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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

10
Jan22

Brasil-4: amplitude e combatividade na luta

Talis Andrade

Guerra (1952) Portinari

Por Altamiro Borges

Em função dos crimes de responsabilidade cometidos em sua gestão, Jair Bolsonaro já deveria ter sofrido impeachment – o que agora parece mais distante. Há mais de 130 pedidos nesse sentido que só não avançam devido aos acordos – recheados de cargos públicos e emendas parlamentares – firmados com Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados e cacique do Centrão.

Caso o impeachment ou outras surpresas não ocorram e as regras democráticas não sejam novamente estupradas, o ultradireitista tende a sofrer fragorosa derrota nas eleições presidenciais de 2022. A mídia até especulou que ele poderia desistir da sua reeleição para evitar o vexame. Em ambos os casos, de impeachment ou derrota nas urnas, o presidente e seus três filhotes correm o risco de ir para a cadeia. 

A fera acuada, porém, é perigosa. O capitão tem no DNA o fascismo e nunca escondeu o seu desejo de promover um autogolpe e impor uma ditadura sanguinária no Brasil. Depois do vexatório desfile de tanques em Brasília, usado para intimidar o parlamento no dia da apreciação do voto impresso, ele fez um novo ensaio golpista nos atos milionários do 7 de setembro. Ambos, porém, deram zebra e acabaram isolando ainda mais o presidente. 

O valentão teve de assinar uma “carta de arrego” e dar telefonemas acovardados a ministros do STF. Mas o recuo pode ser apenas temporário. A exemplo do ídolo Donald Trump, com sua ação terrorista no Capitólio dos EUA, o fascista nativo não desistirá do poder – até para salvar sua pele e de seus filhotes. Para isso, ele conta com o apoio das milícias, de falsos pastores e de fanáticos bolsominions. 

Seu laranjal ainda tem como pilares de sustentação o “partido dos generais” – que hoje se locupleta com mais de 6 mil cargos e com vultuosos “soldos” – e setores da “elite” burguesa, favorecida com a “boiada passando” contra as leis trabalhistas, o meio ambiente, as privatizações e outras benesses. Não dá para se iludir. A luta em defesa da democracia e pelos direitos dos trabalhadores será encarniçada nos próximos meses. Exigirá muita combatividade, espírito unitário e inteligência política. 



A resistência do sindicalismo 

Apesar de todas as dificuldades decorrentes dos violentos golpes do capital contra o trabalho, o sindicalismo brasileiro tem demonstrado compromisso com a classe trabalhadora e muita capacidade de resistência. Na luta contra o fascismo, as centrais sindicais se uniram em torno da bandeira do Fora Bolsonaro e, junto com os movimentos sociais, organizaram desde junho de 2021 sete expressivos protestos em centenas de cidades brasileiras. 

No enfrentamento à pandemia da Covid-19, elas promoveram campanhas de solidariedade e exigiram “vacina para todos”, auxílio emergencial de R$ 600 e planos de geração de emprego e renda. No combate aos retrocessos neoliberais, os sindicatos conseguiram barrar a minirreforma trabalhista no Senado e estão mobilizados e unidos na luta contra a reforma administrativa, a “PEC das rachadinhas”. 

A mobilização também prossegue contra as privatizações da Eletrobras, dos Correios e de outras estatais estratégicas para o desenvolvimento nacional. Os tempos ainda são de trevas fascistizantes e neoliberais, mas ventos favoráveis à luta dos povos já sopram com mais força. 

* Texto elaborado como contribuição para o 10º Congresso do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente de São Paulo (Sintaema). 

** Continua. No próximo bloco, um balanço da conjuntura em São Paulo.

28
Ago21

Correios serão vendidos por “valorzinho”

Talis Andrade

Privatização dos Correios: por que a raiva com empresas públicas? |  Asmetro-SN

 

 

Secretária de Privatização Martha Seillier disse que o preço mínimo do leilão será muito menor do que o valor dos ativos da empresa

 
 
 
A secretária especial do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Martha Seillier, afirmou que os Correios serão colocados à venda por um valor simbólico, sem objetivo de fazer caixa para o governo. A declaração foi dada ao site Uol.
 
Seillier afirmou que o preço mínimo será muito menor do que o valor dos ativos da empresa, porque o comprador levará em conta os custos que terá de assumir.
 

Essa é a conta que estamos fazendo. Vai sobrar um valorzinho, vamos dizer assim, que é o quanto a gente vai pedir no leilão”, disse.

A secretária afirmou que só será possível estimar o lance mínimo do leilão após a segunda fase dos estudos de privatização, que devem ficar prontos em setembro, e depois que o Congresso confirmar a venda. O projeto de lei, que já passou pela Câmara, ainda precisa de aprovação do Senado e do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

A secretária diz que, se o governo mirar a arrecadação e cobrar caro demais, o comprador não terá dinheiro para investir na modernização e na ampliação da empresa. Isso poderia tornar o negócio inviável e prejudicar a prestação do serviço postal básico aos brasileiros.

 

Atualidades Enem: Privatização | Revista Quero

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18
Ago21

Novo dono dos Correios levará junto 2.500 imóveis em alguns dos bairros mais caros do país – e a estatal nem sabe quanto valem

Talis Andrade

Na pandemia, Correios batem recorde com receitas internacionais | Poder360Centro Cultural Rio de Janeiro — Correios, o maior operador logístico do  Brasil.Palácio dos Correios de São Paulo - Descubra Sampa - Cidade de São Paulo

BANCO IMOBILIÁRIO

 
 
 
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Jair Bolsonaro ganhou aval da Câmara dos Deputados para vender os Correios num leilão previsto para o primeiro trimestre do ano que vem. Quem comprar a empresa levará junto com a operação de distribuição e entrega de correspondências e mercadorias um tesouro pouco conhecido: 2.500 imóveis próprios espalhados por todos os 27 estados do país, incluindo áreas muito valorizadas no mercado imobiliário.

A carteira imobiliária dos Correios é variada: tem prédios empresariais, históricos, imensos galpões logísticos, terrenos e agências em torno das quais cidades cresceram no interior do Brasil. A empresa, vale lembrar, é uma das mais antigas do país – surgiu em 1663, com a criação do cargo de Correio-mor das cartas do mar.

Estão na lista o edifício sede da estatal, em Brasília, que sozinho vale mais de R$ 360 milhões, de acordo com o contrato de seguro em vigor até junho passado. Ou um prédio localizado na Pituba, um bairro caro de Salvador, que foi avaliado em mais de R$ 75 milhões ao ser segurado, em 2016, mas foi posto à venda por R$ 248 milhões em 2019.

Além deles, os Correios possuem prédios históricos que são ícones de diversas cidades do Brasil, como os da Rua Visconde de Itaboraí, no Rio, do Vale do Anhangabaú, em São Paulo, e da Praça da Alfândega, em Porto Alegre, os três transformados em centros culturais.

Mais incrível que o patrimônio acumulado ao longo de 358 anos de vida  é o fato da estatal não saber exatamente – ou não querer dizer – qual o valor desse acervo que, sozinho, pode render lucros fabulosos a quem comprar a estatal. Isso significa que, na prática, o governo ganhou a primeira autorização para vender uma empresa cujo valor atualizado sequer conhece – ou, se conhece, não informa à sociedade.

Em 2019, os Correios deveriam ter avaliado todo seu patrimônio imobiliário para atualizá-lo no balanço patrimonial que é divulgado periodicamente. A estatal diz ter adotado, em 2014, a prática de levantar os valores reais de seus imóveis a cada cinco anos. Portanto, o levantamento já deveria ter sido refeito. Até o final de 2020, porém, não havia sido concluído.

Em 2013, antes de os Correios reavaliarem sua carteira imobiliária, o balanço da empresa apontava um patrimônio de R$ 1,556 bilhão em imóveis. Após a avaliação, o valor subiu para R$ 5,692 bilhões em 2014. Um espantoso crescimento de 265%, obviamente devido ao meticuloso trabalho de checagem da real situação dos milhares de imóveis da empresa, um a um.

