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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

22
Fev23

O carnaval dos convidados de Bolsonaro

Talis Andrade
 
 
Mamilos à mostra no carnaval: com política contra assédio, mulheres se  sentem mais livres na folia do Rio | Carnaval | O Globo

 

"Brasileirinhas" site pornô.

Triste fama de 'prostituta'

Retirantes da pobreza, da fome, do desemprego, o exilado brasileiro, a exilada brasileira tiveram de escolher: na ditadura militar, a ponta da praia na terra natal ou a esquina da rua nas capitais dos Estados Unidos e Europa.

O racismo nos Estados Unidos, a xenofobia das ditaduras nos países da Europa, e a extrema direita no mundo hodierno facilitaram a pecha infame: brasileiro, brasileira, inclusive em alguns dicionários, sinônimos de gay, de prostituta.

O presidente gigolô, do lema nazi=fascista "deus, pátria e família", para propagar a má fama, o turismo sexual, convidou: "Quem quiser vir fazer sexo com mulher, fique à vontade", disse Jair Bolsonaro.

Os estrangeiros jamais celebraram o carnaval brasileiro como uma diversão inocente, colorida, de serpentinas, confetes, da alegria nas ruas, dos blocos de papangus, a festiva brincadeira, pela participação de crianças, pela música, pela dança do samba, pelos passos do frevo.

Este ano o carnaval vai propagar o escândalo da orgia. Escrevem Taís Codesco, Luana Reis e Giovanna Durães:

Mamilos à mostra no carnaval: com política contra assédio, mulheres se sentem mais livres na folia do Rio.

 
Mamilos à mostra no carnaval: com política contra assédio, mulheres se  sentem mais livres na folia do Rio | Carnaval | O Globo
Mamilos à mostra no carnaval: com política contra assédio, mulheres se  sentem mais livres na folia do Rio | Carnaval | O Globo
 

 

Depois de dois anos de privação, nos blocos de 2023 só se fala em uma coisa: liberdade. Em meio às fantasias elaboradas , apenas uma hot pant e um tapa-mamilo, que estão em alta entre as mulheres, foram capazes de expressar a alegria desse momento. Não se sabe ao certo quando o adereço tomou conta dos cortejos, mas se tornou uma verdadeira tendência. Os acessórios lembram aqueles usados pelas dançarinas em espetáculos burlescos nos séculos XIX. Se antes remetia a sensualidade feminina, hoje foi ressignificado como um símbolo de autonomia do próprio corpo.

Os melhores do carnaval: Beija-Flor é a melhor escola pelo Estandarte de Ouro

Carnaval 2023: confira em tempo real tudo sobre os desfiles das escolas de samba e os cortejos dos blocos de rua no Rio

É a primeira vez que Luciana Abud, 35 anos, de São Paulo, está saindo de casa para pular carnaval usando somente um pequeno pedaço de fita colante nos seios, a hot pant, uma peça que há vários carnavais virou hit. Ela conta que, a princípio, se sentiu insegura, e até levou uma blusa, mas depois o sentimento de liberdade foi tomando conta. O seu maior medo era o assédio, mas Luciana se surpreendeu com o respeito das pessoas nos espaços.

— Está sendo uma experiência muito legal. Todo mundo olha, isso é inevitável, até mesmo mulheres. Mas não me incomoda. Sinto que isso gera uma curiosidade — conta.

Sua amiga, Lorena Ribeiro, advogada de 28 anos e também de São Paulo, aderiu a um visual parecido, com uma blusa de renda transparente e sem nenhuma outra peça tapando os mamilos.

— É óbvio que os caras olham, mas eu acho que há 10 anos seria muito pior. Eu sinto que a gente venceu, mesmo que um pouquinho, mas só de conseguir andar pela orla sem ser importunado já é uma vitória. Isso para mim também é uma evolução pessoal, tanto mulher quanto como feminista, considero até mesmo uma licença poética — diz Lorena. Elas concordam que o visual é mais confortável, ainda mais em meio ao calor e à multidão dos blocos.

O Brasil devia realizar programas para eliminar a má dos brasileiros e brasileiras no exterior. O Governo Brasileiro precisa promover campanhas contra a xenofobia, o racismo, tormento dos exilados brasileiros nos Estados Unidos e países europeus, notadamente Portugal. Criar políticas que evitem o tráfico humano, a propaganda sexual, inclusive a  permanência de sites pornôs 'verde e amarelo', as cores de uso exclusivo das prostitutas na Roma Antiga.

Publica a revista 'Veja': 

O mistério sobre a assinatura de Carta Zambelli em site pornô

Suposto extrato do "Brasileirinhas" em nome da deputada circula pelas redes sociais

Desde a manhã desta quarta-feira, 22, circula pelas redes sociais um suposto extrato de débito, atribuído à deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), referente à assinatura mensal do site pornô Brasileirinhas. No recibo, não aparece o nome da parlamentar, apenas uma montagem com sua foto. O assunto tornou-se um dos mais comentados do Twitter. Desde que recuperou acesso às redes sociais, a parlamentar tem se manifestado sobre vários temas, mas ainda não tocou no caso Brasileirinhas, apesar das insistentes cobranças dos internautas.

Procurada pela reportagem de  VEJA, a parlamentar não respondeu aos pedidos para confirmar ou não a informação. O diretor do Brasileirinhas, Clayton Nunes da Silva, em contato com a revista, afirmou que precisaria ter acesso aos dados pessoais da parlamentar para confirmar ou não se a assinatura realmente foi feita por ela. Ou seja, o mistério permanece.

Este proxeneta Clayton Nunes da Silva devia ser processado por usar o nome de "Brasileirinhas" em site pornô. Não é de estranhar tal absurdo, esse crime contra a imagem do Brasil, contra a mulher brasileira, que Paulo Guedes, que era super ministro da Economia de Bolsonaro, criou sites de relacionamentos, segundo reportagem publicada pelo jornal O Globo. De acordo com o texto, Guedes é dono, ao lado do irmão, da empresa Nol Web Services, que se propõe a encontrar “soluções para solteiros que procuram um relacionamento sério”. O grupo Nol atua em inúmeras frentes, mantendo diversas marcas na área amorosa. “O Romance Cristão” é um site de relacionamento para evangélicos e “Nunca é Tarde para Amar” dedica-se à terceira idade. Já o “Namor o Online” é a versão mais liberal. Ao inscrever-se, o usuário pode dizer se tem interesse em amizade, namoro, sexo casual, casamento ou apenas em “ficar”. Há opções para heterossexuais e homossexuais.

