Há 20 anos, o repórter Marcelo Canellas e o cinegrafista Lucio Alves fizeram uma série de reportagens sobre a fome no Brasil. Agora, eles voltaram aos mesmos personagens e constataram que, depois de avanços e retrocessos, a situação permanece a mesma, como acontece com João da Conceição.
Por Fantástico
Uma reportagem especial doFantásticomostrouo sofrimento de quem passa fome no Brasil nos últimos 20 anos.Em 2001, os repórteres Marcelo Canellas e Lúcio Alves conversaram com Maria Rita, a lavadeira que morreu de fome 15 dias depois da entrevista ao Jornal Nacional. Duas décadas depois, eles voltaram a Araçuaí (MG) e conversaram com João da Conceição, primo de Maria, e a esposa dele, Maria Aparecida. De lá pra cá, pouco ou nada mudou [Aconteceu o golpe contra Dilma Roussef. E com os presidente Michel Temer e Jair Bolsonaro a fome morte severino voltou. A fome braba]
Tudo o que eles têm para passar o mês cabe numa caixa de papelão: feijão, farinha, arroz e óleo. A conta atrasada chega em forma de ameaça.Aos 74 anos, João não suporta tamanha incerteza.
“Fica difícil, né? Eu ando doido pra morrer. Eu morrendo, descanso. Descanso dessa vida. Leva pra onde Deus quiser”, diz.
João e Maria Aparecida — Foto: Fantástico
Abatido pela velhice e pela doença, João não consegue mais trabalhar na roça e nem tirar o sustento da terra, como faz Maria, agricultora de um assentamento no interior de Alagoas.
1. TUDO CARO, DESDE ANTES DA PANDEMIA. E COM BOLSONARO, O BRASIL TEVE UMA DAS MAIORES INFLAÇÕES DO MUNDO
Bolsonaro constantemente culpa a pandemia pela inflação no país, mas os preços já estavam aumentando desde 2019. Os constantes ataques de Bolsonaro à ordem democrática e sua condução desastrosa na pandemia levaram o país a uma crise econômica sem precedentes. Hoje, o Brasil tem uma das maiores inflações do G20, a maior em quase 30 anos. O povo ficou sem dinheiro para comida, e passou a comprar botijão de gás parcelado.
Com carne cara, Bolsonaro sugere: "Compre 1kg de tainha e ganhe 1 tubaína" (UOL, dezembro de 2019)
Inflação oficial fecha 2019 em 4,13% e fica acima do centro da meta (G1 Economia, janeiro de 2020)
Preço da carne subiu 32,4% em 2019 (Congresso em Foco, janeiro de 2020)
IPCA: preço da carne foi responsável pelo aumento da inflação em 2019 (Agência Brasil, janeiro de 2020)
Feijão, arroz e carne: prato feito fica 43,4% mais caro em 2020 (Correio do Povo, fevereiro de 2021)
Inflação já é quase o dobro da registrada no 1º ano de Guedes (R7, outubro de 2021)
Inflação no Brasil é a 3ª maior entre as principais economias do mundo. Ranking mostra variação de preços em território nacional em 2021 atrás apenas da Argentina e da Turquia (R7, janeiro de 2022)
Em três anos, cesta básica fica 48% mais cara e itens sobem até 153%. O aumento de preços no grupo de alimentos essenciais para o brasileiro foi o dobro da inflação acumulada no mesmo período (R7, março de 2022)
O preço do gás chega a R$ 150 e revendedores parcelam botijão em São Paulo. (Folha de S. Paulo, março de 2022)
Brasil registra para março a maior inflação em 28 anos. Preços subiram 11,30% no acumulado dos últimos 12 meses (Agência Brasil, março de 2022)
Com a inflação acelerada, brasileiros perdem conquistas que vieram com o Plano Real (Estadão, abril de 2022)
Brasil tem a maior inflação dos últimos 26 anos em um mês de abril (G1, maio de 2022)
Aumento nos preços dos alimentos pesa sobre poder de compra do salário mínimo (Valor Investe, agosto de 2022)
Brasil tem 4ª maior inflação entre principais economias (Folha, agosto de 2022)
2. CULPA DE BOLSONARO E PAULO GUEDES, QUE ATUARAM PARA DEIXAR O DÓLAR MAIS CARO E DESVALORIZAR O REAL. COM DÓLAR ALTO, TUDO FICA MAIS CARO
Um dos principais causadores da inflação no país é a alta do dólar (trigo, arroz, carne, gasolina e café são cotados em dólar). Bolsonaro, através de seus constantes ataques à democracia, junto a Paulo Guedes, promoveram a desvalorização do real e mantiveram o dólar caro ao longo de todo o governo. O próprio Guedes afirmou, diversas vezes, que a desvalorização do real era proposital. E quem ganha com isso? Paulo Guedes, com sua offshore, e meia dúzia de exportadores do agronegócio, que criam pouquíssimos empregos e que se beneficiam com o dólar nas alturas. Enquanto isso, o povo, sem dinheiro, passa fome no Brasil.