O trabalho jamais foi repetido. Sem dispor da nova avaliação, o balanço patrimonial vem indicando quedas sucessivas no valor da carteira imobiliária, atribuída à depreciação estimada dos imóveis. Assim, em 2019, os Correios estimaram que seus imóveis valiam R$ 5,237 bilhões.

Acontece que, em 2020, a estimativa caiu para R$ 3,850 bilhões. Trata-se de um valor 26% menor que o apresentado em 2019, e nada desprezíveis 32% inferior ao de 2015. Igualmente espantoso é perceber que a estimativa depreciada foi preparada para as demonstrações de resultados apresentadas em maio de 2021, meses depois do governo oficializar o projeto de privatização da estatal.

A conta de padeiro esconde uma impossibilidade prática. É impossível que todos os 2.500 imóveis sofram a mesma depreciação. É improvável que todos eles tenham na prática perdido valor de mercado. Prédios, mesmo antigos, podem subir de preço meramente pela valorização de imóveis vizinhos ou da região da cidade em que estejam, como sabe qualquer brasileiro que vive no meio urbano.

“Depreciação num imóvel não existe. Não há desvalorização no longo prazo”, afirmou o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Distrito Federal, Geraldo Nascimento, que acompanha de perto mudanças no valor de prédios e residências em Brasília e no país, em geral. “Há casos de imóveis que valorizaram 100% de 2014 para cá”.

Nascimento me disse que empresas que querem saber exatamente quanto vale sua carteira imobiliária costumam reavaliá-las a cada 90 dias. “Te falo com toda certeza, sem medo de errar, que uma avaliação de 2014 está completamente defasada”, afirmou, sobre o caso dos Correios.BRASÍLIA,DF,05.08.2021:ATO-CONTRA-PRIVATIZAÇÃO-CORREIO - Ato contra privatização dos Correios, realizado na cidade de Brasília, DF, nesta quinta feira, 05. (Foto: Matheus W Alves/Futura Press/Folhapress)

Manifestação contra a privatização dos Correios, em Brasília: Câmara dos Deputados deu aval à venda de uma empresa que não se sabe quanto vale. Foto: Matheus W Alves/Futura Press/Folhapress

 

O puxão de orelhas dos auditores

Os Correios informaram no seu balanço de 2020 que a pandemia atrapalhou a conclusão da reavaliação de sua carteira imobiliária. Acrescentam, ainda, que mudaram a forma de calcular o valor de seus imóveis. Segundo a empresa me informou em resposta a pedido protocolado conforme a Lei de Acesso à Informação, a alteração ocorreu em dezembro de 2020, ou seja, meses antes de o governo formalizar a intenção de vender a estatal.

“Importa esclarecer que em virtude do cenário estabelecido pela pandemia, desde março de 2020, a avaliação da totalidade da carteira imobiliária restou prejudicada, principalmente, em relação aos imóveis situados na região Norte [do Brasil], o que impossibilitou na entrega de 41 laudos que seriam utilizados na mensuração do valor justo”, registraram os Correios, em mau português, nas notas explicativas do balanço patrimonial publicado em 27 de maio.

É também curioso que, na demonstração de resultados de 2019, a estatal tenha informado que o serviço de avaliação dos imóveis já havia sido contratado, mas não concluído a tempo de ser considerado no balanço. Ou seja, ao menos parte do serviço já havia começado muitos meses antes da pandemia.

Auditores da empresa BDO, contratados pelos Correios para avaliar a demonstração dos resultados de 2019, notaram a falta da avaliação de carteira imobiliária na papelada entregue pela estatal. Chamada a opinar sobre a prestação de contas, os auditores disseram que os documentos produzidos pela companhia estavam adequados, mas com ressalvas.

Segundo dois profissionais que trabalham com auditoria de balanços com quem eu conversei, mas que pediram para não terem seus nomes revelados por não terem trabalhado diretamente na avaliação da demonstração de resultados dos Correios, a aprovação com ressalvas de um documento contábil é uma rara exceção. Não quer dizer, a princípio, que a empresa tenha cometido alguma fraude na apresentação de suas contas. Mas só acontece quando uma demonstração de resultado contém informações de credibilidade difícil de comprovar.

No caso específico dos Correios, a falta de avaliação da carteira imobiliária era um dos motivos das ressalvas. A BDO reforçou que a estatal deveria ter reavaliado todos os imóveis em 2019. Como isso não fora feito, ficou impossível constatar se o patrimônio da empresa estava corretamente calculado e divulgado.

Já em 2020, quem analisou o balanço dos Correios foi a Crowe Consult. Desta vez, foi aprovado sem ressalvas. A Crowe, contudo, lembrou em seu relatório as ressalvas apontadas pelo BDO – e que elas tinham relação com a falta de avaliação da carteira imobiliária.

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‘Depreciação num imóvel não existe. Não há desvalorização no longo prazo’, diz presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Distrito Federal. Mas é o que se vê nos balanços dos Correios. Foto: Emerson Nogueira/Futura Press/Folhapress

 

Bairros nobres, áreas valorizadas

Só no Distrito Federal os Correios têm oito imóveis próprios. Seis deles ficam no Plano Piloto de Brasília, a área da cidade projetada pelo urbanista Lúcio Costa, tombada como patrimônio da humanidade pela Unesco em 1987. Ali, o valor de um metro quadrado de apartamento chega a custar mais de R$ 10 mil – o que faz os imóveis rotineiramente custarem perto de R$ 1 milhão.

No Setor Comercial Sul, o principal da cidade, a estatal tem o Edifício Apolo, com sete andares, onde hoje funciona o Museu dos Correios. Em 2017, ele foi avaliado em R$ 6,9 milhões para a contratação de um seguro. No mesmo ano, a Universidade dos Correios, um campus corporativo da estatal que fica bem ao lado da Universidade de Brasília e próxima do lago Paranoá, foi avaliada em mais de R$ 24 milhões – também por uma seguradora.

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Campus da Universidade Correios, no Plano Piloto de Brasília, foi avaliado em R$ 24 milhões por uma seguradora. Foto: Reprodução/Google Maps

 

Em São Paulo, os Correios têm três prédios próprios na Vila Leopoldina, bairro que passa por uma intervenção urbanística promovida pela prefeitura que elevou o metro quadrado dos imóveis a até R$ 10 mil. Os prédios abrigam a sede regional da empresa e um complexo logístico. Um tem 28 andares; o outro, 155 mil metros quadrados de área construída – o equivalente à área de cem campos de futebol.

No Rio de Janeiro, a estatal é dona do imóvel em que fica sua agência na rua Visconde de Pirajá, uma das principais de Ipanema, bairro com um dos metros quadrados mais caros do país. Lá, um apartamento de 100 metros quadrados custa, em média, R$ 1,8 milhão. Segundo os Correios, a agência ocupa 20 boxes numa galeria comercial no coração da Zona Sul carioca.

Os Correios ainda são donos de um prédio histórico em Belém, de quatro andares, localizado na Avenida Presidente Vargas, a principal da cidade. Também possuem um novo e imponente complexo que conjuga um edifício comercial a um centro logístico no Rebouças, bairro da área central de Curitiba.

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Correios são donos de prédios e um terreno do tamanho de cem campos de futebol na Vila Leopoldina, em São Paulo. Foto: Reprodução/Google Maps

 

Em 2010, a Igreja Universal do Reino de Deus pagou R$ 32 milhões pelo terreno de uma antiga fábrica ali ao lado para erguer nele um templo de 35 metros de altura, capacidade para 5 mil pessoas, estacionamento para 650 veículos, heliponto e estúdios de rádio e televisão.

Eu questionei os Correios sobre o valor de sua carteira imobiliária. Primeiro, via Lei de Acesso à Informação, a LAI. Solicitei à estatal a lista completa de seus imóveis próprios e o valor de avaliação de cada um deles. Recebi dados cadastrais dos bens, mas não o preço deles, uma “informação estratégica”, segundo a empresa.

