqueline Quiroga
Blog do Noblat
Vejam a mesma cena por outro ângulo. Carlos sentado ao lado do pai em reunião com os russos em Moscou. Atrás deles, sentado, o ministro Augusto Heleno. De pé, encostado na parede, o ministro Luís Eduardo Ramos. Os dois ficaram de fora da mesa principal para dar lugar a Carlos.
Gerardo Santiago
Natália Bonavides
Uma vereadora eleita com quase 50 mil votos na segunda maior cidade do país foi executada a sangue frio. Quatro anos depois, o crime ainda não foi elucidado. Até quando seguiremos sem respostas? #4AnosSemRespostas
Quem mandou o vizinho do Bolsonazi matar Marielle Franco ? Quem estava na casa 58 ? Pq o CARLUXO foi na portaria, mexer no computador ?
Suzanne Bernard
Ivana Emerick
Ajudem a ministra! Compartilhem com seus contatos
Rosa de Luxemburgo
"É preciso fazer uma devassa nas contas desse grupo sinistro chamado MBL", diz Cynara Menezes
Manuela d’Ávila relatou algumas das inúmeras agressões que sofreu especialmente dos milicianos ligados ao MBL: "Ando nas ruas de cabeça erguida porque sei quem sou e o que defendo e sei quem são os mentirosos que me atacam".
Denise Balestra
Eu tenho essa sensação... Será só eu?
Reinaldo Azevedo
Outra novidade que o humanismo ucraniano introduziu na guerra são os “militares estrangeiros”. Antigamente, o nome era “mercenários”. Não paremos de vituperar contra Putin. Sempre será merecido. Mas ñ está faltando um pouco de rigor técnico? Cresce risco de confronto nuclear.
Desesperado com a forte rejeição à sua reeleição entre as camadas mais pobres da sociedade, sobretudo no Nordeste (61%,segundo o último Datafolha), Jair Bolsonaro fez um vídeo neste domingo, 30 de janeiro, onde come frango com as mãos, derramando farofa em cima de si mesmo e no chão. A intenção do presidente era se mostrar um cara simples, do “povão”, e assim tentar reduzir esta rejeição.
O tiro saiu pela culatra. Compartilhado por Fabio Faria, o vídeo rendeu ao presidente a tag #Bolsoporco no twitter eacabou excluídopelo ministro das Comunicações, mas confirmou a impressão geral de que, para Bolsonaro, os pobres são iguais a ele, que não sabe se comportar à mesa. Isso tem nome: preconceito de classe.
Não é a primeira vez que oSujismundo do Planaltotenta, à Janio Quadros –famoso porcolocar talco sobre os ombros para fingir que era caspa–, encenar a imagem de “homem do povo” utilizando imagens em que se alimenta como um animal, com perdão aos animais. Ainda na campanha eleitoral, o então candidato do PSL divulgou uma fotografia onde comia pão com leite condensado sem utilizar prato, com migalhas e líquido espalhados sobre a mesa.Em maio do ano passado, no dia em que o Brasil ultrapassava a triste barreira dos 10 mil mortos pelo coronavírus, Bolsonaro saiu para andar de jet ski no lago Paranoá como se nada estivesse acontecendo e apareceu comendo cachorro-quente numa barraquinha de rua da capital de boca aberta, com restos de mastigação à vista. Aliás, seu médico já recomendou que aprendesse a mastigar direito para não ser internado novamente com obstrução intestinal. Pelo visto o conselho não surtiu efeito. (Cynara Menezes)
Mas afinal por que o xingamento deixou o presidente tão irritado?
Segundo informações que circulam nas redes sociais, o sargento Aristides teria sido instrutor de judô à época em que Jair Bolsonaro cursou a Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), em Resende-RJ.
Bolsonaro esteve na cidade no sábado para participar de cerimônia de formatura dos cadetes da Academia.
Entenda a prisão da mulher que xingou Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro estava com sua comitiva na Dutra, próximo à Aman, e acenava aos veículos que trafegavam pela rodovia que liga São Paulo ao Rio, as duas cidades mais populosas do país, quando foi xingado.
A mulher, que era passageira do automóvel e não teve seu nome revelado, "proferiu palavras de baixo calão e xingamentos", segundo a polícia. O carro foi abordado pela PRF (Polícia Rodoviária Federal).
No local, ela foi encaminhada à equipe da Polícia Federal que estava na Dutra e, de lá, levada para a delegacia da PF em Volta Redonda (RJ), distante cerca de 50 quilômetros, para o registro de um termo circunstanciado pelo crime de injúria.
A mulher não chegou a ficar presa e foi liberada depois de ter assumido o compromisso de que vai comparecer em juízo.