Dólar em 04/01/2019: R$3,71
Dólar bate recorde no governo Bolsonaro e BC atua para conter alta (Correio Braziliense, maio de 2019)
Dólar ultrapassa R$ 4,18 e atinge 2º maior valor desde a criação do real (Poder 360, novembro de 2019)
'É bom se acostumar com o câmbio mais alto por um bom tempo', diz Guedes (Estadão, novembro de 2019)
Declarações de Guedes causam novo recorde no dólar (Correio Braziliense, novembro de 2019)
Dólar em 03/01/2020: R$4,07
Brasil registra em 2019 a maior saída de dólares nos últimos 38 anos (Poder 360, janeiro de 2020)
Guedes, sobre dólar alto: "empregada doméstica estava indo para Disney, uma festa danada" (Valor, fevereiro de 2020)
Se eu fizer muita besteira, dólar pode ir a R$ 5, afirma Guedes (Valor, março de 2020)
Dólar fecha acima de R$ 5 pela 1ª vez na história (Folha, março de 2020)
Real é a moeda com o pior desempenho no mundo em 2020 (G1, outubro de 2020)
Dólar em 01/01/2021: R$5,19
Real é a moeda mais desvalorizada dentre os países emergentes durante a pandemia (iG, abril de 2021)
Valorização do dólar pressiona inflação e encarece itens de consumo (Correio Braziliense, setembro de 2021)
Real está entre 40 moedas com pior desempenho ante dólar em 2021 (CNN, outubro de 2021)
Paulo Guedes tem offshore ativa em paraíso fiscal (Poder 360, outubro de 2021)
Fortuna offshore de Paulo Guedes aumentou R$ 14 milhões com alta do dólar (O Povo, outubro de 2021)
Guedes diz que dólar alto é bom para estimular investimentos no Brasil (UOL, novembro de 2021)
Dólar em 03/01/2022: R$5,68
Fortalecimento do dólar traz mais inflação e reduz PIB potencial do Brasil (Folha, julho de 2022)
3. O BRASIL TINHA UMA FERRAMENTA PARA SEGURAR PREÇOS DE ALIMENTOS: OS ESTOQUES REGULADORES. EM VEZ DE UTILIZÁ-LOS NA PANDEMIA, BOLSONARO OS ESVAZIOU
Considerado um dos “celeiros do mundo”, o Brasil é um dos maiores produtores e exportadores de alimentos do planeta. Durante anos, manteve um estoque regulador, que serve para controlar preços, evitar altas bruscas nos alimentos ou a escassez de itens essenciais. Durante o governo Bolsonaro, os estoques foram completamente esvaziados – usando a desculpa de que é caro mantê-los – , deixando o país suscetível às flutuações do mercado e ao aumento dos preços.
Brasil esvazia estoques de alimentos e perde ferramenta para segurar preços (UOL, setembro de 2020)
Governo zera estoques de trigo mesmo com fome e guerra de fornecedores (Jornal Extra, julho de 2022)
4. A VERDADE SOBRE O AUXÍLIO EMERGENCIAL, AUXÍLIO BRASIL E OUTROS PROGRAMAS ASSISTENCIAIS: BOLSONARO SEMPRE CRITICOU O BOLSA FAMÍLIA, E FOI CONTRA O AUXÍLIO DE R$ 600 PROPOSTO PELA OPOSIÇÃO
Sempre crítico do Bolsa Família, Bolsonaro queria auxílio emergencial de R$ 200 e passou a boicotar o valor de R$ 600 que a oposição propôs durante toda a pandemia. Em 2021, acabou com o Bolsa Família para criar o Auxílio Brasil, e mais uma vez foi contrário ao valor de R$ 600 proposto pela oposição. Às vésperas da eleição, esqueceu o discurso de arrocho fiscal que adotou durante todo o governo e aumentou temporariamente o Auxílio Brasil para R$ 600, valor defendido pela oposição desde 2020. E depois ainda disse que a oposição foi contra o aumento, o que é mentira.
