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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

27
Nov22

Os sete erros fatais de Bolsonaro na pandemia

Talis Andrade

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“Quantas mortes poderiam ter sido evitadas no Brasil?" 
 
 
Por Cida de Oliveira
 
O enfrentamento da pandemia pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) está entre os piores do mundo e permitiu 75% das quase 690 mil mortes pela covid no Brasil. Ou seja, 517 mil, segundo especialistas. As conclusões estão no Dossiê Abrasco Pandemia de Covid-19, lançado nesta quinta-feira (24), no encerramento do 13º Congresso que a Associação Brasileiro de Saúde Coletiva (Abrasco) realizou em Salvador.

Com mais de 300 páginas, o documento com cópia enviada ao grupo de trabalho sobre Saúde da equipe de transição do governo eleito é um diagnóstico da condução da pandemia. E indica as alternativas a serem adotadas pelo novo governo no enfrentamento de uma pandemia ainda longe de acabar.

A constatação de que graças a Bolsonaro o Brasil está entre os piores do mundo na condução da pandemia de covid vem do cruzamento de dados epidemiológicos, sob várias abordagens metodológicas. Cruzando números de população e mortes por covid-19 no contexto global, os autores identificaram, em 22 de março de 2022, que o Brasil concentrava 2,7% da população mundial. Mas respondia por 10,7% das mortes por covid no mundo. Um evidente descompasso entre as duas proporções.
 

Mortalidade acumulada por covid no Brasil
 
 

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A mortalidade acumulada por covid (número de óbitos por 1 milhão de habitantes) também mostra a desproporcionalidade dos óbitos no Brasil. No mesmo 22 de março de 2022, enquanto a média global da mortalidade acumulada era de 770 para cada grupo de 1 milhão de pessoas, a aferição no Brasil indicava 3.070 mortes para o grupo de mesmo tamanho. Ou seja, quatro vezes mais que a medida global.

Segundo os autores, “diante dessas práticas erráticas, é natural que se questione se o resultado desastroso relativo ao número de casos graves e de óbitos era evitável”. Ao se comprar as mortes por covid ocorridas no Brasil com as de outros países, é possível estimar o excedente de óbitos relativos à má conduta do governo federal. Ainda considerando a data de 22 de março, o ranking dos países com relação à mortalidade indicava o Brasil na décima quinta posição entre, aproximadamente, 200 países.

Já entre os 10 países mais populosos do mundo, o Brasil apresentava a maior mortalidade acumulada, sendo o único com mais de 3.000 mortes por 1 milhão de pessoas. Entre os países do bloco BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o Brasil também era o país com maior mortalidade acumulada.
 

Mortes que poderiam ser evitadas
 
 

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Em uma abordagem agregada, que compara a mortalidade geral nos anos da pandemia e a projeção dos óbitos baseada em anos anteriores, é possível observar que, de 30 de abril de 2020 a 31 de março de 2022, o número de óbitos manteve-se sempre acima de 10% em relação aos anos prévios à pandemia. A única exceção ocorreu em 31 de outubro de 2021, quando a aferição registrou 5,83%. O ponto mais alto da série histórica foi aferido em 31 de março de 2021, quando o número de óbitos além do esperado chegou a 82,88% em relação aos anos anteriores à pandemia.

“Dessa forma, é possível especular que, caso o país tivesse seguido o padrão médio global, três de cada quatro mortes por covid-19 ocorridas no Brasil teriam sido evitadas. Essa assertiva não está apoiada no método convencional de estimação de mortes evitáveis. Contudo, abordagens convencionais somente serão factíveis ao final da pandemia, quando as estatísticas oficiais estiverem corrigidas quanto ao sub ou sobre registro de dados”, diz trecho do capítulo “Quantas mortes poderiam ter sido evitadas no Brasil? O impacto dos fracassos no enfrentamento da pandemia’, do Dossiê Abrasco.
 

Lista dos 7 erros de Bolsonaro

Para ajudar a compreender esse resultado macabro, que Jair Bolsonaro tenta negar, a Abrasco listou os sete erros cometidos pela gestão negacionista contra a covid.
- Baixa testagem, isolamento de casos e quarentena de contatos;

- Uso de uma abordagem clínica, e não populacional, para enfrentar a pandemia;

- Desestímulo ao uso de máscaras;

- Promoção de tratamentos ineficazes;

- Atraso na compra de vacinas e desestímulo à vacinação;

-Falta de liderança do Ministério da Saúde e inexistência de um comitê de especialistas;

- Falta de uma política de comunicação unificada.

O desmonte da saúde no governo Bolsonaro

 
 
 
27
Nov20

Erundina: 'Vamos mudar o país a partir de SP'

Talis Andrade

Image

Por Cida de Oliveira /Rede Brasil Atual

 
A candidata a vice-prefeita na chapa de Guilherme Boulos (Psol), Luiza Erundina, está convencida de que é na cidade de São Paulo que começará a mudança que se espalhará por todo o país. Em entrevista aos veículos de imprensa progressista, promovida na noite desta quinta-feira (26) pelo Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, Erundina disse que o momento é de esperança.

