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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

O CORRESPONDENTE

09
Ago23

STF marca julgamento de 70 terroristas golpistas de 8 de janeiro

Talis Andrade

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Por Márcio Falcão, TV Globo

O Supremo Tribunal Federal (STF) marcou o julgamento de mais 70 denúncias contra investigados de participação nos atos golpistas do dia 8 de janeiro.

As acusações oferecidas pela Procuradoria-Geral da República vão ser analisadas no plenário virtual entre os dias 14 e 18 de agosto.

As denúncias são analisadas de forma individual pelos ministros.

Entre os alvos está Maria de Fátima Mendonça Jacinto Souza, de 67 anos, conhecida como Fátima Tubarão. Ela aparece em vídeo durante invasão do Palácio do Planalto. Outro denunciado é José Fernando Honorato de Azevedo, policial federal aposentado.

Outra denúncia que será analisada é do indígena José Acácio Serere Xavante ao STF por incitação a atos antidemocráticos. A acusação é por ter ameaçado integrantes do STF, invadido o terminal de um aeroporto e por ter convocado pessoas armadas para impedir a diplomação do presidente Lula pela Justiça Eleitoral.

Depois da detenção de José Acácio por ordem do STF, em dezembro de 2022, vândalos atacaram a sede da Polícia Federal e incendiaram veículos em Brasília.

Até agora, o Supremo já aceitou denúncias e transformou em réus 1.290 acusados de autoria ou participação nos atos golpistas de janeiro. Ao todo, a PGR já denunciou 1390 pessoas.

Eles são acusados de crimes como :

 

  • associação criminosa armada;
  • tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • tentativa de golpe de Estado;
  • dano qualificado pela violência e grave ameaça com emprego de substância inflamável contra o patrimônio da União e com considerável prejuízo;
  • deterioração de patrimônio tombado.

 

A partir de setembro, o STF deve começar a marcar os primeiros julgamentos dos réus do 8 de janeiro, quando os ministros vão decidir se eles serão condenados ou absolvidos.

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O colunista Tales Faria comentou a prisão da idosa Maria de Fátima Mendonça Jacinto de Souza, que apareceu em um vídeo durante a invasão do Congresso Nacional, no dia 8 de janeiro.

 

25
Jun23

Pós-Campos Neto: desafio do desenvolvimento

Talis Andrade

 

Charge: Clayton

 

por Luís Nassif, no Jornal GGN

Nos próximos meses, haverá dois eventos em maturação.

Evento 1 – a demissão de Roberto Campos Neto

Campos Neto tornou-se personagem político. Não se duvide que, nas próximas eleições, seja um dos braços do bolsonarismo educado. Só que seu tempo de vida útil acabou.

No começo do governo Lula, o Ministro da Fazenda Fernando Haddad ainda não tinha consolidado sua posição perante o mercado. Não conseguiria pressionar Campos Neto, nem trabalhar por sua demissão.

Optou por um processo gradativo, de atender às expectativas do mercado e ganhar a confiança com um discurso bastante racional. Com isso, mais o arcabouço fiscal, tirou os argumentos nos quais se escorava Campos Neto para não derrubar os juros.

Agora, inverteu o jogo. 

Os efeitos da Selic elevada espalharam-se por todo o país, afetando do setor financeiro ao varejo, pelo comprometimento do crédito e a multiplicação de processos de recuperação judicial.

Formou-se uma unanimidade contra Campos Neto, abrindo a possibilidade de um pacto político visando mudar essa inacreditável lei de autonomia do Banco Central, que torna o país inteiro refém de burocratas sem mandato.

Evento 2 – o pós-Campos Neto

Hoje em dia, há um objetivo central, que é o da redução da taxa Selic de forma acelerada. Alcançado o objetivo, entra-se no segundo tempo do jogo, em que haverá a necessidade de um projeto mais consistente de desenvolvimento.

Se Lula se conformar em meramente retomar o crescimento via melhoria do consumo, não conseguirá atingir seu objetivo, de marcar seu terceiro mandato como uma virada na economia.

Há um conjunto enorme de possibilidades pela frente, da transição energética às novas revoluções tecnológicas. 

O país dispõe de uma boa estrutura de ciência e tecnologia, organizações empresariais de abrangência nacional, bancos públicos, um banco de desenvolvimento modelo, uma grande empresa petrolífera, que já desempenhou papel significativo no desenvolvimento industrial e tecnológico nacional.

Falta o maestro, capaz de combinar todos esses instrumentos. Falta mais ainda, uma concertação com as forças produtivas, sindicatos e movimentos sociais, apontando para um norte. 

