Jair Bolsonaro vai aos EUA fechar o acordo dos cassinos que o filho começou, e o embaixador da jogatina Ronaldinho é preso no Paraguai
Ronaldinho Gaúcho e seu irmão Roberto de Assis foram detidos e levados para o presídio na noite desta sexta-feira (6), no Paraguai. Os irmãos são investigados por uso de documentação falsa desde a quarta-feira (4) e, até então, estavam sob custódia no quarto de hotel em que estavam hospedados.
Também estão presos o empresário Wilmondes Sousa Lira, por falsificação de documentos, e as donas originais dos passaportes adulterados, María Isabel Gayoso y Esperanza Apolonia Caballero, cumprem prisão domiciliar.
Ronaldinho viajou a convite de Nelson Belotti, que é sócio de Danilo Gamba no Cassino “Il Palazzo”.
Gamba também é sócio da empresa CPA Assessorial Empresarial e chegou a ser recebido para reunião no gabinete do vice-presidente, general Hamilton Mourão (PRTB), no dia 7 de agosto de 2019, às 10h30. A pauta da conversa foi de “assessoria empresarial em segurança cibernética”, segundo consta na agenda oficial.
Nelson Belotti é citado em vários processos da operação Lava Jato, do Petrolão a JBS, em operações com doleiro Alberto Youssef.
Ronaldinho e o irmão dizem que foram cumprir compromissos de publicidade no país. O ex-jogador é embaixador da casa de apostas Bectris -, e do governo Jair Bolsonaro.
Brasileiro para entrar no Paraguai não precisa apresentar passaporte. Por que Ronaldinho e irmão possuem documentos comprovando que são paraguaios de nascença?
Talvez Nelson Belotti e Danilo Gamba expliquem melhor. Inclusive a viagem do senador Flávio Bolsonaro a Las Vegas
Escreve Luis Nassif:
Alguém consegue imaginar Jair Bolsonaro envolvido em qualquer tema politico ou econômico que não haja interesse direto do submundo da economia, do qual ele é representante.
A BBC supôs, usando para Bolsonaro a regra que cabe a todo presidente de país sério, que se iria encontrar com políticos dos EUA, em sua próxima viagem, só poderia ser para tratar de temas de interesse dos políticos. E toca levantar os temas preferenciais de Rick Scott e Marco Rubio, dois dos políticos com os quais Bolsonaro irá se encontrar. Venezuela? Ceticismo climático?
Recentemente publiquei o “Xadrez de como os cassinos financiaram a ultradireita e negociam com os Bolsonaro”, mostrando como o lobby dos cassinos americanos estava entrando no Brasil através do representante comercial dos Bolsonaro, Flávio Bolsonaro, negociando com Sheldon Adelson, o cappo maior dos cassinos de Las Vegas.
Vamos conferir agora que são os políticos que se encontrarão com Bolsonaro.
Rubio já foi candidato a candidato à presidência da República pelo Partido Republicano em 2015. Sua participação em um dos debates foi curiosa.
Jed Bush Jr atacou Donald Trump, acusando-o de ter feito doações para sua campanha para governador porque tinha interesse em aprovar o funcionamento dos cassinos na Flórida. Era uma acusação pesada, da qual outros candidatos poderiam se valer para enfraquecer Trump. Mas Rubio calado, e sua assessoria alegou que ele não quis se envolver porque, afinal, os candidatos citados já estavam despencando nas pesquisas.
The Guardian matou a charada. Ambos, Jed Bush e Rubio, disputavam as doações de campanha de Sheldon Adelson, o bilionário que está tratando com Flávio Bolsonaro a abertura dos cassinos no Brasil. Segundo The Guardian, Rubio conseguiu a maior parte das doações de Adelson por ter defendido grande parte de suas demandas, os cassinos e o lobby de Israel. Adelson estaria preparando uma doação multimilionária para a ONG Conservative Solutions Project, pro-Rubio.
Já Rick Scott foi governador da Florida. 13 dias após ter sido eleito, em 2013, ele estava em Las Vegas se encontrando com Sheldon Adelson. Na volta instruiu sua equipe a trabalhar na legislação do cassino.