27
Jan23

PGR denuncia a deputada-pistoleira Zambelli

Talis Andrade

 

Charge: Iara Cardoso/Revista Badaró

 

Por Altamiro Borges

Até a Procuradoria-Geral da República, que nos quatro anos do “capetão” Jair Bolsonaro foi tão condescendente com seus milicianos, decidiu agora denunciar a deputada-pistoleira Carla Zambelli (PL-SP). Antes tarde do que mais tarde! Nesta quarta-feira (25), a PGR acusou a parlamentar de “porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com emprego de arma” pela perseguição a homem negro na véspera do segundo turno das eleições. A procuradoria ainda fixou uma multa de R$ 100 mil por danos morais coletivos. Uma merreca levando em conta a gravidade do crime! 

Como lembra o site G1, “em outubro passado, Zambelli discutiu com um apoiador do presidente Lula, numa rua de um bairro nobre de São Paulo, e perseguiu o homem com uma arma em punho. Por conta do episódio, endereços da deputada foram alvos de busca e armas foram apreendidas pela Polícia Federal em janeiro, em ação autorizada pelo ministro Gilmar Mendes. A denúncia agora representa uma acusação formal do Ministério Público contra a deputada na Justiça. Se a denúncia for recebida pelo STF, Zambelli vai se tornar ré e terá de responder a uma ação penal”. 

A situação da deputada-pistoleira é complicada. Segundo a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo – até hoje tratada como uma ativa bolsonarista na PGR –, “a conduta de Zambelli ao sacar a arma e perseguir o homem modificou a situação de perigo abstrato para situação de perigo concreto”. A denúncia apresentada afirma ainda que a parlamentar não tinha autorização para usar a arma ostensivamente em público. 

Multa, danos morais e perda do porte de arma

“Conquanto ostente o porte de arma de fogo de uso permitido para defesa pessoal, Carla Zambelli Salgado de Oliveira não detém autorização para o manejo ostensivo do armamento em via pública e em local aberto ao público contra pessoa do povo que não ensejava qualquer mal, ameaça ou perigo concreto à vida ou à integridade física sua ou de terceiros... A permissão do porte de arma de fogo conferida à denunciada se destina única e exclusivamente à sua defesa pessoal; jamais para constranger a liberdade de interlocutor e a fazer com que ele se desculpe dos seus posicionamentos políticos, preferências eleitorais e supostos atos injuriosos manifestados, ainda que a pretexto de resguardar, em tese, sua honra maculada”, afirma a denúncia da PGR. 

Além da multa de R$ 100 mil, a PGR pede que a deputada-pistoleira seja condenada por danos morais coletivos, além da decretação da pena de perdimento da arma de fogo usada no contexto criminoso, bem como o cancelamento definitivo do porte de arma.

 
 
18
Jan23

8/1/2023: o dia da infâmia para não ser esquecido! "Nunca más"!

Talis Andrade
 
 
 
 
Réplica da Constituição levada por vândalos é devolvida ao STF
 
 
 
 

 

Por Lenio Luiz Streck

Acompanhei pari passu os atos de terrorismo desde os primeiros momentos. Inacreditável o que se viu. Uma choldra, um valhacouto toma conta da capital federal. Mas uma súcia que tem gente por trás. Alguém financia.

Há prolegômenos. Dias antes, um juiz concedeu um mandado de segurança reconhecendo, a um "patriota do bem" (sic), o direito fundamental de pedir golpe de estado em frente de um quartel em Belo Horizonte, levando o Brasil inexoravelmente aos píncaros do patético.

Um deputado vestindo farda do Exército rindo com os atos terroristas. Um sujeito enrolado na bandeira grita palavras de ordens bolsonaristas na frente do Supremo Tribunal com a Constituição de cabeça para baixo que acabara de roubar do interior do prédio da Suprema Corte. Eis o retrato do Brasil dos "patriotas do bem".

 
 
Homem que levou réplica da Constituição do STF e entregou à PF em MG cita  proteção: 'Peguei para que não fosse destruída' | Sul de Minas | G1
 
 
 
 

O dia 8 foi pior do que os episódios do Capitólio dos EUA. Aqui, foram os três palácios. Depredados. Quebraram, roubaram. Tinham granadas. E armas. A imitação saiu pior que o molde.

Simbolicamente mostrou a vergonha nossa ao mundo. Terroristas (uso no sentido comum, político-sociológico do conceito) escoltados pelos guardas do DF. O Brasil vai ganhar o prêmio ig-Nobel. Vergonha nacional que se torna internacional. Papel de ridículo no palco do mundo.

O bizarro: descobriram — e a notícia é do Guilherme Amado, repetida pela CNN — que no acampamento principal em frente ao comando do Exército havia a esposa de um ex-comandante e parentes de outros militares. Estavam acampados, pedindo golpe. E, pior: por isso o Exército, em um primeiro momento, não permitiu o desmanche do acampamento na noite do dia 8. As forças de segurança do DF e da PF negociaram com o Exército para que isso fosse feito pela manhã. Isso ocorreu depois das onze da noite. Claro, parece que assim daria tempo para que os militares da reserva e parentes dos da ativa pudessem "puxar o carro".

Que coisa, não? O vivandeirismo assumindo um caráter nepotista, se me permitem. Parentes acampados na frente dos quartéis. Quem diria...

O dia 8 foi o dia, mesmo, da infâmia. O corolário do lavajatismo, o ovo da serpente dessa infâmia. Tudo começou com o amaldicionamento da política. E chegaram os outsiders. Os que "odeiam a política" e nela se metem. Para fazer o "bem". Influencers de quinta categoria, bombadões quebradores de placas e defensores de armamentos e sedizentes defensores da segurança pública tomaram conta do parlamento. A antipolítica assumiu a pauta da política após sua criminalização, num longo processo ao qual eu e tantos outros já viemos avisando de há muito. Será que ainda existe quem negue o vínculo entre os dois fenômenos?

