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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

15
Abr22

Documentário “O canto livre de Nara Leão”

Talis Andrade

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Há uma unidade na obra toda. E o trabalho de montagem foi então o fundamental. Mas é o olhar de uma pessoa que conhecia a entrevistada, como a filha, que permitiu que isso acontecesse

 

por Celso Marconi

 

Há dias que estava pensando em assistir à série “O canto livre de Nara Leão” e resolvi fazer isso ontem no meu novo computador. E fiz vendo os cinco episódios em continuação. Não quero analisar o trabalho da equipe da Globo, pois como não acompanho as séries que eles apresentam, apenas sei do bom nível que é considerado inclusive “o padrão global”. O que mais me interessa é o aspecto político. Como estaria sendo apresentada culturalmente essa excepcional artista brasileira Nara Leão?

Quero declarar que tive um prazer muito grande na imagem e na expressão que a série me colocou para ver. Em vários momentos, me senti revivendo minha própria vida. Como vivi na luta cultural como jornalista e com posição ideológica clara desde os anos 50 do século passado, uma figura como Nara Leão me faz reviver o tempo. E cada situação da sua vida faz parte da minha vida. Bossa Nova. Tropicalismo. Chico Buarque. Roberto e Erasmo. Tenho a impressão de que foi a presença da filha Isabel Diegues na coordenação da série que a transformou num documento não só da maior importância cultural, mas também dos mais prazerosos de ser assistido.

É importantíssima a presença física da artista na série. Certamente, as muitas entrevistas apresentadas não foram feitas com o intuito de fazer parte de uma série, mas foram bem aproveitadas e assim o espectador tem então uma continuidade. Há uma unidade na obra toda. E o trabalho de montagem foi então o fundamental. Mas é o olhar de uma pessoa que conhecia a entrevistada, como a filha, que permitiu que isso acontecesse. E também a sensibilidade criativa dessa filha.Ninguém pode com Nara Leão: Uma biografia | Amazon.com.br

A melhor entrevista feita especificamente para a série é certamente da atriz Marieta Severo, que foi amiga da Nara durante os dois anos em que viveram na França. Como a atriz Marieta Severo diz, se aproximavam muito por necessidade emocional. Estavam vivendo lá os dois casais por impedimento político durante a ditadura de 64. E Marieta Severo se mostra alguém de bem conhecer uma amiga. Uma grande atriz de teatro, vivendo convivendo com outros artistas como Nara, Chico e Cacá. Aspectos da personalidade de Nara são revelados, buscando mostrar a mulher integral que Nara Leão foi. Cantora e pessoa consciente.

De certa forma, Nara Leão assumiu na sua vida cultural política uma posição que artistas como um Caetano também fizeram. E Nara talvez por questão de temperamento e por condição socieconômica pôde viver e expressar, e então mudar de posição do ponto de vista artístico sem mudar de ideologia. Nara fez Bossa Nova como musa, mas não se prendeu ao movimento como muleta. Passou para cantar samba. Cantou canções românticas de Chico Buarque. E interpretou músicas da Jovem Guarda com a mesma criatividade. Não quis nunca ser uma funcionária da interpretação musical. Se pode dizer que fez isso porque tinha condições econômicas, mas muitos quanto mais têm riqueza menos se libertam. A posição de Nara foi declaradamente inteligente e honesta.

Pessoalmente, só encontrei uma vez Nara Leão, numa ocasião de um show que aconteceu no Geraldão no Recife, não me lembro bem como. A verdade é que ela estava dando uma coletiva na ocasião, e eu comecei uma conversa grande após. Então ela me disse não poder demorar mais, embora gostasse de participar dessa conversa, pois havia me achado parecido com “um grande amigo meu” (dela). Certamente, nenhum dos que aparecem na série da Globo.

Olinda, 20. 03. 22

Ainda sobre a série de Nara Leão

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A gente sabe que a empresa Globo de comunicação, desde que foi criada, vem servindo para criar em nosso país uma consciência negativa e de submissão. Até mesmo quando estava em vigor a ditadura de 64 e nesse período principalmente. Mas nem sempre um produto deles pode ser desprezado como negativo. Uma série como essa tem a necessária garra de realização para mostrar o outro lado da nossa vida, mesmo dentro desse período. E a vida de uma mulher como Nara Leão é capaz de representar esse lado de importante resistência que vivemos na segunda metade do século XX. E a série consegue ser tecnicamente correta.

