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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

01
Abr22

CPI, auditoria no fundão de 2 bilhões e 500 milhões da Lava Jato de Moro e Dallagnol

Talis Andrade

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Quanto mais ruim, pesado, antiquado, conservador, careta, retrógado, extremista, bitolado um candidato, mais caro. É preciso gastar muita grana para a candidatura decolar. Precisa da grana do fundão de 2 bilhões e 500 milhões, criado por Deltan Dallagnol, com dinheiro desviado, e nunca investigado, da "vítima" Petrobras. Botija depositada, no dia 30 de janeiro de 2019, em uma especial e camarada e secreta conta gráfica pra lá de safada, de complacente, de mafiosa. Uma conta que precisa ser auditada. Um fundão que carece uma CPI para explicar a facilidade do depósito, como uma dinheirama sai da Petrobras porque Dallagnol pede como se fosse cousa pouca, um tostão furado, uma titica de marreco. 

Só da Petróbras foi para nas mãos leves de Dallagnol, da turma do juiz ladrão, mais de dois bilhões e quinhentos milhões, importante repetir, porque neste Brasil do orçamento secreto, do sigilo de cem anos, da ditadura que matou e torturou milhares continua sendo louvada por marechais e pelo presidente Bolsonaro como se o Brasil fosse uma republiqueta de banana e vivesse nos tempos de chumbo de Pinochet, de Stroessner, de Salazar, de Franco, de Mussolini, de Hitler, de Castello Branco, de Costa e Silva, de Médici, de Geisel e de Figueiredo. 

Nem começou a campanha, o Phodemos calcula que teve despesas de cerca de R$ 3 milhões com a pré-candidatura a presidente do juiz suspeito Sérgio Moro, que foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por parcialidade contra o ex-presidente Lula nas ações da Lava Jato. 

Nas contas da legenda, teve gastos como R$ 210 mil na filiação de Moro; R$ 248 mil em segurança privada para o ex-ministro; R$ 110 mil em passagens e hospedagens para ele se deslocar pelo país; R$ 600 mil em pesquisas de intenção de voto; R$ 60 mil na equipe jurídica e R$ 70 mil com fotografia. Além disso, Moro recebeu um salário mensal de R$ 22 mil.

Segundo o jornal O Globo, ao deixar o Phodemos, Moro e aliados alegaram que a legenda não tinha estrutura para sustentar uma campanha presidencial, e que o objetivo da presidente da sigla, Renata Abreu, era priorizar a eleição das bancadas no Congresso. Phodemos dispõe de cerca de R$ 200 milhões para este ano, sendo que quase metade desse valor ficaria à disposição de Moro, enquanto o União Brasil, novo partido do ex-ministro, tem o maior caixa do País, estimado em mais de R$ 1 bilhão. 

É isso aí. Moro aprendeu com Dallagnol: permanece de olho nos fundões. No fundo partidário. No fundo eleitoral. Foi para outro por mais dinheiro. 

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22
Nov21

“A Lava Jato tentou roubar R$2,5 bilhões da Petrobras e foi impedida pelo STF”

Talis Andrade

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O ex-juiz parcial Sergio Moro, candidato à presidência da República, foi detonado nas redes sociais ao acusar o PT de “saquear” a Petrobrás. “Pilantra”, “ladrão” e “hipócrita” foram apenas algumas das palavras escritas nos comentários de sua postagem no Twitter.

“Saqueada foi a justiça brasileira por você!”, rebateu o advogado Rodrigo Tacla Duran, primeiro brasileiro a enfrentar a Lava Jato, ao acusar advogados amigos de Sergio Moro de pedirem dinheiro em troca de benefícios na operação Lava Jato.

“Usar a Petrobras como palanque eleitoral é mais uma falta de vergonha na cara, depois de ganhar honorários com a RJ da Odebrecht. Você foi responsável direto pela quebra de empresas e desemprego, em favor de sua candidatura!”, prosseguiu Tacla Duran.

O jornalista do The Intercept, que publicou a Vaza Jato, Andrew Fishman lembrou: “a Lava Jato tentou roubar R$1,5 bilhões do Petrobras e só foi impedida pelo STF”.

Engano de Fishman, a quantia certa: 2,5 bilhões.

Dois bilhões e quinhentos e sessenta e sete milhões e alguns "trocados" depositados em uma conta gráfica na Caixa Econômica Federal de Curitiba, no dia 30 de janeiro de 2019, primeiro mês do governo de Jair Bolsonaro presidente, e Sérgio Moro ministro da Justiça e Segurança Pública.