Eis o resultado: as urnas eletrônicas são colocadas em dúvida ainda hoje, mesmo depois de tantas eleições. Cá entre nós, se as urnas foram fraudadas para dar vitória à Lula, os manipuladores devem ser punidos por incompetência. Afinal, esqueceram de fraudar a eleição de Ibaneis, por exemplo. Os manipuladores são gozadores? E por que deixaram Zambelli fazer mais de 800 mil votos? Esses fraudadores são uns pândegos. Tem um senso de humor bárbaro.

Houve um episódio no dia 8 que bem mostra o que quero dizer: o ex-líder do governo, Ricardo Barros, chegou a justificar os atos do dia 8, dizendo que, afinal, o código fonte não foi mostrado etc. e que as pessoas tinham motivos para lá estarem porque não tinham confiança no processo eleitoral. Ao que levou uma carraspana da jornalista da CNN Daniela Lima, que deu uma aula para o parlamentar.

Essa discussão entre a jornalista e o deputado simboliza o estado da arte do bolsonarismo. Vejam: bolsonarismo usado aqui como um conceito sócio-político que está para além de Jair Bolsonaro. O bolsonarismo antecede Jair. E é muito maior que ele. Assim como o lavajatismo está para além da operação em si e dos desmandos que perpetrou. Eis a questão. Quem não perceber essa fenomenologia não conseguirá compreender a dimensão do reacionarismo que exsurgiu no país nos últimos anos. Tanto quanto Moro e Deltan são sintomas de um punitivismo seletivo, mequetrefe, fruto de um direito sem epistemologia e pessimamente ensinado nas faculdades, Bolsonaro é sintoma de uma fascistização do discurso público. A tempestade tinha sua crônica anunciada de há muito. A política foi criminalizada. Poderíamos falar aqui sobre várias consequências gravíssimas para o país. O dia 8 foi um resumo perfeito da tragédia.

Se alguém duvida do que estou dizendo, não assistiu aos atos do dia 8. Eles espancam... nossa cara e nossas dúvidas.

O rescaldo do dia da infâmia: mais de 1.500 presos. Investigações em andamento. Há muitos tipos penais a serem colocados em denúncias do MP (por sinal, o grande ausente no caos desde há muito, tornando letra morta o artigo 127 da CF, infelizmente).

Intervenção federal no DF; afastamento do governador; quadro de R$ 8 milhões destruído. Prejuízos de centenas de milhões. E tantas outras coisas.

Onde foi que erramos? Como deixamos chegar a esse ponto?

O direito fracassou? Não serve para nada? Não existe nenhum senso de vergonha institucional?

Nada disso era para ter acontecido. Avisos não faltaram. Mas "não era bem assim". A Lava Jato "prendeu corruptos". E Bolsonaro "só falava algumas bobagens". Tsk tsk. Enganou-se quem quis. E que agora assuma a bronca. E a responsabilidade.

E claro, nesse cenário todo não se pode esquecer o "doisladismo". A tese dos dois demônios. Ingenuidade, talvez? Será? Só aceita a leitura da ingenuidade quem é um tanto ingênuo.

O resultado está aí para quem quiser ver. Avacalharam os três Poderes. Destruíram, pilharam, saquearam, fizeram fiasco. Alguém podia ter se machucado gravemente.

E agora ameaçam com os caminhoneiros. Tudo armado no submundo das neocavernas. E financiadas pelos "novos patriotas". Pobre Brasil. Devemos ter jogado na Cruz de Cabrália. Ou algo assim.

O horror. O horror, como na peça shakespeareana.

Mas o maior prejuízo é o simbólico. A democracia foi violentada. Em seu nome. O direito foi ridicularizado. Também em seu nome. Parafraseando os filósofos de minha terra, quem não compreender isso é a mulher do padre.

E, atenção: nada mais de passapanismo, um dos erros históricos constantemente repetidos.

Aliás, precisamos aperfeiçoar o sistema legal: a lei antiterrorismo, consertar alguns crimes como o de prevaricação (veja-se o escândalo das milhares de atitudes criminosas ocorridas nos últimos tempos no país) que, para além da pena ridícula, tem um índice baixíssimo de aplicação — parece que há um monumento ao último condenado por prevaricação em algum lugar do país. E, como venho cobrando de há muito — mas de há muito mesmo — há que se construir mecanismos para punir autoridades omissas — para além da mera prevaricação.

Enfim, a tarefa é hercúlea.

Como a frase final da peroração do promotor do filme 1985, estrelado por Darin, "nunca más".

 
Levada durante invasão, réplica da Constituição será devolvida ao STF -  Brasil - SBT News
 
11
Jan23

OAB diz que é preciso encerrar no país os ataques à democracia

Talis Andrade
 
Móveis e janelas danificados no Palácio do Planalto. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
 
 

Bolsonaristas golpistas depredaram prédios do Congresso, Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF), o que levou o presidente Lula a intervir na segurança local

 

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A direção nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) divulgou nota na qual conclamou que é “hora de encerar de uma vez por todas os intentos contra o Estado Democrático de Direito no país”. A entidade considerou inaceitável a invasão dos prédios públicos e os ataques desferidos contra os Três Poderes realizados neste domingo (8).

Bolsonaristas golpistas depredaram prédios do Congresso, Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF), o que levou o presidente Lula a intervir na segurança local.

Por conta da situação, o ministro do STF Alexandre de Moraes afastou Ibaneis Rocha (MDB) do cargo de governador do Distrito Federal.

Leia mais: Poderes da República se unem em repúdio a golpismo em Brasília

“Além da depredação física, os ataques têm como objetivo o enfraquecimento dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e da Constituição Federal, que são os pilares do mais longevo período democrático da história brasileira”, diz a nota da entidade.

A OAB também cobrou ação das forças de segurança de acordo com as disposições legais. Somente assim será possível buscar a pacificação necessária ao Brasil. Para isso, é preciso que os artífices dos levantes golpistas sejam identificados e punidos, sempre tendo acesso ao devido processo, à ampla defesa e ao contraditório”, prosseguiu.

A Ordem lembrou ainda que as liberdades de expressão e manifestação, protegidas pela Constituição Federal, não incluem permissão para ações violentas nem para atentados contra o Estado Democrático de Direito.