O QUE BOLSONARO PENSAVA SOBRE O BOLSA FAMÍLIA
"O Bolsa-farelo (família) vai manter esta turma no Poder" (Jair Bolsonaro, 2010)
"Devemos discutir aqui a questão do Bolsa Família. Devemos colocar um fim, uma transição para o Bolsa Família, porque, cada vez mais, pobres coitados, ignorantes, ao receberem Bolsa Família, tornam-se eleitores de cabresto do PT" (Jair Bolsonaro, 2011)
“O Bolsa Família é uma mentira, você não consegue uma pessoa no Nordeste para trabalhar na sua casa. Porque se for trabalhar, perde o Bolsa Família” (Jair Bolsonaro, 2012)
“O cara tem 3, 4, 5, 10 filhos e é problema do Estado. Ele já vai viver de Bolsa Família, não vai fazer nada. Não produz bens nem serviços, não colabora com o PIB, não produz nada" (Jair Bolsonaro, 2015)
“Para ser candidato a presidente tem de falar que vai ampliar o Bolsa Família, então vote em outro candidato. Não vou partir para demagogia e agradar quem quer que seja para buscar voto." (Jair Bolsonaro, 2017)
"Bolsa-farelo e "voto de cabresto": As contradições de Bolsonaro sobre o Bolsa Família (Congresso em Foco, agosto de 2021)
Antes de defender aumento, Bolsonaro atacava Bolsa Família e já pregou fim do programa (O Povo, setembro de 2021)
Bolsonaro: Beneficiários do Bolsa Família 'não sabem fazer quase nada' (UOL, outubro de 2021)
Há 22 anos, Bolsonaro foi único deputado contra Fundo de Combate à Pobreza (Correio Braziliense, julho de 2022)
A VERDADE SOBRE O AUXÍLIO EMERGENCIAL E O AUXÍLIO BRASIL: OPOSIÇÃO SEMPRE PROPÔS QUE O VALOR FOSSE R$ 600. BOLSONARO ERA CONTRA
Guedes anuncia auxílio de R$ 200 mensais a trabalhadores informais (R7, março de 2020)
Câmara aprova auxílio de R$ 600 para pessoas de baixa renda durante epidemia (Agência Câmara de Notícias, março de 2020)
Bolsonaro diz que vetará extensão do auxílio emergencial se Congresso fixar valor em R$ 600 (G1, junho de 2020)
Oposição defende auxílio emergencial permanente com taxação de grandes fortunas. Propostas de partidos e da sociedade civil contrastam com ideia do governo (Brasil de Fato, agosto de 2020)
Bolsonaro reclama de valor do auxílio emergencial de R$ 600 durante live (Correio Braziliense, agosto de 2020)
Governo estende auxílio emergencial por 4 meses com R$ 300, metade do valor (UOL, setembro de 2020)
Oposição critica corte nas parcelas adicionais do auxílio: 'Significa fome' (UOL, setembro de 2020)
Oposição defende auxílio de R$ 600 até o fim do ano (UOL, outubro de 2020)
Auxílio emergencial é encerrado (Valor Investe, janeiro de 2021)
Auxílio emergencial volta a ser pago em 2021. Valores do benefício vão de R$ 150 a R$ 375, bem abaixo dos pagamentos entre R$ 300 e R$ 1.200 do ano passado (O Globo, abril de 2021)
Bolsonaro diz não poder renovar auxílio: "Contas estão no limite do limite" (Correio Braziliense, outubro de 2021)
Auxílio Emergencial chega ao fim e deixa 22 milhões sem benefício (IstoÉ, outubro de 2021)
PT defende auxílio de R$ 600 e alerta que recursos não podem vir do calote nos precatórios (PT na Câmara, novembro de 2021)
Lei do Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família, é sancionada com vetos (Estado de Minas, dezembro de 2021)
PSOL propõe Auxílio Brasil de R$ 600 (PSOL, no Twitter; Sâmia Bomfim, em Vídeo; abril de 2022)
Governo Bolsonaro conta com Lira para barrar Auxílio Brasil de R$ 600 proposto pela oposição (Exame, abril de 2022)
Flávio Bolsonaro: 'Quem recebe R$ 400 de Auxílio Brasil não passa fome' (Correio Braziliense, junho de 2022)
Câmara aprova Auxílio Brasil de R$ 600 só até o fim de 2022. Oposição apresentou emendas para tornar permamente o aumento de R$ 400 para R$ 600 no benefício, mas o pedido foi rejeitado (Metrópoles, julho de 2022)
Esquerda propôs Auxílio Brasil de R$ 600 permanente, mas governo orientou base a votar contra no Congresso. Ao contrário do que disse o presidente Jair Bolsonaro em entrevista, partidos da oposição propuseram elevação permanente do programa de transferência de renda (O Globo, agosto de 2022)
Governo manda Orçamento com Auxílio Brasil de R$ 405 em 2023, apesar de Bolsonaro prometer R$ 600 (Infomoney, agosto de 2022)
5. NEM VIDAS, NEM ECONOMIA. BOLSONARO BOICOTOU O COMBATE AO VÍRUS ENQUANTO DIZIA "DEFENDER A ECONOMIA". COMO RESULTADO O BRASIL HOJE LIDERA O RANKING DE MORTES DO G20 NA PANDEMIA E SOFRE COM A MAIOR CRISE ECONÔMICA DAS ÚLTIMAS DÉCADAS
Com Bolsonaro, o Brasil cresceu pouco já em 2019. Ao ser confrontado, o presidente chegou ao ponto de colocar um palhaço – literalmente – para responder aos questionamentos dos repórteres. Depois, inventou uma história de um tal de “PIB Privado” para explicar o fiasco. E então veio a pandemia de covid-19. Bolsonaro protagonizou uma das piores conduções da pandemia no mundo, a pior entre os países do G20. Ele dizia estar cuidando tanto das vidas, quanto da economia. No fim das contas, não salvou nenhum dos dois.
