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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

O CORRESPONDENTE

05
Ago23

Dez mortos na operação do Complexo da Penha, no Rio

Talis Andrade

Vídeo: Dez pessoas morreram e três foram baleadas durante operação do Bope na Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, no Rio. A PM diz que foi recebida a tiros e que houve confronto. Moradores relatam intenso tiroteio na região de mata entre Penha e Alemão.

 

Ação aconteceu na quarta-feira (2) e tinha por objetivo prender lideranças de uma facção criminosa que se reunia no local.

04
Ago23

Extermínio: polícias matam 45 no Rio de Janeiro, Bahia e São Paulo

Talis Andrade

policia mata pobre.jpg

 

Racismo policial deixa rastro de mortes nas comunidades do Brasil

Por Gabriel Mansur

Uma operação policial, na manhã desta quarta-feira (2), terminou em uma chacina com ao menos 10 pessoas mortas no Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Além dos mortos, outras três pessoas ficaram feridas - entre elas um policial militar -, durante a operação policial. Entre as 10 maiores chacinas policiais dos últimos sete anos do Rio de Janeiro, três delas ocorreram no Complexo da Penha, segundo levantamento do Instituto Fogo Cruzado.

Com a operação policial desta quarta, a região metropolitana do Rio já tem 33 chacinas mapeadas ao longo de 2023, deixando 125 mortos no total. Entre as 33 chacinas mapeadas, 20 delas ocorreram durante operações policiais, que deixaram 83 mortos. A Zona Norte do Rio foi palco de sete das maiores chacinas registradas nos últimos anos, que levaram 108 pessoas à morte.

A lista das chacinas

  • 06/05/2021 - Jacarezinho - 27 civis mortos
  • 24/05/2022 - Complexo da Penha - 23 civis mortos
  • 21/07/2022 - Complexo do Alemão -16 civis mortos
  • 15/05/2020 - Complexo do Alemão - 13 civis mortos
  • 03/02/2023 - Quintino Bocaiúva - 10 civis mortos
  • 02/08/2023 - Complexo da Penha - 10 civis mortos
  • 11/02/2022 - Complexo da Penha - 9 civis mortos

Violência na Bahia

A situação na Bahia também é de preocupação. Ao menos 19 pessoas foram mortas durante ações e operações policiais realizadas entre sexta-feira (28) e segunda (01). Os tiroteios ocorreram nos municípios de Salvador, Itatim e Camaçari. No dia 28, sete homens foram mortos durante tiroteio em uma operação policial em Jauá, na cidade de Camaçari. No domingo (30), seis homens e duas mulheres morreram em Itatim. No dia 31, quatro pessoas foram mortas na região de Jaguarari, em Salvador.

Por conta dos tiroteios, as aulas das escolas municipais do bairro de Cosme de Farias, onde fica a localidade, foram suspensas. Com esses casos, Salvador e região metropolitana já soma 27 chacinas em 2023, com 97 mortos no total. Dezoito das 27 chacinas mapeadas se deram em ações e operações policiais, deixando 65 civis mortos no total, segundo Instituto Fogo Cruzado. Em média, é como se duas em cada três chacinas ocorridas este ano em Salvador e região metropolitana tenham sido em operações policiais.

Chacina no Guarujá

Também no fim de semana, em São Paulo, uma operação policial no Guarujá, na Baixada Santista, deixou ao menos 16 civis mortos. A ação é uma resposta à morte do soldado da Rota da PM Patrick Bastos Reis, de 30 anos, baleado na quinta-feira (27), durante uma operação na Vila Zilda. Moradores da região afirmam que policiais militares ameaçam assassinar 60 pessoas em comunidades na cidade. Também há relatos de tortura de civis.

O elevado número de vítimas essa semana em operações policiais pelo país evidenciam a face mais letal das polícias, segundo Carlos Nhanga, coordenador do Instituto Fogo Cruzado.

“Há anos que a eficácia de uma operação policial é medida pelo elevado número de mortes, mas ao invés de termos uma melhora na segurança pública, o que vemos é o aumento do medo e do risco de vida que a população enfrenta. Os dados do Fogo Cruzado mostram como essas operações se repetem sem que haja mudança alguma. Não dá para pensar a segurança pública sem planejamento e só focando no acúmulo de mortes, é preciso investir em uma política eficaz para conter a violência e proteger a população de fato”, alegou.

20
Mai23

Consciência negra

Talis Andrade

 

Foto de Christiana Carvalho
 
 

Em vias públicas, mãos, fuzis e revólveres policiais levam a cabo a perfuração que verte o sangue negro no asfalto quente, em becos e vielas nos quais jorram a vida preta entre os ralos da miséria e do esquecimento

 

por Diego dos Santos Reis /A Terra É Redonda

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Passadas as celebrações do novembro negro e do mês que, em nome de Zumbi e Dandara dos Palmares, rememora, denuncia e exige reparações históricas à população negra brasileira, parece vigorar certo silêncio após a efeméride, no que diz respeito à (in)consciência negra nacional. Reinam, todavia, as imagens associadas à violência, ao genocídio, ao caos e aos casos nunca isolados de racismo que, de norte a sul, cortam o território amefricano. Casos que dilaceram famílias e comunidades, aniquilam sujeitos e arrasam possibilidades de vida plena e digna, tal como garantido na Carta Constitucional brasileira.