Essa visão de conjunto de todas as forças é fundamental para a geração de sinergia e para consolidar o grande pacto nacional pelo desenvolvimento com sustentabilidade ambiental e responsabilidade social.

A primeira parte do trabalho já foi feita, com a retomada dos contatos internacionais. A segunda parte completa-se com a queda de Campos Neto e a redução da Selic. Mas são apenas ensaios para a grande apresentação final, da entrada do país definitivamente no rumo do desenvolvimento.

Para tanto, Lula precisará reviver o entusiasmo e o sentimento de grandeza de um JK. O período 2008-2010 mostrou que isso será possível.
 

Diminuição da Selic é pauta prioritária

 

"O governo tem de convocar o Conselho Monetário

e propor demissão de Campos Neto"

O ex-ministro do Trabalho, das Comunicações e da Previdência Social Ricardo Berzoini (PT-SP) revelou como pode se dar a demissão de Roberto Campos Neto da presidência do Banco Central. "O governo tem que convocar o Conselho Monetário Nacional [composto por três membros: o ministro da Economia como presidente do Conselho, o secretário Especial da Fazenda e o presidente do Banco Central] e, por 2 votos a 1, propor a demissão do presidente do Banco Central", afirmou o petista.  Berzoini defende demissão de Campos Neto

23
Jan23

100 charges sobre os bolsonaristas golpistas em Brasília

Talis Andrade
 
 
 
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por Cristina Moreno Castro

Depois de trazer aqui, ainda no domingo (8), uma amostra de como os portais de notícias brasileiros estavam cobrindo o terrorismo em Brasília, e de trazer, na segunda-feira (9), as capas de jornais do Brasil e de vários outros países do mundo, associando os crimes com seu mentor, Jair Bolsonaro, hoje trago 100* charges sobre a tentativa de golpe, publicadas nos últimos dias.

Eu amo charges políticas, porque elas dizem muuuuita coisa, mesmo usando pouquíssimas palavras, às vezes só ilustrações. Com muita crítica e às vezes algum humor, os chargistas esfregam obviedades na nossa cara – literalmente “desenham” o que está acontecendo pra gente entender o quadro geral.

Entre as 100 charges que selecionei a dedo, temos grandes mestres nessa arte, como Laerte, Duke, Aroeira, Leandro Assis, Benett, Gilmar, Latuff, Allan Sieber, Guto Respi, Arnaldo Branco, Miguel Paiva, Clayton, Quinho e o norte-americano Pat Bagley, além de uma moçada que eu não conhecia, mas que tem muito talento e está ganhando reconhecimento nas redes sociais.

Nestas charges, sobram críticas para a atuação policial na (não) contenção dos golpistas, para a atuação do governador do DF (já afastado) e do ministro da Defesa (com a corda no pescoço), para a “coincidência” (que nada tem de coincidência) com a invasão do Capitólio há dois anos, e há ainda muita crítica à truculência dos autodeclarados “cidadãos de bem” e à mentoria de Jair Bolsonaro, mesmo à distância.

* Clique aqui sobre qualquer imagem da galeria para ver em tamanho maior

Leia também: 

 

22
Out22

A ditadura sonhada pelos marechais de contracheque (galeria de charges)

Talis Andrade
 

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heleno povo na rua foda-se.jpg

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Candidatos a führer. Duce serve
 
 
Carlos Alberto Jr.
@cajr1569
23
Set22

Tales: Família Bolsonaro dá tiro no pé e cairá nas pesquisas após censura

Talis Andrade

Jair Bolsonaro, o presidente do tiro no pé |CHARGE FALADA #06 - A "humilde residência" de Flávio Bolsonaro e um papo  com Claudius by CHARGE FALADA

Em participação no UOL News, o colunista do UOL Tales Faria falou sobre as possíveis consequências do pedido do senador Flávio Bolsonaro (PL) de censurar as reportagens do UOL sobre o uso de dinheiro vivo em 51 dos 107 imóveis comprados pela família Bolsonaro nos últimos 30 anos. Para Tales, isso poderá refletir nas pesquisas eleitorais e nas eleições.

"Eles estão dando um tiro no pé e isso vai se refletir mais ainda na campanha e nos índices dele junto à opinião pública, vai cair mais ainda", disse.

"Você vê pela repercussão que politicamente é um tiro no pé. Um tiro no pé do juiz, em termos acadêmicos, porque ele mostrou que não entende nada de Constituição nem de censura, e um tiro no pé politicamente da família Bolsonaro, porque eles não explicaram e vão chamar muito mais atenção sobre essa compra de imóveis com dinheiro vivo", completou.