Documentando o depósito bilionário, Deltan Dallagnol deu a seguinte justificativa para o assalto:

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O sacana do Dallagnol teve o desplante, o descaramento de reconhecer, de confessar que a Petrobras era "vítima" da Lava Jato, da bandidagem de procuradores:

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Eis os procuradores diretamente envolvidos na criação do "fundo Petrobrás":

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Jeferson Miola, colunista e comentarista no Brasil 247, escreveu: "O STF falou, o STF avisou: Moro é suspeito, o que equivale a ser juiz-ladrão, como Glauber Braga classifica este pilantra que age no Brasil a serviço dos EUA e por isso destruiu a Petrobrás e a engenharia nacional. Em maio o juiz-ladrão será julgado pelo Comitê de DH da ONU”.

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"Parece piada, mas assim foi o julgamento de Lula por um juiz que logo em seguida rasgaria a fantasia se aliando a Bolsonaro". Veja vídeo aqui
21
Nov21

Deputados retomam articulação para criar CPI da Lava Jato e apurar denúncia de desvio de recursos

Talis Andrade

Fundao ong lava jato.jpg

 

 

Reportagem de Joaquim de Carvalho, publicada no Brasil 247, levou o deputado Rogério Correa a retomar a coleta de assinaturas para criar a CPI da Lava Jato.

"Eu vi a matéria, falando de mais esta denúncia da Lava Jato, que caberia uma Comissão Parlamentar de Inquérito, o que é verdade. O problema é conseguir todas as assinaturas. Mas eu tenho esse pedido, que é antigo, de quando começaram as denúncias do Intercept, onde eu pedi para investigar o Sergio Moro e, se você olhar na justificativa, toda a Lava Jato. Tem 75 assinaturas. Eu vou tentar reaquecê-la", afirmou o deputado.

Para abrir a CPI, são necessárias 171 assinaturas. Além de Rogério, propuseram a Comissão Parlamentar de Inquérito  Célio Moura (PT-TO), Natália Bonavides (PT-RN) e Paulo Pimenta (PT-RS). 

reportagem publicada no 247 revela, com base nas mensagens acessadas pelo hacker Walter Delgatti Neto, que Sergio Moro autorizou o repasse de 4,9 milhões de reais para a aquisição de equipamentos para a PF. Também não há informação sobre mais de meio bilhão de reais que estavam no caixa da Lava Jato sem destinação específica em um dado momento de claridade. Que tudo na Liga de Dallagnol era secreto. Lavado só tinha o nome. 

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O Ministério Público Federal em Curitiba respondeu que só prestará contas desse dinheiro fantasma pelos canais institucionais.

O dinheiro em poder da Lava Jato é resultado de acordos de delação premiada e de leniência. Os recursos pertencem à União, e foram destinados diretamente à autodenominada lava jato da autodenominada Liga da Justiça da autodenominada República de Curitiba, formada por procuradores recrutados por Deltan Dallagnol. Conheça os espertos que assinaram a criação do bilionário "fundo Petrobras":

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O dinheiro inicial desse fundo, no valor de 2 Bilhões e 567 milhões e trocados, foi depositado pela Petrobras na Caixa Econômica Federal de Curitiba, no dia 20 de janeiro de 2019, primeiro mês do governo de Bolsonaro presidente, e Sérgio Moro ministro da Justiça e da Segurança Pública. 

Eis a prova do depósito: 

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Acrescente à dinheirama da Petrobras, as multas das vítimas da Lava Jato, mais a grana das delações, mais os bilhões dos acordos de leniência. Alexandre de Moraes apenas bloqueou um bilhão e 500 milhões da grana depositada pela Petrobras. Restou um bilhão sem destinação. Acrescente a grana das multas, das delações premiadas, dos acordos de leniência com as grandes empresas Odebrecht, J&F, etc. É muito dinheiro ao deus-dará. Ninguém sabe quantas botijas Dallagnol e um grupinho de procuradores enterraram no paraíso. Falta uma auditoria. 

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O procurador geral da república, Augusto Aras, declarou no ano passado que a Lava Jato tinha "caixa de segredos" e que era preciso abri-la. Até agora, não foi aberta.

 

19
Nov21

Exclusivo: Lava Jato repassou dinheiro das delações para a PF e mantém segredo sobre meio bilhão

Talis Andrade

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Auditoria já no orçamento secreto da Lava Jato

por Joaquim de Carvalho

Uma planilha da Lava Jato compartilhada pelos procuradores da república no final de 2017 revela que, na época, a força-tarefa havia reservado R$ 579,6 milhões sem destinatário específico do total de valores pagos em acordos de delação e leniência.

A planilha faz parte das mensagens acessadas pelo hacker Walter Delgatti Neto e que foram apreendidas pela Polícia Federal, na Operação Spoofing. Nas mensagens, que tinham sido armazenadas nas nuvens por Deltan Dallagnol, o procurador regional da república Januário Paludo informa também que R$ 4,9 milhões haviam sido liberados por Sergio Moro para compra de equipamentos para a Polícia Federal.

“Prezados — diz ele — acolhendo nosso parecer, o Moro liberou 4,9 milhões para aquisição de equipamentos para a PF, a partir das leniências da Camargo Correa e Andrade Gutierrez.”