Imagens de controle, como enunciadas por Patricia Hill Collins, que reforçam práticas de dominação, criminalização e violência, física e simbólica, voltadas à estigmatização e à legitimação de suas próprias operações de morte. Se a morte ocupa um lugar fundamental nessa produção imagética é na medida em que se constitui como ponto de partida, sob a perspectiva do supremacismo branco, do que seja o destino natural e original do corpo negro, que da morte-em-vida à morte factual passaria de um estado de não-ser ao desaparecer, como o desvanecer da imagem de um fantasma – entre mundos, medos e modos de ser pautados pelo negativo.

Em vida, porém, a consciência retinta de ser, de viver e a teimosia tomam forma, rosto, nome e figura do que, sendo, insiste em desarticular os mundos de morte da branquitude e seus mecanismos de sufocamento, acionados por vias diversas. Em vias públicas, mãos, fuzis e revólveres policiais levam a cabo a perfuração que verte o sangue negro no asfalto quente, em becos e vielas nos quais jorram a vida preta entre os ralos da miséria e do esquecimento; em vias privadas, pelas mãos de algozes e feitores que chamam de amor (?) a doença que extirpa, subjuga e liquida as vidas de mulheres, sobretudo negras, encontradas em sacos pretos, rios, azulejos frios, imobilizadas em fotos que estampam, cotidianamente, pequenos retângulos de jornais sanguinolentos (até quando?).

Ceifadas, entre promessas de amor eterno e o eterno pedido de desculpas das forças policiais e chefes de Estado, desaparecem, em preto e branco, histórias, narrativas e memórias daquelas que, chacinadas, são condenadas sem inquérito, enquanto co-mandantes são condecorados em cerimônias oficias e oficiosas.

Penso nesses rostos enquanto escrevo e vejo o sorriso, os sulcos da pele, as marcas e linhas longas da vida – interrompidas. Penso nas vidas negras que importam, dizem, e, todavia, seguem conscientemente exterminadas por mãos apocalípticas enquanto, nas escolas, tentamos fazer valer a lei da vida, a lei da justiça e do ensino de história e cultura daquelas que, antes de nós, em diáspora, fizeram valer com seu suor a contra-lei do mundo dos homens injustos.

Passados 20 anos de promulgação da Lei 10.639/03, silentes ou complacentes, a conveniência segue esbranquiçando itinerários formativos. Mas o poder do brado negro desafia o silêncio reinante. Peleja, retumba, sacoleja e desarranja os ritos (fúnebres) de histórias lineares, pomposas e heroicas que não mencionam Dandara, Aqualtune, Marielle, Lélia e Sueli, porque, ali, o pacto sa(n)grado é branco, no masculino.

A consciência nossa é ciência, suor e roda. É repente, desafio e capoeira, ginga com os arranjos, institucionais ou não, há séculos organizados para transportar os corpos em tumbeiros, caveirões e rabecões, para quem a morte passa a ser pena capital e não parte da existência e do mundo compartilhado com a ancestralidade. Até a morte foi saqueada. E soterrada em covas rasas, sem nome, placa ou documento de identificação, para que a indigência devorasse, com o bico afiado, a carne putrefata de quem sonhava com casa própria, formatura e família grande, como Kethlen Romeu e seu filho, assassinado no ventre.

Vingar ainda é desafio na diáspora. Vingar até a última gota de vida, o desafio nas 52 semanas e 1 dia de consciência negra, que perfazem um ano. Nele, todos os dias são voltados ao desfazimento do pacto funesto. Todos os dias são voltados à lembrança do que, recalcado, não pode contentar-se com um único dia ou mês do ano. Emerge, dia a dia, porque nascido em zona de emergência. Contra a virulência, insurgente, gesta resistência na negra consciência da luta pelo que é, foi e será. Todos os dias do ano.

 

23
Jul22

“O beco aqui na frente de casa está cheio de sangue e os moradores gritando que tem gente baleada”, diz morador

Talis Andrade

WhatsApp Image 2022-07-21 at 10.27.50Chacina no Alemão: O que se sabe sobre a quarta operação mais letal do RJ

Se existisse revide na ocupação, os militares jamais invadiriam a favela de peito aberto, tão expostos, exibidos, desprotegidos

 

Depois de dez anos, a segunda invasão militar do Complexo do Alemão. Desta vez a sangreira foi nos becos e casas 

 

Por Voz das Comunidades 

“O beco aqui na frente de casa está cheio de sangue e os moradores gritando que tem gente baleada”, esse é o relato de um morador do Complexo do Alemão que, desde às 5h30 desta quinta-feira, enfrenta um cenário de guerra em frente a sua própria residência e por motivos de segurança não terá a identidade revelada. 

Ainda sem horário para terminar a chacina policial do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) e Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (CORE), que já deixou 20 mortos no Alemão, muitos moradores possuem com receio de saírem de casa, pois sabem o risco que uma pessoa que reside nas favelas do Rio de Janeiro carrega ao passar de seu próprio portão – e, em alguns casos, até dentro deles já que o clima de iminente tiroteio na região perdura há 12 horas.

Em virtude dessa letalidade na comunidade, a avenida Itararé, a principal rua de acesso no Alemão, permaneceu interditada pelos agentes policiais por mais de 8 horas, impedindo a saída ou a entrada de moradores que estavam em direção aos trabalhos, cursos, compromissos e outras agendas. 

A chacina no Complexo do Alemão é um reflexo da postura genocida adotada pela segurança pública do Estado do Rio de Janeiro no último ano. Nesse período de tempo, os agentes policiais sob o comando do governador Cláudio Castro efetuaram a chacina do Jacarezinho (06 de maio de 2021, com 28 mortes) e do Complexo da Penha (24 de maio de 2022, com 25 mortos). De acordo com a matéria do Nexo Jornal que utiliza dados da plataforma Fogo Cruzado, com a ação de hoje, a gestão do atual governador possui as três maiores chacinas policiais na história do Rio de Janeiro. 

