Lula: Morte do jovem congolês "resultado de um país governado por um fascista e milicianos"







Por: Alana Taís /Diario de Pernambuco
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Por: Alana Taís /Diario de Pernambuco
No dia 20 de novembro, amanhã, entidades sindicais e movimentos popularesestarão mais uma vez nas ruas contra a política genocida do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em defesa da igualdade racial, da vida, da democracia e do emprego.
Com o mote #ForaBolsonaroRacista, o Dia da Consciência Negra tem atos convocados em todo o país pela Convergência Negra, Coalizão Negra por Direitos e as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, articulado com diversas organizações dos movimentos sociais negros.
A publicação aponta ainda motivos para que a população ocupe as ruas no próximo sábado, dentre eles, registra que Bolsonaro é responsável pelo retorno da fome no Brasil, fator que atinge em cheio a população negra, pobre e periférica do país.
Para o secretário de Combate ao Racismo do Partido dos Trabalhadores do Distrito Federal (PT-DF), Daniel Kubuku, o “dia 20 de novembro é uma conquista do movimento social negro”. Nesse sentido, unificar as pautas pela saída “desse governo genocida” e a luta antirracista é fundamental para visibilizar e “darmos mais ênfase à pauta pela igualdade racial”, aponta. Em Brasília, o ato será realizado no Museu da República, a partir das 15h.
Kubuku destaca que “Bolsonaro não inventou o racismo, mas seu desgoverno aprofundou as desigualdades em nossa sociedade que já é racializada”, diz. Para ele, as falas, ações e omissões de Bolsonaro concorrem para o aprofundamento do genocídio da população negra.
“Desde a sua retórica militarizada, passando pela naturalização e incentivo ao genocídio da população negra, até chegar à destruição das políticas sociais e promoção da igualdade racial. Estamos falando de um governo corrupto e genocida, que mata pela doença, pela fome, e pelo extermínio físico e simbólico de tudo que remete a nossa ancestralidade africana. Portanto, ir as ruas pra dizer Fora Bolsonaro é uma tarefa urgente de todo movimento social negro nesse dia 20 de novembro”, ressalta Kubuku.
Veja também:
Grande ato #ForaBolsonaro terá participação popular em todo o Brasil e no exterior
Entidades, movimentos sociais e sindicais da campanha #ForaBolsonaro e do Grito dos Excluídos mobilizam os brasileiros para o retorno às ruas no próximo dia 7 de setembro. Contra o desemprego, contra a fome, pelo direito à moradia, à vacina e pelo impeachment de Bolsonaro, o grande ato vai ocupar todas as regiões do Brasil e no exterior.
As manifestações, que iniciaram em 29 de maio, também são contra os cortes na educação, contra a reforma administrativa e as privatizações, e em defesa das lutas do povo negro contra a violência e o racismo, dos serviços públicos e da soberania.
A Campanha Fora Bolsonaro é uma inciativa que se reúne há cerca de um ano e meio e é composta pela Frente Brasil Popular, a Frente Povo Sem Medo, todos os partidos de esquerda, as centrais sindicais, a Coalização Negra por Direitos, a UNE, a UBES, a CMP, o MTST, o MST, o Fórum Nacional de ONGs e outras diversas organizações.
por Paulo Pimenta
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O que o Brasil presenciou no último sábado, 29 de Maio de 2021 – o #29M –, convocado pelos movimentos sociais e populares e que ganhou forte adesão nas redes, foi o reencontro dos setores democráticos e progressistas com o seu espaço natural: a rua.
E com protagonistas fundamentais na história das lutas sociais no país à sua frente: a juventude e as mulheres.
Não nos conformamos com a morte! Não seremos governados pela morte!
Esse foi o grito de quem esteve sob o céu de 29 de maio. Um grito para ser ouvido pela sociedade e pelas instituições.
Esperança de volta
Foram manifestações como há muitos anos não se viam no Brasil: os oradores e oradoras iniciavam seus discursos: “Eu sou…”, diziam seus nomes e em nome de quem falavam.
