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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

15
Ago22

Bolsonarista Gabriel Monteiro apontou arma para vítima que havia pedido para interromper relação sexual, segundo depoimento

Talis Andrade

www.brasil247.com - Youtuber Gabriel MonteiroSupostos defensores dos 'bons costumes', Feliciano, Kicis e Eduardo  Bolsonaro se calam sobre Monteiro, suspeito de pedofilia - Brasil 247

 

Além de ter apontado a arma para a cabeça da vítima, Monteiro também estava gravando o ato e enviando vídeos a amigos no WhatsApp

 

247 - Uma das quatro vítimas que acusam o vereador Gabriel Monteiro (PL-RJ) de estupro relatou, em depoimento à polícia, que ele chegou a apontar uma arma para a cabeça dela após ela pedir para interromper uma relação sexual. Trechos do depoimento foram divulgados pelo Fantástico, da TV Globo, e recuperados pelo jornal Estado de S. Paulo.

Além de ter apontado a arma para a cabeça da vítima, Monteiro também estava gravando o ato e enviando vídeos a amigos no WhatsApp, segundo o depoimento. Ela conta que havia pedido para parar o ato sexual pois o vereador estava adotando comportamento agressivo, desferindo tapas em seu rosto e socos na sua costela. No dia seguinte, ela relata ter ido ao hospital, sendo que em seu prontuário está registrada "hipótese diagnóstica: violência sexual".

Sobre o fato de ter divulgado vídeos mantendo relações com menores, a defesa de Gabriel Monteiro alega que as meninas mentiam a verdadeira idade ao parlamentar. No entanto, uma das testemunhas afirma que “ele falava diretamente que ele não gostava de maiores de 18 anos”.

Além disso, Luísa Batista, uma das ex-assessoras que denunciaram o vereador por assédio sexual e moral, disse que ele tinha consciência de que se relacionava com menores. “Ele tratava (uma das meninas) como namoradinha dele. Mas todo mundo sabia que era errado, que ela era menor de idade, e que ele, além de ser maior de idade, era um parlamentar, não podia estar com essa conduta.”

A Câmara Municipal do Rio de Janeiro deve votar a cassação de Gabriel Monteiro, após aprovação por unanimidade, pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, do relatório que pede a perda de mandato do vereador.

O documento, de autoria do vereador Chico Alencar (PSOL), menciona, como exemplos de infrações cometidas por Monteiro, a "filmagem e armazenamento de vídeo de sexo com adolescente; exposição vexatória de crianças e pessoas em situação de rua em vídeos manipulados; assédio moral e sexual contra assessores do mandato; denúncias contundentes de estupro por quatro mulheres que relatam o mesmo modus operandi", entre outros.

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Gabriel Monteiro e Mamãe Falei simbolizam derrocada de políticos youtubers  - Blog do Ricardo Antunes

Liberdade política para nazistas, falsas operações policiais, turismo  sexual de guerra e abuso sexual de menores: o que os casos Monark, Da  Cunha, Mamãe Falei e Gabriel Monteiro revelam sobre a "nova"

 

As manifestações pelo impeachment de Dilma Roussef e o crescimento das redes sociais alavancou uma porção de movimentos e jovens representantes de uma nova direita brasileira. Buscando dialogar com os jovens, reciclando ideias econômicas liberais e difundindo valores conservadores nos costumes, essas novas figuras se tornaram youtubers, instagramers e tiktokers, e muitos aproveitaram a fama para alcançar mandatos eletivos em Câmaras e Assembleias Legislativas ou perseguem esse objetivo.

Inesperadamente, nos últimos meses, assistimos a uma avalanche de cancelamentos nas redes sociais contra diversas dessas novas figuras, com destaque para os casos do delegado Da Cunha, Monark, Mamãe Falei e Gabriel Monteiro. Em comum, todos são homens, heterossexuais e youtubers, que adoram gerar polêmicas nas redes com suas opiniões políticas estapafúrdias e, em alguns casos, com ações midiáticas chocantes.

Foi com esse tipo de ação que o delegado da Polícia Civil de São Paulo Da Cunha e o PM carioca Gabriel Monteiro ganharam milhões de seguidores. Ambos adotaram a prática de filmar supostas operações policiais e ações de caridade para postar nas redes e angariar popularidade. Os dois estão sendo investigados por possíveis crimes no exercício de suas profissões. 

Da Cunha foi indiciado por peculato, crime de funcionário público que se aproveita do cargo para obter benefícios, e foi afastado de suas funções. Há suspeitas de que montou um esquema cinematográfico para forjar as operações policiais que divulgava em seus canais, com contratação de particulares para organizar as filmagens. O policial alega que está sendo perseguido pelas autoridades.

O vereador Gabriel Monteiro foi denunciado em matéria do Fantástico por assédio sexual contra funcionários e abuso sexual de menores. Nas últimas semanas, apareceu em diversos vídeos que circularam nas redes. Num deles, mantém relação sexual com uma adolescente de 15 anos. Foi denunciado à justiça por ter gravado o ato. Em outro vídeo, acaricia e beija uma menor durante uma suposta ação de caridade. Qualquer um que assista percebe que há algo errado no modo como trata a criança. 

Monteiro alega que há um complô da Rede Globo, de seus ex-assessores e da máfia dos reboques do Rio de Janeiro para destruir a sua imagem. A narrativa persecutória não está obtendo êxito e Gabriel enfrentará processo que resultará em cassação de seu mandato. O sorteio indicou que o relator de seu caso na Câmara será o vereador Chico Alencar (PSOL-RJ). 

O Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo cassou, por unanimidade, o mandato de Arthur do Val (Mamãe Falei), devido aos áudios vazados em sua suposta operação humanitária e midiática na Ucrânia, país invadido pela Rússia. Nos áudios repugnantes, Arthur faz declarações dizendo que as ucranianas são “fáceis porque são pobres” e se mostra exaltado com as possibilidades sexuais no contexto da guerra naquele país. Se no início do caso a postura do ex-deputado foi de pedir desculpas, tudo mudou agora. Nos últimos dias, Arthur declarou à imprensa que ia “cair atirando” e convocou a militância do MBL para defender seu mandato no dia da cassação. Diz estar sendo perseguido por sua postura ética e atuante contra corrupção. Parece piada.

O caso do ex-youtuber e ex-membro do Flow, Monark, também ganhou novos contornos. Depois de declarar num programa ao vivo que o partido nazista deveria ter autorização legal para existir no Brasil, reivindicando liberdade política para assassinos de negros, judeus e homossexuais, Monark foi massacrado pela opinião pública e desapareceu por alguns dias das redes. Além disso, foi banido (até o momento) do Youtube. Alegando estar sendo perseguido e censurado, procurou outra plataforma e já lançou um novo podcast, onde continua se vitimizando a afirmando as mesmas ideias furadas.