“A divulgação de informações sobre o valor que compõe cada imóvel, poderá suscitar prejuízos à competitividade na eventualidade de uma alienação”, justificou a empresa, em resposta a um recurso que apresentei após a primeira negativa de informações. Em português claro, quer dizer que publicar a informação poderia derrubar o preço dos imóveis em caso de venda. Só que escondê-la permite que a sociedade suspeite que o patrimônio de mais de três séculos poderá ser entregue por menos do que vale.

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Sede Regional dos Correios, em Curitiba: em 2010, a Igreja Universal do Reino de Deus pagou R$ 32 milhões por um terreno similar no mesmo bairro. Foto: Reprodução/Google Maps

 

Em outro protocolo via LAI, pedi dados das empresas contratadas para avaliar imóveis dos Correios e quando isso foi feito. Fui informado que as empresas PR1 Engenharia e T. Cichelero Engenharia foram contratadas em 2019 para prestar o serviço seguindo métodos de avaliação descritos em normas da ABNT. Os Correios, porém, não informaram quanto gastou com os serviços.

Eu ainda busquei a assessoria de imprensa da estatal para questionar o assunto e pedir explicações, inclusive, sobre a queda expressiva no valor do patrimônio imobiliário da empresa de 2019 para 2020. Questionei, inclusive, sobre o impacto no eventual valor de venda da estatal à iniciativa privada.

Os Correios só informaram que questionamentos sobre os projetos para sua privatização devem ser encaminhados à Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos do Ministério da Economia. A Secretaria não respondeu a questionamentos enviados por e-mail.

O ministro das Comunicações, Fábio Faria, já declarou que espera vender os Correios por até R$ 15 bilhões. Eu perguntei ao ministério o que baseia essa previsão. Não recebi resposta.

A Brazilian postman delivers letters in Rocinha slum in Rio de Janeiro on October 4, 2013.  AFP PHOTO / CHRISTOPHE SIMON        (Photo credit should read CHRISTOPHE SIMON/AFP via Getty Images)

Governo diz que comprador dos Correios terá que garantir ‘universalidade dos serviços postais’. Mas Hamilton Mourão já sinalizou criação de nova estatal para atender o ‘vasto interior do Brasil’. Foto: Christophe Simon/AFP via Getty Images

 

O que vem a seguir

Após a aprovação pela Câmara dos Deputados, o projeto de privatização dos Correios será analisado pelo Senado. Se aprovado sem mudanças, segue direto para sanção de Bolsonaro.

Enquanto a tramitação do projeto segue em debate, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDES, já estuda como a privatização deve ser realizada. Segundo o banco, ainda não há estimativa oficial sobre o valor de venda da estatal.

A análise sobre a real situação da empresa está prevista para ser concluída ainda neste mês, segundo o BNDES.

No Judiciário, a Associação dos Profissionais dos Correios, Adcap, tenta barrar a privatização alegando que ela é inconstitucional. A Procuradoria-geral da República, a PGR, já se manifestou contra a venda integral da empresa, conforme previsto no projeto em tramitação no Congresso Nacional.

Para além das questões legais, a Adcap argumenta que a venda dos Correios pode comprometer o acesso à população de áreas mais remotas ao serviço postal, seja pelo eventual fechamento de agências ou pelo aumento de tarifas.

A esse respeito, o vice-presidente Hamilton Mourão sinalizou, após a vitória na Câmara, que o governo poderá criar uma nova estatal para cumprir o papel dos Correios no interior do Brasil, onde o acesso é mais difícil e a demanda, menor – ou seja, onde o negócio é menos rentável.

“Entendemos que o governo pode perfeitamente abrir essa atividade para as empresas privadas. Existe um vasto interior do Brasil que deverá continuar a ser entendido por uma empresa ligada ao governo”, afirmou Mourão, segundo o portal Metrópoles.

Enquanto isso, o governo Bolsonaro colocou no ar um site sobre o projeto de privatização. Ali, promete que o comprador dos Correios deverá garantir a universalidade dos serviços postais e que funcionários terão empregos protegidos.

Faltou combinar com o vice-presidente.

 

Esta reportagem foi realizada com apoio de República.org.

24
Jul21

Manifestantes protestam no Centro do Rio contra o governo do presidente Jair Bolsonaro

Talis Andrade

Trecho da Avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio, durante protesto contra o governo Bolsonaro na manhã de 24 de julho de 2021 — Foto: Guilherme Cardoso/TV Globo

Trecho da Avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio, durante protesto contra o governo Bolsonaro na manhã de 24 de julho de 2021 — Foto: Guilherme Cardoso/TV Globo

 

 

por G1

Manifestantes se reuniram na manhã deste sábado (24), no Centro do Rio, em protesto contra o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A grande maioria deles usava máscara facial.

A concentração do ato teve início por volta das 10h na Avenida Presidente Vargas, em frente ao monumento em homenagem a Zumbi dos Palmares. De lá, eles seguiram em caminhada rumo à Praça da Candelária.Funcionários dos Correios participam de protesto contra o governo Bolsonaro, no Centro do Rio, na manhã de 25 de julho — Foto: Jefferson Monteiro/TV Globo

Vista aérea mostra manifestantes ocupando longo trecho da Avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio, durante protesto contra o governo Bolsonaro na manhã de 24 de julho — Foto: TV Globo

Em faixas, cartazes e adesivos, os manifestantes reclamavam das privatizações de órgãos públicos, cobraram a defesa da Amazônia, cobravam vacina contra a Covid e, até mesmo, a saída de Bolsonaro do cargo. Uma faixa com cerca de 50 metros de comprimento exibia a frase "Fora Bolsonaro".

10
Jul21

Um empresário das sombras

Talis Andrade

 

 Francisco Emerson Maximiano fundou muitas empresas para variados negócios safados com os governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro. É um empresário que age nas sombras. Como acontecia com o traficante de moedas Dario Messer. Durante os escândalos do BanEstado e Lava Jato de Curitiba a foto existente de Messer era esta:Dario Messer, o doleiro de todas as corrupções no Brasil e protegido pelo  presidente do Paraguai | Brasil | EL PAÍS Brasil

Qual dos dois é o doleiro? Messer pagava proteção (vide tag mesada) para não ser preso. Nenhuma foto nítida e atualizada existia, que inclusive circulou na imprensa os boatos de que estava morto ou foragido em Israel, quando dava festas no Rio de Janeiro, para sexo e negociatas com políticos e alta sociedade. 

Acontece o mesmo com Francisco Maximiano. Dele não existe fotografia nem nos sites de busca. Curioso que, a única fotografia recente que se conhece, ele se parece demasiado com Ricardo Barros:Empresário que vendeu Covaxin ao governo rejeita seguranças oferecidos pela  CPI | Diario de Cuiabá

MP investiga pagamento de R$ 5 milhões em propina ao deputado Ricardo Barros  em fraude na contratação de energia eólica | Norte e Noroeste | G1

Com certeza a segunda foto é de Ricardo Barros. O site The Intercept publicou uma antiga e verdadeira fotografia de Maximiano:Documentos mostram qual era a parte de Francisco Maximiano nos negócios com  o ministério da saúde: apenas receber o dinheiro – Sportlight

Quem é Francisco Maximiano, dono da Precisa Medicamentos, que intermediou o negócio superfaturado da Covaxim com o Planalto. Em sua capivara, contratos irregulares com o governo e calote – irrigando fortunas em paraísos fiscais

 

por Ana Clara Costa /Piauí

Apesar da imagem sacra de 1,5 metro que adorna a fachada do escritório da Global Saúde em Brasília, no Lago Sul, Francisco Emerson Maximiano não é um homem religioso. Dono da Precisa Medicamentos, empresa suspeita de irregularidades na compra das vacinas Covaxin, o empresário é conhecido pela polidez no trato pessoal e pela forma engenhosa com que faz negócios em múltiplos setores, nos quais frequentemente se envolve em disputas contenciosas por não honrar compromissos previamente acordados. É com ele que o governo aceitou fazer negócio.