Novas lideranças, a maioria desconhecidas do público a quem se dirigiam, fazendo emergir novas vozes nas ruas do País. Um sopro de renovação, esperança e combatividade contra o governo genocida de Jair Bolsonaro.
Um grito de basta. Basta de fome e de mortes!
Um movimento pautado pelo direito universal à sobrevivência e a uma vida digna, expresso pela exigência de vacina contra a Covid-19 para todos pelo SUS, e por um auxílio emergencial de, no mínimo, R$ 600,00, até o final da pandemia.
Esse fato político de surpreendente envergadura não foi capaz de sensibilizar as redações da imprensa tradicional e não mereceu cobertura digna da maior parte da grande mídia, que preferiu selar sua cumplicidade com o morticínio provocado pelo neofascismo dos tópicos.
Alguns veículos impressos preferiram destacar as “perspectivas de home office das cidades turísticas” ou “o reaquecimento da economia”, quando algumas centenas de milhares de brasileiras e brasileiros saíam às ruas para denunciar o governo.
O que revela o quadro de dificuldades em que se encontra a parcela da direita brasileira subordinada à pauta neoliberal imposta pela extrema-direita liderada pela dupla Bolsonaro/Guedes.
Governo genocida
Uma mobilização popular que compreendeu que os riscos impostos pela calamidade sanitária eram menores do que a necropolítica intencional do presidente da República e de seu governo, demonstrando que o povo brasileiro se recusa a prosseguir como um rebanho rumo ao matadouro.
Todos sabemos que se trata de um ato extremo. Uma mobilização convocada por organizações – a Frente Brasil Popular, Povo Sem Medo e Coalizão Negra por Direitos, os sindicatos e Movimentos Populares – que sempre se puseram em defesa do isolamento social, do uso de máscara, de testagem em massa e da vacinação para todos, que buscam a rua como último recurso, numa circunstância construída criminosamente por um governo que apostou na morte.
O governo Bolsonaro, embora não queira assumir as trágicas consequências que levaram o País a quase meio milhão de óbitos, adotou uma estratégia definida como “imunização de rebanho” e em nome dela boicotou a vacinação e aderiu ao charlatanismo, com o próprio capitão-presidente cumprindo o lamentável, e ainda mal explicado, papel de garoto-propaganda da cloroquina, medicamento comprovadamente ineficaz para o combate à Covid-19.
“Gripezinha”
Um governo que, desde março de 2020 sabota o combate à pandemia sistematicamente e por todos os meios. Desde o negacionismo dos primeiros meses, da “gripezinha”, ao estímulo às aglomerações, à recusa do uso de máscara de proteção, passando pela recomendação do uso da cloroquina como tratamento precoce.
A CPI da Covid instalada no Senado Federal desnudou o governo do capitão.
Um governo que cria deliberadamente situações de conflito com os países e empresas fornecedoras dos insumos necessários à fabricação da vacina.
Recusou-se a comprar o medicamento, único meio disponível capaz de deter a pandemia, ignorou as diferentes ofertas de empresas e estimulou e continua a estimular a transmissão do vírus com as aglomerações que provoca semanalmente.
Essa é a moldura que cerca e dá sentido às manifestações de 29 de maio contra uma calamidade sem precedentes na história do Brasil.
A sociedade não pode esperar 2022 para remover um governo responsável pelo maior morticínio da história do Brasil.
Responsável por uma estratégia deliberada que nos converteu no epicentro mundial da pandemia que, a esta altura, se aproxima de meio milhão de mortos!
Impeachment já
O despertar das ruas no sábado último, depois de um longo período de predomínio absoluto da extrema-direita, abre uma nova frente na batalha pelo impeachment do atual ocupante do Palácio do Planalto e estabelece um novo interlocutor que não poderá ser ignorado indefinidamente pelo presidente da Câmara Arthur Lira – o povo.
O Brasil, após o 29 de maio de 2021, abre caminho para viver um processo que nos aproxima de outros países do continente, como o Chile.
Com uma esquerda renovada disposta a demolir os fundamentos do neoliberalismo e avançar no sentido de uma sociedade democrática, assentada sobre o combate às desigualdades sociais, o respeito à diversidade e ao meio ambiente, o primado do público sobre o privado, com garantia de igualdade de oportunidades e afirmação da soberania como âncora de um novo projeto democrático de reconstrução nacional.