Moradores descem a favela carregando 5 corpos após operação no Complexo do  Alemão - Voz das Comunidades

Alemão: Veja quem são os mortos da operação policial no Rio de Janeiro

23
Jul22

Governo Castro acumula as três chacinas mais letais da história do RJ

Talis Andrade

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A mais recente ocorreu nesta quinta, no Complexo do Alemão que, até este momento, tem 20 mortos

 

Com pouco mais de um ano no poder, o governo de Cláudio Castro (PL) realizou três das cinco chacinas mais letais da história da Rio de Janeiro. A mais recente ocorreu nesta quinta-feira (18) que, até este momento, tem 18 mortos, segundo a Polícia Militar que mente. 

De acordo com levantamento do Grupo de Estudos de Novos Ilegalismos (Geni), da Universidade Federal Fluminense (UFF), as cinco maiores chacinas são:

Chacina: Operação policial no Complexo do Alemão deixa ao menos 18 mortos

Chacina na Vila Cruzeiro: PRF confisca vídeo do SBT e imagens vão parar na Record

Chacinas refletem racismo institucional das forças policiais, diz pesquisador

Chacina na Vila Cruzeiro: mortos chegam a 26, ex-militar da Marinha é um deles

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Governo Castro tem 3 das 5 chacinas policiais mais letais da história do RJ

 

 

Em um intervalo de pouco mais de um ano, o governo Cláudio Castro (PL), que tenta a reeleição, realizou três das cinco maiores chacinas policiais da história do estado do Rio de Janeiro. A última delas ocorrida ontem (21), no Complexo do Alemão, deixou ao menos 17 mortos, segundo a Polícia Civil.

Pesquisadores da área de segurança pública classificam como chacinas policiais as ações com três ou mais mortes de civis. Segundo dados do Geni (Grupo de Estudos de Novos Ilegalismos) da UFF (Universidade Federal Fluminense), as cinco ações mais letais da história do Rio são:

1. Jacarezinho: maio de 2021 / 28 mortos (incluindo um policial)

2. Complexo da Penha (Vila Cruzeiro): maio de 2022 / 24 mortos

3. Vila Operária (Duque de Caxias): janeiro de 1998 / 23 mortos

4. Complexo do Alemão: junho de 2007 / 19 mortos

5. Complexo do Alemão: julho de 2022 / 17 mortos (incluindo um policial)

Quando questionado sobre as operações de alta letalidade, Castro costuma repetir o discurso das polícias e sustentar que os mortos são criminosos, apesar de constantemente haver denúncias sobre o assassinato de inocentes e de suspeitos que não apresentavam resistência —o que é ilegal.

Sobre a operação de ontem, Cláudio Castro escreveu no Twitter: "Toda vez que um policial é assassinado em combate é um pedaço de cada um de nós que morre junto. É uma derrota da sociedade. Vou continuar combatendo o crime com todas as minhas forças. Não vamos recuar na missão de garantir paz e segurança ao povo do nosso estado".

 

Polícia desafia o STF

 

O atual governador do Rio foi eleito como vice do ex-juiz federal Wilson Witzel, que defendeu na campanha o "tiro na cabecinha" e o "abate" de suspeitos de envolvimento com o tráfico. Apesar de não adotar o mesmo discurso do antecessor, Castro endossou as chacinas policiais ocorridas em sua gestão.

Castro, que assumiu interinamente o governo do Rio no fim de agosto de 2020 e foi efetivado como governador em abril de 2021, manteve as forças policiais sem controle civil, tal como promovido por Witzel, que extinguiu a Secretaria de Segurança em um de seus primeiros atos no governo.

 

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Pena de morte para negro pobre. Cláudio Castro mais sanguinário que Witzel

 

Menos de um mês depois de Castro assumir, a Polícia Civil matou 27 pessoas em operação na favela do Jacarezinho —a mais letal ação da história do Rio. As mortes ocorreram após um policial ser morto ao retirar uma barricada no início da incursão.

Um ano depois do Jacarezinho, uma ação conjunta da Polícia Militar e da PRF (Polícia Rodoviária Federal) matou 24 pessoas na Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, também na zona norte carioca.

Todas essas ações ocorreram sob a vigência de decisões do STF (Supremo Tribunal Federal) que restringiu operações policiais durante a pandemia de covid-19, autorizando apenas incursões em circunstâncias excepcionais. As polícias fluminenses se opõem abertamente à decisão. Como uma provocação, a Polícia Civil batizou a ação no Jacarezinho de Operação Exceptis —exceção, em latim.

As três comunidades fazem parte de um cinturão considerado o quartel-general do CV (Comando Vermelho) na zona norte da capital.

Os complexos do Alemão e da Penha e o Jacarezinho receberam UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) durante os governos de Sérgio Cabral. Contudo, a crise financeira do estado e posteriormente a intervenção federal na segurança pública do Rio desarticularam o programa.

 

Letalidade em chacinas sobe com Castro21.jul.2022 - Moradores do Complexo do Alemão usaram kombi para levar corpos até hospital - REGINALDO PIMENTA/ AGÊNCIA O DIA/ ESTADÃO CONTEÚDO

21.jul.2022 - Moradores do Complexo do Alemão usaram kombi para levar corpos até hospitalImagem: REGINALDO PIMENTA/ AGÊNCIA O DIA/ ESTADÃO CONTEÚDO
 

De acordo com cruzamento feito pelo UOL com base nos dados do Geni, a letalidade das chacinas policiais com Castro é maior do que a de todos as gestões anteriores desde 2007.