O que esses quatro casos revelam é que a autodenominada “nova direita”, que muito empolgou parcelas significativas da juventude nas redes e nas ruas – especialmente a juventude branca, heterossexual e masculina – é uma farsa. Por trás da defesa de uma liberdade de expressão sem limites, da bandeira da ética e da moralidade, da exaltação da tolerância zero ao crime e da ladainha do liberalismo econômico se esconde a necessidade de blindagem de suas opiniões e práticas degeneradas, imorais e dignas de um charlatanismo sem limites. Ainda bem que a opinião pública está se movendo contra essas figuras.

Defesa do nazismo feita por Kim Kataguiri não incomoda o aliado MoroMoro diz que fala antissemita de Kim Kataguiri no Flow Podcast foi uma  “gafe verbal”Com presença de Moro, Podemos anuncia ingresso de integrantes do MBL ao  partido – Podemos
Jamais apoiarei quem tem esse tipo de opinião', diz Moro sobre Arthur do Val  - ISTOÉ IndependenteMoro abandona Mamãe Falei por causa de ofensa a ucranianas
 
12
Mar22

Manuela D'Ávila relembra: fake news do MBL levou à agressão física de sua filha recém-nascida

Talis Andrade

 

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Ex-deputada fez um retrospecto dos ataques do MBL contra ela e sua família ao comentar o fato de que Mamãe Falei (Arthur do Val), da bancada da bala, está com medo de sair na rua após a exposição do áudio misógino contra ucranianas e do nazismo do parceiro Kim Kataguiri

 
 

A ex-deputada Manuela D'Ávila, ao compartilhar nesta quinta-feira (10) uma notícia de que o deputado estadual Arthur do Val, o "Mamãe Falei", está com medo de sair na rua, relembrou os ataques que já foi alvo do Movimento Brasil Livre (MBL), grupo do qual o parlamentar fazia parte, e como isso levou até mesmo a agressão física contra sua filha recém-nascida

Mamãe Falei vem se vitimizando por estar correndo risco de perder o mandato após o vazamento de áudio misógino, em que faz falas sexistas sobre mulheres ucranianas que estão fugindo da guerra no país.

"Eu ando nas ruas de cabeça erguida porque sei quem sou e o que defendo e sei quem são os mentirosos que me atacam. Já esse deputado tem medo de sair na rua porque descobriram exatamente quem ele é", escreveu Manuela ao encerrar sua sequência de postagens narrando a atuação do MBL contra ela e sua família

A ex-deputada conta que, em 2015, quando estava grávida de sua filha Laura, foi alvo de uma fake news do MBL de que teria feito o enxoval em Miami (EUA).

"As pessoas acreditaram. Eles usaram a foto de meu enteado ainda criança. Ele também passou a ser atacado nas redes sociais. Quando Laura nasceu, o relato detalhado do meu parto foi feito nas redes sociais por uma médica que conseguiu informações e fez com que o dia seguinte ao nascimento de minha filha se transformasse numa batalha para barrar as publicações e comentários de ódio a nosso respeito", escreveu Manuela. 

"Quando Laura tinha 45 dias foi agredida fisicamente porque a agressora acreditou na fake news do enxoval nos Estados Unidos e também na ideia de que uma mulher como eu não poderia ter roupas para sua filha porque na Coreia não era assim", detalhou ainda a ex-parlamentar.💓 #ManuPrefeita (@manueladavilabr) / Twitter

Mamãe Falei é da mesma corriola de Kim Kataguiri, Fernando Holiday, Sara Goldschmidt, Bia Kicis, Sérgio Reis, Daniel Silveira, Carla Zambelli, Junio Amaral, Otonio de Paula, Filho 01 senador Flávio Bolsonaro, Filho 02 vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro, Filho 03 deputado federal Eduardo Bolsonaro, jornalistas das notícias de sangue e uma tropa de deputados da bancada da bala, que formam e comandam as milícias eleitorais armadas da campanha de Bolsonaro à reeleição. Esta campanha precisa definir a idelogia dos candidatos. Denunciar que na bancada da bala existem políticos nazistas e fascistas. Aqui se diz que Manuela é de esquerda, do PCdoB, por que esconder os deputados da direita volver?

 

Sim, existe uma Bancada da Bala

 
 

por Gabriela Cunha Ferraz, coordenadora de advocacy do Programa Justiça Sem Muros, do ITTC, originalmente publicado na Ponte Jornalismo

O país está dividido e, em meio a tantas incertezas, nossa única certeza é que, hoje, existem, escancaradamente, bancadas parlamentares estruturadas e com pautas claramente conservadoras, fundamentalistas e machistas.

Elegemos parlamentares que, unidos, formaram o que vem sendo vulgarmente conhecido como Congresso BBB porque seus membros estão comprometidos com os interesses da Bala (indústria armamentista); do Boi (ruralistas) e da Bíblia (evangélicos). Aqui, para reduzir o estresse mental, vamos nos ater ao impacto destrutivo da chamada Bancada da Bala.

Na tarde do dia 25 de março, a Bancada da Bala, depois de bradar pela redução da maioridade penal de manhã, se reuniu na Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados para debater a situação dos haitianos e os problemas sanitários (doenças) e criminais que trazem para o país.

Essa discussão, além de xenófoba e discriminatória, atesta que temos uma bancada de parlamentares, eleitos pelo povo, sim, mas que legislam em causa própria e de acordo com interesses escusos e nada democráticos. Interesses motivados por rechonchudos financiamentos privados de campanha, oriundos de empresas que precisam manter representantes particulares no Congresso.

Significa dizer que o discurso sobre a suposta impunidade que explica o permanente estado de insegurança no qual hipoteticamente vivemos é, no frigir dos ovos, uma grande falácia que encobre o verdadeiro foco do problema. Os financiamentos privados de campanha fazem com que alguns dos parlamentares eleitos precisem se manter fiéis aos discursos das empresas que ajudaram a elegê-los.

É preciso manter um discurso alarmista sobre a segurança pública porque a criação desse estado social é lucrativo e favorece um grupo determinado de pessoas que, ao longo dos anos, vem se tornando cada vez mais rico e poderoso. Muitos dizem saber disso, mas poucos parecem ter noção das reais implicações e consequências dessas relações. Esclarecendo: Quem manda nesse país não são os parlamentares, eles apenas fazem cena e chamam os holofotes para si, tentando apagar quem é o verdadeiro dono do país: o capital.