Em seguida, Januário Paludo faz referência a uma sigla que não faz parte do Ministério Público Federal e cita o nome de uma pessoa.

“Estamos todos no mesmo barco, assim como o pessoal da ESPEI. Eu preferia que o Danilo tivesse liberado, mas o homem é teimoso [eu queio!!! (sic)]. Para quem quiser conhecer os fundamentos e decisão: 5009946-78.2018.4.04.7000”, escreveu o procurador regional, que na época fazia parte da força-tarefa coordenada por Deltan Dallagnol.

O processo a que faz referência o procurador regional está sob segredo de justiça.

Nove minutos depois dessa primeira mensagem, Paludo faz outro comentário: “Sistema de Informações e Relatórios da Inteligência Financeira (SIRIF), aprovado pela Secretaria Geral. Eles vão gerar os relatórios que precisamos (sic)”. Relatórios de Inteligência Financeira eram emitidos pelo antigo Coaf, então subordinados ao Ministério da Justiça, com participação de um representante da Receita Federal.

O MPF em Curitiba não informa que equipamentos foram comprados nem a destinação dos recursos reservados. “Os procuradores da República atualmente responsáveis pelo caso Lava Jato não se manifestarão sobre os atos processuais da extinta força-tarefa. Os procedimentos realizados pelo novo grupo serão devidamente divulgados nos canais institucionais do MPF/PR”, respondeu a assessoria de imprensa às perguntas que enviei.

Quando a planilha foi divulgada, em novembro de 2017, a Lava Jato contabilizava cerca de R$ 7,9 bilhões de valores pagos por delatores ou empresas em acordos de leniência. Desse total, a força-tarefa mantinha em caixa cerca de R$ 1,4 bilhão. Foi desse dinheiro que saíram os R$ 4,9 milhões para a compra de equipamentos para a PF.

Alguns meses depois, foi vazada a informação de que a Lava Jato planejava adquirir equipamentos para a realização de escutas, o tal sistema guardião. O Ministério Público Federal nunca confirmou a compra ou o plano de aquisição do sistema guardião, mas permanece a dúvida: o que foi feito com o dinheiro que Moro liberou? Houve licitação para a compra?

Para a realização desta reportagem, foram procurados também Januário Paludo e a Polícia Federal. Até agora, não houve resposta.

A Lava Jato, em diferentes aspectos, é apontada como uma caixa-preta. Em julho do ano passado, o procurador-geral da república, Augusto Aras, além de usar a expressão “caixa-preta”, disse que a Lava Jato tinha “caixa de segredos”. Ele disse que era preciso abri-las. Mas até agora não o fez.

Enquanto isso, vemos que Deltan Dallagnol exibe sinais exteriores de riqueza, ao adquirir, desde o final de 2018, dois apartamentos de um andar no Juvevê, bairro nobre de Curitiba, que valem 3 milhões de reais cada um.Ele também reformou um deles, para morar com a família.

Ao mesmo tempo, o autor do livro “A luta contra a corrupção”, prefaciado por Miriam Leitão, anunciou seu desligamento do Ministério Público Federal, para se candidatar a deputado federal, ao que tudo indica pelo mesmo partido de Sergio Moro e Álvaro Dias (poupado pela Lava Jato). Não se sabe do que Dallagnol viverá até a eleição, caso consiga uma cadeira no Congresso Nacional.

É hora de uma investigação independente entrar no bueiro da Lava Jato (o mais apropriado seria uma CPI). Uma república não comporta segredos com os da força-tarefa — que, é preciso que se diga, resultou no empobrecimento do Brasil. 

Uma mensagem do chat armazenado por Deltan Dallagnol revela a preocupação da procuradora Jerusa Viecili em 2017. “Povo pedindo diretas. Lula será eleito. E nós seremos presos”, disse.

Pode ter sido ironia dela, mas a perspectiva da procuradora não deve ser descartada.

Pode ter sido ironia dela, mas a perspectiva da procuradora não deve ser descartada.

PETROBRÁS VÍTIMA DA LAVA JATO

dinheiro petrobras vítima lava jato mig.png

 

 

 

 

 

27
Mar21

PGR teme que procuradores criminosos sejam investigados e punidos

Talis Andrade

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Os procuradores da autodenominada Liga da Justiça da autodenominada Operação Lava Jato da autodenominada República de Curitiba temem tomar os venenos que aplicaram nos adversários políticos que apoiavam a presidente Dilma Roussef e a terceira eleição de Lula a presidente em 2018, disputando com Jair Bolsonaro que, sem adversário, venceu o pleito sem participar de debates e sem o apoio dos grandes partidos. E mais: Elegeu o filho mais velho, Zero Um senador pelo Rio de Janeiro, e o filho Zero Três deputado federal mais votado da História do Brasil. 