O colunista do UOL ainda falou sobre a atitude da ex-mulher de Bolsonaro, Ana Cristina Siqueira Valle, que comprova não haver explicação para as compras e a origem do dinheiro.

"Não tem explicação, a ex-mulher do Bolsonaro, que também comprou uma mansão muito acima do dinheiro que ela tem, qual foi a explicação que ela deu? 'Não tenho explicação a dar para ninguém', é assim que eles veem".

 

Maierovitch: Censura judicial provoca dano a eleitores e rasga Constituição

"O estado democrático de direito garante a liberdade de imprensa e isso que ocorreu é uma censura, estamos diante de uma censura. Uma decisão que rasga a Constituição e coloca o Brasil em uma situação de República bananeira", disse o jurista e colunista do UOL Wálter Maierovitch.

Ele também afirmou que a decisão provoca um dano irreparável ao omitir informações da população na véspera das eleições. "É provocar dano se tirar a informação, se deixar até em véspera de eleição o povo em branco, as mentes em branco. É surrupiar informações, então essa decisão é absolutamente equivocada ao ofender a Constituição".

 

Kotscho: Censura ao UOL é fundo do poço e parte da ação para melar eleição

 

"É gravíssimo isso que aconteceu, não é a censura a uma reportagem que não gostei e tal, o que está em jogo é a democracia brasileira. É o que está em jogo nessa eleição e é por isso que estão fazendo de tudo para melar a eleição. Isso faz parte de um processo para melar a eleição e não aceitar o resultado", disse o colunista do UOL Ricardo Kotscho.

Ele também afirmou que com o indicativo da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na corrida presidencial, o governo de Jair Bolsonaro (PL) passou a operar em modo de desespero.

"O governo está operando já faz muito tempo no modo desespero, eles sabem que vão perder a eleição. Toda essa onda que o Bolsonaro fez com as Forças Armadas para fazer apuração paralela e interferir no processo eleitoral já é um absurdo".

 

Ameaça” à eleição e Bolsonaro assume: “Eu sou Centrão” – Opiniões

31
Ago22

Eunício Oliveira denuncia mala de dinheiro para Ciro e anuncia ação de despejo contra presidenciável

Talis Andrade

Ciro é condenado por chamar Eunício de "cachorro mentiroso" e  "picareta-mor" | Carlos Mazza | OPOVO+

 

Ciro não entregou as obras da Transnordestina (R$ 11,2 bilhões) e depois foi trabalhar para o empresário que deveria construir a ferrovia

 

O ex-senador Eunício Oliveira, do MDB do Ceará, fez duras acusações contra o presidenciável Ciro Gomes, "coronelzinho político decadente de meia pataca, mentiroso e dissimulado".

Segundo Eunício Oliveira, Ciro foi demitido por incompetência, por não entregar as obras da Transnordestina. Depois disso, ele foi trabalhar para o bilionário Benjamin Steinbruch, que deveria construí-la. Eunício também falou sobre uma mala de dinheiro que o presidenciável teria recebido e anunciou uma ação de despejo de apartamento de luxo contra o pedetista.

Eunício Oliveira
Ciro Gomes, vocês licitaram a Transnordestina. Vc pediu demissão para presidir a empresa que ganhou, obra de R$ 11,2 bi, vc prometeu 1.753 km e entregou 81. Vc foi demitido por incompetência. Ciro, nos governos Dilma e Lula, que tanto critica, vcs indicaram 6 diversos ministros.
 
E a licitação da Ponte Estaiada, que o MP do CE pediu a anulação por prejuízos ao Erário. Tem gente séria no Ceará que garante que isso rendeu uma boa mala de dinheiro entregue em mãos, dentro de uma Topic.
 
Tem ainda o depoimento do Joesley Batista de que o Governo de vocês no Ceará só liberava o Fundo de Desenvolvimento Industrial mediante pagamento de propina? A PF, que eu respeito, chama isso de extorsão.
 

Ciro Gomes, eu não devo nada à Justiça. Quem foi que a PF acordou de madrugada para fazer busca e apreensão sobre pagamentos de R$ 11 mi em propinas durante as obras de reforma da Arena Castelão disfarçados de doações eleitorais?

Ciro, vc vendeu seu apt para pagar dívidas com a Justiça e eu comprei. Vc mora lá e tem vida nababesca, com dinheiro do Fdo Partidário, mas não paga aluguel, entrarei com uma ordem de despejo. Ciro, vc é um Ciro, vc vendeu seu apt para pagar dívidas com a Justiça e eu comprei. Vc mora lá e tem vida nababesca, com dinheiro do Fdo Partidário, mas não paga aluguel, entrarei com uma ordem de despejo. Ciro, vc é um coronelzinho político decadente de meia pataca, mentiroso e dissimulado.