“A Ordem acompanhará os desdobramentos do episódio e está pronta para atuar, de acordo com suas incumbências legais e constitucionais, em defesa das instituições republicanas e das prerrogativas de advogadas e advogados que trabalharem nos casos decorrentes dos eventos deste domingo, usando para isso, inclusive, ações judiciais”, finalizou.

brasil247.com
Ministério Público junto ao TCU pede bloqueio de bens de Bolsonaro, Ibaneis e Anderson Torres
O subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado cita o "vandalismo ocorrido no Distrito Federal" e "inúmeros prejuízos ao erário federal" para justificar o pedido
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A idosa que Bia Kicis deu como morta em discurso
na Câmara dos Deputados
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PF entra na mansão de Anderson Torres p/ apreender computadores, docs e outras provas
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EriBarros
@EriBarros
O Brasil precisa ser passado a limpo, não é possível e nem há o que dialogar com fascistas, apoiadores e incentivadores do terrorismo. São criminosos e com tais devem sem tratados, não importa se tiveram milhões de votos.
 
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10
Jan23

Prisões de golpistas envolvem vândalos, financiadores, políticos e policiais

Talis Andrade
Polícia e Exército se concentram na frente do QG do Exército para desmobilizar acampamento. Foto Marcello Casal 

 

 

Cerca de 1.500 pessoas foram levadas para a Polícia Federal, mas ministro tem expectativa de, ainda hoje, divulgar número definitivo de prisões

 

por Cézar Xavier /Vermelho

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O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, confirmou, hoje (10), que os órgãos responsáveis pela investigação do ataque às sedes dos Três Poderes, já identificaram alguns dos financiadores da ação.   

Embora cerca de 1.500 pessoas tenham sido levadas para a Polícia Federal, o ministro ressalta que equipes especializadas estão interrogando e qualificando os crimes. Segundo ele, a expectativa é que, ainda hoje, à noite, divulgue-se um número definitivo de prisões.

O governo do Distrito Federal, por sua vez, divulgou uma lista com 277 nomes de pessoas presas. São 158 homens e 119 mulheres. Os golpistas foram levados para o Centro de Detenção Provisória 2, na Papuda.

A Polícia Civil afirma que, pelo menos, 15 crimes foram cometidos. Entre eles, estão golpe de Estado, dano a bem público e lesão corporal. O ministro Flávio Dino diz que os financiadores identificados poderão responder por associação criminosa (até três anos de prisão) e prática de crimes contra o Estado Democrático de Direito (até oito anos de prisão), tentando destituir um governo legitimamente eleito, entre outros delitos previstos no Código Penal brasileiro. O crime de golpe de estado pode implicar em até 12 anos de reclusão.

O número de presos deve aumentar. Na Academia Nacional de Polícia, há centenas de pessoas detidas que estão passando por uma triagem da Polícia federal para serem liberadas ou presas por envolvimento na depredação.

O Ministério também divulgou que recebeu, em 24 horas, 30 mil denúncias e informações sobre os terroristas que cometeram os atos de vandalismo na Esplanada dos Ministérios. 

Segundo o secretário de Acesso à Justiça, Marivaldo Pereira, neste primeiro momento as apurações darão prioridade aos dados de quem financiou o envio de caravanas de radicais bolsonaristas para Brasília e os gastos dos acampamentos em frente a quartéis do Exército.

As informações podem ser enviadas para denuncia@mj.gov.br.

 

Associação criminosa

 

“Já foram identificados os primeiros financiadores, sobretudo em relação aos ônibus: aqueles que organizaram o transporte, que contrataram os veículos. Estas pessoas já estão todas identificadas”, disse Dino à imprensa.

Ele informou que, entre os financiadores, há desde pequenos comerciantes até empresários do agronegócio e indivíduos ligados a colecionadores, atiradores desportivos e caçadores. 

A previsão é que o relatório da Advocacia-Geral da União com os nomes das companhias seja entregue ainda hoje (10) à Justiça Federal do Distrito Federal. O órgão vai pedir medidas cautelares para o bloqueio dos bens das empresas e solicitar que a Justiça reserve parte dos recursos para cobrir os estragos na Esplanada dos Ministérios.

“O que posso afirmar é que a investigação está em curso; já foram feitas as primeiras individualizações e, com isso, haverá o prosseguimento que cabe: a aplicação das sanções previstas em lei”, acrescentou o ministro.

Segundo Dino, os primeiros financiadores identificados estão espalhados por dez unidades federativas (a maioria do Sul e Centro-Oeste).

O novo foco dos investigadores está na ligação dos terroristas com líderes políticos que tenham articulado a vinda de bolsonaristas radicais a Brasília, no último fim de semana. Já se sabe que estes políticos mantiveram contato com os empresários que financiaram a ação.

Segundo a governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão, cerca de 1,5 mil pessoas foram detidas no local por envolvimento nos atos de vandalismo. O ministro Flávio Dino, contudo, disse que o número ainda não é definitivo.

“Tivemos a apreensão de aproximadamente 1,5 mil pessoas, mas agora estamos tratando das individualizações. Trata-se da maior operação de polícia judiciária da história do Brasil, mas não se trata de uma prisão em massa. É preciso identificar cada pessoa e o que ela fez. Temos equipes trabalhando nisso, fazendo as oitivas, lavrando autos de apreensão e de prisão em flagrante. Além disso, houve algumas situações humanitárias que foram solucionadas ontem mesmo. Nossa expectativa é que, ainda hoje, à noite, tenhamos um número definitivo”, concluiu Dino.

 

Sem anistia

 

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes afirmou nesta terça-feira (10) que as instituições punirão “todos os responsáveis” pelos atos de terrorismo.

“Dentro da legalidade, as instituições irão punir todos os responsáveis, todos. Aqueles que praticaram os atos, aqueles que planejaram os atos, aqueles que financiaram os atos e aqueles que incentivaram, por ação ou omissão. Porque a democracia irá prevalecer”, declarou Moraes.