“Vivemos hoje nessa campanha um clima de esperança, que surge em um momento em que as pessoas estavam desalentadas, desencorajadas, doentes e deprimidas porque deixaram de sonhar, de ter esperança. Eu costumo dizer que a esperança é o vírus do bem. Contagiante, esse sentimento interno se projeta para as pessoas próximas e vai se espalhando até virar uma bola de energia”, comparou.

Nas palavras da ex-prefeita de São Paulo, essa força promove a ação, e a ação traz a mudança. “A ação política é a ação de gestos coletivos. Ninguém sozinho leva a coisa alguma. Por isso nós vamos mudar o país a partir de São Paulo. Temos de mudar. A América Latina está mudando. Bolívia já mudou, Chile está mudando. Por que nós não vamos mudar? Já mudamos outras vezes. Já vencemos uma ditadura de 21 anos, por que não vamos vencer esse fascista, desmiolado, psicopata, que está governando o país? A gente vai fazer milagre nessa cidade a partir de agora, para derrubar esse governo e retomar os destinos de um país democrático, fraterno e humano como sempre foi.”

Povo soberano

A participação popular em um eventual governo Boulos e Erundina é um tema que permeou as considerações da candidata sobre pontos do plano de governo, como saúde, educação, cultura e outros. Do mesmo modo, o fortalecimento do poder popular sobre a gestão. De acordo com ela, será um governo para mudar a cultura e a relação entre o governo e a população. “É exercer o poder em nome do povo e não se submeter a práticas promíscuas, antirrepublicanas, comuns em outro tipo de governo que condenamos”, disse.

Esse fortalecimento popular na gestão, como destacou, faz com que o povo se reconheça no mandato e o defenda. É o que aconteceu no período de 1989 a 1992, quando ela ocupou o cargo de prefeita de São Paulo. Foi com apoio popular que ela conseguiu aprovar leis orçamentárias e os projetos sociais mesmo sem maioria na Câmara. E também inviabilizar um pedido de impeachment recomendado pelo Tribunal de Contas. “O povo vinha, ocupava a Câmara por quatro dias seguidos, dia e noite, para que a Câmara não me cassasse. E isso sem trazê-los, sem fundir o povo com o governo, nem partido com governo. Governo é governo, partido é partido, povo é povo, movimento é movimento. Mas todo movimento percebe que esse governo está defendendo seu interesse e ele apoia o governo.”
 
Ideia revolucionária

A tarifa zero, que Erundina não conseguiu aprovar em sua gestão, 30 anos atrás, está no programa de governo Boulos e Erundina. “Seria ótimo, mas a ideia era tão revolucionária que nem meu partido entendeu aquela proposta. Mas ela vingou mesmo sem a aprovação da Câmara. Vingou no movimento do Passe Livre, que nada mais é do que reivindicar a tarifa zero.”

A candidata considera injusto que a mobilidade urbana, um insumo para manter a cidade funcionando, seja paga somente pelos usuários do transporte coletivo. “Mobilidade é um direito de todos, e como tal tem de ser custeada, mantida, por todos: o dono do banco, do shopping, do supermercado, da oficina. Só o povo paga e isso vai mudar. Vamos implantar a tarifa zero progressiva. Começar com fins de semana livre, para o trabalhador poder passear com seus filhos, visitar parentes. O trabalhador não tem mais dinheiro para pagar tarifas pra mulher e dois filhos”.

Moradia popular

O programa de mutirão para construção de casas populares desenvolvido na gestão Erundina será adotado caso ela e Boulos sejam eleitos neste domingo (29). Haverá construção de casas inclusive para morador de rua, a casa solidária. Há a necessidade de alternativa aos albergues, pouco procurados. A baixa demanda se deve ao excesso de regras. Único afeto que o morador de rua tem, seu cachorro é impedido de entrar.

“É regime militar, hora para acordar, hora de sair, hora de voltar. Filas e filas, esperando para ter uma cama para se deitar, para tomar um banho. Não pode ser assim. Vamos fazer casas menores, para menos pessoas, gerida por eles com supervisão de assistentes sociais, psicólogos, para que as pessoas não tenham de sair da rua para ir para um lugar pior. É inadmissível o quarto maior orçamento do país tratar as pessoas dessa maneira.”

A ampliação da coleta seletiva e a contratação de catadores de resíduos recicláveis também foi abordada. A chamada máfia do lixo, com contratos com 25, 30 anos de duração com empresas internacionais, deve acabar. “Esse governo aí, que fez convênios, contratos com empresas europeias para catar lixo no Brasil. Não é para reciclar não, é para pesar preço em dólar para vender o lixo sem nenhum retorno para a sociedade. Isso vai acabar.”

Assista [aqui].

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