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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

11
Abr23

‘Cena de terror’: ação da PM deixa moradores negros baleados e crianças atropeladas em Paraisópolis

Talis Andrade

justiça morte polícia juiz indignados.jpg

 

Uma mulher e um idoso foram baleados dentro de casa e duas crianças foram atingidas por moto de policial em perseguição a dois homens em comunidade da zona sul de São Paulo na segunda-feira (3)

 

por Jeniffer Mendonça, da Ponte, e Gisele Alexandre, do Espaço do Povo

“As crianças estão traumatizadas”, lamenta a mãe de um garoto de cinco anos que foi atropelado, junto com a outra criança da mesma idade e a prima dele, pela motocicleta de um policial militar quando estava a caminho da escola, na comunidade de Paraisópolis, na zona sul da cidade de São Paulo, na tarde desta segunda-feira (3/4). A ação da PM, que teria perseguido dois suspeitos de roubar celulares montados em uma motocicleta, deixou, além das crianças, outros cinco feridos a tiros.

Inicialmente, a assessoria da Polícia Militar não havia contabilizado o atropelamento entre as vítimas e apontou que havia se deparado com dois suspeitos roubando pessoas e se iniciou uma perseguição policial que deixou cinco feridos após uma troca de tiros.

Apenas na tarde desta terça-feira (4/4), a assessoria da PM emitiu uma nova nota dizendo que, após ser alertada pela imprensa, identificou, pela análise da câmera na farda, que “houve o contato não intencional” de um soldado com um garoto que passava próximo e que não havia se dado conta da situação. “A Polícia Militar oferece apoio à família da criança que teve escoriações”, disse.

A mãe da criança, porém, desmente que lhe foi prestado auxílio pela corporação. “Não foi dada nenhuma assistência”, criticou à reportagem quando o menino foi levado à Assistência Médica Ambulatorial (AMA) de Paraisópolis pela família e que pegou atestado de três dias de repouso por causa das dores no corpo. Um vídeo mostra o garoto com mochila nas costas saindo debaixo da motocicleta do soldado Victor Corradini, do 16º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano (BPM/M). A criança ficou com ferimentos no braço, cotovelo e queixo.

“O policial se desequilibrou e bateu nas duas crianças e na mulher. Não teve troca de tiro”, relatou uma testemunha. “O policial não chamou ambulância para socorrer as crianças, chamou só mais viatura.”

Em sequência: portão de moradora baleada, criança de cinco anos que teve ferimentos leves após ser atropelada por moto de PM e bala que a moradora encontrou na sua casa após disparo na comunidade de Paraisópolis 

Outra vítima que teve que contar com a ajuda de moradores para ser socorrida foi Monica (nome fictício), 20 anos, ao ter sido baleada na coxa dentro da própria residência. “Eu estava limpando a minha casa quando ouvi uns estrondos muito fortes. Eu me desesperei e fui tentar fechar o meu portão”, contou. “Meu cachorro se assustou e se aproximou do portão. No momento em que eu empurrei ele com a perna para proteger dos disparos, porque eu consegui ver um vindo na minha direção, [o tiro] pegou na minha coxa direita. Foi muito rápido.”

Assim como a mãe da criança, ela afirma que os policiais não deram nenhuma assistência e que, inclusive, se recusaram a tirar a moto da rua para permitir a passagem, já que foi levada de carro à AMA pelo namorado e depois transferida ao Hospital do Campo Limpo. “Uma cena de terror! O PM atirou sem parar!”, denunciou à reportagem. “A bala passou por mim e depois atingiu a porta da minha casa”, lembra. “Deus foi maravilhoso na minha vida. Por pouco eu não estava aqui para contar a história porque faltou poucos milímetros para atingir a artéria femoral, que faz ligação com o coração”, desabafou.

O sogro dela, de 62 anos, também foi alvejado de raspão. “Na hora que ele começou a ouvir os disparos, ele se abaixou no carro de uma garagem vizinha, e ainda assim pegou no pé”, relatou Monica. O idoso contou no 89º DP (Jardim Taboão) que estava em cima de uma escada, arrumando a janela de casa, e que ouviu tiros quando desceu dos degraus. Ele afirmou que “sentiu um negócio em sua perna esquerda” ao se esconder atrás de um carro e depois percebeu que era um tiro, mas não soube de onde partiu.

Outros moradores ouvidos pelo site Espaço do Povo também disseram que não houve troca de tiros. “Um mano saiu correndo e entrou pra casa do meu irmão. Os caras já começaram a destratar a gente. Começou a tratar na ignorância, meu irmão trabalhador com criança dentro de casa. Chegou oprimindo todo mundo”, contou um morador.