Empossado presidente, Bolsonaro nomeou o chefe da Lava Jato, conforme acordado na campanha do primeiro turno, o juiz Sergio Moro, ministro da Justiça e da Segurança Pública. Faziam parte do acordo mais duas botijas: uma pensão (valor não revelado) e uma vaga de ministro no Superior Tribunal de Justiça - STF. E os delegados que prenderam Lula foram todos nomeados para cargos de chefia na Polícia Federal e Ministério da Segurança Pública. 

Superministro, Moro passou a costurar, via polícias estaduais e federais, sua candidatura a presidente do Brasil em 2022. Sentindo-se ameaçado, Bolsonaro despachou Moro, que aparece como sócio de uma multinacional que lucra com os destroços das grandes empresas brasileiras destruídas pela Lava Jato e serviços de espionagem e inteligência dos Estados Unidos.

Um juiz de piso e um punhado de procuradores tinham um poder descomunal, advindo do Império do Tio Sam, e de desembargadores no TRF-4, e ministros no STJ e STF, daí o desacato, a prepotência, o abuso de poder, o despropósito de emparedar ministros que não pactuavam com o projeto de poder da Lava Jato, que atuava como justiça paralela, um juízo universal acima da lei. 

Os crimes da Lava Jato, organização criminosa, milícia judicial, precisam ser investigados. Uma CPI da Lava Jato está engavetada no Congresso. Existem crimes denunciados de cobrança de mesada (doleiro Dario Messer), de propina (advogado Tacla Duran), de favorecimentos nas delações mais do que premiadas, e desvios de multas bilionárias nos acordos de leniência administrados pela empresa de Sergio Moro e outros novos ricos da Lava Jato.

Citando risco de prisões e de afastamento de procuradores, a Procuradoria Geral da República, por corporativismo e medo, pede ao Supremo Tribunal Federal a suspensão urgente da investigação do Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra integrantes do Ministério Público.

O ofício é assinado pelo subprocurador-geral da República, José Adonis Callou de Araújo Sá, e encaminhado à ministra Rosa Weber, que nesta semana negou dois pedidos para suspender a investigação, sob o argumento de que não havia risco à liberdade dos alvos da investigação. O subprocurador alega agora que “a situação mudou”.
O documento foi apresentado com base na informação de que o presidente do STJ prepara uma ação de busca e apreensão contra Dallagnol e outros procuradores da Lava Jato.

O inquérito cita nominalmente seis procuradores como alvos iniciais. Quatro deles integraram a Lava Jato de Curitiba: Deltan Dallagnol, Januário Paludo, Diogo Castor de Mattos e Orlando Martello Júnior.

“Sobre o perigo da demora, após ter obtido todo o material da Operação Spoofing , o Ministro Presidente do Superior Tribunal de Justiça pretende decretar medidas invasivas, entre elas busca e apreensão, caminho natural, repita-se, do tipo de apuração em exame. Registre-se, inclusive, que não se pode descartar o afastamento judicial de membros do Ministério Público Federal e até prisão”, escreveu o subprocurador-geral da República, segundo reportagem do Globo.

O inquérito 

Martins instaurou o inquérito depois da imprensa publicar conversas entre integrantes do Ministério Público Federal no Paraná. Destaque-se o diálogo de Deltan Dallagnol, então coordenador da "lava jato", combinando com um fiscal da Receita Federal a quebra de sigilo de ministros do STJ. Diogo Castor também é um importante personagem da conspiração.

O abuso de espionar ministros era tratado com naturalidade e a Receita funcionava como um braço lavajatista. Os acertos ilegais eram feitos com Roberto Leonel de Oliveira Lima, chefe do Escritório de Pesquisa e Investigação na 9ª Região Fiscal. Pela cooperação, Roberto Leonel foi premiado quando Sergio Moro tornou-se ministro da Justiça, com o comando do Coaf.

Em julho de 2015, os procuradores discutiam uma anotação encontrada com Flávio Lúcio Magalhães, apontado como operador de propina da Andrade Gutierrez. A lista citava diversas pessoas, entre elas ministros do STJ. 

"A RF [Receita Federal] pode, com base na lista, fazer uma análise patrimonial [dos ministros], que tal?", diz Dallagnol. Em seguida o procurador informa: "Combinamos com a Receita."

A conversa mostra que o MPF no Paraná só tinha por honestos ministros que atendiam, incondicionalmente, os pedidos da "lava jato".

"Felix Fischer eu duvido. Eh (sic) um cara sério", diz Castor em referência ao relator dos processos da "lava jato" no STJ. No STF, os três reis Luís de Oropa, França e Bahia: o Santo (de Pau Oco), o Calvo ou Cabeleira, e o Sem Cabeça. 