​Francisco Maximiano, ou apenas Max para os mais próximos, intermediou o contrato entre o laboratório indiano Bharat Biotech e o governo Bolsonaro na aquisição de 20 milhões de doses por 1,6 bilhão de reais – a compra de vacina mais cara já feita pelo Brasil no combate à pandemia do coronavírus. O contrato, assinado em fevereiro, foi suspenso agora, quatro meses depois, em razão da denúncia de corrupção feita pelos irmãos Miranda – o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda e o deputado federal Luis Miranda. Maximiano se tornou personagem-chave para a CPI da Pandemia. Mas conseguiu no Supremo Tribunal Federal (STF) um habeas corpus para ficar em silêncio.

​Dono de mais de uma dezena de empresas de consultoria e intermediação de negócios, Max é conhecido no meio empresarial, em especial no setor de saúde, além de ter um bom trânsito político, conforme ficou evidente no esforço hercúleo feito pelo governo Bolsonaro para comprar a Covaxin por meio de sua empresa. Além de frequentar os corredores de Brasília há mais de uma década, o empresário também frequenta investigações criminais, embora até o início deste ano nunca tivesse sido formalmente investigado.A primeira aconteceu durante a CPI dos Fundos de Pensão, em 2015.

​Com bons contatos nos Correios, Max fisgou uma boa oportunidade durante o acordo coletivo firmado entre carteiros e a estatal em 2011, quando se definiu que a empresa ofereceria um vale-farmácia a cada trabalhador, também chamado de Plano de Benefício de Medicamentos (PBM). Nos Estados Unidos, é comum que empresas ofertem esse tipo de vantagem aos seus funcionários em razão dos altos preços dos remédios. Também é comum que, em vez de fazer a gestão desse benefício — o que envolveria firmar convênios com farmácias e fazer a contabilidade do uso do vale — o empregador terceirize esse trabalho a uma empresa especializada.

​Foi nesse espaço que a principal firma de Max, a Global Gestão em Saúde, prosperou. Ao ser formalmente constituída, em 2012, abocanhou logo de cara o contrato com os Correios para gerir o benefício farmacêutico dos pensionistas. O negócio lhe rendeu mais de 60 milhões de reais. No final de 2012, mais um golaço na relação com a estatal. O fundo de pensão dos Correios, o Postalis, aportou mais de 40 milhões de reais num fundo que detém a quase totalidade das ações da Global.

​Max se apresenta como dono da Global, mas não exerce sua propriedade como pessoa física, já que o principal acionista da empresa é o FIP Saúde, um fundo de investimentos cujos cotistas são anônimos. Tal mecanismo é comum no mercado financeiro quando acionistas desejam ficar anônimos e pagar menos impostos, já que o FIP só é tributado na retirada. Também é comum que os cotistas de FIPs sejam empresas offshore instaladas em paraísos fiscais, o que dificulta ainda mais a localização de seus donos e, portanto, a tributação. Procurado pela piauí nesta sexta-feira para esclarecer as razões de manter o FIP Saúde como acionista principal de sua empresa, Max afirmou, por meio de sua defesa, que “todas as tratativas com autoridades seguiram regras claras de compliance, integridade e interesse público”, que “fundos de investimento deste tipo são regulados pela CVM, com controles rigorosos” e que a “Global Saúde ou Francisco Maximiano não foram condenados e sequer denunciados” nos casos envolvendo fundos de pensão. 

​O aporte do Postalis no FIP Saúde foi um presente de pai para filho para o FIP – e um presente de grego para o próprio Postalis. O fundo de pensão dos Correios jamais recuperou o investimento, sendo obrigado a provisioná-lo como perda em seu balanço. As irregularidades da operação começaram na largada. Segundo a investigação do Ministério Público, o Postalis investiu no FIP Saúde quase 100% de seu patrimônio líquido, violando o descrito em seu estatuto, que permite compra de participações de até 25% em empresas.

​Os gestores do Postalis, no entanto, jamais foram punidos na Justiça por essa operação irregular. Em 2016, um ex-vereador do PT na cidade de Americana (SP), Alexandre Romano, fechou um acordo de delação em que contava ter intermediado propina paga por Maximiano a um gestor dos Correios, em troca de vantagens na estatal. Como Romano não conseguiu provar os repasses, a acusação não deu em nada. No início desse ano, contudo, Max começou a ser formalmente investigado pelo contrato com os Correios de quase dez anos atrás.

​Enquanto a Global crescia mirando contratos com o governo federal e fundos de pensão, Max montou uma gestora de fundos chamada Evocati, escalando para a empreitada Carlos Alberto Rosa, ex-gestor da Funcef, o poderoso fundo de pensão dos funcionários da Caixa Econômica Federal. Como os fundos da gestora demorassem a engrenar, Max chegou a cogitar trazer para a Evocati a gestão do próprio FIP Saúde, que, embora anônimo, ele dizia abertamente ser seu. O fundo hoje tem um patrimônio líquido de cerca de 100 milhões de reais, segundo a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

​A transferência do FIP Saúde para a Evocati, no entanto, não foi possível em razão de travas regulatórias alegadas por Rosa, que entendia muito bem do assunto. Com isso, o FIP Saúde acabou sendo transferido para a Planner, uma corretora que ficava na sala ao lado da Evocati, na Avenida Faria Lima, e com quem Max mantinha boa relação. Sem conseguir acumular os ganhos esperados, Maximiano vendeu a Evocati em 2014, apenas três anos depois de criá-la, e passou a se dedicar integralmente aos negócios de saúde. Nessa época, chegou a receber uma oferta da gigante americana UnitedHealth para comprar a Global por 600 milhões de reais, mas recusou a proposta. Queria manter a empresa.

​No decorrer da década, a Global passou a acumular contratos ligados ao fornecimento de medicamentos ao poder público. E, aí também, os problemas se acumularam. A empresa abocanhou o vale-farmácia da Petrobras por mais de 500 milhões de reais em 2015, mas terminou processada em 2,3 milhões de reais pela estatal depois que uma investigação interna mostrou que a empresa não estava provendo o benefício integralmente aos funcionários. Em 2017, a Global firmou um contrato de 20 milhões de reais com o Ministério da Saúde para fornecer remédios para doenças raras. Max recebeu o dinheiro mas não entregou o produto. Por isso, a Global é investigada juntamente com o deputado Ricardo Barros (PP-PR), que era ministro da Saúde na época e hoje é líder do governo Bolsonaro na Câmara. 

​O empresário sempre esteve atento às oportunidades com fundos de pensão. Em 2018, criou uma empresa chamada Saúdebank para intermediar negócios com planos de saúde privados de entidades públicas, como o dos funcionários da Fiocruz, da Cemig e do Ministério da Fazenda. A ideia era engenhosa: observando que as seguradoras demoram algumas semanas para ressarcir os planos privados dos gastos com os segurados, a Saúdebank criaria um fundo para antecipar esses pagamentos aos planos. Depois, quando a seguradora fizesse o pagamento, receberia o valor com rendimentos. Max mostrou o projeto para o recém-criado banco C6 e conseguiu captar 4 milhões de reais para começar a empreitada. Um ano depois, nenhum contrato havia sido fechado, e os 4 milhões sumiram. O C6 acionou Max na Justiça alegando que houve inércia da parte da empresa e reclamando o sumiço do dinheiro. A Justiça determinou o bloqueio de contas da Saúdebank para ressarcir o banco. Mas aconteceu uma surpresa: todas as contas estavam vazias.

​Max e suas empresas são alvo de mais de uma dezena de processos na Justiça por falta de pagamento. As ações vão desde dívidas milionárias com os bancos de varejo até o não pagamento de uma fatura de 90 mil reais por uma internação no Hospital Sírio Libanês para tratar de um problema cardíaco. Paciente do cardiologista Roberto Kalil, Max curiosamente não tinha plano de saúde e optou por pagamento particular, mas não honrou o boleto. Também deixou de pagar, nos últimos anos, o hangar onde estaciona seu helicóptero, em Osasco (SP), embora a aeronave em questão jamais tenha estado em seu nome, e sim no do empresário Adriano Rosa, dono da Léros — a empresa brasileira que, em 2019, ganhou notoriedade ao se unir ao governo do Paraguai para tentar comprar indevidamente a energia de Itaipu. 