A pena para o crime de injúria, se condenada, é de até três anos de reclusão e multa, conforme o artigo 140 do Código Penal, mas, no caso de ser cometido contra o presidente da República, é aumentada em um terço.
Nos Trends Brasil
@nostrendsbrasil
Aristildes - Bolsonaro manda PF prender mulher que gritou "noivinha do Aristides". O sargento Aristides era instrutor de judô na AMAN, no tempo em que ele foi cadete.
Rogério Carvalho
Não chamem Bolsonaro de “noivinha de Aristides” porque dá prisão! Precisamos desvendar o crime embutido nesta colocação. Pelo que sabemos, Aristides foi instrutor de judô do Bolsonaro no Exército na época em que foi cadete. Onde está a ofensa? Deixem seus palpites.
Toni Bulhoes
A senhora foi detida por chamar o genocida de "Noivinha do Aristides". Aristides era o sargento em cuja cama, segundo Jarbas Passarinho, o então tenente ia chorar as mágoas, nas noites quentes de verão dos aquartelados. #NoivinhaDoAristides
Rany
@PsicologaRany
...esse tal de ARISTIDES era o professor de judô do Bolson4ro? Ele tá chateadA... #noivinhadoaristides
Lia De Sousa
Não chamem o Bolsonaro de "noivinha do Aristides" porque dá cadeia!
Médicos de Cuba fizeram um pacto secreto para promover um medicamento ineficaz contra o coronavírus e assim beneficiar o governo do país, gerando na população a falsa impressão de que a pandemia estava sob controle, às custas das mortes de centenas de milhares de pessoas. Isso te deixou indignado? Agora troque por “médicos do Brasil”, porque foi isso que aconteceu, segundo o depoimento à CPI do Genocídio da advogada Bruna Morato, que representa 12 profissionais da operadora de saúde Prevent Senior.
De acordo com Bruna, seus clientes foram constrangidos pela Prevent Senior a utilizarem nos pacientes o “kit Covid”, coquetel de remédios comprovadamente ineficazes para combater a doença, sob orientação do “gabinete paralelo” do governo.
Existia um conjunto de médicos assessorando o governo federal e esse conjunto de médicos estava totalmente alinhado com o ministério da Economia”, contou a advogada. “O que me explicaram foi que existe um interesse do ministério da Economia para que o país não pare. E se nós entrarmos nesse sistema de lockdown teremos um abalo econômico muito grande. Então existia um plano para que as pessoas pudessem sair às ruas sem medo.”
Os médicos envolvidos foram citados nominalmente por Bruna Morato: os bolsonaristas e negacionistas Anthony Wong (que teria morrido de Covid-19, mas a Prevent ocultou), Nise Yamaguchi e Paolo Zanotto, cada um deles com uma missão específica.
A “estratégia” que eles desenvolveram era “dar esperança para as pessoas irem às ruas, e essa esperança tinha um nome: hidroxicloroquina”, disse a advogada. “A Prevent Senior iria entrar para colaborar com essas pessoas, é como se fosse uma troca, o qual nós chamamos na denúncia de ‘pacto’, porque assim me foi dito. Alguns médicos descreveram como ‘aliança’, outros médicos descreveram como ‘pacto’.”
Randolfe Rodrigues
ATENÇÃO! Informação importante: a advogada Bruna Morato, que representa os médicos da Prevent Senior, disse à CPI que a empresa fez “pacto” com médicos do gabinete paralelo que estariam alinhados com o Ministério da Economia.
Bruna disse ainda que os médicos que se negavam a ministrar o “kit Covid” eram repreendidos publicamente, demitidos ou tinham seus plantões reduzidos. E os pacientes foram induzidos a assinar um termo que não era de consentimento quando recebiam os medicamentos, sem serem informados dos estudos desautorizando peremptoriamente o uso da hidroxicloroquina, da ivermectina e de outros remédios do “kit” para tratar a doença.
Traduzindo: por questões ideológicas e econômicas, médicos orientaram outros a utilizarem remédios que não funcionam em pacientes com Covid-19. Uau. Está explicado o ódio dos bolsonaristas pelos médicos cubanos. Elogiados pelo secretário-geral da ONU por seu trabalho humanitário, não há notícia de que os médicos cubanos tenham se curvado a um governo, rasgando o juramento de Hipócrates e deixando de salvar vidas, missão primordial da profissão.
Leonardo Rossatto
@nadanovonofront
A BRUNA MORATO EXPÔS UMA DENÚNCIA DE QUE A PREVENT SENIOR DIMINUIA DELIBERADAMENTE A OXIGENAÇÃO DOS PACIENTES APÓS 14 DIAS DE INTERNAÇÃO NA UTI PARA "LIBERAÇÃO DE LEITOS". ELES TRABALHAVAM COM O PRINCÍPIO DE QUE "ÓBITO TAMBÉM É ALTA". HOMICÍDIO SIMPLES ASSIM.
