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O jornalista Ricardo Noblat, que vem se mantendo em uma posição crítica com relação a Bolsonaro e às milicias do Rio de Janeiro, além de defender as investigações sobre a execução de Marielle Franco, disse, em seu Twitter, que seu filho, Guga Noblat, está sofrendo ameaças.
Ele afirmou: "não ligo para ameaças que me fazem. Mas ameaças à minha família, ligo, e muito. E elas não ficarão por isso mesmo."
Em outro post diz Noblat: “Deve ser mais um dos devotos de Bolsonaro [referindo-se a um internauta que ameaçou o filho], que no Twitter já chamou Guga de “cérebro mofado”. É no que dá termos um presidente que compartilha vídeos obscenos no Twitter, é amigo de milicianos, e tem filho que homenageia e emprega parentes de milicianos”.
Em seus canais, o jornalista Ricardo Noblat tem uma posição crítica com relação a Bolsonaro e às milicias do Rio de Janeiro, além de defender as investigações sobre a execução de Marielle Franco.
Também foi ameaçada a filha do jornalista Chico Otávio, Constança Rezende.
Bolsonaro compartilha publicação de site que atribui declaração falsa a repórter do Estadão
Portal Imprensa - O presidente Jair Bolsonaro compartilhou publicação que atribuía falsamente à repórter do jornal O Estado de S. Paulo Constança Rezende uma declaração contra o governo. Matéria do site Terça Livre atribui à jornalista a declaração: "a intenção é arruinar Flávio Bolsonaro e o governo", referindo-se à cobertura da imprensa sobre as movimentações suspeitas de Fabrício Queiroz, ex-motorista do senador e filho do presidente.
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O site, conservador e simpatizante do presidente, diz que, segundo "denúncia" feita por um jornalista francês, a suposta declaração foi dada durante conversa gravada. Porém, a frase usada na matéria não existe no áudio.
Na gravação, a jornalista diz que "o caso pode comprometer" e "está arruinando Bolsonaro", sem fazer relação com a intenção de arruinar o filho do presidente ou o próprio governo.
A gravação tem pausas e trechos truncados. O diálogo está em inglês.
O Aos Fatos e a Agência Lupa fizeram a checagem e classificaram as informações publicadas como falsas.
O jornal Estadão também desmentiu a matéria publicada na internet. De acordo com o jornal, Constança nunca deu entrevista a Jawad Rhalid, citado pela publicação.
As frases da gravação foram retiradas de uma conversa que ela teve no dia 23 de janeiro com uma pessoa que se apresentou como Alex MacAllister, supostamente um estudante interessado em fazer um estudo comparativo entre Donald Trump e Jair Bolsonaro.
Além da atribuição falsa de declaração, a matéria também afirma falsamente que Constança foi responsável pela primeira reportagem a respeito das investigações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) sobre a movimentação atípica de R$ 1,2 milhão nas contas de Queiroz.
O autor da primeira reportagem foi Fábio Serapião, também do Estadão.
Todas as informações reveladas pelo jornal paulistas foram baseadas em documentos oficiais.
Ao divulgar a matéria do site em seu Twitter, o presidente do Brasil critica a jornalista: "Constança Rezende, do "O Estado de SP" diz querer arruinar a vida de Flávio Bolsonaro e buscar o Impeachment do Presidente Jair Bolsonaro. Ela é filha de Chico Otavio, profissional do "O Globo". Querem derrubar o Governo, com chantagens, desinformações e vazamentos".
Em nota conjunta, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Felipe Santa Cruz, presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), e Pierpaolo Cruz Bottini, coordenador do Observatório de Liberdade de Imprensa do Conselho Federal da OAB, repudiaram a atitude do presidente, classificada como uma "tentativa de intimidação de jornalistas".
Leia a íntegra do texto da nota:
"Na noite de domingo, o presidente Jair Bolsonaro fez um novo ataque público à imprensa, desta vez valendo-se de informações falsas. Isso mostra não apenas descompromisso com a veracidade dos fatos, o que em si já seria grave, mas também o uso de sua posição de poder para tentar intimidar veículos de mídia e jornalistas, uma atitude incompatível com seu discurso de defesa da liberdade de expressão. Quando um governante mobiliza parte significativa da população para agredir jornalistas e veículos, abala um dos pilares da democracia, a existência de uma imprensa livre e crítica.
A onda de ataques no domingo começou antes da manifestação do presidente. Grupos que apoiam Bolsonaro difundiram e amplificaram nas redes sociais declarações distorcidas da repórter Constança Rezende, de O Estado de S.Paulo, para alimentar a narrativa governista de que a imprensa mente quando se refere às investigações sobre as movimentações financeiras atípicas de Fabrício Queiroz, ex-motorista do senador Flávio Bolsonaro. Como é comum nesse tipo de ataque, a família de Constança também virou alvo. O grave nesse episódio é que o próprio presidente instigou esse comportamento, ao citar como indício de suposta conspiração que Constança é filha de um jornalista de O Globo.
A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) se unem neste momento no repúdio a qualquer tentativa de intimidação de jornalistas. Profissionais atacados por fazer seu trabalho terão sempre nosso apoio."
Site francês diz que é falsa declaração atribuída a jornalista criticada por Bolsonaro
Site francês diz que é falsa declaração atribuída a jornalista criticada por Bolsonaro O site francês Mediapart usou sua conta no Twitter para dizer que são falsas as informações publicadas no blog de Jawad Rhalib, abrigado em sua página. O texto em questão atribuía à jornalista Constança Rezende, do jornal O Estado de S. Paulo, declaração que ela nunca havia feito.
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A publicação francesa afirmou se solidarizar com a jornalista brasileira e disse que "o artigo é de responsabilidade do autor e o blog é independente da redação do jornal".