01
Ago22

Onde estará Aras se as luzes da democracia se apagarem?

Talis Andrade

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Onde estará Aras se as luzes da democracia se apagarem?

 

por Jamil Chade

- - -

O papel do procurador-geral da República, Augusto Aras, como defensor da democracia e das garantias de funcionamento das instituições, tem gerado uma série de críticas e questionamentos ao longo do governo de Jair Bolsonaro. 

“Ao longo dos últimos três anos e meio, tenho me perguntado: existiria um sistema pelo qual todas as instituições continuam a existir teoricamente e, ao mesmo tempo, estão esvaziadas de suas funções? (…)”, diz o articulista Jamil Chade, em artigo publicado no portal UOL.  

Ao lembrar do papel de Aras como “um dos papéis mais relevantes em nossa República”, Jamil Chade busca uma resposta para a falta de investigação contra o atual presidente da República, lembrando ainda do arquivamento das denúncias obtidas pela CPI da Covid, além do arquivamento de 104 pedidos de investigação contra o atual presidente. 

O articulista cita ainda outros pontos que seriam alvo de investigação, como o vazamento de dados do inquérito da Polícia Federal, assim como os sucessivos ataques do atual presidente ao sistema eleitoral. 

28
Jul22

Quais são as diferenças entre o Bolsonaro da campanha de 2018 e o candidato de 2022?

Talis Andrade

 

Ex-capitão se entregou à política do centrão, busca voto das mulheres e enfrenta hoje maior rejeição que há quatro anos

 

por Cristiane Sampaio /Brasil de Fato

 

Lançado à Presidência da República pela primeira vez em 2018, após 27 anos de vida parlamentar, o personagem político Jair Bolsonaro (PL), que agora busca a reeleição, traz um discurso que encontra semelhanças no passado de quatro anos atrás, mas que também evoca algumas diferenças.

Conhecido pelo discurso antissistema, o ex-capitão, que há quase quatro anos chegou ao Planalto embalado por uma inflamada retórica contra a corrupção e com ácidos ataques ao centrão, agora tem o segmento como grande fiador político de sua atual campanha.

 

 TRIBUNA DA INTERNETLira recebe homenagem de Bolsonaro e lugar de destaque no palco em convenção  do PL | Política | Valor EconômicoImage

Arthur Lira e Jair Bolsonaro hoje são aliados, especialmente naquilo que se refere a pautas da agenda econômica

 

A identificação ficou clara diante do que se viu no palanque de Bolsonaro no Rio de Janeiro (RJ) no último domingo (24), quando o líder extremista teve o nome confirmado pelo PL como candidato à reeleição.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, presidente licenciado do PP, estiveram entre os destaques do evento, que reuniu ainda ministros e ex-ministros da atual gestão, além de outros nomes. Os dois estão entre as principais lideranças do centrão, grupo que reúne partidos da direita liberal e fisiológica que mandam no Congresso Nacional.

O general Augusto Heleno, que cantou “Se gritar 'pega Centrão', não fica um, meu irmão...”, agora diz que o Centrão nem existe. Acho que ele vai trocar a letra dessa música pra alguma coisa assim: “Se gritar ‘pega Centrão’, o governo inteiro levanta a mão...” Leia mais no Diário de Bolso, in Jornalistas Livres aqui. Os marechais do Centrão comandam o Orçamento Secreto: Ciro Nogueira chefe da Casa Civil, Lira na Câmara, Collor no Senado
Após 9 dias de silêncio, Arthur Lira diz confiar no sistema eleitoralNa frente de Bolsonaro, Arthur Lira diz confiar nas eleições e no sistema  eleitoral - Rádio Itatiaia | A Rádio de MinasBolsonaro elogia Fernando Collor e Arthur Lira durante inauguração de obra  em Alagoas | GZHJOSÉ PEDRIALI: "Eu sou do Centrão"

 

Para o cientista político Paulo Niccoli Ramirez, professor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), apesar do discurso antissistema, Bolsonaro “percebeu que não tem força suficiente nem apoio para dar um golpe”, como acenou por seguidas vezes que faria, e, com isso, acabou se curvando ao xadrez que há tempos domina a lógica da política institucional no Brasil.