Se não houver impeachment, o capitão continuará matando.
Impeachment Já!
A POLÍCIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO é a que mais mata no Brasil e uma das mais letais do mundo. Nos últimos anos, a brutalidade aumentou de modo aterrorizante, seguindo os pesados ventos da extrema direita no país. Esse é o fato público a ser investigado. É preciso parar a máquina da morte que a Coalizão Negra por Direitos acertadamente classifica como genocídio negro.
A Polícia Civil do estado do Rio de Janeiro, no entanto, acredita que o problema se resolve de outra maneira: investigando os jornalistas que denunciam a matança.
João Pedro Mattos tinha 14 anos quando foi assassinado, em maio do ano passado, durante uma operação da Coordenadoria de Recursos Especiais, a Core. Policiais atiraram em uma área residencial de dentro de um helicóptero, ação extrema e ineficaz, que já havia sido proibida, em 2018, pela Secretaria de Segurança.
Quando pousaram a aeronave, os policiais crivaram de tiros uma casa. O imóvel estava cheio de crianças, que brincavam – os policiais mentiram sobre os disparos em um primeiro depoimento, negando a autoria. As crianças gritaram de terror. Baleado, João Pedro foi carregado nos braços por outro adolescente e levado até o helicóptero da polícia, onde embarcou. O menino, negro, sumiu.
A família rodou todos os hospitais da região atrás do filho, descobrindo somente no dia seguinte que peritos do IML os aguardavam para o reconhecimento de corpo. João Pedro estava morto. Denise Roz, tia, disse: “Meu sobrinho era um menino negro. Não é porque é negro que ele é bandido. Meu sobrinho não vai passar por bandido pra ninguém, pra corrigir erro de policial nenhum.” O inquérito que realmente importa, aquele que deveria revelar os assassinos, segue sem conclusão.
Não é o único caso de morticínio em favelas envolvendo a Core. Como Demori escreveu no artigo, apurado com fontes e que incomodou a Delegacia de Repressão de Crimes de Informática, que o investiga por calúnia contra a Core, “a história cresce quando juntamos outros fatos [para além da chacina do Jacarezinho, com 18 mortos]: a “facção” [da Core] está envolvida no caso João Pedro (menino de 14 anos, morto durante uma operação), na chacina do Salgueiro (oito mortos) e no caso do helicóptero da Maré (oito mortos). São 41 homicídios somente nesses casos. Quantos mais?”
E cobra providências, papel vital do jornalismo em todo o mundo: “É preciso que se investiguem as circunstâncias e os responsáveis dessas operações assassinas.”
O estado policial que vem erodindo a democracia no Brasil não parece interessado em investigar policiais. Em vez disso, prefere perseguir jornalistas. Ameaças como essa não nos intimidam. Apesar dos esforços de alguns, ainda vivemos em uma democracia. E nossa Constituição garante a liberdade de imprensa e protege o sigilo de fonte. Continuaremos a fazer nosso jornalismo independente e corajoso, sempre buscando revelar o que aqueles que detêm o poder preferem esconder. Há quem não goste.
Por Sheila de Carvalho, Douglas Belchior e Jaime Alves /Folha de S. Paulo
Situação exige posicionamento da sociedade civil, da comunidade internacional e do sistema ONU; Coalizão Negra por Direitos convoca protestos
Em 1951, o movimento pelos direitos civis nos EUA acusava aquele país de genocídio de sua população negra por meio da histórica petição “We Charge Genocide”. O documento fazia um paralelo entre “o assassinato bárbaro de milhōes de judeus” e “os negros mortos por causa de sua raça”. Também na África do Sul ativistas negras e negros sul-africanos chamaram a atenção do mundo por mais de quarenta anos para o terror racial do apartheid, levando a ONU a condenar o regime em 1973 e declarar sanções econômicas nos anos seguintes.