O ódio dos médicos de extrema direita aos colegas cubanos começou em 2013, quando a presidenta Dilma Rousseff lançou o programa Mais Médicos e importou profissionais da ilha para atuar nos lugares onde os brasileiros se recusavam a trabalhar (e depois que eles foram embora continuam a recusar, sobretudo nos distritos indígenas). Uma das cenas emblemáticas do período aconteceu em Fortaleza, na chegada do primeiro grupo de cubanos ao Brasil, quando médicos foram ao aeroporto hostilizar os colegas, com vaias e gritos de “volta pra senzala”.
Não por acaso, entre eles estava a médica Mayra Pinheiro, a “capitã cloroquina”, secretária de Gestão do Trabalho do ministério da Saúde de Jair Bolsonaro.
Lola Aronovich
@lolaescreva
Conheça a história da pediatra Mayra Pinheiro, a Capitã Cloroquina. Na foto de 2013, ela grita "Volta pra senzala" pra médico cubano q chegava ao aeroporto de Fortaleza. Ela foi candidata à dep fed (2014) e senadora pelo PSDB (2018), mas ñ se elegeu. Essa desgraça é do Ceará.
Antes de assumir o cargo, Bolsonaro ofendeu tanto os médicos cubanos, duvidando inclusive de sua formação, que o governo da ilha decidiu, em novembro de 2018, chamar de volta os 8300 profissionais. O CFM (Conselho Federal de Medicina), bolsonarista de primeira hora e que tem apoiado todas as decisões absurdas do governo em relação à Covid-19, também combateu ferozmente o programa, uma das razões do ódio de classe ao PT que culminou no golpe contra Dilma, ao lado da PEC que garantiu direitos trabalhistas às empregadas domésticas. E sobre o “pacto da cloroquina”, o que dirá o CFM?
Se dedicar a salvar vidas deve mesmo gerar muito ódio em médicos que só pensam em ideologia, grana e poder. Ser um profissional de saúde comprometido com o bem estar e a vida das pessoas deve mesmo gerar muito ódio. Médico fazendo pacto para dar remédio que não funciona a paciente? Sem dúvida os cubanos jamais seriam cúmplices de atitudes criminosas assim.
“Só existe um problema filosófico realmente sério: é o suicídio. Julgar se a vida vale ou não vale a pena ser vivida é responder à questão fundamental da filosofia”, diz Albert Camus nas célebres primeiras linhas de seu Mito de Sísifo, o livro onde resolve encarar o tabu de dar cabo à própria vida como um fenômeno individual, não social. Decidir seguir ou parar é um dilema, antes de tudo, pessoal, Camus defende. “Um gesto como este se prepara no silêncio do coração, da mesma forma que uma grande obra.”
Quem sou eu para sondar os mistérios que levaram Flávio Migliaccio a se matar aos 85 anos de idade? O que sei é que, há pelo menos três anos, o ator dava sinais de, homem inteligente, estar questionando sua existência, sua razão de estar neste mundo. Sua última peça, Confissões de Um Senhor de Idade, que ele mesmo escreveu, dirigiu e protagonizou em 2017, mostra exatamente isso: um ser humano no final da jornada olhando para dentro de si e tentando entender, digerir a trajetória que o levou até ali.
Um sentimento normal, trivial em qualquer um que tem a sorte de chegar à “terceira idade”, nas mãos do artista se transformou em obra-prima. A peça, autobiográfica, percorre da infância à velhice do ator, em pleno domínio de suas faculdades mentais e, arrisco dizer, no auge de sua capacidade intelectual. Flávio, o personagem e alterego, em diálogo com Deus na escuridão do quarto, demonstra perplexidade diante do planeta e do país. Reflete sobre a carreira. Manifesta saudades profundas dos pais e da irmã, Dirce Migliaccio, um ano mais velha e também atriz brilhante, que se foi em 2009. Flávio carrega “o sentimento do mundo”, no dizer de Drummond. Sobre o tablado, emociona e ao mesmo tempo faz rir com suas dores e dilemas, virtudes do gênio.
Muita gente se sentiu indignada com a divulgação da carta-manifesto deixada pelo ator após seu suicídio. Invocam “protocolos” da OMS e de conselhos de psicologia que desaconselham divulgar cartas suicidas para não influenciar mais gente a fazer o mesmo, ainda mais num momento como este de pandemia, em que nos encontramos todos em isolamento social. Divulgar a carta acionaria “gatilhos” em pessoas com histórico de depressão. Eu entendo, mas não compartilho dessa opinião. Ocultar uma carta que o ator escreveu com o claro propósito de que viesse à luz seria um insulto à memória e à inteligência de Flávio Migliaccio.