“O presidente aprendeu  a jogar de acordo com as regras do jogo, que é justamente através de uma maioria no Congresso. E esse grupo, historicamente, desde a proclamação da República, é formado por uma maioria de latifundiários, enfim, uma elite conservadora e reacionária que forma o centrão”, aponta Ramirez.  

Em um resgate no tempo, é possível identificar uma série de manifestações antigas de Bolsonaro contra a linha de atuação de políticos do centrão. Em uma delas, em maio de 2018, por exemplo, chegou a dizer que o termo que designa o grupo seria sinônimo de “palavrão”.

Em outro momento, em junho do mesmo ano, o então deputado federal ironizou, via Twitter, ao afirmar que o centrão estaria contra a sua candidatura “em nome do patriotismo e da ética”.

 

                 - O Centrão, em nome do "patriotismo e da "ética", contra Jair Bolsonaro.

- Tudo não passa de desespero ante a possibilidade de serem apeados do Poder. pic.twitter.com/gxcaaqbKMf — Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) June 15, 2018

 

VAMOS VER QUEM MANDA… – Contra o Vento

 

“A postura dele anti-institucional permanece. A diferença é que ele tem agora o apoio de uma parte importante do Congresso”, observa o professor Pablo Holmes, do Ipol/UnB.

Ao mesmo tempo em que apresenta hoje, em 2022, um discurso mais fragilizado de combate à corrupção, Bolsonaro também busca ganhar a simpatia de grupos com os quais jamais flertou em outras campanhas, sobretudo na de 2018.   

“Ele tenta hoje se aproximar um pouco mais tanto do eleitorado nordestino como do feminino, que era uma coisa que ele não fazia muita questão de fazer. Sem dúvida, é a tarefa mais difícil que ele terá”, comenta o cientista político, ao examinar os números das últimas pesquisas de opinião.  

Os levantamentos mostram Bolsonaro com ampla desvantagem diante dos dois segmentos. Entre eleitores da região Nordeste, o panorama é desanimador para o atual líder do Planalto: pesquisa PoderData divulgada em 12 de julho mostrou que Bolsonaro perderia de 62% a 28% para Lula em um eventual segundo turno especificamente entre nordestinos. De acordo com o estudo, essa é a única das cinco regiões onde o quadro eleitoral se mostra consolidado para o líder da chapa do PT.

O presidente tem histórica postura preconceituosa contra nordestinos e já fez diferentes gestos nesse sentido. Antes e depois da eleição de 2018, referiu-se por diversas vezes aos cearenses como “cabeçudos”, por exemplo.  

Já no atual momento o ex-capitão tenta amaciar o discurso dirigido ao público do Nordeste para capturar votos na região. Em visita a Salvador (BA) no começo deste mês, por exemplo, Bolsonaro afirmou que “o Nordeste é uma parte importantíssima do nosso Brasil” e que “somos um só povo, uma só raça”.

 

Eleitorado feminino

 

Enquanto isso, lançando o olhar para outro segmento, a última pesquisa BTG Pactual, divulgada na segunda (25), mostra que entre as mulheres o presidente tem apoio de apenas 24% do grupo. Já o petista Luíz Inácio Lula da Silva, que está à frente do ex-capitão em todos os levantamentos e por isso é seu principal adversário, tem 46% das intenções de voto do grupo.   

Foi justamente o segmento das mulheres que, em 2018, mobilizou-se de forma organizada e foi às ruas, antes do pleito daquele ano, em mais de 100 cidades do país em protestos marcados pelo conhecido coro do “Ele, não” (vide tag), em alusão a um voto “anti-Bolsonaro”.

 

No Paraná, 65 mil pessoas dizem #elenão em mais de 20 | Cidades

Ato em Curitiba em 2018 pelo "Ele, não", com participação de cerca de 50 mil pessoas / Lia Bianchini

 

Foi também contra essa fatia da população que o atual presidente da República se colocou em diferentes momentos ao longo do mandato, a exemplo do que fez em outubro de 2021, quando vetou a previsão de distribuição gratuita de absorventes íntimos para mulheres pobres.

A política pública foi aprovada pelo Congresso e convertida na Lei nº 14.214, cujos vetos foram derrubados depois por deputados e senadores, em março deste ano. A isso se soma ainda um conjunto de posturas e declarações de cunho sexista e machista do presidente ao longo destes três anos e meio de mandato. Em abril de 2019, por exemplo, Bolsonaro chegou a fazer apologia ao turismo sexual ao dizer que “quem quiser vir aqui fazer sexo com uma mulher fique à vontade”.  