Que sequência magnífica temos quando é apresentada a crônica de Carlos Drummond de Andrade em defesa da liberdade de Nara Leão. Naquela época, eu não era muito simpatizante de Drummond, e claro que pela sua posição pessoal de ligação com o pessoal do poder. E nem mesmo sou grande leitor de Drummond, embora hoje o considere como todo mundo um maravilhoso poeta. Mas o que penso que deve ser realçado é o aproveitamento que conseguiram fazer da crônica. Mesmo hoje a emoção é demais presente.

Outro aspecto que deve ser destacado da série é a entrevista com Chico Buarque. Ela foi montada de maneira muito inteligente. Por exemplo, quando Chico fala sobre quando conheceu o apartamento de Nara, e então vem a declaração da própria cantora. Cria-se um elo entre os dois de forma correta e dinâmica. Chico Buarque inclusive mostra a importância que a cantora teve no seu sucesso como compositor. O trabalho criado pelos realizadores da série levou em conta não a sequência em si, mas como ela seria importante para a sua continuidade na história.

Também conseguiram manter uma narrativa dinâmica e muito explícita nas situações com Erasmo e Roberto Carlos. E até a simples declaração de Bethânia dizendo que Nara era namoradeira ganha um sentido dinâmico na série. Talvez tenha faltado mais empenho na última sequência em que aparece Roberto Menescal.

Enfim, claro que a cultura brasileira não está morta e certamente no próximo ano voltará a brilhar.

Olinda, 20. 03. 22

 

11
Abr22

Basta de ordem unida vamos aprender a dançar e cantar o frevo

Talis Andrade

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Nenhuma descrição de foto disponível.

Flaira Ferro

 

O Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares é uma iniciativa do Ministério da Educação, em parceria com o Ministério da Defesa, que apresenta um conceito de gestão nas áreas educacional, didático-pedagógica e administrativa com a participação do corpo docente da escola e apoio dos militares.

O Estado do Paraná da supremacia branca, do racismo, do conservadorismo, do prefeito de Curitiba que tem nojo de pobre, do Ratinho pai que ameaça mulheres de morte, do Ratinho Filho também podre de rico, seguindo a política da extrema direita do governador Richa, danou-se a criar escolas cívico-militares. Foi a represália, o castigo imposto pela ousadia dos estudantes com o Movimento Ocupa Escola.

As escolas cívico-militares é uma pobre compensação, que nas escolas militares impera o corporativismo. A prioridade das matrículas uma herança dos filhos dos militares. 

As escolas cívico-militares ensinam ordem unida, valores do conservadorismo caduco da Tradição, Família, Propriedade - a triunfante TFP da pregação do golpe de 1964, misturada com a Teologia da Prosperidade da campanha bolsonarista de 2018, bem representada pelos pastores dos negócios da educação, e pelos coronéis da vacina na militarização do Ministério da Saúde.Nenhuma descrição de foto disponível.

Ana Júlia Ribeiro Ocupa Escola

 

Duvido nas escolas militares e nas escolas cívico-militares um movimento ocupa escola para prostestar contra o kit robótica (roubótica), para um exemplo. Duvido chegar uma Ana Júlia, que liderou o Ocupa Escola no Paraná, para falar na sala de aula:

"O pior ministro da educação da história acaba de ser exonerado. Milton Ribeiro sucedeu o pior ministro da educação da História, Abraham Weintraub, que sucedeu o pior ministro da educação da história, Vélez, e deve dar lugar, mais uma vez, ao pior ministro da educação da história.

Milton Ribeiro correu e se escondeu pra evitar que o governo sangrasse com mais um escândalo. Mas e agora? Os atos do ex-ministro precisam ser investigados e punidos".

O governo Bolsonaro forma o aluno disciplinado, obediente, subordinado, hierarquizado, nivelado, passivo, decoreba, elogiado pelo comportamento automático, treinado na ordem unida, no passo de ganso. Um estudante robotizado. 

A corrupção do Mec vai além da comelança do dinheiro público. 

Não vou teorizar aqui. 

E sim propor a volta das aulas de História. 

Que a ginástica da ordem unida e as aulas de hinos marciais sejam substituídas pelo frevo. O frevo é ritmo, arte, educação física, ginástica, dança, cântico, poesia, música, cultura popuar, alegria, liberdade, democracia, fraternidade, igualdade, felicidade, (re) união, união, povo. 