As 76 chacinas policiais da gestão do atual governador registraram 348 mortes no total, uma média de 4,6 mortos por chacina. O dado supera todas as gestões anteriores:

* Castro (09/2020- atual) - 4,58 mortes por chacina policial

* Cabral (01/2007 - 04/2014) - 4,21

* Intervenção Federal (02/2018 - 12/2018) - 3,87

* Witzel (01/2019 - 08/2020) - 3,77

* Pezão (04/2014 - 02/2018) - 3,73

Durante os oito anos de governo Sérgio Cabral, as forças policiais realizaram cinco ações com dez ou mais mortos. A gestão Cláudio Castro já acumula quatro ações nesse patamar em menos de dois anos.

De acordo com o pesquisador Daniel Hirata, coordenador do Geni/UFF, o incentivo à violência policial é a principal marca da gestão Castro na segurança pública. Ele afirma que o atual governo é "negacionista" ante o problema.

"A gestão de Cláudio Castro é particularmente letal por estimular a letalidade policial. A enorme quantidade de chacinas em sua gestão é sempre acompanhada de justificativas. Você tem dezenas de pessoas mortas e o governador sempre se coloca justificando essas ações brutais das polícias, portanto contra o controle da atividade policial, que é o que caracteriza a atuação policial em regimes democráticos."

Há um negacionismo com relação a esse que é o principal problema da área de segurança pública no Rio. A letalidade policial não está presente nem no plano de segurança pública apresentado por ele, nem no principal projeto do governador, que é o Cidade Integrada."

Daniel Hirata, coordenador do Geni/UFF

 

Pablo Nunes, coordenador adjunto do Cesec (Centro de Estudos de Segurança e Cidadania), da Universidade Cândido Mendes, diz que a repetição de operações com dezenas de mortos mostra que Castro não tem nenhum plano para a segurança pública além da violência policial.

"Essas ações policiais com dezenas de mortos têm se tornado uma marca dos anos de Cláudio Castro à frente do governo do estado. Não existe política pública de segurança, não existem metas ou objetivos traçados, nem preocupação com essa alta letalidade policial. Todo esse processo mais uma vez demonstra quanto as polícias têm realizado suas ações a seu bel prazer, sem nenhum tipo de controle, estratégia ou inteligência."

É mais uma ação de vingança em resposta à morte do agente durante a manhã de ontem. Mais uma vez se demonstra não haver nenhum respeito à decisão do STF na ADPF 635. Essa letalidade policial em nenhum lugar do mundo seria identificada como parte de uma ação bem-sucedida. É um cenário em que todos perdem."

Pablo Nunes, coordenador adjunto do Cesec

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27
Mai22

“Câmara de gás’ passou do limite da tolerância com violência policial

Talis Andrade

 

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Ronaldo Bandeira: como transformar um carro da PRF em uma câmara de gás

 

por Fernando Brito

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No grau de insensibilidade criado por décadas de apoio da mídia – que ‘finge’ que não são seu os “senta o dedo’, ‘cancela o CPF’, ‘bandido bom é bandido morto’ que promoveu em sua programação e que, agora, circulam à vontade nas redes sociais, só mesmo mostrando gravadas em vídeo as cenas brutais da violência policial para que ela, nada rara, ser capaz de chocar e provocar providências.

É o que está acontecendo esta semana: logo após a chacina da Vila Cruzeiro, o espetáculo de horror de Sergipe, no qual policiais rodoviários federais assassina, por inalação de gás, um homem preso e cominado, na caçamba se sua viatura teve o condão de colocar na defensiva a turma do “mata mas não prende”.

A justificativa cínica da PRF aumenta ainda mais a covardia, ao dizer que o homem teve “um mal súbito”, enquanto os médicos apontam asfixia aumenta ainda mais a indignação. O vídeo do portal Metrópoles mostra claramente que Genivaldo de Jesus Santos, já inteiramente dominado, é mantido deliberadamente respirando gás por 2 minutos, gritando desesperadamente.

Não dá para chamá-lo de “bandido”, “traficante” e outros nomes comumente usados para justificar a barbárie. Seu delito era pilotar uma moto sem capacete, algo que o presidente da República faz a toda hora, inclusive ao lado de batedores da PRF em suas motociatas.

 

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É mais que hora de transformar o episódio num símbolo de repúdio e controle da violência policial, porque esta, ao contrário da criminalidade, pode ser contida apenas pelas autoridades, se estas puderem perder o medo de exigir das forças de segurança pública o básico: o respeito às leis e aos cidadãos.

As TV, sites e jornais, que deram, corretamente, tanto destaque para o Black Lives Matter, não vai dá-lo ao Vidas Brasileiras Importam?

O presidente da República, que ainda não sabe o que se passou e diz que vai “se inteirar” dos fatos – algo de que não precisou ao chamar de guerreiros os policiais envolvidos no massacre da favela – vai condenar os métodos brutais dos policiais?

Não é possível que se deixe no esquecimento estes fatos. Silenciar é ser cúmplice de execuções sumárias nesta inédita e perversa “câmara de gás”.