Alguns vídeos mostram um homem baleado em frente a um comércio e sendo carregado por moradores até um carro para ser socorrido. A reportagem não conseguiu identificá-lo.

Algumas pessoas próximas ao local dos disparos contam que, poucos minutos após o início da perseguição, cerca de 12 viaturas da Polícia Militar chegaram na Rua Itamotinga, que dá acesso à comunidade. Por conta das vielas serem estreitas, apenas os policiais de motocicletas subiram a favela, enquanto as viaturas bloqueavam toda a rua.

Durante toda a tarde e início da noite, um helicóptero da PM sobrevoou a comunidade e, após a chegada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que levou os feridos mais graves para o hospital, as ruas que dão acesso à favela ficaram fechadas. Além de assustada, a comunidade se revoltou com a ação que deixou crianças e moradores feridos.

Outras imagens de moradores de Paraisópolis chamando policiais militares de “lixo” e apontando o dedo do meio também foram compartilhados de forma isolada, sem referência à ação, em perfis de nomes como o deputado federal Coronel Telhada (PP-SP) e outros parlamentares da Bancada da Bala, formada deputados provenientes de carreiras das forças da segurança pública, apontando que a polícia estava sendo hostilizada pela população.

kalvellido polícia espancamento.jpg

09
Abr23

Desta vez não era uma arminha de dedo

Talis Andrade
www.brasil247.com -
(Foto: Reprodução/Instagram | REUTERS/Andressa Anholete | Carolina Antunes/PR)

 

por Fernando Castilho /Brasil 247

Era uma tarde ensolarada de domingo em Santos, onde vivo. Perto do segundo turno das eleições de 2018.

Caminhando pela avenida da orla, de repente ouvimos, minha esposa e eu, um buzinaço que se tornou ensurdecedor à medida em que uma grande fila de carros e caminhões com faixas Bolsonaro 17 e Bolsodória 45, começou a avançar ostensivamente.

Tudo normal, pensei eu, afinal, faz parte da democracia.

Porém, o inédito nessa carreata eram as crianças nos bancos de trás, numa espécie de frenesi, fazendo arminha com os dedos para os transeuntes, enquanto seus pais buzinavam meio que enlouquecidos. Horripilante!

Para nós, que já participamos de inúmeras campanhas eleitorais, o normal seria o gesto de fazer um coração com as mãos para conquistar mais eleitores, mas os tempos mudaram.

Lembro que comentei com minha esposa: “isso não vai dar boa coisa”. Não deu.

Tecnicamente não é possível atribuir aos 4 anos de governo bolsonarista a tragédia ocorrida na Escola Estadual Thomázia Montoro, afinal, violência contra professores por parte de alunos é um fenômeno que já existia antes de Bolsonaro, mas, cá entre nós, vem aumentando muito nos últimos tempos.

É praticamente inédito que um menino de apenas 13 anos, da 8ª série do fundamental II, que a imprensa insiste em chamar de adolescente, tenha planejado e anunciado em rede social um assassinato com faca e tentado matar outros professores e alunos, além da professora Elisabete Tenreiro de 71 anos, que teve parada cardíaca e faleceu.

O menino participava de conversas com outros de sua idade através de um grupo no twitter, em que exaltavam as façanhas de outros que lograram matar e até se suicidaram logo após. Ele havia anunciado que iria no dia seguinte à escola para matar e se lamentava por não ter conseguido uma arma de fogo para a “missão”.

Não vejo como o twitter, com seus poderosos algoritmos, não consiga detectar conversas como essas e eliminá-las da rede. Consegue, mas não quer.

Esta semana mais uma tragédia numa creche em Blumenau, Santa Catarina. Um homem pulou o muro e matou a facadas 4 crianças e feriu outras tantas.

Diante desses acontecimentos, a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo pediu aos professores para preencherem um questionário pelo sobre saúde mental e segurança nas escolas. Uma das questões era sobre a necessidade ou não de um policial armado dentro da escola. 

Na sala de professores da escola onde leciono, uma professora com sangue nos olhos disse que não só deveria ter um policial armado como também ele, ao constatar que um aluno estaria tentando entrar armado, deveria atirar para matar. Vivemos num país extremamente armado no sentido psicológico do termo. É preciso substituir o ódio cultivado por 4 anos, por amor.

O professor da rede pública estadual e editor do canal Tiago na Área, Tiago Luz, lembrou muito bem em vídeo que soluções rápidas e fáceis não funcionam para assuntos complexos como este. Além do mais, logo se esquece o fato, até que nova tragédia aconteça e reapareçam as mesmas soluções fáceis. Ele propõe um amplo debate com a sociedade e especialistas, tanto em educação, quanto em segurança e até com psicólogos.