Dos 33 titulares da comissão de segurança pública, 17 (51%) são parlamentares pertencentes a corporações patriarcais e conservadoras como as Polícias Militar, Civil e Federal, Exército e Bombeiros. Sendo maioria, eles conseguem estar presentes em todas as importantes votações apoiando uns aos outros, concordando com os votos dos colegas e afastando a participação dos movimentos sociais de base, que passam a ser sumariamente excluídos do grupo seleto de pessoas com direito a voz. Considerando que os militantes dos direitos humanos não estão abertos a serem financiados por empresas que violam diuturnamente esses direitos e liberdades individuais, talvez sejamos definitivamente rechaçados dentro da própria casa do povo.

O cenário está longe de ser razoável. Na pauta do dia temos um Projeto de Emenda Constitucional que reduz a idade da maioridade penal, ferindo uma importante cláusula pétrea e desconsiderando o maior texto da nossa República. De outro lado, marcos legais que ampliariam direitos, como o fim das revistas vexatórias, a regulamentação das audiências de custódia e o fim dos autos de resistência, caminham com extremo vagar no Congresso.

O que esperamos do Poder Legislativo são parlamentares que escutem a voz da sociedade, se informem sobre as necessidades e anseios do povo, mas sem com isso descuidar dos direitos de grupos minoritários e vulneráveis. O que não precisamos são de fantoches guiados por grandes conglomerados econômicos. Queremos representantes participativos e assíduos que defendam os direitos humanos, mas estamos fartos de deputados que priorizam suas patentes, medalhas e uniformes.

Não, não precisamos de uma bancada com indivíduos que ratificam um discurso de ódio, o recrudescimento de penas e o estado de controle máximo, ao passo em que eles mesmos cometem verdadeiros crimes de racismo, além de incitação pública da violência institucional e do crime de estupro em plena sessão parlamentar, como no episódio que envolveu a ex-ministra Maria do Rosário.

Mas, o que esperar de um poder que organiza seus representantes em castas temáticas pela defesa de interesses particulares? Que rasguem a Constituição, oras.

  • Sem partido, Mamãe Falei manda carta a todos os deputados para não ser cassado
    APELO PIEGAS

    Sem partido, Mamãe Falei manda carta a todos os deputados para não ser cassado

  • Câmara dos Deputados aprova por unanimidade moção de repúdio contra Mamãe Falei
    DECISÃO UNÂNIME

    Câmara dos Deputados aprova por unanimidade moção de repúdio contra Mamãe Falei

 
12
Mar22

Manuela relata ataques do MBL após Arthur do Val dizer que sente medo

Talis Andrade

Manuela relata ataques do MBL após Arthur do Val dizer que sente medo

 

A vice-presidenta do PCdoB, Manuela d’Ávila, relatou, pelas redes sociais nesta quinta-feira (10), algumas das inúmeras agressões que sofreu especialmente nos últimos oito anos, boa parte dos quais ligadas ao MBL e à extrema-direita.

A motivação de Manuela foi a declaração do deputado estadual Arthur do Val (Podemos-SP), o “Mamãe Falei”, do MBL, de que estaria com medo de sair à rua depois do vazamento e da repercussão do áudio misógino e preconceituoso no qual disse que as mulheres ucranianas “são fáceis porque são pobres”.

Ando nas ruas de cabeça erguida porque sei quem sou e o que defendo e sei quem são os mentirosos que me atacam

Eu lembro a primeira vez em que fui agredida por causa de uma fakenews: era 2014.

Eu estava tomando café com meu marido e um menino olhou para mim e passou a me agredir por conta de uma notícia mentirosa publicada num perfil de Twitter e num site que mentia ser de humor.

Pouco tempo depois, estava grávida e fui agredida numa ação orquestrada por um deputado ligado ao MBL.

Quando estava com quatro meses de gestação, o MBL (associados com blogs de extrema direita) criou uma fakenews em que diziam que eu havia ido aos Estados Unidos Fazer enxoval. As pessoas acreditaram. Eles usaram a foto de meu enteado ainda criança. Ele também passou a ser atacado nas redes sociais.

Quando Laura nasceu, o relato detalhado do meu parto foi feito nas redes sociais por uma médica que conseguiu informações e fez com que o dia seguinte ao nascimento de minha filha se transformasse numa batalha para barrar as publicações e comentários de ódio a nosso respeito.

Quando Laura tinha 45 dias foi agredida fisicamente porque a agressora acreditou na fakenews do enxoval nos Estados Unidos e também na ideia de que uma mulher como eu não poderia ter roupas para sua filha porque na Coreia não era assim.

Meu marido foi expulso de um clube porque era casado com uma comunista.

Em 2018, milhões de brasileiros compartilharam a notícia falsa que eu havia ligado 18 vezes para Adelio Bispo no dia da facada no candidato adversário.

Em 2021, minha filha foi fotografada na porta da escola.

Essa imagem foi distribuída inclusive pela esposa do vice-prefeito (ex presidente do MBL).

Logo em seguida, a mesma imagem passou a ser usada por grupos de ódio para nos ameaçar de morte e estupro.

Não consigo contar o número de vezes que fui agredida no supermercado ou na rua por conta dessas mentiras.

Há oito anos, eu sinto medo por mim e pelos meus.

Mas eu ando nas ruas de cabeça erguida porque sei quem sou e o que defendo e sei quem são os mentirosos que me atacam.

Já esse deputado tem medo de sair na rua porque descobriram exatamente quem ele é”.

Charge: Reprodução Facebook/Ferrugem Cartuneiro

10
Mar22

O dia em que ‘Mamãe Falei’ foi parar na delegacia em Curitiba

Talis Andrade

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07
Mar22

Arthur do Val e a violência nossa de cada dia

Talis Andrade

www.brasil247.com -

 

por Carla Teixeira

- - -

As falas repulsivas do deputado estadual Arthur do Val (PODEMOS-SP) é apenas mais um capítulo revelador para a opinião pública sobre a imoralidade e a indecência de figuras e grupos políticos da extrema-direita que ascenderam ao poder durante os últimos anos no Brasil. Ele estava na Ucrânia, acompanhado de Renan dos Santos – fundador do MBL -, para prestar apoio ao governo neonazista implantado naquele país a partir do golpe de Estado ocorrido em 2014. Os áudios divulgados foram reconhecidos por Arthur como autênticos.  

Um festival de obscenidades: “as cidades mais pobres são as melhores [para “pegar” mulheres]; “se ela cagar, você limpa o c* dela com a língua”; “assim que essa guerra passar, eu vou voltar pra cá”; “elas olham, são fáceis porque são pobres”; “essas minas, em São Paulo, você dá bom dia e elas cospem na sua cara. E aqui são super gente boa. É inacreditável! (Inacreditável é pensar que alguém gastaria saliva com um sujeito que merece mesmo é água de chuca na cara – o que poderia ser ineficaz enquanto ato de repulsa por, quiçá, contentar sua coprofilia confessa). Renan do Santos foi citado como praticante do “tour du blond” - turismo voltado à exploração sexual de mulheres loiras e pobres.