​Assim como no caso da Saúdebank, todas as dívidas executadas até agora terminaram sem ressarcimento porque, a despeito das negociatas lideradas por Max, as contas das empresas condenadas têm uma característica comum – estão sempre vazias. Max também não costuma ter imóveis em seu nome. A escritura do apartamento que morou em São Paulo, antes de mudar-se para Brasília, está no nome de uma italiana. Max, no entanto, ainda consta como morador do local até hoje. Na capital federal, viveu com a mulher e os quatro filhos numa confortável casa no Park Way, bairro localizado fora do Plano Piloto. A casa, construída num terreno de 2.000 m2, também foi alugada. Depois disso, voltou para São Paulo, onde vive no condomínio Alphaville. A sede da Global em Brasília, no Lago Sul, também era alugada. Mas os proprietários disseram à piauí que venderam a residência a Max em 2019, embora essa transação não conste da escritura do imóvel ainda.

​Quem conhece Francisco Maximiano diz se tratar de uma pessoa educada e discreta. Está sempre vestido em ternos bem cortados e cabelo alinhado, dirigindo carros importados e usando bons relógios. Sua prosperidade, contudo, nunca é tema de conversas. Max não comenta sobre quem são os seus parceiros em Brasília. Limita-se sempre a dizer que tem bons contatos em diferentes partidos e que “circula bem”. Não gosta de festas nem de eventos sociais, a não ser aqueles promovidos por empresas de saúde em que possam surgir possibilidades de negócio. Mesmo nesses eventos, é categórico sobre nunca aparecer em fotos. Já sua mulher, Andrea, era figura mais recorrente no circuito social de Brasília.

​Entre seus programas prediletos estão as viagens aos Estados Unidos, especialmente percorrendo grandes distâncias em motor home, na companhia dos filhos e da mulher. Max tem 48 anos e casou-se jovem, em 1994, quando a mulher tinha 17 anos. Ele nasceu em Mandaguari, no interior do Paraná, numa família simples. Ela é de São Paulo. Ambos compartilham a alta estatura (ela perto de 1,80 metro e ele quase 1,90 metro) e a pele clara. Andrea tem os cabelos loiros e é magra, enquanto Max tem os fios mais escuros e a figura mais rechonchuda.

 

​A proximidade com a família também se reflete na composição das empresas de Max. Os sócios, diretores ou conselheiros são sempre os mesmos familiares: a irmã, Micheli Maximiano, que trabalha no setor farmacêutico, o cunhado, Wellyngton Gonçalves, casado com Micheli, e o irmão de Andrea, Pedro Furtado. A exceção está no departamento jurídico de todas as empresas, onde aparece uma única advogada, Rachel Chaves Monteiro da Silva, que não é da família. Max a considera como se fosse, em razão dos anos de serviços prestados e do acesso a informações sensíveis.Em delação, Messer diz que entregava dólares aos Marinho, da Globo | VEJA

16
Jun21

Estamos em busca de todos os mecanismos para barrar as privatizações

Talis Andrade

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por Enio Verri

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O projeto de entregar e vender tudo o que for possível, faz parte do interesse de Guedes e não do interesse coletivo brasileiro. Nosso futuro como Nação independente e soberana está em risco. Esperamos que os dois PDL’s sejam aprovados pela Câmara e sirvam para estancar a sangria desatada pelas privatizações.

Desde que, na campanha presidencial de 2018, Paulo Guedes foi anunciado como o “posto Ipiranga” de Bolsonaro, ele fez questão de deixar claro que venderia tudo que pudesse vender. Naquela época, já afirmava que as privatizações seriam a marca da sua gestão. Petrobras, Banco do Brasil, Caixa, Eletrobras, Correios, enfim, o patrimônio e soberania nacionais estariam dentro do pacote.

E, já como ministro da Economia do Governo, seu esforço tem sido para entregar as empresas estatais nas mãos da iniciativa privada. Nas votações do Congresso, com anuência da base governista, as propostas de privatização têm sido aprovadas. Mesmo assim, a oposição tem tentado incansavelmente impedir que empresas de áreas estratégicas para o país sejam entregues da forma que vem acontecendo.

Além das falas em Plenário em defesa das estatais e destacando sua importância para o Brasil, e dos instrumentos do Regimento Interno da Câmara para segurar as votações, temos usado todos os mecanismos para barrar as privatizações. Entre eles, o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) para sustar medidas do governo pela venda do patrimônio público.

No mês de maio, a Bancada do Partido dos Trabalhadores protocolou dois destes PDL’s com esse intuito. No PDL de n° 207 de 2021, o pedido é para que o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) seja retirado do Programa Nacional de Desestatização, ou seja, que não pode ser privatizado. Já no PDL 208 de 2021, a proposta é para resguardar também a Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev).

Em ambas as propostas, explicamos que a inclusão das duas empresas públicas no programa de privatizações é inconstitucional. Nenhum dos dois decretos presidenciais, que liberam as estatais para a venda, leva em conta que a privatização nos dois casos é sujeita ao controle direto do Congresso Nacional, conforme inciso V do artigo 49 da Constituição.

O plano de Guedes é que a privatização das duas empresas seja realizada no 1º semestre de 2022. Mesmo que o Tribunal de Contas da União (TCU) tenha expressado sua preocupação com o tema em um levantamento feito em 2020. No parecer, o Tribunal destacou sobre risco à segurança dos dados e informações governamentais e à gestão dos sistemas e dos dados custodiados, geridos e transformados por empresas públicas de TI (Serpro e Dataprev). Alerta, ainda, que os serviços prestados por essas empresas suportam a infraestrutura tecnológica de órgãos relevantes da Administração Pública Federal.

Assim como o TCU, o Ministério Público Federal também elaborou a Nota Técnica com análise parecida. Aponta que, caso a empresa pública seja vendida, os bancos de dados poderão ser geridos de forma terceirizada. Ou que o Serpro poderá vir a ser controlado por empresa estrangeira, de modo que governos estrangeiros possam ter acesso a dados e tecnologias em desenvolvimento no Brasil essenciais para sua defesa, segurança e economia.

Traduzindo, essas privatizações arriscam a segurança nacional, a manutenção da nossa soberania e a proteção dos dados governamentais. São interesses que deviam estar resguardados pelo Estado e não colocados à venda.Image

O projeto de entregar e vender tudo o que for possível, faz parte do interesse de Guedes e não do interesse coletivo brasileiro. Nosso futuro como Nação independente e soberana está em risco. Esperamos que os dois PDL’s sejam aprovados pela Câmara e sirvam para estancar a sangria desatada pelas privatizações. É mais uma das nossas tentativas de preservar nossa autonomia e de ter um Estado forte com poder de decisão em nossas áreas mais estratégicas de gestão.

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16
Jun21

A luta em defesa das estatais é de todo o povo brasileiro

Talis Andrade

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por Gleisi Hoffmann

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Na última semana, o governo Bolsonaro deu início a uma forte ofensiva para aprovar a privatização de estatais brasileiras cometendo um crime contra a soberania nacional. A primeira tratorada foi na Câmara dos Deputados que, em uma única sessão, autorizou a venda da Eletrobrás. A pauta neoliberal do Estado mínimo vem sendo colocada em prática desde o golpe contra a presidenta Dilma, quando a Petrobras começou a ser alvo de um verdadeiro desmonte. Refinarias, distribuidoras de gás, campos de petróleo e diversos ativos importantes estão sendo entregues à iniciativa privada, numa espécie de privatização aos pedaços. Na fila, também estão os Correios, que poderão sucumbir a qualquer momento.

A empresa pública tem como compromisso contribuir para o desenvolvimento do país e oferecer à população serviços baratos e eficientes. Já a empresa privada privilegia os lucros. A compatibilidade desses dois objetivos é quase impossível e, por isso, nas últimas décadas estamos vendo pelo mundo inteiro governos reestatizando. O Transnational Institute fez um mapa das atividades essenciais privatizadas, como distribuição de água, energia, transporte público e coleta de lixo, entre os anos de 2000 e 2017, e ocorreram pelo menos 884 reestatizações em função dos altos preços e serviços ruins.

