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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

20
Out22

A praga de gafanhotos

Talis Andrade

TEOLOGIA DISCIPULAR: OS GAFANHOTOS

 

 

Dom Devair voltou a reforçar as orientações dadas pela Cartilha de Orientação Política 2022, da CNBB. "Precisamos de serenidade, de calma. A formação nós temos que fazer. Não precisamos de hipocrisia entre nós. Por isso, nada de brigas e confusões nas nossas comunidades por causa disso [política]", enfatizou o bispo da Diocese de Piracicaba

 

 

por Fernando Brito

- - -

Está em curso um movimento – deliberado e orquestrado – para partir em duas a sociedade brasileira e, qualquer que seja o resultado das eleições, deve-se reconhecer que este propósito maligno foi alcançado.

Em 2018, ainda se podia dizer que, como o protagonismo de Jair Bolsonaro era uma novidade na política – ainda que ele estivesse ali há mais de duas décadas – admitem-se o engano de muita gente.

Agora, depois de quase quatro anos de fome, desemprego, inflação, após 700 mil mortes com um pandemia negligenciada pelas autoridades, dom o aparelho de instituições, sejam as públicas – do Congresso às Forças Armadas – sejam as religiosas, não se pode apelar para o “eu não sabia”.

Este processo, sem combate, só e espalha e se agrava, como uma praga de gafanhotos que a tudo e a todos devora.

Se alguém quer uma prova, basta ver como o fanatismo agressivo dito religioso (e não é) já transbordou as denominações evangélicas e se espalha em ataques a padres católicos, muitas vezes em plena missa.

Francisco Franco, o sanguinário ditador espanhol, mandava cunhar moedas em que se dizia “Caudillo de España por la Gracia de Dios“. Aqui, pedem-se votos proclamando-se o próprio Deus, com o grosseiro “Imorrível, Imbrochável e Incomível” no lugar do “Onipresente, Onisciente e Onipotente”.

Não se culpe por isso o nosso povão, porque é de lá que vêm os votos que mantém, apesar da chantagem feita pelo governo, mantpem Lula na liderança das intenções de voto.

É na elite brasileira que se deve procurar o horror aos humildes e o desprezo pelo Brasil, ainda que camuflado por camisas de Seleção.

 

26
Jul22

O vexame tenebroso do capitão

Talis Andrade

Crédito: Clauber Cleber Caetano/PR(Crédito: Clauber Cleber Caetano/PR)

 

Editorial Istoé

por Carlos José Marques 

 

Até quando o País vai suportar tantos desaforos? Quantos crimes de responsabilidade serão passíveis de remissão a um mandatário que planeja ardilosamente um golpe de Estado para se perpetuar no poder? Por que, efetivamente, as autoridades constituídas nada fazem contra o festival de delinquências emanadas diretamente do Planalto por aquele que deveria ser o primeiro a defender a Constituição do País e a zelar por nossa democracia? Está na hora do basta! Definitivo, audível, veemente. Um brado nacional, que ecoe a absoluta indignação com essa avalanche de desmandos, afrontas e desprezo aos princípios republicanos mais elementares. Não dá para ser indulgente com a cruzada insana e golpista em curso. O presidente enxovalha o Brasil. Emporcalha a reputação de uma Nação digna e soberana, construída duramente ao longo de séculos. Ele não reúne mais a menor condição de se manter no cargo que ocupa. O Congresso e o Supremo Tribunal têm o dever cívico de fazer alguma coisa. Não podem parecer coniventes, omissos ou insensíveis diante da incitação à desordem e ao desmantelamento legal, orquestrados pelo mandatário. Não é passível de aceitação que uma corriola de parlamentares mal intencionados e muito bem pagos controle o regimento para brecar demandas de impeachment que se mostram inevitáveis e amplamente justificáveis. Há de se restabelecer o bom-senso na política nacional, sob pena de estarmos mergulhando numa espiral de autoritarismo sem fim e sem instrumentos lá na frente para coibir tantos abusos. Como é possível aceitar que o chefe da Nação convoque embaixadores representativos dos principais países parceiros para um festival de fake news patético, levantar desconfianças rasas e infundadas sobre o sistema eleitoral em vigor, pilar de nossa liberdade e do voto? O que ele quer é, definitivamente, anular o resultado que não lhe agrade. Diz isso e arquiteta diuturnamente os meios para alcançar tal objetivo. Inclusive apelando a militares aliados que estrategicamente aboletou em cargos para lhe dar respaldo. Bolsonaro é um acinte intolerável à estabilidade institucional. Seus movimentos e declarações não guardam qualquer lógica razoável. Dignos de uma mente doentia e perversa. Nem é preciso gastar tempo para explicar a um trangressor que em mais de 20 anos de operação das urnas eletrônicas – modelo invejado pelo mundo inteiro – não houve sequer um único registro de fraude computado. Ele não quer ouvir. Nem aceitar. O motor de suas ignomínias é o temor da derrota iminente, que pode significar também condenações em série pelas barbaridades cometidas no seu governo. Jair Messias Bolsonaro é o retrato do desespero diante da possibilidade de ser o primeiro presidente não reeleito após a redemocratização.