Manuscrito com letra firme e deixado à vista sobre uma mesinha exatamente para que fosse encontrado, o relato breve de despedida diz o seguinte: “Me desculpem, mas não deu mais. A velhice neste país é o caos como tudo agora. A humanidade não deu certo. Eu tive a impressão que foram 85 anos jogados fora num país como este. E com este tipo de gente que acabei encontrando. Cuidem das crianças de hoje!” Não se trata de uma “carta suicida”, mas de um protesto, um apelo, uma súplica. Um documento histórico dos tempos atuais.
Vivemos numa época tão rasa em termos de pensamento que optou-se pela crítica à divulgação da carta em vez de se destacar o valor das palavras contidas nela. Quando Flávio fala, por exemplo, de a velhice ser “um caos” no Brasil, impossível dissociar da maldita reforma da Previdência ou do profundo desprezo de nossos atuais governantes pelos idosos, a ponto de reduzirem o Covid-19 a uma doença que “só mata velho”. Ou ainda do fato de termos um ministro da Saúde que já defendeu como médico que, entre um paciente jovem e um idoso, não há dúvidas sobre qual priorizar.
O coronavírus evidenciou nossa “velhofobia”, como definiu, com perfeição, a antropóloga e escritora Mirian Goldenberg, da UFRJ, em entrevista à BBC Brasil. “Estamos assistindo horrorizados a discursos sórdidos, recheados de estigmas, preconceitos e violências contra os mais velhos. Esse tipo de discurso já existia antes da pandemia: os velhos são considerados inúteis, desnecessários e invisíveis. Mas agora está mais evidente. Políticos, empresários e até o presidente da República já vieram a público dar declarações ‘velhofóbicas'”, disse. Bolsonaro chegou a defender que apenas os idosos fossem isolados.
Às vezes me pego pensando que sinto alívio de que Elis Regina não esteja viva para assistir o Brasil entregue de volta aos “gorilas”, como ela chamava os militares contra quem lutou. Elis teria hoje 75 anos… Ou para assistir às “bestas-feras” governando o mundo, como disse Flávio Migliaccio em sua peça, diante de uma foto de Donald Trump. “A gente está sendo castigado, é muita besta-fera que está aparecendo.” O desgosto dele era visível.
Me corta o coração ver todos estes artistas, hoje septuagenários ou octogenários como Flávio, que batalharam e arriscaram a pele durante anos para que a democracia fosse reinstaurada no país, assistindo ao que o Brasil se tornou… Beth Carvalho, Aldir Blanc, Moraes Moreira já se foram, sem direito a sequer uma nota de pesar de um governo que despreza abertamente a classe artística. Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Fernanda Montenegro estão aí, vivenciando o retorno, pelas urnas, do que tanto combateram.
Não é para qualquer um questionar a razão de sua existência?Não é só a depressão que leva ao suicídio. O desespero, o desencanto, também levam. Na Alemanha hitlerista, houve ondas de suicídios, primeiro entre os judeus alemães perseguidos pelo nazismo e, depois da derrota, entre os próprios alemães “arianos”. Suicídios também podem ser uma forma de rebelião, como aconteceu no Vietnã do Sul em 1963, quando o monge Thích Quảng Đức ateou fogo às próprias vestes para chamar a atenção para a repressão dos budistas pelo regime de Ngô Đình Diệm. Acaso sua atitude não é digna de respeito?
A CARTA DEIXADA PELO ATOR
Quando, em sua carta, Flávio Migliaccio lamenta o “tipo de gente” que acabou encontrando nesta vida, como não pensar nos bárbaros de verde e amarelo domingo em Brasília, sem máscara e sem respeito algum pelos mortos pelo coronavírus, a endeusar seu “mito” irresponsável enquanto agrediam jornalistas? Não tem como não perder a fé diante da vida, do futuro, presenciando espetáculos macabros como estes. Quem está criticando a divulgação da carta quer o quê? Que escondamos a absoluta miséria moral, material e espiritual em que nos encontramos em 2020 para que isso não provoque “gatilho”? Se não querem gatilhos, que comecem tirando Bolsonaro de lá.
Nós que temos mais de meio século sofremos com o país, mas olhamos para trás e vemos uma vida inteira. Já vimos o Brasil em tempos melhores e mais felizes. Mas e os nossos filhos? Nossos netos? O que será deles num mundo tão desesperançado como este? “Cuidem das crianças de hoje!”, Flávio suplicou ao final de sua carta amorosa. Divulgá-la não é só defensável, é importante, necessário, fundamental. É uma questão de justiça à vida dele e à sua história, assim como de muitos de sua geração.
Flávio Migliaccio saiu de cena para entrar na História. Viva Flávio!