Depois de ser pego com a boca na botija em seu machismo, misoginia, violência, exploração sexual de mulheres, estimulo à prática de turismo sexual – o que anda de mãos dadas com o tráfico de mulheres e crianças para trabalho escravo e abuso sexual – e toda sorte de preconceito, Arthur do Val foi massacrado pela opinião pública da esquerda à direita.

O presidente Jair Bolsonaro oportunamente afirmou que a fala de Arthur “é tão asquerosa que nem merece comentário”. A ministra Damares – que incentivou a invasão de hospital para tentar impedir o aborto de uma menina de 10 anos estuprada pelo tio em gravidez que representava risco para a mãe e para o bebê – não deixou de condenar os áudios, seguindo a linha do filho 01, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Depois de apoiar e incentivar a ida de Arthur e Renan para a Ucrânia, Sérgio Moro (PODEMOS) também demonstrou repúdio.

Jogado ao mar por seus semelhantes, Arthur tentou justificar-se dizendo que errou e apenas disse o que sentiu num momento de empolgação. “Sou homem, sou jovem. Vi um monte de mulheres bonitas sendo simpáticas, talvez porque em São Paulo as mulheres sejam mais inacessíveis” para um otário machista desprovido de respeito e valores civilizatórios como ele – poderia ser um adequado complemento à sua frase. Renan dos Santos fingiu demência e disse não ter “a menor ideia disso aí”.

Apesar da inevitável repulsa que ouvir os áudios provoca em qualquer pessoa civilizada, é preciso dizer que as reações não passam de mais um episódio político de indignação seletiva. Em 2019, o mesmo Bolsonaro que hoje condenou Arthur ofereceu o Brasil para a prática de turismo com abuso sexual: “quem quiser vir aqui fazer sexo com uma mulher, fique à vontade”. À época, houve barulho e protestos resignadamente condensados em ineficazes notas de repúdio.

Outro caso de indignação seletiva semelhante, vale lembrar que Bolsonaro também fez declarações e flertou com o nazismo incontáveis vezes antes que toda a opinião pública se voltasse contra o moleque ignorante e inconsequente que apresenta podcast na internet. Refém do verme que ocupa o poder central, impotente diante de seu ímpeto genocida e violento, a sociedade brasileira se volta contra os ovos por ele depositados nos mais diversos espaços públicos e institucionais. É como diz o ditado: “em pau caído, todo mundo faz graveto”.

A prática de exploração sexual de vulneráveis é comum em nosso país. Samuel Klein, fundador das Casas Bahia, é o mais recente exemplo que tornou público a prática abjeta de estuprar meninas pobres menores de idade em troca de dinheiro e condições de vida digna para elas e suas famílias. Apesar dessa monstruosidade ser conhecida por funcionários e frequentadores de suas lojas, a mídia corporativa jamais ofereceu espaço para as denúncias. As Casas Bahia sempre foram as principais anunciantes dos grandes jornais.

Todavia, essa história violenta é mais antiga. O Brasil é uma nação construída a partir da violação e exploração de povos vulneráveis. Como mostrou o projeto “DNA Brasil”, 70% das mães que deram origem à população brasileira são africanas e indígenas enquanto 75% dos pais têm origem europeia. O estupro de mulheres, assim como assassinato de homens pretos e indígenas – que deixaram poucos descendentes – são as marcas da violência que carregamos em nosso DNA. É impossível fugir da própria história.

Cabe ressaltar que o teor repulsivo das falas divulgadas compõe o cotidiano de diversos homens que se colocam à esquerda do espectro político. Qualquer pessoa que frequenta espaços masculinos já presenciou um sem número de ocasiões em que homens brancos, heterossexuais, cisgêneros - alguns gostam de aparecer nas redes sociais como defensores dos pretos e das mulheres, entre arco-íris da luta LGBTQIA+ - se referirem às mulheres como objetos que devem estar à sua disposição para satisfação pessoal e prazer sexual. Trata-se do ordinário em conversas entre amigos da irmandade conivente com a violência simbólica cotidiana. Em outras palavras: é a violência nossa de cada dia.

Esses sujeitos são os mais perigosos e costumam passar despercebidos por dominarem o código de conduta social que lhes permite reafirmar e desfrutar de seu lugar de privilégio, na vida pessoal, enquanto na esfera pública aparentemente combatem a desigualdade e a violência que sustenta esse mesmo privilégio. Mencionar isso pode significar colocar o dedo na ferida de alguns, mas não haverá como superar aquilo que não for combatido em sua realidade mais incômoda.

O deputado Arthur do Val desistiu de sua pré-candidatura ao governo de São Paulo e aparece em todas as mídias que lhe dão espaço como um garoto errático que, acostumado a viver sem responder pelas consequência dos seus atos, foi finalmente chamado à responsabilidade do lugar social que ocupa como político e cidadão. Sabe que corre o risco de ser expulso do PODEMOS, perder o mandato parlamentar e já anuncia que poderá deixar a carreira política. Tomara.

O que essa situação traz à tona é a noção de uma masculinidade anacrônica e decadente, ainda muito presente e aceita em nossa sociedade, que representa o que de pior acontece no mundo: guerras, violência, estupro, tortura e todo tipo de violação física, psíquica, emocional, política, cultural, econômica e social.

É difícil olhar para tudo isso, principalmente quando notamos essas práticas tão próximas em nossa vida, inclusive em nossos atos inconscientes do cotidano. Se queremos avançar no processo civilizatório, como nação, precisamos enfrentar a questão do machismo e da exploração sexual em suas formas mais dissimuladas. Foi tolerando o intolerável que Jair Bolsonaro tornou-se Presidente da República trazendo consigo Monark, Renan dos Santos, Arthur do Val, Sérgio Moro e outros. Que aprendamos a lição para interromper esse ciclo de violência e garantir que essa Era macabra do Brasil jamais se repita.

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05
Mar22

"Vejam no que deu a antipolítica lavajatista"

Talis Andrade

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"Eu contei, sã 12 policiais deusas. Que você casa e faz tudo que ela quiser. Eu estou mal cara, não tenho nem palavras para expressar. Quatro dessas eram minas que você se ela cagar você limpa o c* dela com a língua. Inacreditável. Assim que essa guerra passar eu vou voltar para cá”, prometeu o deputado estadual "Mamãe Falei" Artur do Val, MBL, São Paulo, candidato de Sergio Moro a governador.

Nem precisou dizer que as 12 policiais ucranianas eram brancas. Brancas como a neve e louras, quando no Brasil o deputado misógino, sexista e racista, não pretende usar a língua como papel higiênico. 