 

 

 

13
Mar21

O maior escândalo judicial moderno

Talis Andrade

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O ministro Edson Fachin descobriu, finalmente, o que todo o mundo jurídico já sabia e a defesa de Lula reclamava desde 2016: o ex-juiz Sergio Moro não tinha competência para julgar o ex-presidente. Comemoro as consequências de sua decisão, não só porque restitui a liberdade do ex-presidente, mas por representar, dependendo de seus desdobramentos, um ganho da sociedade na paciente expectativa de um estado de direito democrático. Mas não redime o judiciário de seu papel como gendarme da sociedade de classes.

Nem muito menos redime Fachin de seu papel conivente com os crimes de Curitiba. Se sua decisão livrara o ex-presidente das condenações infundadas, trazia em seu bojo, talvez até como objetivo político principal (ou ponto de “compromisso”?), eximir o ex-juiz Moro da apuração de suas fraudes. Fachin, guarda pretoriano da Lava-jato, cuidou, no mesmo ato em que livrava Lula das condenações, de declarar prejudicados, e assim não susceptíveis de apreciação, os pedidos da defesa que discutiam o cerne da questão, isto é, a parcialidade do juiz-policial-promotor. Tanto era esta a obstinação do ministro, proteger o aliado, que, na última terça-feira, na abertura da sessão da segunda turma do STF, tentou impedir o julgamento do habeas corpus interposto pelos advogados de Lula, visando à declaração da suspeição do ex-juiz. 

 A trampa, porém, esvaziou-se com a decisão da turma de retomá-lo. Mas o julgamento – que espera pela palavra do STF desde 2018! – foi adiado, pelo pedido de vistas do ministro recém nomeado pelo capitão. O pedido de vistas, mais que recurso processual, é expediente político usado à larga pelos ministros. Não se sabe quando a questão voltará à baila, muito menos cabe especular sobre a decisão final, mas uma coisa está garantida, e já começou a ocorrer, com os votos dos ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski: a anatomia da Lava Jato e a desmontagem moral e profissional do ex-juiz de piso, que passará à história como responsável por um dos momentos mais ignominiosos da magistratura brasileira.
 
Em seu longo e caudaloso voto, dominado pela citação de fatos incontroversos, o ministro Gilmar Mendes – aquele que, com uma canetada em cima da divulgação ilegal (pelo ex-juiz) de conversa ilegalmente grampeada entre o ex-presidente e a presidente Dilma Rousseff, impediu a posse de Lula na Chefia da Casa Civil, abrindo as comportas para a engenharia do golpe em andamento – declarou que o julgamento de Lula configurava o mais grave erro judiciário nosso conhecido. Engano: não houve erro, senão absoluta má-fé. O juiz e seus associados sabiam – e as transcrições de diálogos trazidos à luz pelo Intercept comprovam – que cometiam uma sequência de crimes com o deliberado objetivo de liquidar com Lula e, no embalo, com a esquerda brasileira, mandando às favas a Constituição e o processo democrático. Sua parcialidade, seu partidarismo, seu comprometimento com o processo eleitoral eram por demais evidentes para não serem vistos e conhecidos. Criminosos que se julgavam acima de qualquer suspeita, o ex-juiz e os procuradores (ainda intocados) jamais se preocuparam em esconder seus métodos, ou ocultar infrações. 

O ministro Gilmar Mendes, oferecendo o lombo ao cajado do Jornal Nacional, denunciou, na trama da Lava Jato, o papel espúrio da imprensa, que precisa ser esmiuçado, e exposto à execração, especialmente no que diz respeito àqueles veículos cuja exploração deriva de concessão do poder público, a cujos interesses deveriam estar submetidos nos termos ditados pela Constituição. A imprensa – refiro-me aos grandes meios – deve ao país, para que volte a merecer um mínimo de respeito, o seu mea culpa e o pedido de desculpas, dever, porém, que, neste caso, não se restringe aos empresários donos das empresas, pois alcança profissionais – editores, articulistas e repórteres-- movidos pelos mais variados estímulos, inclusive o primarismo político e a indigência moral, mas principalmente por arraigado profissionalismo golpista. Muita coisa está por ser revelada e espero que, pelo bem da democracia, tenhamos forças para exigir que as apurações não fiquem nas aparências. Há uma questão de valor no seio de tudo isso. 

Mas o ministro esqueceu-se de mencionar o papel central desempenhado, nesse conúbio antirrepublicano, pelo Judiciário, a começar pelo próprio STF, ora omisso e conivente com as falcatruas do ex-juiz e seus comparsas, ora julgando contra a evidência da lei, mas sempre contra a defesa de Lula, ora postergando o julgamento de habeas corpus e mandados de segurança impetrados pelo ex-presidente. Seus advogados batem às portas da Justiça, caminhando das instâncias de piso até o STF desde 2016. Isso não é irrelevante. O arrazoado de Fachin, desta semana, está nas iniciais da defesa do presidente! Por que só agora o ministro dele tomou pé? Lula já padeceu a cadeia, teve seus direitos políticos suspensos, foi impedido de disputar eleições quando despontava como favorito nas pesquisas de intenção de votos, o capitão foi eleito e está destruindo o país. Esperava a justiça por tanta miséria -- como os ataques à democracia e a renuncia à soberana nacional -- para finalmente dar-se ao trabalho de olhar para o direito dos que lhe batiam às portas apelando pela liberdade? 