O povo brasileiro precisa se engajar na defesa das nossas estatais, somar forças ao lado de sindicatos e categorias dos empregados das empresas contra toda essa destruição que vem sendo promovida por Paulo Guedes e Bolsonaro. Essa é a nossa luta e deve ser a luta de toda a sociedade para o bem das nossas futuras gerações e do país.

Eu pergunto, por que vender a Eletrobrás? É a maior empresa de energia da América Latina, uma das grandes do mundo, líder em geração de energia e que desenvolve pesquisas em tecnologia e inovação voltadas sobretudo à geração de energia limpa. Em 2020, registrou lucro líquido de R$ 6,4 bilhões, nos últimos três anos foram R$ 30 bilhões. A Eletrobrás privatizada vai ser o que é hoje a Petrobras, empresa que visa o lucro e pratica uma política dolarizada, levando os preços da gasolina, o diesel, o gás de cozinha a patamares cada vez mais caros.

O mesmo vale para os Correios, que teve a urgência para privatizar aprovada. Novamente, uma empresa que dá lucro, R$ 1,5 bilhão no ano passado. São 99 mil trabalhadores que poderão ficar desempregados e levam correspondências a todos os municípios, aonde a internet não chega, atua como banco postal, facilitando a vida dos mais pobres. As encomendas entregues pelos Correios são muito, muito mais baratas do que qualquer outra empresa privada – aliás, é cerca de 12 vezes menor.

Essa história de que empresa privada é mais eficiente e investe mais é uma falácia. Vejam o exemplo do Amapá, a empresa de energia lá é privada e levou o estado ao apagão. Quem foi socorrer o Amapá? A Eletrobrás, empresa pública. Aos defensores do mercado, queria fazer uma pergunta: se a iniciativa privada é tão boa, por que não investiu, no início, no sistema elétrico brasileiro, não construiu usinas e linhas de transmissão? Por que não estruturou a cadeia da indústria de petróleo e gás? Também não fez estradas, portos nem aeroportos. Porque não tem condições de fazer os grandes investimentos, chega quando tudo está pronto.

Vamos parar de criminalizar o Estado porque a iniciativa privada não existiria sem Estado, não existiria sem as regulações e sem os financiamentos. Por que, nas grandes crises econômicas do capitalismo e do liberalismo, quem socorre é o Estado? O que me dizem os liberais da meca do capitalismo, os Estados Unidos estão reeditam o plano New Deal, colocando pesados investimentos em infraestrutura e geração de emprego. O Reino Unido, da Margaret Thatcher, a referência no neoliberalismo, que privatizou tudo, está reestatizando, senão a economia não vai aguentar. Os liberais tupiniquins não estão vendo o que está acontecendo no mundo. É preciso parar de criminalizar o Estado brasileiro.

Portanto, só o povo brasileiro pode ser decisivo para impedir esse desmonte. Pressionar parlamentares contra o voto a favor das privatizações, pago em troca de emendas do orçamento secreto, vendem o Brasil para ganhar um pouco mais. Vamos abrir os olhos, companheiros e companheiras e cobrar o Parlamento para garantirmos a soberania nacional, antes que tudo vá por água abaixo. Em tudo que Bolsonaro coloca a mão, ele destrói. Destrói a soberania, a vida do povo, agora destrói o Estado brasileiro.

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13
Jan21

Dia "D" e Hora "H" para os generais do desgoverno militarista de Bolsonaro

Talis Andrade

 

por Davis Sena Filho

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Realmente, o Bozo, vulgo Jair Bolsonaro, escolheu seus ministros celerados e desprovidos de bom senso e responsabilidade a dedo. Eles são, sem dúvida, literalmente os espelhos de seu chefe de juízo celerado, que inferniza a vida e a rotina dos brasileiros há dois anos, sem contar seus 28 anos como deputado federal improdutivo, incompetente, do baixíssimo clero, que somente insultou e desrespeitou àqueles que ele considera inimigos de seus valores e princípios toscos, bizarros e ofensivos à grande parte da sociedade organizada deste país profundamente desigual e irremediavelmente perverso com a população de milhões de brasileiros.

E não é que o "ministro" da Saúde, o tal de general paraquedista e de divisão, Eduardo Pazuello, que tomou conta de um cargo importantíssimo como se fosse um usurpador, pois na verdade se trata de um interventor no Ministério da Saúde e de seus órgãos de referência, porque seu chefe, que se comporta como um lunático, vê comunismo até em vacinas e, com efeito, recebe o apoio de generais alienados, criados a pão de ló nos quartéis e ideologicamente sectários e elitistas. Como os generais e o corpo do oficialato admiram os ricos e são totalmente divorciados dos interesses dos trabalhadores e do povo em geral. 

Sempre observei, desde jovem, tais características e procedimentos da classe militar, indelevelmente inimiga das organizações e entidades civis de perfis reivindicatórios e historicamente defensoras de direitos e garantias concernentes à plena cidadania, à preservação da democracia e à defesa da Constituição e do Estado de Direito. Os militares, assim como as "elites", odeiam a democracia, porque não querem igualdade de oportunidades, a não ser para eles e seus filhos.

Os militares, a exemplo do medíocre general Pazuello, jamais compreenderam e aceitaram que os trabalhadores e as organizações civis e de classe ou categoria lutassem por direitos e melhores condições de trabalho, a exemplo de ter acesso o mais rápido possível às vacinas contra a Covid-19, dentre muitos outros direitos que fortalecem a cidadania, como ter emprego, escola e saúde, que estão criminosamente e deliberadamente com seus orçamentos e investimentos congelados, por causa das políticas ultraliberais impostas ao povo, a partir de 2016, quando o usurpador, traidor, cafajeste da hora, golpista ordinário e chefe-mor de corruptos, que dilapidavam o Erário Público, liderou um golpe de estado contra a presidente constitucional e legitimada pelas urnas, Dilma Rousseff. 

O nome do estúpido e canalha é Michel Temer, que apesar de seus graves crimes, todos comprovados, está livre, leve e solto, com a aquiescência e cumplicidade do Supremo Com Tudo, que é a vergonha, o vexame e a desgraça do Brasil. Os militares, que se "preocupam" tanto com a corrupção, não se importaram com os crimes de Temer, bem como apoiam apaixonadamente o Bozo destrambelhado, que, juntamente com seus três filhos da pá virada, também é acusado de inúmeros crimes comuns e crimes de responsabilidade. A hipocrisia e o cinismo dos militares são ilimitados, assim como servem e serviram como plataformas para a conquista do poder. 

Quanto ao Lula, que já derrubou oito processos mentirosos na Justiça, porque farsas e fraudes arquitetadas contra ele pelos desmoralizados bandidos da Lava Jato, para afastá-lo criminosamente das eleições presidenciais de 2018 e, consequentemente, impedir as políticas econômicas neoliberais, que roubam impiedosamente o Brasil, os militares não se doem como se doem pelo Bolsonaro, chefe do pior governo da história da República e que, certamente, apesar do MP e da Justiça golpistas, terão de responder por seus crimes, mesmo de não forem presos. 

A verdade é que os militares, que jamais receberam tanta atenção, consideração, bem como recursos financeiros e estruturais, no decorrer dos governos do PT, participaram efetivamente dos bastidores do golpe de estado contra a Dilma e a prisão arbitrária e injusta de Lula. 

Os militares, cara pálida, como guardas pretorianos do establishment, historicamente sempre combateram e traíram os mandatários trabalhistas e de esquerda, a exemplo de Getúlio Vargas, João Goulart, Lula e Dilma, a perseguir também e, caninamente, o trabalhista e esquerdista Leonel Brizola, porque, como reacionários e títeres da direita e da extrema direita, tolerar governantes progressistas e desenvolvimentistas, que lutam para combater as desigualdades, e tudo de diabólico que derivam delas, são a mesma coisa que dar independência e cidadania ao povo brasileiro.