“Mas as instituições não são feitas só de mármore e cadeiras. São feitas de pessoas, de coragem, de cumprimento da lei. Não achem esses terroristas que até domingo faziam badernas e crimes, e que agora reclamam que estão presos querendo que a prisão seja uma colônia de férias. Não achem que as instituições irão fraquejar”, continuou Moraes.

Quase ao mesmo tempo, no Senado, o presidente Rodrigo Pacheco (PSD-MG) fez um discurso duro contra os atos de terrorismo – e também reforçou que ‘minoria extremista’ será identificada, investigada e punida.

 

Idosos, mulheres e crianças

 

Um ônibus com bolsonaristas detidos pela Polícia Federal deixou o ginásio da Academia Nacional da PF, no início da tarde desta terça-feira (10), em direção à Rodoviária Interestadual de Brasília. O grupo era composto principalmente por idosos com comorbidades. Mulheres com crianças também foram liberadas.

Eles estavam no local desde a manhã de segunda (9), após serem retirados do acampamento instalado no Quartel-General do Exército. Ao todo, 1,2 mil foram detidos. Cerca de 50 ônibus foram usados para levar o grupo para a Superintendência da Polícia Federal. O grupo levado à rodoviária já passou por triagem e foi liberado nesta manhã.

Desde a noite de segunda, a PF começou a liberar menores de idade, mulheres com crianças pequenas e idosos, que tiveram prioridade na triagem. A Polícia Federal ainda não divulgou um balanço de quantas pessoas foram soltas e quantas continuam presas.

Liderados pela deputada Carla Zambelli (PL-SP), deputados bolsonaristas pedem garantia de direitos humanos a presos em atos. O ofício, enviado à Defensoria Pública da União e ao Ministério dos Direitos Humanos, cita pessoas que estariam sendo “tolhidas de condições básicas em termos de alimentação, hidratação e alojamento”.

Por meio de nota, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania disse que “expressa preocupação com todas as pessoas do país que se encontram presas”. Disse também que estaria monitorando as prisões.

 

55 ônibus apreendidos

 

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) interceptou e apreendeu, em menos de 24 horas, 55 ônibus envolvidos nos atos golpistas. O efetivo da PRF está estrategicamente distribuído em um “cinturão” viário que compreende as principais rodovias de acesso à capital federal.  Em todos os casos, os passageiros são identificados e conduzidos para unidades da Polícia Federal. 

Um ônibus apreendido em Santa Maria (DF), que seguia para Minas Gerais, tinha entre os passageiros dois policiais militares armados (um reformado e outro da ativa), que usaram spray de pimenta no interior do ônibus para causar tumulto.

Em outro caso, na mesma área, a vistoria encontrou estojos de bombas de gás lacrimogêneo já deflagradas, além de um cartão de acesso do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República.

 

Responsabilidade governamental

 

Anderson Torres e Ibaneis Rocha participaram da posse do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino Foto: Renato Alves/ Agência Brasília

 

A Advocacia-Geral da União (AGU) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, que comandava a Segurança Pública do Distrito Federal. Ele já foi exonerado da pasta, mas estava viajando para a Flórida (EUA), onde se encontra Bolsonaro, no momento dos atentados.

O governador Ibaneis Rocha (MDB) também foi afastado do cargo. O governador pode ser punido com impeachment e até ser preso. 

Policiais militares do Distrito Federal foram flagrados tirando selfies e até comprando água de coco durante os ataques golpistas em Brasília no domingo. As investigações ainda estão em andamento, mas esses agentes podem ser punidos com exoneração e até detenção, se for comprovado que infringiram regras do Código Militar.

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Bethlucida2
@Bethlucida2
Os nazistóides do Brasil!!!
 
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Frota 77
@77_frota
Deputado eleito Andre Fernandes divulgou o ato:
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Luiz Müller
@luizm
ATENÇÃO!! O corregedor-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Benedito Gonçalves, aceitou a denúncia para cassar os mandatos de: Eduardo Bolsonaro, Carla Zambelli, Bia Kicis, Gustavo Gayer, Nikolas Ferreira, Magno Malta e para prender o presidente Bolsonaro.
 
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Militar da reserva do Exército, Adriano Camargo Testoni estava acompanhado da esposa, Evelise Rodrigues, em atos terroristas na Esplanada.

"Forças Armadas filha da puta. Bando de generais filha da puta. Vanguardeiros de merda. Covardes. Olha aqui o que está acontecendo com a gente", grita Testoni 
10
Dez22

‘Beco Sem Saída II’: Bolsonaro põe em prática plano terrorista traçado por ele 35 anos atrás

Talis Andrade

33 anos esta noite; em 1988, Conselho de Justificação Militar acusou  Bolsonaro de planejar ataques com bombas a quartéis; virou deputado e  presidente; retrato do Brasil – Brasil 2 Pontos

Terrorismo bolsogolpista já tem até sabotagem de adutora de água. Em 1987, Bolsonaro planejou explodir a adutora do Guandu, no Rio de Janeiro.

 

 

por Hugo Souza

A Folha de S.Paulo chama a atenção nesta quarta-feira, 23, para o fato de que vem aumentando o nível de violência na agitação golpista em frente a quartéis e na beira de estradas, com uma sucessão de casos de sequestro, agressão, pedradas e, de maneira muito significativa, até sabotagem de adutora de abastecimento de água.

“Em Ariquemes (203 km de Porto Velho), o abastecimento de água de parte da cidade foi suspenso após manifestantes destruírem a adutora de um dos principais reservatórios da cidade. O Ministério Público do Estado de Rondônia apura o ataque e enquadra o caso como um possível crime de terrorismo”.

Há 35 anos, no dia 21 de outubro de 1987, um capitão da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais no Rio de Janeiro rabiscou num pedaço de papel um plano para um atentado contra o sistema de abastecimento de água da capital fluminense, a título de reivindicação salarial e para tentar enfraquecer o governo José Sarney e o então ministro do Exército, Leônidas Pires Gonçalves, numa tal “Operação Beco Sem Saída”.

“Bolsonaro foi didático. Desenhou um croqui em que apareciam as tubulações da adutora do Guandu, responsável pelo abastecimento de água do Rio de Janeiro e, junto a elas, colocou o rabisco de uma carga de dinamite detonável por intermédio de um mecanismo elétrico instalado em um relógio”, informou a revista Veja em reportagem publicada no dia 4 de novembro de 1987.