O pedido de habeas corpus, que discute a escandalosa parcialidade do ex-juiz, cujo julgamento foi retomado na última terça-feira para ser adiado em seguida, sine die, está no STF desde 2018! Nesse meio tempo Lula curtiu quase dois anos de cadeia, teve seus bens bloqueados, sua família incomodada, foi humilhado e agredido pela imprensa, sem direito de defesa, e, suprema vilania, foi impedido de ir ao velório de seu irmão e de um neto. O julgamento desse HC – que, se justo, anularia as condenações que lhe pesavam – foi suspenso há dois anos por um pedido de vistas do ministro Gilmar Mendes. A infame sentença cerceadora da liberdade de Lula foi lavrada pelo ex-juiz, mas foi o STF quem a convalidou, ao evitar seu julgamento, por corporativismo tacanho, covardia ou concupiscência.

É evidente que há o que comemorar. Há questões concretas, como a liberdade de Lula e a restauração de seus direitos políticos, o que altera a cena política brasileira sugerindo o fim da pasmaceira. Há a esperança e o desejo de que os dois movimentos do STF, que para o bem do direito deve concluir com a decretação da parcialidade do ex-juiz, estejam a assinalar que finalmente furaram o teto do poder judiciário e um arquiteto subversivo lá instalou uma telha de vidro, pela qual, com o sol do planalto, pode perpassar uma réstia de luz; que outro subversivo abra uma janela, por menor que seja, para que por ela entre a voz do povo, esse eterno excedente na história de nosso país. Não custa sonhar com um poder judiciário menos conservador, menos reacionário.

A reforma do judiciário – que depende de uma alteração radical na correlação de forças de hoje – é, para a democracia, a mais importante de quantas possamos enumerar. Está à frente mesmo da reforma política e da reforma agrária, que nada operarão enquanto dependermos de um judiciário composto por representantes dos interesses privados, do latifúndio, do dito “mercado” e do sistema financeiro nacional-internacional especulativo. Procuradores daquela minoria mínima do 1% de ricaços brancos que nos governam desde sempre. 

Somando o que precisa ser somado, estamos ainda no início do desvendamento do maior escândalo judicial moderno. Ensejar a punção do tumor é o que resulta da decisão do ministro Fachin e da retomada do julgamento da suspeição do ex-juiz, que estimulam essa discussão, até aqui restrita a poucos segmentos da sociedade brasileira. Não podemos pensar que tudo está bem porque Lula está livre e, legalmente, com os dados de hoje, pode até ser candidato ao que desejar em 2020. É muito, nas circunstâncias, mas está longe de consolar os que ainda aspiram por uma república democrática.

A restauração da ordem republicana, que se assenta no crédito que os cidadãos emprestam às suas instituições, exige a apuração dos crimes da Lava Jato, não só seus notórios crimes contra a constituição e a ordem jurídica como as condenações sem fundamento, mas seus crimes de lesa-pátria, a destruição da engenharia brasileira, suas ligações com os sistemas de segurança de outras nações, o vazamento de dados privilegiados para instituições estrangeiras, e enfim, a tentativa já conhecida de um grupo de procuradores assenhorear-se de parte das multas cobradas à Petrobras, que lhe seria transferida pelo credor norte-americano. É muito escândalo contribuindo para o justo descrédito do povo em face das instituições. 

A sociedade deve se abalar visando a exigir a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar os crimes da Lava Jato e a ineficiência de um poder judiciário paquidérmico que foge de seu dever de julgar – e quando julga o faz pelo viés politico, comprometendo o sistema democrático -- que se omite na defesa dos que precisa amparar e não se cansa de legislar em causa própria, constituindo-se em uma verdadeira casta, uma “elite” por força da origem de classe, desinteressada do povo e dos destinos do país.

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21
Fev21

CAVALO DE TROIA. “Se há uma CPI que pode vingar é a da Lava Jato”, diz Rogério Carvalho

Talis Andrade

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Em entrevista à TV 247, o senador Rogério Carvalho (PT-SE) delineou o argumento a favor da instalação de uma CPI da Lava Jato no Senado. Carvalho explicou que a CPI não trataria da condução jurídica da operação, comprovadamente parcial, mas sim de outras ilegalidades que foram cometidas por Sergio Moro e sua força-tarefa:

Se há uma CPI que pode vingar pelo menos no Senado é a CPI da Lava Jato. Porque não é uma CPI para avaliar a ação jurisdicional do Sergio Moro e dos procuradores, do ponto de vista como eles julgaram, como montaram um conluio para perseguir politicamente. Mas sim para avaliar as ilegalidades que cometeram ao trazerem agentes policiais de outros países, sem passar pelo Ministério da Justiça, e fazer acordos de leniência com empresas brasileiras sem passar pelas autoridades brasileiras. Ou seja, o Estado paralelo que eles criaram