Ditadura nunca mais

Tortura nunca mais

Exílio nunca mais

A Democracia não constrói cemitérios clandestinos

07
Abr22

As mulheres bonitas do Brasil

Talis Andrade

karina gato.jpg

 

Fosse eleitor

no Rio Grande do Norte, votaria em Natália Bonavides

no Paraná, em Ana Júlia

no Rio Grande do Sul, em Manuela D'Ávila e Maria do Rosário

em Pernambuco, Flaira Ferro

(Talis, tua filha Karina é mil vezes mais linda)

na Paraíba, em Anayde Beiriz 

em São Paulo, Pagu e Hilda Hilst

(Talis, estás senil,

assassinaram Anayde em 1930

e enterraram como indigente)

Não

mulher dona do próprio não

vence a morte

aprendi vendo ouvindo Flaira

dançar e cantarClipe de cantora com mulheres se masturbando é alvo de ataques na internet

Coisa Mais Bonita

 

por Flaira Ferro

 

Não tem coisa mais bonita
Nem coisa mais poderosa
Do que uma mulher que brilha
Do que uma mulher que goza

Toda mulher que deseja
Acende a força erótica que excita a criação
Dê suporte à mulher forte
Quem sabe a gente muda a nossa sorte

Toda mulher que se toca
Instiga a auto estima
Estimula o botão
Mesmo que o mundo se choque
O clitóris é antídoto pra morte

Não me vem com tarja preta
Deixa livre a minha teta
Não me vem com tarja preta
Deixa livre a minha bu

Cê tá maluco
Ou entorpecido
Pela falsa ideia
De dominação

Cê tá esquecido
Mulher sem libido
Não tem natureza
Vira papelão

Homem de armadura
Constrói prisão bélica
De postura fálica
Perde o coração

Homem de verdade
Enxerga beleza
Na mulher que é dona
Do próprio tesão
Na mulher que é dona
Do próprio não!

17
Mar22

Flaira Ferro se firma ao soltar o som e a fúria feminina do álbum 'Virada na jiraya'

Talis Andrade

Flaira Ferro se firma ao soltar o som e a fúria feminina do álbum 'Virada na jiraya'Foto Matheus Melo 

 

17
Mar22

Flaira Ferro a mais completa musicista brasileira hoje e sempre

Talis Andrade

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Redação Maah Music!

 

Além
de cantora, compositora você é bailarina. Conte para os leitores, como foi o
seu envolvimento com cada uma dessa área?

A
memória mais viva sobre meu envolvimento com a dança e com a música vem aos
seis anos de idade, quando brinquei meu primeiro carnaval em Recife, em 1996.
Sou de Recife e lá fevereiro é mês de tradição carnavalesca, a cidade fica em
função da festa. Há uma explosão de manifestações populares, ritmos, danças e
fantasias, o que me seduziu desde o primeiro contato.

A
dança, em especial o frevo, foi minha porta de entrada para o universo das artes.
Fui me interessando, me dedicando, e entrei na Escola Municipal de Frevo do
Recife, tive aulas com o Mestre Nascimento do Passo e nunca mais parei. Aos
poucos, conheci outras linguagens, fiz sapateado, ballet, dança contemporânea e
a dança virou profissão.

Meu
envolvimento com a música e a composição foram consequências diretas dessa
relação com o movimento corporal. Sinto que essas linguagens conversam o tempo
todo entre si, tudo passa pelo corpo.

 


Queria saber um pouco mais sobre seu passado pré-musica. O que você ouvia
quando era pequena? E quando você descobriu seu amor pela musica e composição?

Por
influência dos meus pais, ouvi muita música regional na infância. Coco,
ciranda, maracatu, bumba-meu-boi, forró e frevo sempre foram ritmos presentes
na prateleira de CDs da minha casa. Só vim conhecer música internacional na
adolescência. Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Elis Regina e Raul Seixas eram
os artistas que mais tocavam no som do carro durante as viagens da família pro
interior de Pernambuco.

Meu
pai é um poeta tímido. Apesar de não seguir carreira artística, sempre gostou
de declamar poesias e escrever versos e rimas. Acredito que por influência dele
tomei gosto pela palavra escrita, falada e cantada. Compus minha primeira música
aos 8 anos e descobri esse amor quando percebi que através da composição eu
conseguia desafogar minha energia criativa. Coisas que eu não conseguia dizer
numa conversa ou ideias que eu não desenvolvia na escola iam acumulando na
minha cabeça e desaguavam em poesias e canções. Até hoje é um tipo de escape
que me ajuda a entender meus sentimentos.