Trinta e cinco anos depois, neste adiantado da destruição nacional, quem quer que se ponha a advertir que, no Brasil de agora mesmo, é necessário cortar o terrorismo e o golpismo pela raiz, lembre-se que o unabomber da Brigada de Infantaria Paraquedista foi absolvido pelo Superior Tribunal Militar. Depois, mais tarde, foi absolvido pela Comissão de Ética da Câmara após louvar um torturador no microfone do plenário da casa.

A “Operação Beco Sem Saída” previa também espalhar bombas em unidades militares. Terrorismo, portanto. Terrorismo, igualmente, é a transformação da rede de quartéis do Brasil num rastilho de pólvora pronto para ser inflamado pelo velho unabomber do rio Guandu. É o que vêm fazendo agora o próprio e seu companheiro de chapa derrotada, Walter Braga Netto, com ajuda de Valdemar Costa Neto, Augusto Nardes, Carla Zambelli, Joven Pan, etc.

 

Operação Beco Sem Saída II

 

Paralelamente a sabotagens em adutoras, em outra frente da “Operação Beco Sem Saída II” – rabiscada não mais desde a Vila Militar, mas agora no Palácio da Alvorada -, Jair Bolsonaro vem trabalhando duro para boicotar a transição e o próximo governo, em todo caso de ter mesmo que se desentrincheirar do terceiro andar do Palácio do Planalto. A vibe é esta, em vez de convalescença sorumbática, sonolenta, de alguma doença de pele.

No ano de 1987 da Imaculada Conceição, padroeira do Exército Brasileiro, a Veja contou que, a respeito da publicação pela revista dos planos da “Operação Sem Saída” – a primeira -, o Comando Militar do Leste chegou a afirmar que “notícias desse teor servem para intranquilizar a opinião pública e procuram retratar um quadro que absolutamente inexiste”.

A resposta dada pela velha Veja, que nunca criticamos, teve até trocadilho com um certo croqui que, pelo visto, ainda voa por aí:

“Na verdade, notícias desse teor servem para alertar a opinião pública e retratam um esboço que efetivamente existe”.

05
Dez22

A viagem para o Catar e a conversa para boi dormir

Talis Andrade

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Enquanto militantes sustentam posição golpista em quartéis, filho do presidente foi curtir Copa no Catar matando trabalho

 

por João Filho /The Intercept

DURANTE A CAMPANHA do primeiro turno das eleições de 2018, um estudante perguntou a Eduardo Bolsonaro sobre uma possível ação do Exército caso seu pai fosse impedido de assumir a presidência por alguma decisão do Supremo. A resposta se tornaria um clássico do golpismo brasileiro: “Se quiser fechar o STF, sabe o que você faz? Não manda nem um jipe. É só mandar um soldado e um cabo.” As ameaças à democracia acontecem desde antes da chegada do bolsonarismo ao poder.

O golpismo bolsonarista não precisa de razões para existir. Ele faz parte da essência do bolsonarismo e atuou de maneira permanente antes, durante e continuará atuando após o mandato de Jair Bolsonaro. Por essa e outras razões, o bolsonarismo não deveria ser considerado uma corrente política apta a participar da democracia, porque o seu grande projeto é justamente o de destruí-la. O que vem a seguir é uma obviedade, mas vivemos tempos em que o óbvio precisa ser repetido: incitar golpe é crime no Brasil. Um crime do qual os bolsonaristas não têm o menor pudor em cometer, já que vêm desfrutando de enorme tolerância por parte das instituições. As recentes decisões do ministro Alexandre de Moraes contra os golpistas são importantes, mas insuficientes diante da gravidade do problema.

Enquanto golpistas anônimos permanecem na frente dos quartéis tomando chuva, cometendo crimes e passando vergonha, o deputado Eduardo Bolsonaro resolveu dar um perdido no trabalho na Câmara para curtir a Copa do Mundo no Catar, ao lado da sua esposa.

A reação de parte do gado bolsonarista foi de indignação.Alguns se sentiram trouxas — o que de fato são — por estarem sofrendo perrengues na rua enquanto o filho do presidente matava o trampo pra dar um passeio no Oriente Médio. Eduardo, então, correu para apresentar uma conversa para seus bois dormirem. Segundo ele, o objetivo da viagem não foi o de curtir a Copa, mas comandar uma missão muito mais nobre: distribuir pen drives contendo informações em inglês “explicando a situação do Brasil”. Ou seja, foi cumprir uma agenda golpista com interlocutores estrangeiros para buscar apoios para conspirar contra a democracia brasileira.

Em vídeo gravado sob medida para acalmar os bolsonaristas indignados, Eduardo pergunta: “Será que você não consegue perceber a importância da comunicação internacional?”. É claro que se trata de uma desculpa esfarrapada. O deputado se deu uma folga numa época cheia de trabalho na Câmara para poder praticar no exterior o seu hobby favorito: o crime de atentar contra a democracia.

À Câmara, o deputado se limitou a informar que ficaria ausente do país entre os dias 23 de novembro e 5 de dezembro para uma “viagem de caráter particular ao Oriente Médio”. O período engloba justamente todos os jogos do Brasil na primeira fase da Copa. Sua esposa, Heloísa Bolsonaro, a blogueirinha que costuma postar fotos e vídeos do dia a dia do casal, não publicou nada sobre a viagem.  Mas depois que foram flagrados fazendo festa nas arquibancadas no Catar, ela resolveu se explicar. “Eduardo hoje é o único brasileiro que consegue ser recebido pelas maiores autoridades mundiais”, delirou Heloísa, ao tentar justificar a viagem. Segundo a pobrezinha, o casal “assumiu o compromisso com o anfitrião há um ano” e, desde então, começou a pagar as parcelas das viagens. 

“Pode parecer que estamos curtindo a vida, mas vocês sequer imaginam a tal ‘vida’ que levamos”, arrematou a esposa do deputado, que no meio do ano já havia reclamado dos “perrengues” financeiros do casal. Falando assim nem parece que há poucos anos Eduardo e Heloísa casaram numa cerimônia luxuosíssima em uma das casas de festas mais caras do Rio de Janeiro, com vista para o Pão de Açúcar e o Corcovado. Esse é o tamanho do “perrengue”. O golpismo é mesmo um estado de espírito do clã Bolsonaro.