Desfile militar em salto alto lança polémica na Ucrânia

Defile militar de saltos altos na Ucrânia de 2021

 

𝐺𝑙𝑜𝑟𝑖𝑎 ♪ 𝑖𝑛 𝑡𝑒 𝑑𝑜𝑚𝑖𝑛𝑒 ♪ 🦛

@PotamusGloria

Não basta ser cretino e escroto com as ucranianas, tem que ser também com as brasileiras... e ainda tem um monte que dá bola pra uns macho tóxico desse, que sempre reduzem a mulher a aparência. Precário e nojento. Mas o que esperar de machistas, né?

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O ex-ministro da Educação Fernando Haddad (PT) questionou Sergio Moro sobre o episódio. "Outra gafe verbal, Moro?", disse o petista nas redes sociais ao lembrar que o ex-juiz havia afirmado que as falas sobre o nazismo do deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP) em um podcast no mês passado foram "gafe verbal".

O pré-candidato ao Planalto e governador de São Paulo, João Doria (PSDB), também criticou a declaração atribuída ao representante do MBL. "Repudiante a fala do deputado Arthur do Val sobre as mulheres ucranianas. Inaceitável! Vergonhoso!", disse o tucano. Já Guilherme Boulos (Psol) classificou o episódio como "asqueroso".

"Deputado paulista vai para a Ucrânia se fingir de combatente mas, pelo visto, foi fazer turismo sexual, cheio de preconceito social e machismo... O MBL sempre foi humanamente desprezível. Inventaram fake news sobre Marielle e atacaram Padre Júlio. Mas o áudio de Mamãe Falei ultrapassa qualquer limite de indignidade moral. Ir para um país em guerra para assediar mulheres desesperadas é nojento demais!", disse Boulos no Twitter.

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Márcia Rios
@profmarciarios
Quando o cara compara prof a vagabundo e se volta contra o padre Júlio Lancelotti que acolhe pessoas em situação de rua bom sujeito não é. Ficou provado após sua ida a Ucrânia. Turismo sexual já é errado façam ideia num país em guerra é nojento 2x. #foraarthurdovalImage

Fernanda Melchionna
Nojento e asqueroso esse comentário, nada surpreendente, vindo do Mamãe Falei. Objetifica mulheres ucranianas que estão em extrema vulnerabilidade por conta da guerra. Repúdio a esse machista que sexualiza mulheres que em meio a tamanha tragédia!
Socorro
@Socorrofpb
Replying to
Sim, objetificar mulheres é nojento.Image
Leia aqui os testemunhais de Manuela Davila e Natália Bonavides
AMAROSpdl22
@AServelhere
NOJENTO o vídeo do Mamãe falhei, sobre as mulheres ucranianas. As mulheres brasileiras exigem esse ser ignóbil fora da longe da vida pública.Image
Lenio Luiz Streck
@LenioStreck
Vejam no que deu a antipolítica lavajatista: Mamãe Phalhei, Zambeli, Campagnolo, Daniel bombado, Boca Aberta, Bibo Nunes, Bolsonaro e quejandos. Que nível. O que diriam Ulisses? Tancredo? F. Nobre? Parabéns Moro e Dallagnol. Viva a “nova direita”! E Weintraub vem aí.Image
Blog do Noblat
@BlogdoNoblat
O senador Álvaro Dias (PODEMOS-PR) disse que Arthur do Val, o Mamãe Falei, disse "besteiras" sobre as mulheres ucranianas. Besteiras, senador? Só besteiras?Image
Christian Lynch
@CECLynch
Deputado de São Paulo estava na Ucrânia e disse que "ucranianas são fáceis porque são pobres". De volta ao Brasil, Arthur do Val comenta áudios vazados: "Peço só que entendam o contexto". O contexto:ImageImage
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Hendrix Careta🎸
@Hendrix_Careta
que merecem os adversários do Padre Júlio Lancellotti?Image
 
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 Ele disse que a língua dele é papel higiênico usado

Lado Esquerdo, Lado Forte! 🚩✊🏽✊🏿✊🏼

@GikaKsar

Para quem ainda não conhece esses dois:

**Kim Kataguiri (Deputado Federal - Podemos)

**Mamãe Falei (Arthur do Val, Deputado Estadual, Podemos - SP)

Reveja seus conceitos.

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25
Fev22

Kicis the nazis: os flerteSS da deputada que quer criar o ‘crime de falsa acusação de nazismo’

Talis Andrade

Bia Kicis se encontra com deputada de partido negacionista e xenófobo da  Alemanha - CartaCapital

 

por Hugo Souza

Há poucos dias, em 14 de fevereiro, a deputada federal bolsonarista Bia Kicis (PSL-DF) apresentou à Mesa Diretora da Câmara dos Deputados o projeto de lei 254/2022, que prevê o “crime de falsa acusação de nazismo”.

A motivação da deputada, que preside a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, foi a demissão do comentarista Adrilles Jorge da Jovem Pan, no início de fevereiro, após Adrilles encerrar sua participação em um programa da emissora com a saudação nazista da mão direita espalmada – o sieg heil (“salve a vitória”).Depois de ganhar mídia ao fazer gesto interpretado como saudação nazista,  Adrilles diz que vai se candidatar a deputado - Brasil 247Moro faz saudação parecida com a de Adrilles que foi associada ao nazismo;  VEJA VÍDEO - Terra Brasil Notícias

Durante o programa, antes de fazer o sieg heil, Adrilles defendeu o youtuber Monark, que tinha acabado de ser dispensado do Flow Podcast por advogar, também ao vivo, pela criação de um partido nazista brasileiro.

Na justificação para o PL do “crime de falsa acusação de nazismo”, Bia Kicis escreveu que Adrilles apenas “despediu-se do público”. Ao apresentar o projeto na Câmara, a deputada falou em “um tchau mal interpretado”.

Ou então o gajo, se calhar, só queria arejar o sovaco direito:

Como exemplo do que seria uma “banalização” do termo “nazista”, Bia Kicis citou também o caso de Filipe Martins, o assessor de Bolsonaro que foi denunciado pelo Ministério Público por fazer um gesto da Ku Klux Klan durante uma audiência no Senado. Para a deputada, Martins apenas ajeitou o paletó.

Assessor de Bolsonaro depõe à Polícia Legislativa sobre gesto ofensivo em  sessão do Senado | Política | G1

Skinhead na CCJ

Bia Kicis publicou em suas redes sociais uma mensagem de Carlos Pampillón, “acusado de ligação com grupos neonazistas na Argentina”, diz o Estadão. “Pampillón é apontado como mentor e treinador de um grupo de skinheads que atacou nove pessoas em Mar Del Plata”..