Na escola onde eu lecionava até o fim do ano passado, havia inúmeros casos de depressão, de alunos que tentaram suicídio e de automutilação. Parece que não só os 4 anos de incentivo ao armamento e ao uso de armas são os responsáveis, mas também 2 anos de reclusão domiciliar devido à Covid-19. Houve uma espécie de dessocialização em que as crianças passaram a adquirir uma forma de vida mais individualizada do que em grupo.

Havia uma psicóloga que uma vez por semana dava atendimento online a grupos de alunos. Numa das vezes, num auditório com grande número de adolescentes do ensino médio, ela tentava falar sobre ansiedade, mas absolutamente ninguém a ouvia, preferindo assistir vídeos “engraçados” no Tik Tok.

Penso que atendimentos assim não devem ser generalizados e em grandes grupos, pois é justamente em grupos que os alunos se sentem à vontade para se recusar a participar.

O atendimento psicológico deve ser presencial e para grupos de até 3 crianças, sob pena de fracassar.

O governo Bolsonaro, que muitos chamam de “governo da morte”, em que até havia um gabinete paralelo intitulado “gabinete do ódio”, responsável por disseminar o ódio e a violência na sociedade, atingiu os jovens em cheio, mas, felizmente, apesar da sobrevivência do bolsonarismo ou extrema-direita, acabou.

Agora o pesado nevoeiro cinza escuro está se dissipando e uma nova aurora nasce com o governo Lula.

Além da árdua missão de consertar tudo aquilo que foi destruído em termos de economia, saúde (700 mil mortos pela Covid-19), educação, direitos humanos, meio-ambiente e corrupção, Lula tem ainda por cima que dissolver a atmosfera de ódio que contaminou grande parte dos brasileiros e criar ares claros e límpidos para a sociedade.

Para isso terá também que compartilhar com estados e municípios políticas públicas que propiciem emprego e renda para a população mais pobre, sem o que esta não verá futuro para seus filhos, sob risco de, por falta de perspectivas, a violência aumente.

Antes de encerrar, sinto ser necessário lembrar que já há algumas gerações estamos naturalizando morte violentas influenciados que somos, principalmente por produções do cinema americano que nos bombardearam e ainda bombardeiam com filmes de ação em que, invariavelmente se mata muito. Ao vermos tantos tiros, sangue e morte, ficamos anestesiados a ponto de não mais nos chocarmos com assassinatos violentos.

Felizmente, com o streaming, Hollywood deixou de ser a principal fonte de entretenimento. Hoje há produções de outros países que abordam temas mais cotidianos como dramas familiares ou amorosos. E é disso que precisamos muito.

Por fim, fica a sugestão do professor Tiago Luz de se promover um amplo debate sobre a violência infantil com a sociedade.

Será um longo processo, mas que, ao seu fim, talvez nunca mais vejamos crianças fazendo arminha com os dedos nem utilizando armas reais.

09
Abr23

A mídia incensou Bolsonaro e quer esconder o seu exército de violentos. Perderam. As redes mostram

Talis Andrade
 
Assassino de Blumenau era Bolsonarista - Brasil - BCharts Fórum
Que esperar de um presidente cuja campanha teve como símbolo fazer arminha com as mãos?
 
 

 

 

A mídia tradicional não avaliou que atrás dele viria a horda que pulou da panela dos horrores, com tiro, porrada e bomba

 

por Denise Assis /Brasil 247

Quatro crianças mortas a golpes de machadinha. Não me apontem o dedo dizendo que estou sendo rude. Rude é o fato em si. Rude é a situação em que nos metemos. Desta vez, com arma branca. Não importa. A arma mais letal é o ódio. “Um fato isolado”, como se apressou em concluir, imediatamente após o crime horrendo, o delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Ulisses Gabriel, responsável pelo crime, acontecido em Blumenau.

Às vésperas da Páscoa, quando esperavam ansiosas a visita do coelhinho, as crianças: Bernardo Cunha Machado (de 5 anos); Bernardo Pabst da Cunha (4 anos); Larissa Maia Toldo (7 anos) e Enzo Marchesin (4 anos), não mais estarão aqui, para receber os tradicionais ovos de chocolate. Alguém pulou o muro da creche onde elas estavam, - pensavam os pais, em segurança -, e com golpes violentos interrompeu as suas vidas.