 

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Também pudera! Com o novo gesto tresloucado aprofundou ainda mais a imagem de pária junto à comunidade internacional. Os diplomatas presentes foram unânimes em expressar o desprezo pelo ato. Nenhum dos participantes, ao final da cerimônia e da fala do anfitrião, sequer fez menção de aplaudi-lo, ainda que fosse de forma protocolar. O silêncio ensurdecedor na sala deu o tom do vexame. Nenhum cumprimento ou aperto de mão para aquele que acabara de encenar uma sabotagem ao próprio País. O teatro burlesco montado no Palácio da Alvorada vai ficar para a história como o dia da grande vergonha. Nunca antes em tempos modernos um chefe de governo brasileiro convocou diplomatas para destilar mentiras e ameaçar a democracia. O Brasil passou constrangimento e humilhação inclassificável por impossição daquele que deveria estar tratando dos problemas mais candentes como a fome que castiga 33 milhões por aqui, a inflação descontrolada e o desemprego. Ao sair de suas motociatas para disparar infâmias, Bolsonaro galgou mais um estágio na sanha ditatorial que acalenta. É um caudilho clássico em gestação e precisa ser urgentemente contido.

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Um grupo de 43 procuradores dos 26 estados e do Distrito Federal decidiu, a bom termo, encaminhar ao procurador-geral da República ofício formal no qual eles pedem providências imediatas contra a conduta criminosa do capitão do Planalto. Augusto Aras, o PGR atual, não é dado a contrariar aquele que parece considerar como chefe supremo. Certamente driblará a demanda. Delegados e peritos da Polícia Federal também fizeram abaixo-assinado defendendo a lisura e a eficiência das urnas eletrônicas. São vozes importantes que começam a impor a saudável prática dos pesos e contrapesos diante das arbritariedades em andamento. Bolsonaro não aceitará perder o certame eleitoral. Mas nem ele, nem ninguém, pode sobrepor suas vontades pessoais ao desejo da maioria em um ambiente de Estado de Direito. Já chega de arruaça e prepotência. Se o presidente da República é um claro perigo à Carta Magna e ao processo democrático, que seja apeado do cargo o quanto antes. O Brasil tem de reagir!Image

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Charge colorida tem apenas uma quadro e mostra Augusto Aras e Lindôra Araújo, caracterizados como os heróis “Super Gêmeos”, como macacões roxos. Os dois exclamam: "Super procuradores ativar!" e tocam seus punhos fechados. Aras grita: “Forma de um poste!” e Lindôra grita: “Forma de uma gaveta!”A charge, sob o título "Centopeia Humana", tem apenas um quadro e  mostra as silhuetas de seis pessoas, todas em posição de quatro, com a cabeça encostando nas nádegas de quem está à frente. Por último na fila está Aras, sucedido pelo ministro da Defesa Paulo Sergio Nogueira, que tem a sua frente o candidato o vice-presidente Braga Netto, que é sucedido por Ciro Nogueira, depois Arthur Lira e, por fim, o presidente da República. O título da charge faz alusão a um famoso filme de terror.

MPFederal on Twitter: "Ficou acertado que ainda hoje a CPI enviará à PGR,  de forma separada, a parte da documentação referente a pessoas cujas  investigações devem tramitar perante o Supremo Tribunal Federal (

Gilmar Fraga: surrealismo jurídico | GZHImageImageImage

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02
Mai20

Sergio Moro como Jano, o deus romano das duas caras

Talis Andrade

 

juno deus duas caras janeiro.jpg

 

 

Sergio Moro, o mítico juiz da Lava Jato, a operação policial contra a corrupção político-empresarial que levou os até então intocáveis à prisão pela primeira vez no Brasil, começando pelo carismático ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, é hoje, já fora da magistratura, uma das figuras nacionais mais polêmicas, discutidas e analisadas pelos especialistas em política.

Sua personalidade hermética poderia ser analisada à luz do deus Jano da mitologia romana, aquele das duas caras ou duas portas, o deus das guerras, o que deu nome ao primeiro mês do nosso calendário: janeiro.

Moro acaba de voltar às primeiras páginas dos jornais por ter renunciado ao cargo de ministro da Justiça do Governo do ultraconservador Jair Bolsonaro. Saiu fazendo graves acusações ao presidente, de querer enquadrar ao seu serviço e de sua família a Polícia Federal, que, se comprovadas, poderiam fazê-lo perder o cargo.

Moro, que havia entrado no Governo ultraconservador como técnico, sem ser político de profissão e nunca ter se exposto ao juízo popular das urnas, hoje é visto como mais político do que muitos outros e aparece nas pesquisas para possíveis candidatos à presidência com um apoio muito superior ao de seu ex-chefe Bolsonaro.

Moro surpreendeu quando deixou seu posto de brilhante juiz criminal com fama internacional para ser ministro de Bolsonaro, cujos gostos golpistas já eram conhecidos. Agora acabou de abandonar o Governo batendo a porta, criando um caso político. Talvez seja por isso que ele é visto por muitos como um personagem difícil de catalogar e analisar.

Ao deixar o Ministério da Justiça, Moro levanta uma série de perguntas sem resposta sobre se foi vítima ou cúmplice do Governo de corte fascista de Bolsonaro. Cúmplice dos desmandos de um Governo que perdeu em pouco tempo o prestígio nacional e internacional por seus repetidos ataques às instituições democráticas às quais o presidente gostaria de colocar um ferrolho para governar com as mãos livres como mais um caudilho dos já conhecidos neste continente.

Aqueles que preferem ver na conduta do ex-juiz um cúmplice dos desmandos autoritários e racistas do presidente Bolsonaro lembram que é muito difícil que, antes de aceitar o cargo de ministro da Justiça, o juiz Moro ignorasse a biografia do capitão reformado Bolsonaro, conhecido durante seus quase 30 anos como obscuro deputado no Congresso por seus desvarios autoritários, sua nostalgia pela ditadura, seu fascínio pelos torturadores e seu desprezo pelas mulheres e por todos os diferentes sexuais. Era uma biografia pública. (Continua)

 

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