E isto para os militares, defensores dos interesses da alta burguesia proprietária da casa grande,  é "subversão" e "comunismo", além de ser a senha cretina e sórdida para acusar os mandatários progressistas de corrupção, em um falso moralismo anacrônico, que se repete historicamente nesta republiqueta das bananas, lugar onde as "elites" do atraso e do retrocesso roubam descaradamente os trabalhadores, os servidores, as donas de casa, os estudantes e os aposentados, de forma que enriqueçam pornograficamente e mantenham a população ignorante e no cabresto. Depois vão para Miami e Orlando se esbaldar com seu filhos alienados e egoístas, que, seguramente, darão proseguimento aos valores e princípios deletérios de seus pais e avós. Trata-se do "legado" da iniquidade, da leviandade, da irresponsabilidade, da canalhice e do amor desenfreado pelos Estados Unidos, ao tempo que sentem um desprezo atávico pelo Brasil. Só Freud explica...

A verdade nua e crua é que os militares se tornaram os paxás da República bananeira, sem participar de quaisquer guerras no mundo, bem como são negligentes e omissos no combate ao tráfico de armas e drogas nas fronteiras do país continental.

Voltemos ao Lula. Enquanto, paradoxalmente, os chefes militares para chegar ao poder com o Bolsonaro conspiraram contra a Dilma e tiveram ataques histéricos, com o apoio das mídias corruptas e golpistas que agem impunimente no Brasil, para que Lula fosse considerado inelegível pelo TSE e preso por meio de mentiras e calúnias perpetradas pela quadrilha da Lava Jato, os generais abraçaram o corrupto e traiçoeiro Michel Temer, para logo se alinharem com seu Bozo de estimação, igualmente acusado de cometer crimes. Contudo, a verdade, novamente assevero, que

não há uma única prova que o Lula tenha incorrido em crimes, como está a se comprovar dia a dia, com seus processos a serem desmontados, um a um, cada qual em seu tempo. Enfim, cara pálida, os militares se comportam como cegos, mudos e surdos, por conveniência e picardia.

Agora, satisfeitos com tantos desmandos e incompetências do desgoverna para o qual servem para terem bons salários, mamatas e mordomias, os generais e seus subordinados apoiam com afinco as políticas econômicas draconianas do fundamentalista de mercado, Paulo Guedes. 

Como cúmplices que são de tanta destruição e retrocessos no Brasil, os generais compactuam com a entrega criminosa do Pré-sal aos estrangeiros, aprovam o desmonte da Petrobrás, apóiam a venda dos Correios e da Eletrobras, estiveram por trás da entrega, que não deu certo, da Embraer, e, como sabujos dos EUA, permitem que a Base de Alcântara seja controlada pelos yankess malandros e espertos.

Os militares ainda são cúmplices do desmonte criminoso dos segmentos que empregam centenas de milhares de trabalhadores, a exemplo dos setores navais --- plataformas e navios ---, nuclear --- submarinos ---, satélites e aviões, além de criarem empregos para os estrangeiros, porque o país passou a importar por causa da desindustrialização proposital e criminosa do país, assim como pretendem entregar aos gringos piratas do mercado o setor energético brasileiro, o que se torna um sinal incontestável de que esses péssimos e traidores brasileiros tem de ser punidos com décadas de cadeia, pois se autoridades de países desenvolvidos cometessem crimes tão graves, certamente que seriam justificadamente encarceradas.

A casa grande brasileira e seu Exército são, na verdade, os verdadeiros subversivos, traidores da Pátria e conspiram contra a soberania do Brasil e os interesses do próprio povo. É inexplicável tanto ódio e desprezo pelo Brasil. Não querem e sabotam qualquer tentativa de independência e desenvolvimento do país. Dão golpes e fazem do país um grande território bananeiro. Se recusam terminantemente a pensar o Brasil. Querem apenas explorar os trabalhadores, retirar direitos, se divertir, comprar mansões, terras, aplicar em bancos e bolsas, adquirir carros, aviões e iates, além de viajar para os EUA, para cumprimentar o Mickey, seu patrão maior, e dar uma de Pateta.

Esses são os brasileiros ricos e de classe média alta, que tem o apoio de parte do povo idiotizado, sendo que os militares brasileiros, por suas posições deletérias, são o fim da picada. Eles poderiam também privatizar os quartéis, hospitais e policlínicas, escolas e academias, apartamentos e casas, clubes, hotéis, terras e até praias, dentre outros patrimônios públicos do Exército e das forças armadas, já que são servidores públicos privatistas e neoliberais, mas sustentados por milhões de trabalhadores e profissionais autônomos, que são a maioria dos contribuintes da nação infernal chamada de Brasil. 

Evidentemente que os militares não farão isso, pois nunca vão querer fazer sacrifícios. "Privatizem o patrimônio dos outros setores e segmentos" --- pensam os generais, para logo completar: "Para nós, no dos outros é refresco!" Espertalhões... A verdade é que, psicologicamente, os militares sentem aversão por qualquer situação que incomode o status quo --- o establishment. E por quê? Porque tais quais os juízes, procuradores e policiais eles são totalmente distantes da rotina e das realidades da população brasileira, pois vivem durante décadas em uma comunidade militar fechada, autônoma e formuladora de seus próprios princípios e culturas. Por isto é muito difícil inserir os militares na sociedade civil e vice-versa. Sempre acaba em conflitos e incompreensões.

Além disso, os oficialatos das três forças armadas, nos papéis de centuriões da casa grande de um país que, vergonhosamente, teve 300 anos de escravidão e que até hoje mata rotineiramente e covardemente negros, índios e pobres, em uma barbárie moralmente inquietante, que se alastra como praga por todo o Brasil, realmente (os militares) não poderiam agir diferentemente de seu passado de garantidores do grande capital e do amor incompreensível pelos Estados Unidos, que deveria ser analisado seriamente por psiquiatras, pois se tem um país que nos trata como "macacos" subdesenvolvidos e não concede contrapartida alguma para o Brasil, este país são os Estados Unidos. 

Militares  aparelham o Estado Nacional como forma de repremir e dedurar os técnicos capacitados e de carreira, que essa milicada incompetente trata como inimigos dos interesses nacionais, quando a verdade é que esses militares oportunistas, entreguistas e claramente sem projeto de país e programa de governo são os verdadeiros inimigos da nação, porque mais uma vez, tal qual a 1964, comportam-se como senhores de engenho dos tempos da escravidão, a terem como base histórica de suas ações as perseguições ideológicas e partidárias, além de apoiarem a entrega do patrimônio público e uma política econômica ultraliberal, que está a arrasar a economia nacional e a causar o maior desemprego e perda de investimentos desde a redemocratização do país, cujo início se deu em 1979, quando os exilados retornaram de seus exílios e os presos da ditadura foram libertados. 

Contudo, os fracassos econômicos do desgoverno militarista são de índices e números vergonhosos, em todos os setores da economia. A Ford e a Mercedez são apenas exemplos emblemáticos. A Ford fechou três fábricas no Brasil e estava há 101 anos neste país infernal e campeão das desigualdades sociais, da violência, do atraso e do retrocesso. Sugiro que o desgoverno fascista do Bozo maluco e irresponsável abra uma fábrica gigantesca de carroças, porque aqui gado não falta.

Por sua vez, em relação às vacinas e à crise sanitária, os bolsominions, com suas idiotas e ignorâncias, afirmam que somente tomarão as vacinas com todos os testes aprovados para sua segurança. Trata-se dos mesmos mentecaptos que tomaram cloroquina sem prescrição médica, um medicamento comprovadamente ineficaz para combater a Covid-19, que foi irresponsavelmente recomendado pelo "cientista" e "pesquisador" reconhecido mundialmente, cujo nome é Doutor Bozo, um arremedo de fascista com doidão. O desgoverno de Bolsonaro, Pazuello e dos generais é isso aí.

21
Jun20

Diz Bolsonaro para Queiroz, e Moro para Tacla Duran: Por que não se cala?