O movimento negro brasileiro tem sistematicamente pedido a solidariedade do mundo para denunciar o genocídio antinegro colocado em curso pelo Estado brasileiro. É genocídio! Tomando a definição da ONU, da qual o Brasil é signatário, “entende-se por genocídio (…) atos cometidos com a intenção de destruir no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso”. Quando se olha para o número de mortes de negros pelo Estado brasileiro, evidencia-se esse processo. Somente no ano de 2020, mais de 5.600 pessoas foram mortas pelas polícias no Brasil. Há mortes sistemáticas de jovens negros e negras nas periferias brasileiras. Pelo menos 75% das vítimas do terror policial pertencem a esse grupo racial.
A chacina do Jacarezinho contabiliza, até o momento, ao menos 29 mortes. Vidas e histórias exterminadas pelas forças do Estado, sem respeito e nenhum direito previsto em lei. Corpos cuja humanidade e cidadania são negadas na vida e na morte. Assassinatos resultantes de uma operação policial ilegal e proibida pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Desde junho de 2020 até março deste ano, mais de 823 pessoas foram mortas em operações policiais, mesmo com a proibição da Suprema Corte (ADPF das Favelas).
Vivemos em um país no qual amanhã poderemos estar mortos pelo fato de sermos negros. Seja pelo coronavírus, seja pela fome, seja pela bala, o projeto político e histórico de genocídio negro avança no Brasil. Mas a sociedade não acredita nisso, ou não se importa.
Até quando as manifestações, a elaboração e os apelos do movimento negro brasileiro serão ignorados? O que vimos no Jacarezinho foram execuções sumárias de indivíduos eleitos como inimigos públicos por sua origem racial. A cor dos mortos nesta e nas inúmeras operações policiais nas periferias urbanas do país revelam a prática sistemática do genocídio da população negra brasileira.
A situação exige um posicionamento da sociedade civil brasileira, da comunidade internacional, do sistema ONU e da sociedade civil global acerca do que vivemos.
Neste 13 de maio, Dia Nacional de Denúncia Contra o Racismo, a Coalizão Negra por Direitos, uma aliança que reúne mais de 200 organizações de todo país, convoca manifestações em todos os estados pelo fim do genocídio negro, das operações policiais assassinas, das chacinas de todo dia e pela construção de mecanismos objetivos de controle social da atividade policial.
Nem bala, nem fome, nem Covid. Queremos viver!
Não esqueceremos a chacina do Jacarezinho.
Vidas Negras Importam.
Rede Brasil Atual - Entidades que representam a sociedade civil, como o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) e a Coalização Negra de Direitos, defendem que o caso de racismo contra João Alberto Silveira Freitas, o Beto, agredido até a morte por dois seguranças de unidade do Carrefour no bairro de Passo D’Areia, na capital gaúcha, seja investigado. Em nota, o Idec também conclama os consumidores a promoverem um boicote ao Carrefour “até que sejam apresentadas e implementadas medidas estruturais para eliminar práticas de racismo”.
Para o Instituto, o Carrefour deve responder, nas esferas competentes, pelos atos racistas e de violência que ocorreram no estabelecimento e os órgãos de defesa do consumidor também devem aplicar as sanções previstas no Código de Defesa do Consumidor. Já a Coalizão Negra por Direitos entrou com representação no Ministério Público Federal (MPF) e no Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) cobrando a investigação da morte de João Alberto.
Esta sexta-feira foi marcada por protestos e pela revolta que culminou com ataque a uma unidade da rede na região da Avenida Paulista, em São Paulo, no início da noite desta sexta-feira (20).
O crime contra João Alberto também dominou as redes sociais durante todo o dia de ontem, em que se celebrou a Consciência Negra e a luta antirracista no país.
A loja paulistana do Carrefour foi atacada após a 17ª Marcha da Consciência Negra de São Paulo, que se concentrou no vão do MASP (Museu de Arte de São Paulo). Centenas de manifestantes se dirigiram àquela unidade do supermercado, na rua Pamplona.
Segundo relatos, o hipermercado, que funciona no térreo de um shopping, estava fechando as portas quando o protesto se aproximava. Vidros foram quebrados, os bloqueios foram derrubados, e algumas prateleiras tiveram seus produtos derrubados ao chão. Houve ainda um princípio de incêndio, rapidamente debelado. Não há relato de feridos
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