PIB do Brasil cresce 1,1% em 2019, menor avanço em 3 anos (G1, março de 2020)
Governo separa 'PIB público' e 'PIB privado' para tentar mostrar que economia vai bem (spoiler: não vai) (Folha, março de 2020)
Bolsonaro usa humorista para não responder sobre PIB fraco. Presidente pediu a comediante que respondesse a perguntas de jornalistas sobre atividade econômica (Gaúcha ZH, março de 2020)
'É muito mais fantasia', diz Bolsonaro sobre crise nos mercados causada por epidemia de coronavírus (BBC Brasil, março de 2020)
PIB em 2020 fecha com queda de 4,1%, revela pesquisa do IBGE (Agência Brasil, março de 2021)
PIB mostra que Brasil segue preso ao baixo crescimento econômico (Exame, dezembro de 2021)
2022: Brasil terá crescimento baixo em relação aos seus pares (Poder360, dezembro de 2021)
PIB de 1,7% em 2022 supõe baixo crescimento até o fim do ano, diz economista (CNN, junho de 2022)
Brasil tem retrocesso de até três décadas na economia, na educação e no meio ambiente (O Globo, junho de 2022)
Brasil perdeu a trajetória de crescimento que havia conquistado (BBC, julho de 2022)
6. A VOLTA DA FOME A fome voltou no governo Bolsonaro. O Brasil, que tinha saído do mapa da fome em 2014, passou a ter mais de 33 milhões de brasileiros em insegurança alimentar. As crianças são as mais afetadas, e famílias precisam se endividar e vender o que têm para comprar comida.
Fome dobra no Brasil em 7 anos e afeta mais as crianças (Folha de S. Paulo, maio de 2022)
Número de brasileiros com fome dispara e atinge 33,1 milhões, diz pesquisa (Uol Notícias, junho de 2022)
Pesquisa diz que 33,1 milhões de brasileiros não têm o que comer (Metrópoles, junho de 2022)
Flávio Bolsonaro: 'Quem recebe R$ 400 de Auxílio Brasil não passa fome' (Estado de Minas, junho de 2022)
Brasileiros vendem o pouco que têm para conseguir comprar comida (Jornal Nacional, julho de 2022)
Mais de 60 milhões de brasileiros sofrem com insegurança alimentar, diz FAO (G1, julho de 2022)
Sem carne, famílias disputam osso e pele de frango (UOL, julho de 2022)
Mesmo com auxílio de R$ 600 brasileiros precisam vender itens pessoais para ter comida (Uol, agosto de 2022)
Datafolha: Um em cada três brasileiros teve comida insuficiente em casa (Folha, agosto de 2022)
Bolsonaro diz que picanha de Lula é conversa e não existe fome 'pra valer' no Brasil (Folha, agosto de 2022)
Pobreza, fome e miséria foram apontadas por 17% dos brasileiros como um dos três maiores problemas do País, o que representa a opinião de 29 milhões de pessoas
Em debate com outros candidatos à Presidência na Band, Jair Bolsonaro (PL) disse não acreditar que a fome atinja hoje 33 milhões de pessoas no País. Pesquisa Ipec contratada pelo jornalO Globomostra que os eleitores não apenas sabem que o presidente está errado. Para 29 milhões de brasileiros, a fome e a pobreza são os principais problemas do Brasil hoje. Entre os entrevistados, 34% afirmam que o governo Bolsonaro é o principal responsável por essa mazela.
D acordo comO Globo, a percepção de que o governo atual é o culpado varia de acordo com os segmentos da pesquisa. “No Nordeste, onde(Bolsonaro)tem desempenho eleitoral abaixo de sua média, segundo as pesquisas de intenção de voto, é maior (38%); entre os evangélicos, grupo em que aparece à frente do ex-presidente Lula, a parcela de culpa cai pela metade: 17%”.
A pesquisa também sondou os eleitores sobre saídas para o combate à fome. Para 78%, o governo deve investir na criação de mais empregos. Alternativas como doação de alimentos e políticas de moradia estão “no patamar de 40%”. Na sequência, aparece o apoio a políticas assistenciais – medida que tem mais citações no Nordeste.
O peso desse tema na campanha eleitoral cresceu. “No aspecto geral, quando disposta lado a lado com outros desafios do país, a tríade pobreza, fome e miséria foi apontada por 17% como um dos três maiores problemas, empatada com segurança pública e violência e atrás de desemprego, corrupção, saúde, educação e inflação. O percentual representa a opinião de 29 milhões de brasileiros”, indica a pesquisa. “Há quatro anos, 11,5 milhões diziam o mesmo.”
O Globolembra que a crise atual pode parecer inusitada para um país que, em 2014, saiu do Mapa da Fome da ONU (Organização das Nações Unidas). Em apenas oito anos, o Brasil regressou ao ranking. “Por aqui, 4,1% da população (o equivalente a 8,6 milhões de pessoas) sofreu de falta crônica de alimentos entre 2019 e 2021. O número de brasileiros que tiveram insegurança alimentar moderada ou severa no período chegou a 61,3 milhões (28,9% da população)”, diz o jornal.