 

Incitando o golpe

Outra deputada golpista que vem cometendo crimes em série é Carla Zambelli. Depois de iniciar uma perseguição armada contra um jornalista negro nas vésperas da votação do segundo turno e mentir para a polícia ao dizer que foi agredida, a deputada tem sido uma das bolsonaristas mais atuantes nos crimes de atentado contra a democracia. 

Durante a última semana, o empresário bolsonarista Paulo Figueiredo informou na Jovem Pan que três generais progressistas estariam boicotando uma “ação contundente” das Forças Armadas para impedir a posse de Lula. Antes de continuar, é importante registrar: Paulo Figueiredo é neto do ex-ditador João Figueiredo, já foi preso nos EUA, é investigado por lavagem de dinheiro no Brasil e hoje atua como uma espécie de pet do neofascismo bolsonarista na Jovem Pan.

No dia seguinte à declaração de Figueiredo, o Exército o desmentiu em nota, afirmando que os militares “são apartidários em suas condutas”. Foi aí que Zambelli resolveu entrar em cena. A deputada gravou um vídeo  instigando as Forças Armadas a cometer um golpe de estado: “Dia 1º de janeiro, senhores generais quatro estrelas, vão querer prestar continência a um bandido ou à nação brasileira? Não é hora de responder com carta se dizendo apartidário. É hora de se posicionar. De que lado da história vocês vão ficar?”.

Alguns se sentiram trouxas enquanto o filho do presidente matava o trampo no Oriente Médio
 

A deputada prega abertamente que a vontade popular expressa nas urnas não deve ser respeitada pelas Forças Armadas. O artigo 286 do Código Penal é claríssimo ao apontar que é crime passível de prisão “incitar publicamente, animosidade entre as Forças Armadas, ou delas contra os poderes constitucionais, as instituições civis ou a sociedade”.  

Foi exatamente isso o que a bolsonarista fez. Sem margem para outras interpretações. Em condições normais de temperatura e pressão, Zambelli seria cassada e presa imediatamente.

Eduardo Girão é outro golpista atuante. Na última quarta-feira, ele convocou uma audiência no Senado que reuniu parlamentares bolsonaristas, advogados reacionários e militantes do golpismo. Ali, eles atacaram o processo eleitoral, o STF, pediram a prisão do ministro Alexandre de Moraes e defenderam abertamente um golpe militar. Trata-se de um crime registrado em ata do Senado.

O golpismo do gado alucinado na frente dos quartéis segue sendo alimentado por parlamentares da extrema-direita. E essa ameaça golpista continuará nos assombrando pelos próximos anos se os criminosos golpistas não começarem a ser cassados e punidos de maneira rigorosa. 

A lei de liberdade de expressão não pode mais ser escudo para que essa gente continue cometendo crimes. A democracia precisa enquadrar o golpismo de maneira definitiva, em nome da sua própria sobrevivência. Hoje, não existem condições objetivas para um golpe, mas amanhã elas poderão existir. Colocar os golpistas na cadeia é, portanto, uma obrigação histórica.Image

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20
Nov22

Michelle Bolsonaro é convidada a se tornar presidente do PL Mulher de Valdemar Costa Neto

Talis Andrade

A atual primeira-dama do Brasil, Michelle Bolsonaro, foi convidada a ser presidente do Partido Liberal (PL) Mulher nesta segunda-feira (14). A intenção é que a esposa de Jair Bolsonaro (PL) atraia uma maior participação feminina para o partido.

A ala específica do Partido Liberal é um braço para chamar mulheres ao partido e coordenar como filiadas do PL devem agir na Câmara, Senado e assembleias legislativas pelo Brasil. Em 2022, duas deputadas federais foram eleitas pelo partido: Carla Zambelli e Rosana Valle. Outras aliadas, como a ex-ministra Damares Alves (Republicanos) e Rosângela Moro (União Brasil), se elegeram por meio de outras siglas.

Segundo especulações, Michelle já aceitou o convite, que faria parte de uma articulação do PL para relançar Bolsonaro à presidência em 2026. A primeira-dama se filiou ao partido em maio deste ano, enquanto o atual presidente foi convidado a permanecer na instituição. O presidente do partido, Valdemar Costa Neto, já afirmou que fará de tudo para manter o casal.

O PL saiu da eleição de 2022 como o partido com maior representação na Câmara dos Deputados. A coligação que apoiou a candidatura de Lula (PT), formada pelo PT, PCdoB e PV, conseguiu eleger 68, sendo assim o segundo grupo que ocupa mais cadeiras na casa.

Michelle muda gabinete para o Planalto após gastar R$ 328 mil para reformar sala na Esplanada

Em julho, Michelle havia reformado todo o espaço na Esplanada dos Ministérios para abrigar 10 assessores, cujos salários variam entre R$ 1,6 mil a R$ 5,2 mil, e tocar seu projeto, chamado Pátria Voluntária. Depois do Planalto, Michelle vai para luxuouso e fechado gabinete no PL de Valdemar Costa Neto

 

Por Redação /Revista Forum

Pouco mais de seis meses depois de gastar R$ 328,8 mil em dinheiro público na montagem e decoração do gabinete em que ocupa no bloco A da Esplanada dos Ministérios, a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, decidiu mudar seu "escritório" para o Palácio do Planalto, para despachar em uma sala próxima ao marido, Jair Bolsonaro. Como primeira-dama, Michelle não tem direito a salário. Ela também não dá expediente todos os dias no local, segundo funcionários do ministério. Com a mudança, o gabinete reformado será ocupado pela ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves. Em julho, Michelle havia reformado todo o espaço na Esplanada para abrigar 10 assessores, cujos salários variam entre R$ 1,6 mil a R$ 5,2 mil, e tocar seu projeto, chamado Pátria Voluntária. A esposa de Bolsonaro é presidente do conselho do Programa Nacional de Incentivo ao Voluntariado e, por conta disto, o local onde foi trabalhar ficava no mesmo bloco dos ministros Osmar Terra (Cidadania) e Damares Alves (Direitos Humanos)

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07
Nov22

"Greve geral" fracassa e bolsonarismo terá de achar onde se acomodar

Talis Andrade

ImageImageImageMP apura saudação nazista feita por bolsonaristas em ato em Santa Catarina  | Santa Catarina | G1Image

 

por Thaís Oyama /UOL

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A essa altura, sem qualquer registro de paralisação relevante no país, é possível dizer que a tal "greve geral" convocada por bolsonaristas fracassou.

