Peça 2 – o remédio para crianças com câncer
Xadrez do mais escabroso crime de corrupção
Um dos primeiros golpes foi em cima de um remédio chinês para tratamento de crianças com leucemia. O remédio não tinha eficácia, comprometendo o tratamento. Houve denúncias na época, mas Ricardo Barros saiu incólume – apesar de, provavelmente, a jogada ter levado crianças à morte.
Aqui, dois artigos essenciais, do GGN, para entender o golpe.
Barros suspendeu a compra de medicamentos alemães. Em seguida, empurrou medicamentos chineses. A doutora Silvia Brandalise, fundadora do respeitável Centro Infantil Boldrini, analisou o novo medicamento. Não só não dispunha de qualidades terapêuticas, como anulava os efeitos dos antibióticos ministrados nas crianças.
A jogada foi denunciada em três reportagens do Fantástico, de autoria da jornalista Cristina Serra. O Ministério Público chegou a abrir um processo. Mas nada aconteceu até hoje, apesar de evidências de mortes de crianças pelo uso do remédio chinês.
A mão longa de Ricardo Barros é o advogado curitibano Roberto Bertholdo. Assim que assumiu o MInistério, Barros o levou como operador. Posteriormente, Bertholdo se envolveu nos escândalos do IABAS, no Rio de Janeiro.
Aqui, um resumo das muitas jogadas de Ricardo Barros na Saúde.
O lobby de Ricardo Barros em estranhos negócios de vacinas
A maneira como a mídia cobriu o escândalo dá uma ideia do desvirtuamento do papel da imprensa no país.
O caso da compra de tapioca com cartão corporativo, pelo então Ministro Orlando Silva,
tem 18 mil menções no Google.
A busca de “remédios para crianças com leucemia Ricardo Barros” tem 50 menções.
Em 26 de setembro de 2017, a Justiça Federal proibiu o uso do medicamento. A reação do Ministério foi insólita. Anunciou que continuaria distribuindo o medicamento leuginase, mas que hospitais que não desejassem poderiam adquirir outros produtos.[continua]