Um dos impactos do avanço da fome é o aumento da demanda por políticas assistenciais do governo. Em três anos (2019-2022), o número de famílias na extrema pobreza inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) saltou de 13,2 milhões para 14,7 milhões.
Perdida lá no meio da reportagem doUOLa transcrição do horário eleitoral gratuito de Jair Bolsonaro na TV Jovem Pan (três horas ao vivo, o que é?), a frase inacreditável de Jair Bolsonaro:
— “Alguém vê alguém pedindo pão na porta, no caixa da padaria? Você não vê, pô”.
Não vê se for cego, presidente. Aqui mesmo, em minha rua, no Rio, há vários. Como há outros, na porta dos mercados, vendendo bobagens ou simplesmente implorando por ajuda, muitas vezes com crianças miúdas sentadas nos meio-fios, com seus olhos assustados e tristes.
Num rasgo de realismo, diz, depois, que pode “haver algum”, mas que está tudo resolvido: “a caixa vai lançar um aplicativo” para que eles, certamente com seuIphonese cadastrem para recber um auxílio cuja fila de espera já tem milhões antes deles.
A declaraçãoestá aqui, em vídeo para quem duvidar que ele o disse, dizendo que “a senadora que falou isso (e foi Simone Tebet) falou besteira”. A “besteira” é a informação de que três dezenas de milhões de brasileiros passando fome”.
Esta é uma das boas perguntas se pode fazer a ele no debate na Bandeirantes, se ele parar com estevai-não-vaicom que tenta escamotear sua covardia.
É bom que o diga, porque os brasileiros sabem o que se passa nas ruas, a não ser os que se deixaram cegar pelo ódio.
assinamos este trabalho que repercutiu mundialmente, graças ao clique do lendário Domingos Peixoto. Brasileiros se amontoavam em meio a ossos e revelavam a dor da fome. Hoje, tem quem negue a existência desse quadro.
Humberto Costa
@senadorhumberto
Bolsonaro ignora as crianças com fome, zomba das pessoas que agonizam sem ar no hospital, maltrata os brasileiros de todas as formas, espalha ódio e rancor. Não nem pra chamar de gente... muito menos de presidente.
Correio Braziliense
@correio
São 33,1 milhões de pessoas com fome no país, é o que aponta o 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar.
UOL Notícias
@UOLNoticias
… e recorrendo a sobras de carne, soro de leite e produtos perto do vencimento
UOL Economia
@UOLEconomia
#Datafolha | Soro de leite e sobra de carnes estão nas compras de 20% dos brasileiros 67% procuram produtos mais baratos, de menor qualidade ou fora do padrão https://uol.page.link/KqY5c
UOL Notícias
Quase 16 milhões de brasileiros tendo que revirar lixo para não passar fome…
O estudo também mostra que quase 16 milhões dos que passam fome admitem ter que buscar alternativas para comer, como ir atrás do caminhão de osso ou procurar alimento nos lixões.
“Para o povo, sopa de osso. Para os aliados, um milhão de salário”. Desde a ditadura, o Brasil nunca viu tantos militares ocupando cargos no poder público. Com a revelação de que o general Braga Netto, candidato a vice de Bolsonaro, embolsou quase R$ 1 milhão por mês, como acreditar que militares vão abrir mão da 'super mamata' em caso de derrota nas eleições sem reagirem com violência?
Um dos mais fiéis aliados de Jair Bolsonaro (PL) e candidato a vice-presidente na sua chapa, o general Walter Braga Netto recebeu R$ 926 mil em dois meses, no ano de 2020. Levantamento divulgado pelo jornal O Estado de S. Paulo, a partir de dados do Portal da Transparência, mostra que os benefícios pagos pelo governo a oficiais e pensionistas renderam valores que chegaram a até R$ 1 milhão na folha de pagamento em apenas um mês naquele ano, quando a pandemia de covid-19 estava no auge.
Segundo a apuração, a folha de pagamento aumentou principalmente no período em que os oficiais foram para a reserva, já que Bolsonaro promoveu uma mudança da legislação pela qual aumentou a indenização a militares que deixam a ativa.
Outro fiel aliado de farda do presidente, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, general Luiz Eduardo Ramos, foi um dos que só foram para a reserva depois da nova lei entrar em vigor. Ramos recebeu R$ 731,9 mil em julho, agosto e setembro de 2020. O ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque é outro militar na lista de privilegiados.
A repercussão nas redes foi grande entre parlamentares de oposição, apesar de a revelação ter sido feita em meio aos atos do 11 de agosto nesta quinta-feira, a começar do deputado Elias Vaz (PSB-GO), autor do levantamento divulgado. Ele disse que vai cobrar explicações do Ministério da Defesa. “Para o povo, sopa de osso. Para os aliados, um milhão de salário extra. Esse é o governo Bolsonaro”, postou o deputado no Twitter.
Ainda segundo o Estadão, o Ministério Público acionou o Tribunal de Contas da União (TCU) para “barrar” o pagamento desses contracheques “turbinados”.