O aceno gerou uma cascata de reações críticas, bem como ocorreu com outras declarações do tipo. Foi o caso do episódio em que o chefe do Executivo ofendeu a repórter Patrícia Campos Mello, do jornal Folha de São Paulo, sugerindo que ela supostamente teria trocado informações por relações sexuais para reportagem relacionada a Hans River do Rio Nascimento, ex-funcionário da empresa Yacows, investigada pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) das Fake News, no Congresso.

 

EleNão: Cinelândia, no Rio, fica pequena para a multidão contra Bolsonaro,  neste sábado - CTB

Concentração do ato "Ele, Não" na Cinelândia, RioManu, no ato #EleNão: "As mulheres são nossa esperança de um Brasil justo e  desenvolvido" - Lula

"Ele, não" em Porto Alegre, com Manu, Manuela d'Ávila

 

“Ela [Patrícia] queria um furo. Ela queria dar um furo a qualquer preço contra mim", disse Bolsonaro, em fevereiro de 2020, ao jogar com um duplo sentido da expressão “dar o furo”. O ex-capitão chegou a ser condenado judicialmente a desembolsar R$ 20 mil para a repórter por danos morais causados à jornalista. É nesse mesmo cenário que o atual presidente da República busca a reeleição e acena agora para o eleitorado feminino, tentando conquistá-lo na campanha.   

“E por que em 2018 eles não tiveram tanta preocupação em fazer isso? Porque houve ali um momento mais ou menos concomitante às manifestações do ‘Ele, não’ em que Bolsonaro começou a crescer. Eles se despreocuparam com isso. Agora, que estão vendo o Lula ainda com uma vantagem muito grande, o Bolsonaro tenta esse apaziguamento da própria imagem perante o público feminino”, observa o cientista político Thiago Trindade, do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília (Ipol/UnB).

 

Livro - A Máquina do Ódio: Notas de uma Repórter Sobre Fake News e  Violência Digital - Patrícia Campos Mello | PontoSolidariedade à jornalista Patrícia Campos Mello – Jornalistas de Minas

 

Maior rejeição

 

No meio disso, o Bolsonaro de 2022 enfrenta o desafio de ter que lidar com o avanço da rejeição ao seu nome. “Uma coisa que chama a atenção hoje é que o antibolsonarismo agora é maior que o antipetismo, e isso naturalmente coloca ele numa posição muito difícil”, identifica o professor Pablo Holmes, do Ipol/UnB.   

Pesquisa Datafolha de maio deste ano mostrou que o ex-capitão é o mais rejeitado entre todos os pré-candidatos, com 54% do eleitorado refutando a possibilidade de votar por uma continuidade da gestão. Enquanto isso, Lula acumula 33% de rejeição, mantendo-se dentro do patamar histórico da legenda nos últimos pleitos.

Pablo Holmes avalia que Bolsonaro continua sendo um personagem político de comportamento previsível, mas agora em um ambiente mais árido do que aquele que encontrou na eleição de 2018.    

 

 

Concentração do ato "Ele Não" no Largo da Batata, em São Paulo (SP), onde mais de 500 mil pessoas saíram às ruas em 2018 / Mídia Ninja

 


Pauta do voto "anti-Bolsonaro" ganhou as ruas há quatro anos, com multidão de mulheres vocalizando discurso contra a opressão de gênero / Giorgia Prates

 

Com a gestão marcada por escândalos de corrupção, pela má gestão da pandemia, pelo negacionismo com que lidou com a pauta da covid e, por exemplo, pelo controverso “orçamento secreto”, que irriga políticas definidas a partir de decisões coordenadas majoritariamente pelo centrão, o presidente que em 2022 tenta atrair nordestinos e mulheres para a sua massa de eleitores encontra no país um cenário menos favorável do que tinha à sua figura há quatro anos.   

 

ELE? NÃO! - O CORRESPONDENTE

Web vê semelhança entre Hitler e Bolsonaro cortando os cabelos

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Bolsonaro perde para Lula em todas as pesquisas e todos os cenários divulgados até o momento

 

“O governo viveu crise sobre crise e, depois disso, continuou criando outras crises – crise contra o STF, contra a Justiça Eleitoral, contra as urnas, contra a Petrobras, contra os Estados Unidos, contra a França. É um governo que produz muita crise, e as coisas só pioraram. Esses fatores contam porque existe uma confusão permanente no país e ele não consegue gerar estabilidade. É esse o Bolsonaro que vejo hoje”, descreve Holmes.   