 


Há pouco tempo você lançou seu álbum “Cordões Umbilicais”. Como foi a escolha
do nome do álbum e do repertorio do seu novo trabalho?

O
nome do álbum veio da necessidade de dar uma imagem ao afeto. Quando vim morar
em SP tive que me reinventar para me adequar a uma cidade na qual eu não tinha
vínculos afetivos. Conheci a solidão e aliada a ela, paradoxalmente, o
sentimento de não estar só, de estar conectada com todas as pessoas, com a
criação de algo maior, o divino.

Além
das questões existenciais, minha mãe é obstetra e assisti muitos partos feitos
por ela. Um certo dia, após presenciar uma cesariana, saí inspirada e compus
uma música que nomeei Cordões Umbilicais e é também uma faixa do disco.

Quanto
ao repertório, percebi que a temática do autoconhecimento era predominante na
maioria das minhas letras. Selecionei as músicas que mais representavam meu
momento de vida e  organizei o
repertório. O disco é um estado de espírito.Luíza Boê lança “Amanheci” com as participações de Illy e Flaira Ferro -  Gazeta da Semana


No seu álbum você traz 11 faixas de autorais. Qual música do seu cd mais te
representa?

Por
se tratar de um disco inteiramente autoral no qual a maioria das letras são
minhas, cada música é um pedaço do que sinto e penso. Sou tudo que tá lá, o que
muda é a intensidade, eu acho. Tem dias que me vejo mais numa música do que
noutra, por exemplo. Depende.

 


O álbum vem com ritmos bastante brasileiros e você mistura esses ritmos.
Qual  ritmo musical mais te encanta ou
chama sua atenção?

Além
do frevo, eu tenho um carinho especial pelo caboclinho perré e pelo batuque de
umbigada. São ritmos que adoro dançar e me tocam de maneira mais visceral. 

 

Como
foi o processo de composição para o álbum “Cordões Umbilicais”? Alguma
influencia em especial?

Tom
Zé, Elis Regina, Gilberto Gil, Lenine e Bjork são artistas que me influenciam
muito. Mas não teve nenhuma música que pensei em um artistas específico para
compor. Eles estão presentes de maneira inconsciente, tudo que escuto é
referência e alimenta meu processo de composição.

 


No disco você contou com algumas participações especiais.  Como maestro Spok e do pandeirista Léo Rodrigues entre outros. Como foi a escolha das participações especiais?

Conheço
Spok há 12 anos, trabalhamos juntos em vários projetos. Além de excelente
maestro e instrumentista, ele é um grande amigo que a vida me deu. Eu queria
que o disco tivesse um frevo e ninguém melhor do que ele para compor o arranjo
instrumental na faixa Bom dia, doutor cuja letra é de outro grande amigo,
Ulisses Moraes. Já Léo Rodrigues eu o conheci no Instituto Brincante e
tornamo-nos amigos rapidamente. Quando vi ele tocar fiquei encantada com a
propriedade e o domínio do pandeiro de couro. Admiro muito o trabalho dele e o
convidei pra participar na música Mundo invisível. 

 


Como você descrever no geral o seu álbum?

É
uma obra de afeto e um retrato do tempo.

 


Gostaríamos de saber mais sobre seu gosto musical. Quais as 6 músicas
preferidas e o por que?

Como
falei antes, cada música me representa com muita verdade e não tem nenhuma que
eu ache menos importante. Elas estão dentro de um conceito e a ideia de cada
uma agrega à mensagem do disco como um todo. Mas se eu fosse fazer um pocket
show e tivesse que escolher seis músicas, eu escolheria: Templo do tempo, Atriz
Cantora ou dançarina?, Pondera, Me curar de mim, Bom dia, doutor e
Lafalafa.  

 


Fiz duas matérias sobre você aqui no blog. E as criticas foram muito positivas.
Como é para você ver  o carinho do
publico e até mesmo dos críticos musicais falando bem do seu álbum?

É
bom né? Um estímulo, sem dúvida. É gostoso compartilhar algo que ressoa em
outras pessoas de maneira positiva. A coisa vai ganhando outras dimensões,
interpretações e significados. Mas acredito que a aceitação do público nunca deve
ser o objetivo de um artista. A opinião dos outros, positiva ou não, deve ser
apenas consequência daquilo que nasce da verdade de quem cria.

 


Como é seu contato com o publico? Você usar muito as redes sociais para bate um
papo com os fãs? Você acha importante esse contato?