“Super mamata” e “escárnio”
O deputado federal Bohn Gass (PT-GO) menciona a falta de emprego na pandemia, enquanto o fiel escudeiro de Bolsonaro “ganhou supersalário de até R$ 1 milhão”. “Agora entendi a promessa deles: queriam acabar com a mamata para criar a super mamata”, escreveu o petista.
A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) destacou a contradição entre os supersalários dos militares de Bolsonaro e a política fiscal de cortes de verbas de educação e na saúde do orçamento. “Salário Mínimo sem aumento real. Desemprego, fome. Militares do governo com salários de R$ 1 milhão!!!!! Não tem orçamento para quem precisa mas tem para super salários!”, publicou a parlamentar.
Ivan Valente (Psol-SP) e Natália Bonavides (PT-RN) usam a palavra “escárnio” para classificar a prática. “Escárnio! Braga Netto, o vice de Bolsonaro, recebeu quase R$ 1 milhão em salários no auge da pandemia. Esse é o governo que acabaria com a mamata?”, questionou o psolista.
“Escárnio! O candidato a vice de Bolsonaro, o general Braga Netto, recebeu quase R$ 1 milhão de salário em apenas 2 meses de 2020. Enquanto brasileiros morriam sem ar, eles enchiam os bolsos de dinheiro e negavam a vacina. Criminosos!”, protestou a petista.
Braga Netto
Braga Netto entrou para o governo em fevereiro de 2020, quando foi anunciado como novo ministro chefe da Casa Civil, no lugar de Onyx Lorenzoni. A troca deu mais poder à ala militar do governo, grupo que havia perdido espaço para a ala mais ideológica ao longo de 2019.
À frente da Casa Civil, Braga Netto se tornou um dos ministros mais próximos de Bolsonaro. Ele deixou a pasta para assumir a Defesa após a demissão do ocupante do cargo até então, o general Fernando Azevedo e Silva, em março de 2021 – que foi seguida pela saída dos três comandantes das Forças Armadas em protesto.
Logo depois, ele assinou uma “ordem alusiva ao 31 de março de 1964” em que diz que acontecimentos como o golpe militar ocorrido há 57 anos, o qual chamou de “movimento”, devem ser “compreendidos e celebrados”.
O relatório da CPI da Covid, que apurou as ações e omissões do governo da pandemia, pediu em outubro passado o indiciamento do general por sua atuação como ministro e coordenador coordenador do Centro de Coordenação das Operações do Comitê de Crise da Covid-19, criado pelo Planalto para facilitar a articulação de ações de combate à doença entre órgãos públicos.
O documento aponta que os altos números de casos e mortes por covid-19 no Brasil foram em parte causados por erros do governo sobre os quais o general teria responsabilidade. O relatório afirma ainda que o ministro foi conivente com a “postura negacionista” de Bolsonaro sobre a pandemia.
O jornal “O Globo” publicou reportagens que apontavam uma série de denúncias durante a gestão de Braga Netto no Ministério da Defesa, em 2021. O periódico afirmou que, na época, a pasta aprovou um pacote secreto no valor de R$ 588 milhões.
Dessa quantia, segundo a reportagem, R$ 401 milhões foram destinados a 11 senadores, a maior parte ligada ao governo, e cada um definiu onde o dinheiro seria gasto. Na maior parte das vezes, em seus redutos eleitorais, e sem relação com a área militar.
No próximo dia 13 de agosto, sábado, as mulheres do PT se unirão ao chamado da manifestação de mulheres em todo país no grande ato pela reconstrução do Brasil. A iniciativa é do Comitê Popular de Luta Nacional ‘Mulheres com Lula’ e acontecerá em todos os estados.
“Nós vamos para as ruas porque queremos construir um futuro mais digno para povo brasileiro. Fomos as mais prejudicadas por esse governo. É desemprego, despejo, retirada de direitos, o preço dos alimentos não para de subir e a fome toma conta. Queremos o direito a uma vida digna para todos e todas”, afirmou Anne Moura, secretária nacional de mulheres do PT.
O ato é organizado por mulheres do PT, PSOL, PCdoB, PSB, PV, Rede e Solidariedade, além de movimentos sociais e feministas. Dentre as pautas que irão para as ruas, estão a defesa de políticas sociais, medidas contra a violência e a defesa do sistema eleitoral e da democracia.
Infelizmente, motivos não faltam para as mulheres rejeitarem o governo Bolsonaro
A fome chega nos lares chefiados por mulheres – negras e residentes do Norte e Nordeste são as que mais sofrem
Em dois anos, a fome em lares de famílias pretas e pardas aumentou 8% da fome, segundo a Rede PENSSAN, de 2020. Essa também foi a porcentagem de alta da fome nas casas chefiadas por mulheres, onde os números passaram de 11,2% para 19,3%. Agora, a cada dez lares chefiados por mulheres ou pessoas negras de qualquer gênero, seis têm algum tipo de restrição de acesso a alimentos. Entre famílias chefiadas por homens, independentemente de raça, o índice é de 53,6%. Entre lares chefiados por pessoas brancas, é de 46,8%.