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[BRASIL DA BARBÁRIE. O pastor Otoni de Paula, que tem instinto assassino, ameaçou Lula de morte. Em discurso, no plenário da Câmara, o deputado bolsonarista se dirigiu a “vagabundos igual a Lula”, e afirmou que “lá no Rio a gente tem um método de tratar bandido, e é na bala"]

27
Mai22

Governo militar de Bolsonaro mata negros pobres no Quilombo da Penha, Vila Cruzeiro

Talis Andrade

Foto: Jacqueline Cardiano / Voz das comunidades

Foto Jacqueline Cardiano

 

por Reinaldo Azevedo

Uma mulher idosa, que chora, é abraçada por um jovem. Ela está com o peito encostado e o braco estendido sobre um caixão com um corpo coberto por flores e véu. Eles são negros. 

Gabrielle foi baleada dentro de casa, segundo a polícia — Foto: Reprodução/Facebook

Gabriella Ferreira da Cunha
 
 
Mãe diante do corpo de Gabriella Ferreira da Cunha, 41 anos. Sua filha foi atingida por um tiro na entrada da Chatuba, ao lado da Vila Cruzeiro. A bala perdida costuma ser achada em corpos pretos e pobres.
 
O espetáculo de celebração da morte e da incompetência continua. E não faltou, por óbvio, o apoio de Jair Bolsonaro ao massacre da Vila Cruzeiro, no Rio.
 
Até agora, apareceram 25 corpos.
 
Dados alguns testemunhos, a forma da ação e gravações que vieram a público, é possível que o futuro venha a revelar ossadas de vítimas largadas na mata.
 
É a barbárie em estado puro servindo à campanha eleitoral.
 
Para a surpresa de ninguém, estão nas redes tuítes falsos atribuídos a Marcelo Freixo, pré-candidato do PSB ao governo do Estado, pregando o fim da PM.
 
A máquina de desinformação e mentira funciona junto com a máquina de matar. E, se tudo isso lhes parece pouco, a Polícia do Rio agora diz não reconhecer a autoria de oito das mortes. 
 
 

"Lutarei para que não sujem a imagem dela", diz mãe de cabeleireira morta durante chacina na Penha

 

 

Diz um antigo ditado, que a ordem da natureza é um filho morrer depois da sua mãe. Mas, a violência em que as favelas do Rio foram jogadas, fez essa lógica se inverter. Divone Ferreira da Cunha, de 72 anos,  enterrou nesta quarta-feira (25) a filha Gabriella Ferreira da Cunha, de 41 anos, no cemitério do Caju, região central do Rio. A cabeleireira foi vítima de um disparo de arma de fogo, na Chatuba, durante uma das incursões policiais que aconteceu no Complexo da Penha, na última terça-feira (24).

“Eu quero dizer que ela foi muito amada e será muito amada e lembrada. Lutarei para que não sujem a imagem dela, o seu nome. Minha filha era muito trabalhadeira, muito alegre”, diz emocionada a mãe Divone. 

[Na chacina da Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro, confessa a polícia de Cláudio Castro que matou "apenas" 17 negros. Não morreu nenhum policial. Falta investigar a morte de oito moradores da Vila, o antigo Quilombo da Penha. Que as forças armadas, que são brancas, mudaram o nome para Complexo da Penha. 
 
Complexo tem os seguintes sinônimos: abstruso, anfigúrico, arrevesado, complicado, 
confuso, difícil, embaralhado, enigmático, enredado, enrolado, impenetrável, inacessível,incompreensível, indecifrável, inescrutável, inexplicável, inextricável, ininteligível, 
intrincado, que explicam a presença da Polícia Rodoviária Federal na favela. Chacina que teve o ferveroso apoio do presidente Jair Bolsonaro aos homicidas. Solidariedade de miliciano.
 
Talvez o Bope pretendeu informar que trucidou 17 moradores, e as 8 mortes restantes da chacina foram executadas pela Polícia Rodoviária Federal. Bem provável e macabro, e combina com a necropolítica do governo militar de Jair Bolsonaro.
 
Há quem fale que um serial killer acompanhou as tropas assassinas do Bope e PRF]

Mototaxista e ex-marinheiro são duas das vítimas da chacina policial na PenhaFoto: Reprodução

Na ação do BOPE, PRF e PF que está sendo investigada pelo MPF, Ricardo José Cruz Zacarias Jr. e Douglas Costa Inácio Donato foram mortos
 
 

Enterro de mototaxista morto em chacina policial conta com homenagens e corredor de motos

Ricardo José Cruz Zacarias Jr foi sepultado no cemitério de Irajá, na Zona Norte do Rio, nesta tarde de quinta-feira (26)

A ação de extermínio do Batalhão de Operações Especiais (BOPE), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Polícia Federal (PF) deixou oficialmente 23 pessoas mortas e 6 feridas, de acordo com a última atualização da Polícia Civil. Anteriormente, os dados divulgados pelo hospital Getúlio Vargas informavam 25 mortos. Mesmo com a mudança, a operação segue sendo a segunda mais letal da história da cidade do Rio de Janeiro. 

Foto: Renato Moura/Voz das Comunidades
Amigos e familiares se despedem de Ricardo, uma das vítimas da chacina policial no Complexo da Penha. Foto: Renato Moura/Voz das Comunidades
 
É importante ressaltar que o Ministério Público Federal (MPF) abriu uma investigação para a apuração da operação. Pois, segundo a instituição, há indícios de execuções e de torturas pelos agentes de segurança pública. Além disso, organizações e iniciativas de Direitos Humanos emitiram uma nota pública pela verificação dos fatos e pela integridade da população da favela. 