Também os bloqueios nas rodovias federais neste momento são eventos raros, registrados em não mais do que alguns poucos estados, como Rondônia, Roraima e Pará, além de algumas rodovias estaduais em Santa Catarina.

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São sinais de que os bolsonaristas que nos últimos dias vociferaram nas estradas e sacudiram bandeiras diante de quartéis pedindo intervenção militar devem em breve voltar a cuidar da vida. A transição está em curso, a vida segue e até golpistas têm boletos para pagar.

Assim, daqui a pouco, quando tudo decantar, o bolsonarismo terá de procurar seu líder.

Bolsonaro se candidatou a permanecer nesse posto no discurso relâmpago de terça-feira, mirando 2026 —mas querer é uma coisa e poder é outra.

O ainda presidente tem desde já dois nomes posicionados na mesma pista: seu cada vez mais distante apadrinhado, o governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas, hoje o principal projeto de poder do Republicanos; e o governador reeleito de Minas pelo Novo, Romeu Zema, que não esconde seus sonhos ambiciosos e que Valdemar negocia trazer para o PL com propósitos facilmente presumíveis.

O cacique do PL já traça um plano B para o caso de ter problemas incontornáveis com o bolsonarismo instalado em suas fileiras.

Amanhã, ele anunciará que o ainda presidente Bolsonaro ocupará um cargo no partido, de onde "liderará a oposição" ao governo Lula.

Ocorre que, tendo o PL duas bancadas, a bolsonarista e a valdemarista, tem também duas interpretações para o significado da palavra oposição.

Para a ala de parlamentares que apoia o ex-capitão, ela significa ser contra tudo o que daqui por diante venha a ser proposto pelo novo governo.

Já para o cacique do centrão, fazer oposição significa exercitar um estágio anterior à negociação, cujo final será sempre favorável a ele.

Integrantes do PL têm poucas esperanças de que expoentes do bolsonarismo furioso tenham a disciplina que tal dinâmica exige. Carla Zambelli e Ricardo Salles, por exemplo, por conta própria já brigam pela candidatura à Prefeitura de São Paulo em 2024.

Só que, como diz um aliado de Valdemar, o cacique do PL "não é o Luciano Bivar", que teve o seu partido, o PSL, implodido em 2019 por Bolsonaro e seus aliados.

Valdemar conduz seu PL com mão-de-ferro e tanto Bolsonaro quanto os bolsonaristas são, para ele, visitantes de ocasião. Em caso de rebelião, diz esse aliado, a janela partidária se abre em abril — ocasião em que a porta da rua será a serventia da casa.

 

07
Nov22

Ex-mulher de Bolsonaro fugiu para a Noruega e Carla Zambelli para os EUA

Talis Andrade

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Por Altamiro Borges

Está muito estranha essa história de Ana Cristina Valle, segunda esposa de Jair Bolsonaro e mãe do filhote 04, Jair Renan. Na semana do segundo turno das eleições presidenciais, ela viajou às pressas para a Noruega. Agora, a candidata derrotada do PP a deputada no Distrito Federal é acusada de não prestar contas à Justiça Eleitoral. 

Segundo reportagem do site Metrópoles, “a última entrega de relatório financeiro da ex-mulher de Bolsonaro foi feita no dia 23 de setembro. Àquela altura, a campanha de Ana Cristina Valle informou ter arrecadado R$ 303 mil. As despesas registradas até o momento somavam pouco mais de R$ 26 mil. Ou seja: ela ainda precisaria informar à Justiça Eleitoral se – e como – foram gastos os R$ 276 mil restantes”. Mas essa informação não foi prestada e pode caracterizar crime eleitoral! 

Poucos dias antes do segundo turno, em 30 de outubro, ela viajou para a Noruega, onde residiu – ou se escondeu – por longos anos após se separar do “capetão”. Muitos encararam a viagem como uma nova fuga. Afinal, a sinistra figura está envolvida em vários rolos – das “rachadinhas” na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro à compra suspeita de uma mansão em Brasília. A própria candidatura era vista como tentativa de conseguir imunidade e impunidade. 

Mansão no Lago Sul e outros rolos

Como lembra o site Metrópoles, “recentemente, a Polícia Federal pediu à Justiça a abertura de uma investigação para apurar se a mãe de Jair Renan cometeu crime de lavagem de dinheiro na compra de uma casa de luxo no Lago Sul... Embora dissesse que morava na casa de aluguel, ao registrar a sua candidatura a ex de Bolsonaro incluiu a propriedade em sua lista de bens. Após a PF propor a abertura da investigação sobre a compra da propriedade, o filho 04 de Jair Bolsonaro deixou a casa”. 

Ana Cristina Valle obteve apenas 1.485 votos na disputa para uma vaga de deputada distrital do DF. Sua derrota, segundo as colunas de fofocas da mídia, foi festejada pela primeira-dama Michelle Bolsonaro, a vingativa Micheque. Segundo Juliana Dal Piva, do site UOL, “Ana Cristina decidiu viajar sem uma data definida para voltar. Ela é investigada pela PF devido a compra de uma mansão de R$ 3 milhões em Brasília com o uso de uma laranja... Interlocutores de Cristina também contaram que ela está pensando em vender o imóvel e teme o aprofundamento das investigações” após a derrota do seu ex-marido. 

“Além dessa investigação, Cristina está com o seu sigilo bancário quebrado junto com o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) no procedimento que apura a nomeação de funcionários fantasmas e da prática ilegal de rachadinha no gabinete de Carlos. Ela foi chefe de gabinete do ex-enteado de 2001 até 2008. Nesse período, ao menos sete familiares dela foram nomeados no gabinete de Carlos. Todos também funcionários fantasmas e agora investigados pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio)”.

 

Carla Zambelli foge para os EUA

 
 

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