Salário menor, desempregada, sem direitos e fora da prioridade do governo
As mulheres ganham menos do que os homens, com a crise econômica foram as primeiras a perderem os empregos e são as que mais demoram para retornar. E, para completar o quadro dos ataques do governo contra a vida das mulheres, elas não são mais prioridade para receber auxílio.
Nos governos do PT, as mulheres tinham um tratamento diferenciado para receber o Bolsa-Família. Agora, com o programa de Bolsonaro, o valor é único e não considera as diferentes realidades, fazendo com que homens sozinhos, como caminhoneiros e taxistas, recebam o mesmo que mulheres chefes de famílias com filhos e pessoas sob sua responsabilidade.
Cada dia mais difícil colocar comida na mesa
As famílias brasileiras estão pagando um preço alto por conta da política econômica adotada pelo governo Bolsonaro. Itens básicos estão mais caros e começam a faltar na mesa das trabalhadoras. O leite longa vida sofreu um aumento de 22,27%. E não parou por aí. Derivados como requeijão (4,74%), manteiga (4,25%) e queijo (3,22%) também subiram. O valor do gás, da conta de luz, o preço do aluguel começa a inflacionar e o salário não fecha no fim do mês.
Houve ainda aceleração na alimentação fora do domicílio, que teve alta de 1,27% em julho, ante 0,74% do mês anterior. Tanto o lanche (2,18%) quanto a refeição (0,92%) tiveram variações superiores às registradas em junho (1,10% e 0,70%, respectivamente).
Violentadas e sem ter aonde recorrer
O governo Bolsonaro destinou, em 2022, o menor recurso dos últimos quatro anos para as políticas de combate à violência contra a mulher. Enquanto o governo corta recursos, a violência cresce, sobretudo entre as mulheres negras. O Atlas da Violência 2021, do Ipea, apontou que mais de 66% das vítimas de feminicídio em todo país são mulheres negras. De 2016 para cá, o feminicídio aumentou quase 50%, segundo dados do CNJ. No último ano, as medidas protetivas de urgências aumentaram cerca de 15%, sem contar os casos de subnotificação.
A vida das mulheres em risco permanente
No Brasil, 4 mulheres são vítimas de feminicídio por dia, de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública – cerca de 30% dessas mortes são provocadas por arma de fogo. Mulheres que querem o fim do relacionamento, que não conseguem se divorciar, querem tirar seus filhos de uma situação de violência, simplesmente querem viver em paz, não conseguem porque podem morrer a qualquer momento.
Miguel (com microfone), Célia Arquimino Barros (mãe) e outra irmã dele (Foto: Reprodução (Globo))
Um menino chamado Miguel, de 11 anos, telefonou para a PM e pediu ajuda porque não tinha comida em casa, em Santa Luzia (MG). "Minha mãe só tem farinha e fubá pra comer", disse. A fome uma exlusividade da população civil. 116 milhões de brasileiros sofrem insuficiência alimentar. A fome um caso de polícia
Este o Brasil real de Bolsonaro, o Brasil da inflação, do desemprego. O Brasil dos sem terra, dos sem teto, dos sem nada. O Brasil exportador de alimentos no mapa da fome. O Brasil do menino chamado Miguel, de apenas 11 anos. Que telefonou para a Polícia Militar (PM), pelo 190, e pediu ajuda porque não tinha comida em casa, na noite desta terça (2), no município de Santa Luzia, Região Metropolitana de Belo Horizonte (MG).
"Senhor policial, é por causa que aqui em casa não tem nada pra gente comer e eu tô com fome. Minha mãe só tem farinha e fubá pra comer", disse.
A mãe de Miguel, Célia Arquimino Barros, de 46 anos, vive com seis filhos no bairro São Cosme. "Eu vivo de auxílio emergencial, e o pai manda R$ 250, mas não é todo mês que manda", disse ela àTV Globo.
Mais de 60 milhões de brasileiros enfrentaram algum tipo de insegurança alimentar de 2019 a 2021, segundo um relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) divulgado no mês passado.
O menino fez certo. A fome no Brasil é um caso de polícia. Dos gorilas comendo. Dos cavalões comendo. O Brasil do cartão corporativo do Bolsonaro sob sigilo de cem anos. O Brasil do orçamento paralelo de Ciro Nogueira. Do orçamento secreto de Arthur Lira. Da ministra da Agricultura que quis solucionar o problema da fome, oferecendo alimentos fora da validade. Do ministro da Economia recomendo aos que comem que ofereçam os restos de comida aos sem nada, aos pobres. Que 40% da população civil pena na pobreza, para o governo pagar salários acima do teto, pagar para generais salários de marechais, salários que ficarão como herança para as filhas que não se casarão no civil, para permanecer solteiras até a virada deste século se as democracias intermitentes, as democracias interrompidas pelos golpes militares permitirem.
“Grande humanista”, diz Reinaldo Azevedo sobre Guedes sugerir sobras de comida a mendigos
por Davi Nogueira
Em publicação nas redes, o jornalista Reinaldo Azevedo comentou a mais nova declaração absurda do ministro da Economia, Paulo Guedes.