Talis Andrade

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por Emanuel Cancella

Enquanto a sociedade, durante mais de um ano, gritava “Cadê o Queiroz?”, o ministro da Justiça de Bolsonaro, Sergio Moro, se calava. E enquanto o mundo falava no envolvimento do clã Bolsonaro com as milícias, Sergio Moro desconversava (1).

A polícia espanhola prendeu 39 kg de cocaína, quantidade de tráfico, no avião da comitiva presidencial de Bolsonaro, e a Policia Federal, subordinada ao ministro da Justica, Sergio Moro, se calou (2).

O escândalo do Itaipu Gate envolveu em corrupção a empresa da família de Bolsonaro, o partido do presidente o PSL e  os governos binacionais de Brasil e Paraguai (3,4). Se o Itaipu Gate quase resultou no impeachment do presidente do Paraguai, no Brasil, graças à omissão criminosa do ministério da Justiça e da Polícia Federal, subordinada ao ministro Sergio Moro, nada aconteceu!

Não foi só o advogado do Flavio Bolsonaro, Frederick Wassef,  que escondeu o Queiroz, pois Moro, como ministro da Justiça, também participou do esconde-esconde do Queiroz (5).

E Sergio Moro, que escondeu o Queiroz, agora quer esconder o advogado da Odebrecht, Rodrigo Tacla Duran.

Isso porque Duran denunciou que o advogado da Lava Jato, Carlos Zucolotto Junior, lhe pediu US$ 5 milhões, “por fora”, de propina, para lhe conceder a prisão domestica e perdão de US$ 10 milhões em multa da Odebrecht.  

Sergio Moro rebateu com veemência a denúncia de Duran, e disse que Zucolloto é seu amigo pessoal e que Duran é um aventureiro, fugitivo da lei.

Depois a sociedade descobriu que Zucoloto é muito mais que amigo, é compadre de casamento de Moro e ex-sócio de sua esposa, Rosangela Moro.

Mas a bala de prata veio da revista Veja que divulgou em suas páginas, com base em informação da Receita Federal, que Tacla Duran fez depósito na conta de Rosangela Moro. 

Desmascarado, Moro não perdeu a pose e disse, sem informar o valor do depósito de Duran na conta da esposa, que o dinheiro foi para pagar cópia do processo (10 a 14).

Isso irritou o gabinete do procurador-geral da República. Antonio Aras, que viu nessa investigação, logo agora contra Duran, como uma tentativa de intimidá-lo, levando-o a recuar na negociação de uma delação premiada (6). 

E não podemos esquecer que, por conta do mar de denúncias do The Intercepet Brasil, inclusive provando com áudios, desmascarando Moro e Dallagnol, o Conselho Nacional da OAB, por unanimidade, pedira o afastamento de Moro e Dallagnol de cargos públicos para que tivessem um julgamento justo e não usassem a máquina pública em proveito próprio (7,8). Mas eles continuaram a conspirar contra a Petrobrás e o Brasil.

A sociedade exige que todos os crimes sejam investigados e, caso condenados, os acusados têm que ir para a cadeia e os bens, frutos do roubo, confiscados.

E conspirando, a Lava Jato, que se omitiu em todos os crimes consumados dos golpistas Michel Temer e Bolsonaro na Petrobrás, agora abre nova investigação nos governos do PT: Lava Jato, deflagra operação que mira prejuízos na Petrobras de 2011 a 2016 (9).

Para quem não se lembra, entre outros crimes, no governo do golpista Michel Temer, como a privatização da Embraer, Michel Temer  articulou e sancionou uma lei que isenta em impostos as multinacionais estrangeiras de petróleo em um trilhão de reais em impostos (17,18).

E Bolsonaro que, quando deputado, no programa do Jô Soares, falou em fuzilar FHC por vender nossas estatais e reservas petrolíferas, hoje presidente faz pior (10): realizou o mega leilão do pré-sal; vendeu a BR distribuidora e anuncia a venda da metade das refinarias da Petrobrás; dos Correios, da Eletrobrás. Seu ministro Paulo Guedes fala em privatizar todas as estatais (15,16,19).     

Em resumo, enquanto Bolsonaro faz esforço hercúleo para Queiroz se calar, Moro faz o mesmo com Tacla Duran! (As anotações de Emanuel Cancella aqui)

E agora o PGR, Antonio Aras, convoca Tacla Duran para celebrar delação premiada. Pasmem! Diante dessa convocação a atual chefe da Lava Jato, Gabriela Hardt, também conhecida como juíza do copia-e-cola, manda levantar o sigilo de uma investigação contra Rodrigo Tacla Duran, a pedido da força-tarefa da Lava Jato, no MPF.

 

14
Mar20

Guedes usa vírus para “apressar” entrega do BC

Talis Andrade

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Vigarista quer acelerar o controle do BC pelo cartel financeiro e a entrega da Eletrobrás e Correios às multinacionais. Tudo para “combater” o coronavírus

Uma das medidas “urgentes” enviadas por Paulo Guedes ao Congresso Nacional, supostamente para enfrentar a crise econômica, agravada pela epidemia do Covid-19, o projeto sobre autonomia do Banco Central, mostra bem quais são as “preocupações” do governo Bolsonaro e a que interesses ele está se dedicando. Há uma pergunta que não quer calar.

Qual a ligação da autonomia do Banco Central, que Guedes quer que seja votada com urgência, com as necessidades imediatas de ampliação de leitos hospitalares, contratação de mais médicos, mais enfermeiros, remédios, etc, para enfrentar a epidemia? Nenhuma. Eles estão se aproveitando da crise que eles mesmos provocaram para acelerar a destruição do país.

Estão preocupados em garantir que o Banco Central, um dos últimos no mundo a reduzir as taxas de juros, seja totalmente controlado pelo cartel financeiro. Que não haja nenhuma interferência da população, através de seus representantes eleitos, naquilo que eles decidem. O setor, que se esbaldou em lucros recordes enquanto o país patinava na recessão e na estagnação, não está satisfeito. Ele quer mais. Os três maiores bancos privados do país lucraram R$ 68 bi em 2019, na esteira da crise.

Os banqueiros querem total autonomia para fazer o que bem entenderem. Leia-se arrancar o couro dos brasileiros. Que se dane a epidemia, que se dane o desemprego, que se dane o país. Surdo para os reclamos de medidas para enfrentar a crise, para fazer o país voltar a crescer, Guedes se empenha com urgência em aprovar esse pleito dos banqueiros.

O PLP 19/2019, que Guedes pediu pressa na votação, trata dos mandatos de duração determinada para o presidente e os diretores do BC. Atualmente, esses cargos são de indicação da Presidência da República. No modelo proposto, os mandatos seriam de quatro anos, e a dispensa só seria possível em casos de condenação judicial ou desempenho insuficiente.

Nessa última hipótese, o Senado precisaria concordar com a decisão. O poder eleito não teria nenhuma interferência na indicação de membros do BC, que vão definir o preço do dinheiro, quanto dinheiro haverá em circulação, e outra medidas fundamentais para a vida econômica do país. Ou seja, o presidente e os parlamentares eleitos não teriam nenhuma interferência nesses assuntos. Poderão discutir tudo, menos o que mais interessa para a vida das pessoas e da economia.

ELETROBRÁS E CORREIOS

Outras medidas “emergenciais” do governo vão no mesmo sentido. Só que desta vez, os felizes agraciados são as multinacionais. Guedes disse que o coronavírus exige pressa na privatização da Eletrobrás e dos Correios. Ele está afoito para entregar essas duas empresas públicas altamente lucrativas e estratégicas para o capital estrangeiro. O que isso tem a ver com o coronavírus ninguém sabe.

Apressar a entrega de empresas públicas por causa da pandemia é coisa de vigarista, de charlatão. É claro que de Guedes, um vigarista dos mais conhecidos nas hostes financeiras, assaltante de fundos de pensão, só se poderia esperar medidas como essa. O Congresso começa a dar sinais que já percebeu tudo isso.

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