Carlos Gustavo Pampillón (@CGPampillon) / Twitter

Carlos Gustavo PampilónImage

 

Nesta linha, deve ser apenas uma referência “conservadora” às runas vikings o símbolo estampado na camiseta de um amigo do neonazista argentino Carlos Pampillón, numa foto de semanas atrás em que o próprio Pampillón aparece com uma t-shirt estampada com a imagem de Jair Bolsonaro.

Wolfsangel in E. Ukraine: Foreign Policy talks to deputy leader of  'pro-govt' Azov Battalion — RT World News

Batalhão Azov com símbolo da Waffen SS, bando neonazista da Ucrânia

 

O símbolo é o Wolfsangel, usado por pelo menos quatro Divisões Waffen SS nazistas na Segunda Guerra Mundial, inclusive a temida 2ª Divisão “Das Reich”, responsável por uma miríade de crimes de guerra

Em agosto do ano passado, Bia Kicis repercutiu em sua conta no Twitter um vídeo de Carlos Bolsonaro, desculpe, Pampillón convocando os argentinos a pegarem em armas “legalmente” contra o governo de Alberto Fernández.

Eduardo Bolsonaro ironiza comunidade LGBT com camiseta pró-armas - Guia Gay  Brasilia

Depois, Bia Kicis apagou a publicação, que tinha a hashtag das manifestações bolsonaristas pelo voto impresso realizadas no dia 1º de agosto de 2021. A deputada foi a autora da PEC do voto impresso, derrotada em uma comissão especial da Câmara quatro dias depois.

Por falar em incitar a população a “se armar legalmente”, Bia Kicis se encontrou nas últimas horas com o líder do movimento Pró-Armas, Marcos Pollon. Em ano eleitoral, Pollon é figura de proa numa ação bolsonarista coordenada nos estados para liberar o porte de armas para Colecionadores, Atiradores Esportivos e Caçadores – os CACs -, conforme este Come Ananás denunciou com exclusividade no dia 10 de fevereiro.

Ótimo papo com meu amigo @PROARMASBrasil @PollonMarcos ! pic.twitter.com/5cmOWzLDLB

— Bia Kicis (@Biakicis) February 19, 2022

 

O ‘rosto amigável do Nacional Socialismo’

Em julho do ano passado, entidades judaicas brasileiras reagiram com indignação ao encontro de Jair Bolsonaro, em Brasília, com a deputada alemã Beatrix von Storch, vice-presidente do partido de extrema-direita Alternativa Para a Alemanha (AfD, na sigla em alemão). O AfD vem sendo monitorado pela Ação Federal para a Proteção da Constituição, agência instaurada na Alemanha depois da Segunda Guerra Mundial para ficar de olho em grupos que flertam, se não trepam, com o nazismo.

Beatrix von Storch é neta de Johann Ludwig Schwerin von Krosigk, que foi ministro das Finanças de Adolf Hitler. No currículo, a netinha tem histórico de incitação ao ódio contra muçulmanos.

Antes de se encontrar com Bolsonaro, Beatrix von Storch se encontrou com Bia Kicis:Bia Kicis se encontra com deputada de partido negacionista e xenófobo da  Alemanha - CartaCapital

No ano passado, um membro do AfD, Matthias Helferich, foi flagrado se autodescrevendo como “o rosto amigável do Nacional Socialismo”, que é como os nazistas, ou os neonazistas, preferem se referir a si próprios.

Bia Kicis é ligada também à “ativista”, que fez parte do grupo “feminista” Femen, de origem ucraniana e ligado a tendências neonazistas. A deputada teve ainda conexão com o grupo “300 Brasil”, que em 2020 chegou a atacar o prédio do STF com fogos de artifício e do qual Sara Winter foi uma das artífices. O grupo, extinto, guardava semelhanças com organizações neonazistas europeias.Sara Winter é presa pela PF em Brasília | VEJASara Winter

Grupos paramilitares e neonazistas ucranianos ostentam o Wolfsangel nazista como símbolo. Há dois anos, Bia Kicis se armou para a guerra quando a imprensa e políticos notaram, estupefatos, que manifestações pró-Bolsonaro na avenida Paulista estavam sendo decoradas com bandeiras ucranianas.Polícia investiga a presença de símbolo neonazista em protesto na Avenida  Paulista - Jornal O GloboSaiba quem é o dono da bandeira ucraniana que deu origem ao conflito na  Avenida Paulista - MBrasil

Ainda em 2020, uma semana antes do então secretário de Cultura do governo Bolsonaro apresentar-se em rede nacional como cosplay de Joseph Goebbels – o ministro da Propaganda de Hitler – anunciando planos para a arte e a cultura do Brasil, Bia Kicis publicou em seu perfil no Twitter um vídeo em que aparecia ao lado de Alvim e no qual Alvim dizia que “eu posso afirmar pra vocês uma coisa, sem medo de errar: 2020 vai ser o ano do renascimento da arte e da cultura no Brasil”.

O POVO on Twitter: "O secretário especial da Cultura, Roberto Alvim,  parafraseou famoso discurso do ministro da Propaganda de Adolf Hitler,  Joseph Goebbels, em pronunciamento. Veja o vídeo > https://t.co/Lxwe2XQcUf  https://t.co/uhU4STisQ7" /Bia Kicis - Encontro com Roberto Alvim, secretário...

 

‘Wie bitte?’

Em um nada menos que espetacular vídeo satírico que circulou na internet há não muito tempo, um oficial nazista, com uma suástica no braço, passa sobranceiro por uma rua quando um cidadão alemão, contrariado, o chama de “nazi”.

O oficial reage: Wie bitte? (“Como é que é?”), e prossegue:

“Que absurdo! Só porque eu sou um membro do NSDAP – o partido nazista – e da SS, então eu sou um nazi? Nazistas, nazistas, nazistas… Todo mundo é nazista. Quando ficam sem argumentos, usam a boa e velha ‘cartada do nazismo’. Só porque alguém não compartilha da sua opinião dominante, ele se torna automaticamente um nazista. No seu mundo, todos são nazistas. Para você, o Führer também é um nazista, não é?”.

Ao confirmar que sim, ora essa, o führer era um nazista, o cidadão vai preso, como Bia Kicis quer. O oficial da SS ironiza: “Já sei, já sei: ‘métodos nazistas'”.