 

 

Carvalho, que no último dia 9 anunciou que foi iniciado o processo de recolhimento de assinaturas, resumiu: “A CPI tem como foco o objetivo de investigar como se montou este Estado paralelo, que bisbilhotou a vida de milhares de brasileiros com ajuda da NSA, da CIA e do FBI, porquê estes agentes vieram para o Brasil, e porquê este grupo, esta liga da Justiça substituiu o Estado brasileiro, e passou a fazer acordos bilionários de leniência com autoridades suíças e americanas”. 

Da Petrobras, a autodenominada Lava Jato desviou, sorrateira e criminosamente, pelo menos 2 bilhões e 500 milhões de reais. Para praticar este rombo, a organização criminosa criou um fundo fantasma:

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Assinaram a "acordo fundo Petrobras", pelo MPF, apenas os procuradores (documento acima) Deltan Martinazzo Dallagnol, Januário Paludo, Felipe D'Ella Camargo, Orlando Martello, Diogo Castor de Mattos, Athayde Ribeiro Costa. 

A criação deste "fundo" da Petrobras é um safadeza. "Para que o dinheiro - 2 bilhões e 500 milhões da Petrobras - possa entrar no MPF", confabula Dallagnol:

CF: Parece que havia a possibilidade de dar certo sem nada, e outra que seria encaminhar a criação de uma rubrica contábil dentro de algo orçamentário, silenciosamente, como cavalo de Tróia que permitiria depois o crédito. Tem que articular a estratégia com a SG. Se Vc não for resolver, precisamos de alguém que se voluntarie para dar conta disso e fazer um report de status numa próxima reunião. Além disso precisamos sondar o Moro na próxima reunião para ver se e como ele ficaria confortável em destinar. Talvez dependamos de fazer um acordo com a vítima, a Petrobras (as palavras grifadas indicam trama, conluio, assalto, a Petrobras como "vítima")

Segue a fala safada de Dallagnol:

Moro não se sentiu "confortável", e a juíza Gabriela Hardt aceitou criar uma conta gráfica. 

No dia 30 de janeiro de 2019, primeiro mês de Bolsonaro presidente, e Sergio Moro ministro da Justiça e Segurança Pública, "a vítima", a Petrobras, depositou mais de 2 bilhões e 500 milhões de reais numa conta gráfica na Caixa Econômica Federal de Curitiba, para a gastança com e-ventos e caridade e comee e bebes de seis espertos procuradores. 

Segue comprovante, com furada justificativa de Dallagnol: 

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Dallagnol passa a mão em R$ 2.567.756.592. unidade de craqueamento da Rlam (foto: Juarez Cavalcanti/Petrobras)

Para se ter idéia da bufunfa repassada para a Lava Jato, a Petrobras anunciou acordo com o fundo Mubadala Capital, dos Emirados Árabes Unidos, para a venda da refinaria Landulpho Alves, na Bahia, por US$ 1,65 bilhão. 

Tem mais dinheiro ao deus-dará: dos acordos de delação premiada e de leniência. O acordo da Odebrecht foi de 8 bilhões e 500 milhões. CPI Já. Auditoria já na conta gráfica. Dallagnol transformou o cavalo de Troia de madeira em ouro. 

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12
Set20

CPI da Lava Jato para investigar Moro, Dallagnol e Bretas

Talis Andrade

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O deputado federal Rogério Correia afirmou à TV 247 que a única maneira de frear os abusos da Lava Jato, que teve como último episódio a ofensiva contra a advocacia nesta semana, é instalar de fato a CPI da Lava Jato na Câmara dos Deputados. O parlamentar lembrou que o pedido para a instauração da comissão já foi apresentado ao presidente da Casa, Rodrigo Maia, com as assinaturas necessárias para a inicialização dos trabalhos.

Segundo Correia, caso Maia não instale a CPI, será necessário ir ao Supremo para fazer com que o inquérito seja colocado. O deputado afirmou que o processo é importante para evitar que pessoas como o ex-juiz Sergio Moro, o ex-coordenador da Lava Jato de Curitiba Deltan Dallagnol e o juiz Marcelo Bretas continuem utilizando o aparato do Estado para promover perseguição política.