20
Jul22

"Vergonha internacional", "vexame": militares reagem aos ataques de Bolsonaro às urnas eletrônicas

Talis Andrade

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Apesar de o ministro da Defesa estar alinhado a Bolsonaro, militares da ativa e da reserva querem distância dos arroubos golpistas de Bolsonaro

 

 

247 - Militares de alta patente ouvidos por Carla Araújo, do UOL, classificaram como "vergonha internacional" e "vexame" a reunião de Jair Bolsonaro (PL) com embaixadores que teve como objetivo principal atacar as urnas eletrônicas e colocar sob suspeita o sistema eleitoral brasileiro.

Apesar do alinhamento do ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, ao discurso bolsonarista, as Forças Armadas seguem independentes, garante um general da ativa. Paulo Sérgio, que foi chefe do Exército, 'mudou de emprego' ao aceitar ser ministro de Bolsonaro, diz o general. 

Paulo Sérgio sabe que as Forças Armadas são instituições de Estado, e não de governo, garante o militar.

O ministro da Defesa esteve na reunião de Bolsonaro e estava pronto para também discursar, mas não foi requisitado pelo chefe do Executivo. Para um militar de alta patente, o ministro se livrou de passar vergonha. "Ninguém merece ficar atrelado a uma vergonha internacional".Image

Um general da reserva deixou claro: "a gente não quer participar deste vexame".

Os comandantes do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, da Marinha, almirante-de-esquadra Almir Garnier Santos, e da Aeronáutica, tenente-brigadeiro-do-ar Carlos de Almeida Baptista Junior, foram convidados para participar do evento, mas não compareceram.

O que se fala nos quartéis é que as Forças Armadas respeitarão o nome que for eleito pelo povo para a Presidência da República.

 

07
Jun22

Desaparecimento de jornalista do Guardian e indigenista brasileiro na Amazônia tem repercussão internacional

Talis Andrade
 
 
 

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Eliane Brum
@brumelianebrum
"Nota à imprensa da família de Bruno da Cunha de Araújo Pereira 1) Já são 48 horas de angústia à espera de notícias sobre Bruno Pereira e Dom Philips, que desapareceram no domingo quando viajavam no Vale do Javari, Amazonas."
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2) "Durante todo o dia de ontem, tivemos poucas informações sobre a localização deles, o que tem aumentado este sentimento. Mas também temos muita esperança de que tenha sido algum acidente com o barco e que eles estejam à espera de socorro."
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3) "Mantemos orações e agradecemos o apoio de familiares e amigos.Em virtude de + de 48 hs do desaparecimento do nosso Bruno e seu companheiro de viagem Dom Phillips,apelamos às autoridades locais,estaduais e nacionais que deem prioridade e urgência na busca pelos desaparecidos."
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4) "Compreendemos que Bruno possui vasta experiência e conhecimento da região, porém, o tempo é fator chave em operações de resgate, principalmente se estiverem feridos."
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5) "É fundamental que buscas especializadas sejam realizadas, por via aérea, fluvial e por terra com todos os recursos humanos e materiais que a situação exige. A segurança dos indígenas e equipes de busca também precisa ser garantida."
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6) "Bruno é um dedicado servidor público federal pela FUNAI, apaixonado e comprometido com seu trabalho. Pai amoroso de 2 crianças e uma moça lindas, Bruno é filho, marido, irmão e amigo, ele leva essa paixão para sua jornada toda vez que entra na mata com o propósito de ajudar."
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7) "Pedimos às autoridades rapidez, seriedade e todos os recursos possíveis para essa busca. Cada minuto conta, cada trecho de rio e de mata ainda não percorrido pode ser aquele em que eles aguardam por resgate. Beatriz de Almeida Matos (companheira) Max e Felipe Pereira (irmãos)
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Gente, ninguém aqui é onisciente para saber o q está acontecendo com Bruno e Dom neste momento. Muito cuidado ao tuitarem desfechos definitivos. Há muitas pessoas que os amam lendo os tuítes. Se for fato,ok. Se for suposição ou profecia, guarde p/ você. Cuidado é a chave. Sempre.
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Alesandra Sampaio, esposa de Dom Phillips, faz um apelo às autoridades brasileiras (veja vídeo aqui)

 

Dom Phillips (d) e Bruno Araújo Pereira já tinham feito uma expedição à mesma região da Amazônia.

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Dom Phillips (d) e Bruno Araújo Pereira já tinham feito uma expedição à mesma região da Amazônia. © Gary Calton/The Observer

O desaparecimento do jornalista inglês Dom Phillips, colaborador do jornal The Guardian, e do indigenista brasileiro Bruno Araújo Pereira, membro da Unijava e servidor atualmente licenciado da Fundação Nacional do Índio (Funai), em uma viagem que faziam pelo Vale do Javari, no Amazonas, causa profunda preocupação no veículo britânico e tem repercussão na mídia europeia.