Jovem negro de 16 anos, vítima da chacina na Penha, é enterrado no cemitério do Caju

João Carlos de Arruda foi morto durante incursão policial na Vila Cruzeiro com perfuração na altura do tórax
Foto: Vilma Ribeiro / Voz das Comunidades
Foto: Vilma Ribeiro / Voz das Comunidades

 

Mais um promissor futuro foi interrompido durante a chacina policial que atingiu a Vila Cruzeiro, Complexo da Penha, na terça-feira (24). O estudante João Carlos de Arruda Ferreira, de 16 anos, foi vítima de facada na altura do tórax, segundo a certidão de óbito. O jovem foi enterrado na tarde desta quinta-feira, às 13h, no cemitério do Caju.

O irmão do jovem, o mototaxista Washington Patrício Ferreira, de 29 anos, tinha a guarda de João. Segundo Washington, João era uma pessoa alegre e muito querido pela família. “Era um menino de bom coração, apaixonado por bondade e brincalhão”.

Família enterrou o corpo de João na tarde desta quinta-feira. 
Foto: Vilma Ribeiro / Voz das Comunidades

 

João estava na sexta série do ensino fundamental. Estudava à noite na escola Nereu Sampaio de segunda à quinta-feira. Durante o dia, brincava e cuidava das sobrinhas, filhas de Washington. Nos finais de semana, os irmãos jogavam bola em momentos de lazer.

“Há 2 anos, estava aqui nesse mesmo lugar”, relatou Washington. Enterrou a mãe, o pai, e agora o irmão. “Não tenho palavras sobre o meu irmão. Que Deus guarde o coração dele e os nossos”.

26
Mai22

Advogados pedem justiça por homem morto em carro da PRF: “Repugnante”

Talis Andrade

SSP divulga laudo da morte de homem após abordagem policialPoliciais asfixiam homem dentro de viaturaGenivaldo, homem morto pela PRF na cidade de Umbaúba, Sergipe, após ser sufocado por um gás no camburão do carro policial - Metrópoles

Genivaldo tinha 38 anos e sofria de esquizofrenia. Foi torturado e morto pela PRFMaria Fabiana dos Santos, eposa de Genivaldo, morto pela PRF com gás em viatura na cidade Umbaúba, Sergipe. A mulher dá entrevista sobre o caso - Metrópoles

Enm entrevista à TV Sergipe, a esposa de Genivaldo, Maria Fabiana dos Santos, disse que os policiais agiram "com crueldade". Fabiana também falou do filho que fica órfão de pai

 
 
“Genivaldo foi bombardeado em ambiente fechado, mínimo até mesmo para a estrutura de um corpo humano, com gás. O ambiente confinado tornou-se uma verdadeira câmara de gás, nos mesmos moldes do conceito nazista de produção industrial de óbitos”. A declaração é do advogado Guilherme Rodrigues da Silva, integrante da Comissão de Direitos Humanos da OAB, sobre o caso do homem morto asfixiado no porta-malas da viatura da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Sergipe.
 

Após abordagem violenta, Genivaldo de Jesus Santos, homem de 38 anos que sofria de esquizofrenia, foi preso por dois policiais em espécie de “câmara de gás” montada no veículo. O caso ocorreu nessa quarta-feira (25/5) em Umbaúba (SE).

Genivaldo morreu por asfixia mecânica e insuficiência respiratória aguda, segundo laudo do Instituto Médico Legal (IML). Rodrigues da Silva define o episódio como “intenso sofrimento, verdadeira tortura a céu aberto, perante transeuntes”. O ato foi registrado em vídeo.

Na gravação, é possível ver Genivaldo ser rendido por dois policiais. Ele está no chão e depois é colocado no porta-malas da viatura. Enquanto um dos agentes segura a tampa do porta-malas para que ela continue fechada, o outro joga, no espaço, grande quantidade de gás.

“Houve uso da força para contenção que já havia ocorrido. E, a partir daí, o que se viu foram cenas reais e públicas do crime de tortura com o resultado morte, previsto no artigo 1º, II, §3º e 4º da lei 9455/1997 – a lei de Tortura-, que prevê penas entre 8 e 16 anos de prisão, além da perda do cargo público pelos agentes”, indica o advogado.Ex-secretário de Justiça de São Paulo e membro da Comissão Arns de Direitos Humanos, Belisário dos Santos Júnior pede justiça pela vítima e família. “Este caso demanda prisão imediata e apuração rigorosa com as consequências que vimos.”

“Submeter alguém sob sua autoridade, com emprego de violência, a intenso sofrimento físico por meio de ação que não tenha base legal, é crime chamado tortura. É inafiançável. Resultando morte, leva a prisão de 8 a 16 anos. A condenação acarreta obrigatoriamente à perda do cargo. Não cabe graça nem anistia. Está na Lei 9.455/97”, argumenta Santos. Para o especialista, será absurdo se alguma dessas consequências não ocorrer em relação aos policiais envolvidos.

“A participação da PRF em sucessivas operações policiais recentes com resultado morte é grave sintoma de que a tropa pode estar enferma”, opina.

 

Para advogado, nota da PRF é “vergonhosa”

 

A PRF divulgou nota na qual informou ter instaurado procedimento para apurar a conduta dos agentes envolvidos. No comunicado, a corporação detalha que “ele [Genivaldo] foi conduzido à Delegacia de Polícia Civil. No entanto, durante o deslocamento, passou mal, foi socorrido e levado para o Hospital José Nailson Moura, onde posteriormente foi atendido e constatado o óbito”.

A nota alega também que Genivaldo resistiu “ativamente” à abordagem e que foram “empregadas técnicas de imobilização e instrumentos de menor potencial ofensivo para sua contenção”, a fim de tentar contê-lo.