Bia Kicis, repetimos, é presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados. Isto é o “novo Brasil”, e o vídeo é este:

 

19
Fev22

Deep fake news

Talis Andrade

 

Preparem-se que esse ano vai ser de foder lascar. Vai veno…

Por Toni d´Agostinho

Jogo de cena

Sobre a polêmica da semana… Impressionante como a direita consegue capturar a pauta. Será que tudo isso é espontâneo? O Kim Patroca é exatamente aquilo que o Andrew Kuribko, no fundamental “As Guerras Híbridas“, chama de “tenente” (um agente que recebe treinamento dentro de um país-alvo pra iniciar um processo de revolução colorida, segundo escalão na hierarquia desse tipo de organização, logo abaixo do “núcleo”, que geralmente é treinado e recebe diretrizes no exterior). A Batata Liberal, nossa Tabatatcher, é cria da fundação Lemann, igualmente treinada. O rapaz do Flow, fenômeno do Youtube, me parece ter a inteligencia de uma ostra e ser bastante manipulável (quem acredita em anarco-capitalismo acredita em tudo) mas também parece ser bastante ambicioso. Vão me dizer que não estavam em conluio? A Batata sai de “ponderada” e os meninos de “defensores da liberdade de expressão”… O tal Monark tem tudo pra se candidatar a deputado (e se eleger fácil!). Ainda fomentam o debate que super interessa para eles sobre nazismo/comunismo, abusando da associação Bolsonaro-nazismo x Lula-comunismo com aquela patacoada de teoria da ferradura… E a esquerda turbina a operação em sua eterna caça por likes e wiews nas plataformas da bigtech… Se liga, hein?

Não da Brech(t)a, camarada

O tamanho das ninhadas então… 80 anos depois e o velho Bertolt continua atual… 

Permaneça rindo para não chorar 

17
Fev22

Tiro, porrada e bomba! O inferno do debate político nacional

Talis Andrade

nazista adrilles.jpg

 

O ex-comentarista da Jovem Pan Adrilles Jorge 

 

por Wilson Gomes /Cult

Esta foi uma semana ruim para o radicalismo político na esfera pública. O mercado de Opiniões e Comportamentos Políticos Desagradáveis, Radicais, Levianos e Feitos para Lacrar, que vinha em alta desde 2013, teve um revés. Mas é claro que isso não vai alterar o seu modo de funcionamento, e na semana que vem voltará à programação original para melhor servir à sua ampla e ativa clientela.

Já faz tempo que a esfera pública política vem funcionando sob o imperativo da lacração e da necessidade cotidiana de alimentar uma guerra cultural com fogo e fúria. Tudo motivado pelas recompensas em forma de amor digital e em “monetização” – sim, likes pagam boletos – que são reservadas apenas a quem apresentar as posições mais extremadas e da forma mais afrontosa possível. É preciso “causar”.

A necessidade por tretas e radicalismo se generalizou. O BBB22, por exemplo, é considerado a edição mais chata da franquia em muitos anos pela falta das “problematizações” e barracos entre tribos identitárias que foram abundantes no ano passado. Da mesma forma, os ambientes de produção e distribuição de informação foram pelo mesmo caminho. Os jornais de referência, os produtos noticiosos hiperpartidários, os sites de notícia e o público que discute política nas plataformas digitais, todos gostam mesmo é de radicalismo, pé no peito, polêmica pela polêmica, não de quem hesita, faz distinção, argumenta e fala baixo. Basta que se vejam as métricas de seguidores, visualizações, engajamento e faturamento para se comprovar este ponto de vista.

Com esse padrão em vigor, como ficar chocando com a espiral ascendente de brutalidade, provocações, cancelamentos e ódio que infestam a vida pública brasileira?

 

A inovação “disruptiva” do mercado de razões

 

Os melhores atores no provimento desse tipo política são, naturalmente, os grupos mais novos e inovadores no ramo da militância (militância não, desculpe, agora se chama “ativismo”) e do comentário político. Penso sobretudo na nova extrema-direita, que já nasceu digital, na nebulosa hiperliberal que emergiu no Brasil desde o início da década passada (Ancaps, liberteens, libertários e assemelhados) e nos identitários de esquerda. Todos, ao meu ver, fornecendo padrões de militância e comentário político “inovadores” baseados em três lemas: a) ou tem treta ou tem tédio; b) quem não radicaliza não é notado; c) ou você é um floquinho de neve, cheio de frescuras e flopa, ou você pisa no dedão de alguém e bomba.

Muita gente teve uma ascensão meteórica, de nadinha para influencer bombado, em alguns anos. Nem todos tratavam de política institucional, mas lembrem-se que estamos na mais plena materialização da ideia de que tudo é política, do pessoal e íntimo até as causas mais universais e abstratas. Além disso, o jogo político passou a ser o principal entretenimento brasileiro desde 2013, ganhando da fofoca e da ficção. Era normal que mesmo quem se ocupava inicialmente de outras coisas convertesse para a política o seu arsenal de gracejos, performances e opinião.

O resultado é o que estamos vendo. Só isso explica fenômenos como o fato de o Flow Podcast ou ou PoadPah terem se tornado arenas centrais irrecusáveis para candidatos presidenciais. Só isso explica pessoas como Caio Coppolla e Adrilles Jorge se tornaram comentaristas de política na Jovem Pan. Ou como Kim Kataguiri, Fernando Holiday e outros fundadores de startups antipetistas, além de uma lista enorme de youtubers antipetistas ou libertarianistas, terem conseguido mandatos populares nos últimos ciclos eleitorais. Ou a ascensão de figuras como Rodrigo Constantino, Jones Manoel e Allan dos Santos, que transformaram o provimento de opinião política controversa, extremada e provocadora em sua atividade e fonte de remuneração principal.

Não chegaram aonde estão por uma inteligência notável ou por uma formação sólida e consistente, mas porque entenderam o momento, as demandas da nova clientela consumidora de informação política e conseguiram projetar um produto que atende tais demandas: inovador, provocador, controverso, lacrador e chocante.

E há ofertas para todos os gostos. Se você é um stalinista ou acabou de sair da Guerra Fria, nem por isso deixará de ter um podcast, um canal no YouToube, um programa de rádio ou audiovisual para mastigar e interpretar o mundo conforme as suas expectativas. Se você é um identitário de esquerda, um evangélico conservador ou um hiperliberal, idem, sempre haverá alguém para oferecer uma interpretação radical, “disruptiva” e provocadora do mundo conforme os seus desejos.

Disso tudo resulta uma esfera pública política polarizada, devotada à provocação e ao reforço de pontos de vistas radicalizados, parciais e, geralmente, furiosos. Ora, quem semeia tretas e radicalismo, como pode esperar colher moderação e disposição para construir cooperativamente alternativas políticas?

 

Semeando conflitos para colher engajamento

 

E foi o que vimos esta semana, mais uma vez. Embora, nos casos em tela, o radicalismo tenha custado caro a quase todos os radicais.

