Baixa na milícia do Rio das Pedras: Justiça estadual manda demolir prédio que tem até shopping
Prédio do capitão Adriano, protegido de Sergio Moro, possui 150 apartamentos e diversas lojas
O capitão Adriano Magalhães da Nóbrega, que empregou a mãe e a esposa no gabinete de Flávio Bolsonaro, não aparece na lista dos criminosos mais procurados.
Estranhamente, três criminosos do Rio de Janeiro, adversários da milícia do Rio das Pedras aparecem na lista de Sergio Moro, ministro da Segurança Pública.
"A exclusão não faz bem à biografia do ministro Sergio Moro. Nesse episódio, o ex-juiz da Lava Jato está na posição de mulher de César: não basta parecer, é preciso ser honesto", escreveu hoje o jornalista Josias de Souza.
Josias desafia: "Moro ainda pode se reposicionar em cena. Basta incluir o nome de Magalhães na sua lista".
O prédio da milícia é irregular e está em Área de Proteção Ambiental
Dia - Passado mais de um ano desde que o Ministério Público recomendou a demolição de um grande prédio com shopping e cerca de 150 apartamentos na Muzema, na Zona Oeste da cidade, a Justiça determinou a demolição do imóvel, um dos principais empreendimentos construídos pela milícia que atua na favela e também na comunidade de Rio das Pedras. A decisão da 2ª Vara da Fazenda Pública determina a desocupação "inicialmente voluntária" em 30 dias, a contar do último dia 21. Mas caso haja decurso do prazo a desocupação deverá ser forçada. Os moradores e comerciantes começaram a ser notificados na quinta, dia 30.
A imponência do empreendimento, localizado na Estrada de Jacarepaguá 520, chama a atenção de quem passa pela via. Na parte de baixo, o Muzema Shopping, que começou a ser erguido em 2017, conta com diversas lojas. Entre elas, de roupas, serviços de estética, uma casa lotérica e até uma filial da Domino's Pizza (maior rede de pizzaria delivery do mundo). No andar de cima, estão os apartamentos.
O empreendimento, segundo o MP, foi construído em Área de Proteção Ambiental e, de acordo com moradores, é comum ter deslizamento de terra e pedras naquela encosta, em dias de chuva. Enquanto a fachada do prédio, de vidro temperado, fascina, os fundos escondem a precariedade. Tudo erguido sob ordens da milícia. "Os prédios não só foram construídos de forma irregular, como não são passíveis de regularização, segundo a legislação vigente e laudos da própria prefeitura", explica o promotor Plínio Araújo, do Grupo de Atuação em Meio Ambiente.
Ainda de acordo com ele, os responsáveis pela construção e venda de salas e apartamentos do edifício foram presos em julho do ano passado, durante a Operação Muzema. Mas conseguiram liberdade em seguida. Entre eles estão Bruno Pupe Cancella e Leonardo Igrejas Esteves Borges. "Alguns foram presos novamente, na operação do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado, na quinta-feira", acrescentou.
Três criminosos do Rio estão entre os foragidos mais perigosos do Brasil![]()
Três criminosos do Rio estão entre os foragidos mais perigosos do Brasil, segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). Na quinta-feira, a pasta divulgou lista com os 26 nomes mais procurados. Entre eles, os milicianos Wellington da Silva Braga, o Ecko, e seu braço direito Danilo Dias Lima, o Tandera, além do traficante Leomar Oliveira Barbosa, o Leozinho ou Playboy, do Comando Vermelho.
Wellington da Silva Braga, o Ecko, é acusado de comandar a milícia Liga da Justiça, que atua em várias bairros da Zona Oeste e Baixada Fluminense. Ele assumiu a organização criminosa em 2017, após a morte de seu irmão, Carlos Alexandre Braga, o Carlinhos Três Pontes. Contra ele há 12 mandados de prisão em aberto.
Homem de confiança de Ecko, Danilo Dias Lima, o Tandera, também está na lista. O criminoso atua em Seropédica e em outros municípios da Baixada. Ele é conhecido por ter estilo de vida luxuoso, gostando de ostentar mansões, cavalos de raça e carros. A suspeita é a de que esses bens sejam fruto de lavagem de dinheiro proveniente da milícia.
Leomar Olivera Barbosa solto por engano!?$
Conhecido da polícia desde o início da década de 1990, o traficante Leomar Oliveira Barbosa, o Leozinho ou Playboy, também está na lista. Ele está foragido desde 2018, quando foi solto indevidamente do Presídio Estadual de Formosa, em Goiás, após o cumprimento de um Alvará de Soltura da Vara da Justiça Federal.
Apontado como chefe de uma milícia em Rio das Pedras, na Zona Oeste, e integrante do grupo de extermínio Escritório do Crime, o capitão da PM do Rio, Adriano Magalhães da Nóbrega, o Capitão Adriano, está fora da lista. O ex-PM foi citado como suspeito de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018.