Essa Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) já foi entregue ao Rodrigo Maia com 173 assinaturas, precisavam de 172, já feita a conferência e, portanto, ela tem que ser instalada. Ela foi solicitada pelo líder do PDT na Câmara e ele conseguiu, junto com toda a oposição e mais outros setores da Câmara Federal, o número de assinaturas. Essa CPI está pronta para ser instalada. Nós do Partido dos Trabalhadores (PT) e da oposição de um modo geral já estamos solicitando ao Rodrigo Maia, não há justificativa para ele não fazê-lo. Se o deputado Rodrigo Maia, presidente da Casa, não instalar essa CPI, nós vamos ter que ir ao Supremo para que ela seja instalada, mas é fundamental. Se não fizermos isso, o parlamento se curva, como se curvou no passado, aos caprichos de pessoas como Moro e Dallagnol e outros. Eles vão utilizar a Justiça e o Ministério Público para a perseguição de pessoas e de adversários políticos”.

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03
Ago20

A Lava Jato a limpo

Talis Andrade

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É necessário não esquecer que, desde que surgiu, a Lava Jato foi incensada por parte da imprensa, chegando ao absurdo de jornalistas de conglomerados, como o da Rede Globo, submeterem os textos das reportagens à avaliação dos promotores heróis

por Enio Verri

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A cinematográfica operação Lava Jato deve ser passada a limpo, a bem da sua honra e do respeito à boa fé de milhões de brasileiros que a defendem, ainda hoje, apesar da a enxurrada de revelações escandalosas. Elas vão do conluio entre acusação e Juízo, a um banco de dados paralelo ao do Sistema Único do Ministério Público Federal, com informações de 38 mil pessoas, passando por um Power Point colegial, eivado de convicções arrogantes e absolutamente vazio de qualquer sustentação jurídica e um fundo de R$ 2,5 bilhões, gerido por promotores públicos e um juiz. Todos os servidores do Judiciário e do Ministério Público não permitirão serem confundidos com uma ínfima minoria que tenta usar do espaço ocupado, que é público, para projetos particulares de poder político. É necessário não esquecer que, desde que surgiu, a Lava Jato foi incensada por parte da imprensa, chegando ao absurdo de jornalistas de conglomerados, como o da Rede Globo, submeterem os textos das reportagens à avaliação dos promotores heróis.

A sociedade exige e merece satisfações sobre tudo o que já foi e vem sendo revelado, primeiro com a agência InterceptBrasil e que se avolumaram com a Agência Publica. Os fatos colocam em xeque uma operação que mobilizou infindáveis recursos públicos, humanos, financeiros, tecnológicos, numa suposta cruzada contra a corrupção, elegendo o Partido dos Trabalhadores e os presidentes Dilma e Lula como bodes a expiar na savana, onde ainda são dilacerados por certa imprensa que sustenta a operação. Infelizmente, a maior parte da população, independentemente do grau de escolaridade, não percebe que os conglomerados de comunicação estão concentrados nas mãos dos 15% que, de fato, sustentam Bolsonaro, que é resultado do golpe, de 2016, gerado e nascido da Operação Lava Jato. A traição ao Brasil e aos milhões de brasileiros que nela acreditaram, foi revelada na vexatória submissão a operação aos interesses dos EUA, sob o controle do FBI.

Apoiar a criação de uma CPI para investigar e passar a limpo a operação deve ser encarado por todos os servidores do Judiciário e do MPF como o cumprimento da função da Câmara dos Deputados, de ser o espaço onde a sociedade se manifesta pública e institucionalmente. Sob regras democráticas, tanto a operação quanto a sociedade vão investigar os fatos, analisar a gravidade dos diálogos entre acusação e Juízo, ouvindo amplamente as partes, inclusive o advogado Tacla Duran, que muitas revelações já prestou em audiência pública, no Senado, mas que não consegue ser ouvido pela força-tarefa. Certamente, ele tem muito a contribuir. A Operação seria a primeira interessada em esclarecer o que ela chama de acusações infundadas e conversas retiradas de contexto. Desqualificar ou ignorar a CPI apenas reforça o que as reportagens inferem e confirma as denúncias feitas pelo PT, desde há cinco anos, contra a operação, que já revelava suas exorbitâncias e autoritarismo, apoiado pela imprensa, como o crime de grampear uma presidenta em pleno exercício do cargo e o vazamento do diálogo para a maior rede de televisão do Brasil.

É de se esperar que a imprensa comercial ignore a CPI, uma vez que, mais cedo, ou mais tarde, será inegavelmente flagrada nos braços da Lava Jato. Será complicado explicar à sociedade por que os jornais com maior poder de contratar os melhores jornalistas investigativos do Brasil foram, ao longo de toda a operação, meros reconhecedores dos atos da força-tarefa. Isso sem falar na aproximação, em níveis inadimissíveis de informalidade, entre jornalistas e estrelas da operação, como Sérgio Moro e Deltan Dallagnol. Porém, a ausência dessa imprensa não é relevante. O importante, de fato, é a sociedade ter o direito de dizer, democraticamente, à força-tarefa, se ela concorda com o método de grampear, por 23 dias, o telefone do escritório de advocacia que defende quem o MPF acusa e a 13ª Vara de Curitiba julga. Essas e outras questões não se calarão enquanto não forem rigorosamente investigadas e esclarecidas.

 

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