Para Rodrigues da Silva, a nota é defensiva e vergonhosa. “Tão repugnante quanto a ação de alguns policiais rodoviários federais utilizando capacetes para tapar os rostos, em Umbaúba/SE, filmada por populares e em plena luz do dia, foi a vergonhosa nota oficial e defensiva da ação emitida pela superintendência da entidade”, comenta.

“Quem autorizou a nota certamente não viu o vídeo e, sobretudo, as reações dos agentes de segurança, a condição da vítima e do público a algo mais do que evidente: o sofrimento e a morte. Perdeu a PRF a oportunidade de dizer o óbvio, que a ação foi lamentável e digna de apuração imediata das responsabilidades administrativas e criminais, limpando a sujeira deixada por alguns de seus agentes”, fianliza.

26
Mai22

Polícia Rodoviária Federal de Bolsonaro participa da chacina da Vila Cruzeiro e atualiza câmara de gás nazista para matar preso

Talis Andrade

Jair Bolsonaro decidiu imitar uma pessoa com falta de ar durante a crise de falta de oxigênio na pandemia da covid

 

O poderoso chefão

 

Nesta terça-feira (24), uma chacina realizada pelo Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) e Polícia Rodoviária Federal (PRF) na Vila Cruzeiro, Complexo da Penha, executou 25 pessoas negras, e feriu sete, gravemente no Rio de Janeiro.

Na Cidade e no Estado do Rio de Janeiro, os redutos eleitorais da família bolsonaro. Pelo Rio de Janeiro, Bolsonaro foi 28 anos deputado federal. O filho Flávio foi eleito deputado estadual duas vezes, e na última eleição senador. O filho Carlos, pelas urnas democrática e livres e transparentes, vereador no lugar da mãe. 

Rogéria Bolsonaro foi vereadora no Rio por dois mandatos, entre janeiro de 93 e janeiro de 2001. Em 1998, com a separação, perdeu o cargo para o filho Carlos Bolsonaro. 

O governo federal nada faz no Rio sem o mando presidencial, principalmente as polícias federais e milícias. O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, um apagado fantoche. 

 

PRF mílícia das favelas do Rio

 

O ex-secretário nacional de Segurança Pública, José Vicente da Silva diz que “há muito o que ser investigado, principalmente pelo Ministério Público”, na chacina da Vila Cruzeiro.

“É uma operação fracassada. Morreu uma inocente. Em relação aos demais considerados suspeitos, ainda não dá para dizer que morreram só criminosos, ainda que haja constatação de que estavam fortemente armados, uma realidade de boa parte das favelas do Rio. Mesmo que apreendidos 13 fuzis, ainda assim não vale a morte de um inocente”, diz.

Ele afirma ainda que a PRF, ao participar da ação, estava descumprindo a lei. “Há uma questão nessa ação: o que estava fazendo a PRF lá? Decerto, estava descumprindo a lei pura e simplesmente, porque o artigo 144 da Constituição, que trata da incumbência das policias, diz que a responsabilidade da PRF são rodovias federais, só que na Vila Cruzeiro não passa nenhuma via federal. Não é a primeira vez que eles saem do policiamento ostensivo para policiamento ostentação, com roupas de combate. É necessário que o Ministério Público Federal veja isso”, ressaltou.

 

Asfixia o jeitinho bolsonarista de matar
 

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Por falta de UTI nos hospitais, de cuidados paliativos, dezenas e dezenas de brasileiros morreram asfixiados. Notadamente em Manaus. 
 
Sem ar, a morte mais horrenda, que Bolsonaro, fria, sem nenhum sentimento de compaixão pelo sofrimento do povo brasileiro, imitou. Coisa doentia de psicopata. 
 

Em meio à crise vivida no sistema de saúde por conta da pandemia de Covid-19, o presidente decidiu imitar uma pessoa com falta de ar para atacar.

A “imitação” acontece diante de um colapso no sistema de saúde. Com a falta de medicamentos necessários para a intubação com oxigênio.

“Se você começar a sentir um negócio esquisito lá, você segue a receita do ministro Mandetta, que antecedeu o general da ativa Eduardo Pazuello.  Você vai para casa, e quando você estiver lá… Ugh, Ugh, Ugh, com falta de ar, aí você vai para o hospital”, disse o presidente, imitando uma pessoa se sufocando. A cena aconteceu durante a live semanal do ex-capitão, nesta quinta-feira (18). Veja vídeos:

 
 
POLÍCIA ASFIXIA PRESO COM COCAÍNA
 
Na chacina da Vila Cruzeiro as polícias estadual (Bope) e federal (PRF) tortura e mata preso com o pó de coca do kit flagante. 
 
Thainã de Medeiros, de 39 anos, ativista do Coletivo Papo Reto e funcionário do gabinete da deputada estadual Renata Souza (PSOL) na Assembleia Legislativa (Alerj), gravou o momento em que um policial faz o disparo contra ele e um grupo de aproximadamente 30 moradores.
 
Tinha esse corpo ali, que a galera disse que estava na mata. Eu subi com a OAB [Ordem dos Advogados do Brasil] e, em determinado momento, a gente entendeu que a Defensoria [Pública] estava chegando e que seria importante eles presenciarem aquele corpo, porque ele estava com visíveis marcas de execução", informou Thainã.
 

O assessor disse que o rosto do cadáver tinha marcas de pó branco, e contou ter ouvido de moradores que o homem teria sido obrigado por PMs a comer cocaína. "A cara dele eu me lembro muito. A boca espumando...", acrescentou.