Durante anúncio de projeto de flexibilização da regra que trata da validade de alimentos no Brasil, Guedes sugeriu que sobras de alimentos de famílias de classe média e restaurantes sejam doadas a pessoas vulneráveis.
Comparando com a quantidade de comida consumida por uma pessoa da classe média na Europa, que ele diz serem “pratos relativamente pequenos”, o ministro afirmou que no Brasil exageramos e deixamos “uma sobra enorme”.
Reinaldo respondeu à fala do ministro e lembrou que o Brasil tem ”110 milhões vivendo em insegurança alimentar”.
Ele disse, em tom irônico, que Guedes e a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que teve a ideia de distribuir alimentos vencidos aos pobres, são “grandes humanistas”.
O Brasil é o 3° maior produtor de alimentos do mundo e o maior exportador. Mas há 110 milhões vivendo em insegurança alimentar. Tereza Cristina teve uma ideia: alimentos vencidos pra pobres. Guedes teve outra: distribuir sobras de restaurantes pra mendigos. Grandes humanistas!
A comentarista do Bom Dia Brasil falou sobre a proposta autoriza decretação de 'estado de emergência' no país para contornar legislação e criar benefícios a menos de três meses da eleição em que Bolsonaro tentará segundo mandato. Com a palavra Reinaldo Azevedo e Lenio Luiz Streck
O plenário da Câmara dos Deputados concluiu na noite desta quarta-feira (13)a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC)que contorna a legislação a fim de permitir ao governo conceder uma série de benefícios sociais às vésperas da eleição presidencial.
A comentaristaMiriam Leitãofalou aoBom Dia Brasilsobre as consequências dessa decisão e o motivo dela acontecer neste momento.
"Por que a gente chegou até aqui? Por que a gente chega perto das eleições com tanta pobreza, uma situação tão dramática e que o Congresso passou por cima de todas as leis, de todos os regimentos, fazendo uma política que não pode ser feita, que é uma política eleitoreira? Chegamos nesse grau de pobreza e necessidade porque não houve uma política social no governo Bolsonaro", diz Miriam.
Miriam também falou que as crises acontecem para que os governos saibam contornar e achar uma solução com qualidade.
"Um erro, por exemplo, que o governo Bolsonaro cometeu foi desde o começo, quando ele foi empurrado para fazer o auxílio emergencial, que ele não queria fazer, ele concentrou na Caixa ao invés de fortalecer um sistema que já existe no Brasil, foi criado pela Constituição, e vários governos implantaram, que é o SUAS - Sistema Único de Assistência Social, que vai até o centro de assistência social dos municípios", explica.
Deus está morto, então tudo é permitido a Lira, o onipotente, comprova Reinaldo Azevedo:
Reinaldo: Bolsonaro fez país de fome, raspas e restos.
Ameaça golpista militar no Brasil contra a população civil morta de fome
Para continuar a mamata dos militares, a ameaça golpista dos generais bolsonaristas subordinados à família miliciana bolsonarista.
Joaquim de Carvalho escreve:
Braga Netto ameaça dar golpe. "Sem auditoria dos votos, não tem eleição", disse, segundo Malu Gaspar. A ameaça é grave, e devemos enfrentá-la. Brasil é maior q essa gente q tem esqueletos no armário. É Braga Netto q tem explicações a dar.
A capa do jornalExtraé de ontem; os números escandalosos daFolha de S. Paulode hoje, com dados do IBGE, o drama é de sempre e muito pior agora, com o empobrecimento galopando, visivelmente, nas calçadas de qualquer cidade.
A comparação é do jornal que, entretanto, não costuma ir além das estatísticas.
A renda média MENSAL de 10 milhões de brasileiros – estes 5% mais pobres da população – só dá (ou melhor, nem dá, pois faltariam 8 reais) para comprar dois pratos feitos na grande São Paulo. Isto é, para comer duas vezes por mês.
Ou faz como a D. Denise, aí na foto, e cata no lixo. Disputou, um dia destes, conta ela, um pacote de salsichas com um cachorro.
Mais “ricos” que eles, os que ficam entre os 5 e 10% mais pobres, não ficam muito melhor: tiram em média R$ 148. Aqui no Rio, nestas piores “quentinhas” vendidas nas ruas, talvez dê para oito ou nove delas, duas por semana.
Desculpem, que quiser ler análises e ver como o que era imoralmente pouco (R$ 59) virou obscenamente nada (R$ 39) em três anos.
Prefiro me dedicar à única coisa que pode remediar e começar a mudar este quadro de horror: remover, pelo voto, o desgoverno que nos leva a isto.
Quem quiser discutir abobrinhas, procure os “unicórnios” eleitorais – expressão definitiva do jornalista Weiller Diniz, ontem, naTV GGN– ou de fantasias outras.
Quem tem fome tem pressa, dizia Herbert de Souza, oBetinho, e hoje temos mais fome e mais pressa que em qualquer época.