 
 
 
BrianMier
@BrianMteleSUR
UNIVAJA has issued a press release saying that Brazilian indigenous rights worker Bruno Perreira, target of constant death threats from illegal gold miners, has dissapeared near Lago do Jaburu in Amazonas. Traveling with him was frequent Guardian contributor Dom Phillips.
 
 
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O texto informa que o repórter estava viajando com o ex-funcionário do governo brasileiro "encarregado de proteger as tribos não contatadas do Brasil, que há muito tempo recebem ameaças de madeireiros e garimpeiros que procuram invadir terras indígenas". "O temor pela segurança do jornalista e do especialista brasileiro aumenta", escreve o diário britânico. 

Dom Phillips, um colaborador de longa data do Guardian no Brasil, foi visto pela última vez durante o fim de semana no Vale do Javari — uma vasta região de rios e mata tropical no estado do Amazonas, perto da fronteira com o Peru. De acordo com o Guardian, Phillips trabalha atualmente em um livro sobre o meio ambiente com o apoio da Fundação Alicia Patterson.

 
jonathanwatts
@jonathanwatts
“The Guardian is very concerned and is urgently seeking information about Mr Phillips’ whereabouts and condition. We are in contact with the British embassy in Brazil and local and national authorities to try to establish the facts as soon as possible.”
theguardian.com
Fears for safety of British journalist missing in Brazilian Amazon
Dom Phillips disappeared on a trip to one of the remotest corners of the Amazon days after receiving threats

 

Líderes indígenas da União das Organizações Indígenas do Vale do Javari (Unijava) alertaram a Polícia Federal sobre o desaparecimento dos dois homens nesta segunda-feira, depois de ficarem sem notícias desde a manhã de domingo (5).

 

Barco novo

Em um comunicado, a Unijava relata que Phillips e Pereira se deslocaram de barco, com o objetivo de visitar a equipe de Vigilância Indígena que se encontra perto de uma localidade chamada Lago do Jaburu, perto da Base de Vigilância da Funai, no rio Ituí. O jornalista deveria visitar o local e fazer algumas entrevistas com os indígenas. O inglês e o brasileiro chegaram ao destino na noite de sexta-feira (3) e, no dia 5, retornaram logo cedo para a cidade de Atalaia do Norte. 

"Porém, antes os dois pararam na comunidade São Rafael, visita previamente agendada, para que o indigenista Bruno Pereira fizesse uma reunião com o líder comunitário apelidado de 'Churrasco', com o objetivo de consolidar trabalhos conjuntos entre ribeirinhos e indígenas na vigilância do território bastante afetado pelas intensas invasões", aponta o informe. "Eles conversaram com a esposa do 'Churrasco', visto que este não estava na comunidade, e depois partiram rumo a Atalaia do Norte, viagem que dura aproximadamente duas horas", prossegue o comunicado. Eles deveriam ter chegado por volta de 8h ou 9h da manhã em Atalaia do Norte, o que não ocorreu. 

O jornal francês Le Monde, que também repercute o caso, destaca que Phillips e Pereira viajavam em um barco novo.

Nas redes sociais, ambientalistas, jornalistas, defensores dos povos indígenas e políticos comentam o caso com preocupação e exigem esclarecimentos sobre o paradeiro dos dois homens.

 
Vivi Reis
@vivireispsol
As autoridades brasileiras precisam dar uma resposta imediata! As operações de busca não podem cessar até que Bruno Araújo e Dom Phillips sejam localizados!
 

Guardian condena ataques a jornalistas 

Um porta-voz do Guardian afirma que o veículo "está muito preocupado e busca urgentemente informações sobre o paradeiro e a condição de Phillips". A direção do jornal está em contato com a embaixada britânica no Brasil, com autoridades locais e nacionais "para tentar estabelecer os fatos o mais rápido possível". 

"Condenamos todos os ataques e a violência contra jornalistas e profissionais da imprensa. Temos a esperança de que Dom e aqueles com quem viajava estejam a salvo e sejam encontrados em breve", indica a nota.

Na semana passada, o jornalista escreveu "Amazônia sua linda" ao lado de um vídeo publicado em sua conta no Instagram, quando navegava de barco em um dos rios da região.

A ONG Human Rights Watch diz estar extremamente preocupada com a situação e exortou as autoridades brasileiras a mobilizar todos os recursos possíveis nas buscas por Phillips e Pereira.

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