Não
gosto muito da palavra fã como denominação de alguém. Tenho a impressão de que
ela cria uma fronteira entre o público e o artista que não deveria existir.
Tenho pavor desse endeusamento do artista, essa coisa de colocá-lo num pedestal
para se admirar e contemplar, como algo inalcançável.

Sim,
uso muito as redes sociais e quem se interessa pelo meu trabalho e entra em
contato eu adoro trocar ideia. Respondo, pergunto, leio, opino, etc. E é isso
que rola, uma troca constante com quem chega junto.

 


Entrevista quase no final. Quais as próximas novidades, lançamento e agenda de
show?

Recentemente
gravei dois clipes. Um da música Lafalafa, dirigido por Patrícia Black e outro
da música Me curar de mim. Em breve estarei lançando eles nas redes sociais.
Quanto aos shows, as agendas são divulgadas na fanpage e no meu site
flairaferro.com.br

 


Qual mensagem você deixa para os fãs e leitores do blog?

Leiam
a autobiografia de Gandhi.    

 

 

Agora Flaira lança um
clipe, no qual pode, de alguma forma, unir música e dança. Escolheu a canção
“Lafalafa” para inspirar esse primeiro vídeo que foi gravado em junho de
2015, entre as ruas de São Paulo e o Instituto Brincante, espaço onde atua como
artista e professora. 

Os vídeos de dança solo da bailarina
Sylvie Guillem foram grandes fontes de inspiração. O minimalismo, a
simplicidade estética e a pesquisa de intenções de movimento de seu trabalho
clarearam o rumo do que seria o clipe e a performance de Flaira. Como venho da dança
popular e o ritmo de ‘Lafalafa’ é o cavalo-marinho, mergulhei numa pesquisa de
movimentos que partissem dessa matriz. Decidimos que minha atuação se basearia
no improviso, sem coreografia definida
 
explica ela. Quando a música termina, o clipe ainda continua por alguns
instantes. Fique por dentro de todas as novidades sobre a cantora: 

 

14
Jan22

Morre Thiago de Mello, o poeta da esperança

Talis Andrade

 

por Fernando Brito

- - -

Morreu agora cedo, aos 95 anos, o poeta amazonense Thiago de Mello, um dos maiores do Brasil, autor, entre milhares de poemas, do “Estatutos do Homem” e do “Faz escuro, mas eu canto”.

Mello tinha 95 anos de uma vida intensa e militante, que lhe valeu a perseguição e o exílio no Chile, onde tornou-se amigo e companheiro de Pablo Neruda, e, depois, na Europa.

Quando pôde voltar, não escolheu outro lugar senão a sua cidade de Barreirinha, rio abaixo de Manaus pelo Rio Amazonas.

A ele, a homenagem em que, em 1966, a delicada voz de Nara Leão empresta a leveza a “Faz escuro mas eu canto”.

Quando a gente não sabe o que dizer, o poeta diz pra gente.

19
Dez21

De Flaira Ferro

Talis Andrade

 

Me Curar de Mim

Sou a maldade em crise
Tendo que reconhecer
As fraquezas de um lado
Que nem todo mundo vê

Fiz em mim uma faxina e
Encontrei no meu umbigo
O meu próprio inimigo
Que adoece na rotina

Eu quero me curar de mim
Quero me curar de mim
Quero me curar de mim

O ser humano é esquisito
Armadilha de si mesmo
Fala de amor bonito
E aponta o erro alheio

Vim ao mundo em um só corpo
Esse de um metro e sessenta
Devo a ele estar atenta
Não posso mudar o outro

Eu quero me curar de mim
Quero me curar de mim
Quero me curar de mim

Vou pequena e pianinho
Fazer minhas orações
Eu me rendo da vaidade
Que destrói as relações

Pra me encher do que importa
Preciso me esvaziar
Minhas feras encarar
Me reconhecer hipócrita

Sou má, sou mentirosa
Vaidosa e invejosa
Sou mesquinha, grão de areia
Boba e preconceituosa

Sou carente, amostrada
Dou sorrisos, sou corrupta
Malandra, fofoqueira
Moralista, interesseira

E dói, dói, dói me expor assim
Dói, dói, dói, despir-se assim

Mas se eu não tiver coragem
Pra enfrentar os meus defeitos
De que forma, de que jeito
Eu vou me curar de mim?

Se é que essa cura há de existir
Não sei. Só sei que a busco em mim
Só sei que a busco
Me curar de mim

 

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