Thainã não soube dizer quem seria a homem, mas falou que uma irmã e a mãe da vítima apareceram momentos depois. Passados alguns instantes, a mãe teria decidido descer a favela com o corpo.

 

Homem asfixiado na viatura da PRF

 

Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, foi abordado por policiais rodoviários federais e colocado dentro de "câmara de gás" adaptada

Imagens assustadoras de um homem sendo colocado dentro de uma viatura da Polícia Rodoviária Federal (PRF) cheia de fumaça chamaram atenção da Ordem dos Advogados do Brasil de Sergipe. Em nota, a instituição frisa que acompanha, “de forma vigilante, os desdobramentos das investigações sobre o episódio”.
 
 

Policiais rodoviários federais colocam homem dentro de "câmara de gás" improvisada em viatura

 

“A OAB Sergipe respeita as instituições, mas não compactua com qualquer tipo de violência ou de tortura, razão pela qual se manterá atenta à apuração da responsabilidade pela fatídica morte”, pontua a entidade.

Segundo laudo do Instituto Médico-Legal (IML) de Sergipe, Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, morreu por asfixia mecânica e insuficiência respiratória aguda após abordagem violenta da PRF na quarta-feira (25/5). O homem faleceu depois que dois policiais o prenderam dentro de uma espécie de “câmara de gás” nazista montada no porta-malas de uma viatura.

Confira vídeo do momento:

Sâmia Bomfim
@samiabomfim
A tortura e morte de Genivaldo Santos em uma câmara de gás montada pela PRF em uma viatura é um crime bárbaro! Junto com a bancada do PSOL vou acionar o MPF por uma investigação rigorosa, além de cobrar da própria PRF todas as informações relacionadas aos responsáveis pela ação.
Natália Bonavides
@natbonavides
BARBÁRIE! Genivaldo de Jesus, homem negro, foi morto de forma brutal em Sergipe. Sufocado até a morte numa viatura policial transformada em Câmara de Gás. A estrutura racista não muda, só se adapta e segue espalhando ódio e crueldade. Justiça por Genivaldo!
 
25
Mai22

Entidades criticam ações policiais eleitoreiras nas favelas

Talis Andrade

Foto: ReproduçãoCaveirão circulando na comunidade pela manhã e deixando moradores apreensivos 

 

Para metralhar negros e negras que depois de mortos todos são classificados como bandidos. A incursão na Vila Cruzeiro envolveu agentes do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) e Polícia Rodoviária Federal (PRF); já é a 3ª mais letal da história do Rio

 

 

Os primeiros relatos de tiros começaram na madrugada de terça-feira (24), por volta das 5h, de acordo com os moradores. Esse também foi o horário em que a plataforma Fogo Cruzado registrou o tiroteio e, mais tarde, publicou a informação de que ação se tratava de uma “operação policial” na Vila Cruzeiro, Penha.

À frente da Federação de Associações de Favelas do Rio de Janeiro (FAFERJ), o historiador e professor Derê Gomes falou a respeito da incursão policial. “Uma chacina eleitoreira. O que vi no Complexo da Penha foi uma carnificina. Um filme de terror na vida real para invocar eleitores conservadores e cidadãos contra as favelas do Rio”.

Em seguida, Derê Gomes ressalta. “O Estado é tão violento e cruel quanto o crime organizado e não pensa um segundo nas centenas de milhares de moradores do Complexo da Penha que não tiveram direito de ir e vir, das crianças sem escola, da vacinação interrompida”.

Guilherme Pimentel, agente da Defensoria Pública do Rio de Janeiro, relatou que muitas mensagens foram recebidas nas primeiras horas da manhã. Diante das mensagens desesperadas de moradores, a equipe esteve presente na Penha. “Entramos em contato com os órgãos de controle das forças policiais e pedimos providências. Essa violência (operação) estava atingindo a população como um todo. Inclusive, com o fechamento de escolas, unidades de saúde, comércio e impedindo as pessoas saírem para estudar, para trabalhar”.

Guilherme, em seguida, classificou a operação como “caçada humana” e criticou a atividade policial dentro de favelas do Rio de Janeiro. “Uma vez que as famílias ficam no meio desse fogo cruzado, se sentindo inseguras, deitadas no chão, se escondendo dentro do banheiro, dentro de cômodos mais afastados da área externa, como fica a integridade física e mental dessas pessoas? Esse tipo de operação, que jamais seria naturalizado nos bairros nobres da cidade, também não pode ser naturalizado dentro das favelas”.

Cecília Olliveira, diretora executiva da plataforma Fogo Cruzado e jornalista especializada em segurança pública, também falou a respeito da incursão policial. “Essa é a sexta chacina policial em 2022 na Zona Norte do Rio (…) Qual seria o ganho que a gente tem com operações como essa, que são o centro da política de segurança pública?”. Ela faz um questionamento quanto às ações policiais diante do cenário da segurança pública e reflete que o estado apenas perde ante à barbarie como a que atingiu o Complexo da Penha. “Quando você olha para o outro lado, a gente tem muitos danos. Muitos danos como Gabriele, que foi morta logo no começo da operação. Aí entra para a estatística como mais uma vítima de bala perdida. E como fica a família da Gabriele? Quantas Gabrieles a gente já viu, a gente tem visto, a gente ainda vai ver?”, finaliza.

[Ações longe, bem longe das milícias. Nem a intervenção militar do general Braga Neto, no governo de Michel Temer, entrou nos invisíveis territórios das intocáveis milícias, principalmente no Rio das Pedra]

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