Quando disse acima, “alguém”, estou falando de Luiz Lima, 25 anos, sim, um bolsonarista, que coincidentemente escolheu o dia do depoimento de Bolsonaro, seu “mito”, à Polícia Federal, sobre as joias de 16,5 milhões, das quais tentou se apossar. Tal como naquele 6 de setembro de 2018, quando a pauta da eleição no noticiário foi substituída pelo “atentado” em Juiz de Fora (MG), nessa quarta-feira passou a ser a tragédia de Blumenau.

Nos últimos quatro anos, o que se observou foi o destampar da panela do ódio e da violência, onde fervilhavam todos os sentimentos reprimidos, os egos doloridos, os recalques e preconceitos. Esses demônios, libertos pelas mãos e o discurso do ex-presidente, levaram a que praticamente todos os episódios de violência tivessem como responsáveis os seus seguidores. Era noticiar um crime, e lá estava o autor, de camisa amarela, fazendo arminha com as mãos, nas redes sociais.

Nesta semana, quando tivemos ações coordenadas na mídia, com o jornal Folha de São Paulo declarando em editorial que com menos fel no coração, até que Bolsonaro poderia ser reciclado, e outros veículos dando destaque à pesquisa que o colocam ainda “bem na fita”, apesar de todas as notícias ruins em torno dele, essa “coincidência” não foi bem digerida. Mais um assassino confesso, seguidor de Bolsonaro.

Diante do aumento dos ataques a escolas (o último foi há menos de um mês depois que um adolescente de 13 anos matou uma professora a facadas em uma escola estadual em São Paulo, no dia 27 de março), a professora Luciene Tognetta, do Departamento de Psicologia da Educação da Universidade Estadual Paulista (Unesp), líder de um grupo de estudos de convivência nas escolas, disse ao Globo:

“Quando acontece algo assim, chama a atenção. Isso também explica, em parte, porque os ataques têm aumentado em intensidade e frequência”. O que a professora apontou ecoa a teoria do pensador francês, Guy Debord, que nos falou do fenômeno em “A Sociedade do Espetáculo”, em 1967.  “O espetáculo é ao mesmo tempo parte da sociedade, a própria sociedade e seu instrumento de unificação. Enquanto parte da sociedade, o espetáculo concentra todo o olhar e toda a consciência”, escreveu.

De posse da convicção e do conceito emitido pela professora Tognetta, O Globo e a grande mídia de modo geral decidiu que não vai mais mostrar fotos ou tampouco maiores informações em torno dos assassinos desse tipo de ataques. Não vai permitir, como definiu Debord, que o espetáculo concentre todo o olhar e toda a consciência. Uma atitude com alguns anos de atraso e um quê de ingenuidade.

Esses monstros, que até então habitavam a deep web e eram alimentados apenas por seus pares, na ânsia de projeção, agora afloraram nas redes, que se incumbem de difundir vídeos, imagens e os recados dessa gente. Não há como impedi-los de ganhar espaço. Tivessem pensado antes de incensar uma candidatura fascista, como foi a de Bolsonaro e não teríamos hoje o discurso de ódio escancarado.

Dados da ONG Anti-Defamation League (ADL) exibidos pela pesquisadora Adriana Dias, Doutora em Antropologia pela Universidade de Campinas (Unicamp) – falecida recentemente -, em entrevista à jornalista Janaína Figueiredo, em 27 de fevereiro de 2022, mostram que hoje o Brasil é o país no mundo onde mais cresce o número de grupos de extrema direita. O estudo mostrava que eles estão concentrados nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

A pesquisadora dava conta de que havia em todo o país, naquele ano, mais de 530 células extremistas, que Adriana dividiu em categorias, de acordo com as ideologias do grupo, como Hitlerista/Nazista, Negação do Holocausto, Ultranacionalista Branco, Radical Catolicismo, Fascismo, Supremacista, Criatividade Brasil, Masculinismo Supremacia Misógina e Neo-Paganismo racista. Em 2019, a especialista detectou 334 células. A mesma conclusão a que está chegando o ministro Flávio Dino, que mandou mapear com urgência os núcleos nazistas existentes no Brasil.

Quanto ao procedimento da mídia em tentar agora não dar palco para os seguidores do “mito” que perpetram crimes monstruosos País afora, melhor repensar a inutilidade da iniciativa, ante a sociedade do espetáculo das redes. Ao empurrar Bolsonaro rumo à ribalta, em 2019, ela não avaliou que atrás dele viria essa horda que pulou da panela dos horrores, disposta a ganhar espaço à base do tiro, porrada e bomba. Agora, eles são notícia em suas páginas, telas, ou na web. Inevitavelmente.

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