No sábado (5/2), um vereador do PT de Curitiba liderou uma multidão de manifestantes políticos num protesto contra o assassinato de um congolês no Rio. A inovação consistiu em fazer este protesto dentro de um templo religioso católico, que, segundo a Arquidiocese local, foi agressivamente invadido. Os fiéis podem esperar, o identitarismo tem as suas urgências e não pode esperar.

Isso tudo enquanto a direita conservadora está justamente escolhendo os temas para a sua estratégia de semear o pânico moral contra a esquerda. No exato momento em que começava a circular em suas redes de WhatsApp os temas “os petistas querem acabar com as igrejas” e “eles são cristofóbicos”, a esquerda vai lá e fornece personagens e imagens. A ideia de que “estamos sitiados e oprimidos pelo Mal” precisava de vídeos, não precisa mais: o movimento negro identitário acabou de fornecer-lhes material até outubro.

Isso impede a vitória de Lula? Provavelmente não. Mas basta um ato estúpido como esse para dar mais 3 vereadores, 5 deputados estaduais e 2 federais ao PP, PL ou Republicanos. Jogada genial. A centro-esquerda provavelmente reconquistará a presidência da República na eleição de outubro, mas não a presidência da Câmara nem a maioria nas casas legislativas. Quem quer que venha a ser o futuro presidente do Brasil vai ter que negociar qualquer coisa com as bancadas da Bíblia e do Boi, que, afinal de contas, continuarão mandando nesse país. Em outras palavras, o bolsonarismo poderá perder a hegemonia em outubro, mas o identitarismo evangélico ultraconservador consolidará o seu predomínio. Com a ajuda dos radicais do petismo.

Não bastasse isso, começou a circular no submundo da extrema-direita uma campanha de uma rede de academias de ginásticas em que se diz “todas as pessoas brancas reproduzem racismo”. A direita bolsonarista, claro, fez a festa, reiterando que se você é branco, cis e hétero não tem nada a ganhar votando numa esquerda que esfrega na sua cara “você é um racista, reconheça os seus pecados que temos uma penitência aqui para você pagar”. Independentemente de você efetivamente ser racista ou não. Mais uma vez a militância-de-problematização dos identitários de esquerda alimenta a militância-de-treta dos identitários de direita. Tem sido assim há muitos anos.

Uma campanha como essa, que distribui culpas e exige penitência, tem pouquíssima capacidade de mudar atitudes e comportamentos fora da bolha dos progressistas. Este é um dos grandes problemas das táticas “de problematização” identitária de esquerda. Eles estão tão acostumados a pisar nos pés dos progressistas e a contar com um rio perene de remorsos e complacência da esquerda que não sabe falar para um auditório universal. Então, é tiro no pé a toda hora.

 

O ancap e o nazismo

 

Na última segunda (7/2), os libertarianistas de direita começaram o seu momento de meter os pés pelas mãos. Os âncoras do Flow Podcast, Bruno Monteiro Aiub (vulgo Monark) e Igor Coelho, conversavam com os deputados Tabata Amaral e Kim Kataguiri, quando o próprio Monark defendeu com veemência que um partido nazista ou antijudaico deveria ter o direito de existir no Brasil. Posição confortavelmente em circulação nos ambientes hiperliberais, em que todos os desejos e caprichos devem ser desembestados (liberdade como um absoluto) e a vida social tem que ser darwinismo duro e puro (liberalismo austríaco). Só que desta vez foi notado. Kim Kataguiri assentia e, indagado sobre se concorda com a criminalização de partidos nazistas na Alemanha, disse que não. Tabata Amaral, por sua vez, expressou com firmeza uma posição contrária à opinião dominante na mesa.

Bem, o fato foi considerado chocante e intolerável e a condenação veio de todos os lados, forte, rápida e intensa.

O Flow Podcast, de propriedade dos dois âncoras mencionados, começou a perder patrocinadores e o próprio Monark, um dos mais populares influenciadores digitais do público jovem, foi afastado do programa que criou, depois de explicar que não pensava realmente assim e dizer que estava bêbado quando disse o que disse. Kim Kataguiri declarou que se equivocou na resposta, que estava pensando em outra coisa e se distraiu. Ambos pediram sentidas desculpas e juraram ser antinazistas desde criancinhas.ImageImage

 

As coisas nem chegaram a esfriar e já no dia seguinte circulava a imagem de Adrilles Jorge, comentarista de política da Jovem Pan, rádio que é a voz do bolsonarismo no noticiário brasileiro, fazendo a reconhecida “saudação nazista” no encerramento de um programa jornalístico. Foi um gesto nítido, acompanhado de um sorriso de galhofa e um olhar para o lado buscando cumplicidade, enquanto o âncora do programa deixava escapar, estupefato, que considerava aquele gracejo “surreal”. O liberteen radical não conhece limite.Image

Ou seja, um dia depois de um par de radicais do darwinismo social defender a liberdade de ser nazista, um imbecil, que se considera poeta, que foi chamado de “inteligentíssimo, cultíssimo” por Bial e elevado a comentarista político pela Jovem Pan, saúda o Führer na frente das câmeras como se tudo na vida fosse apenas brincadeira e provocação. Até o nazismo.

A revolta e a retaliação vieram em seguida, inclusive com Guilherme Boulos declarando em tweet, depois apagado, que quem faz um gesto desses mereceria o mesmo tratamento que os comunistas deram aos nazistas ao ocupar Berlim. Fuzilamento ou forca, deduzo.

Sim, parece que todos os envolvidos nessa rodada de radicalismo e provocações foram ou serão punidos, de uma forma ou de outra. Acontece que as circunstâncias não mudarão por causa disso. Pensemos no caso desse modelo de debate político promovido pela CNN Brasil ou pela Jovem Pan, determinado a explorar a polarização política e estimular o conflito entre as posições. O que pode derivar daí? Da próxima vez provavelmente vai aparecer alguém vestindo de uniforme da SA ou SS na bancada, que se despedirá do público ao brado de “Sieg, Heil!”

Adrilles não foi fuzilado, mas foi demitido. Monark também. Kim se retratou, como raramente o faz, apesar de useiro e vezeiro nesse tipo de desafio e combate. Isso, contudo, nada muda. Afinal, são só peões no projeto de incendiar a discussão política brasileira. Será muito fácil encontrar outros, de todos os lados do espectro político, pois a oferta de radicais e provocadores no mercado da opinião política no Brasil é abundante. O que falta aqui são pessoas dispostas a argumentar, dar razões das premissas que adota, e dar opiniões baseadas em estudo e em evidências.

A própria Tabata Amaral, a única voz argumentativa dentre os personagens do turbilhão da semana, foi extremamente criticada pela esquerda. Para uns, ela deveria ter-se recusado a conversar com nazistas, para outros deveria ter dado voz de prisão aos presentes. Em ambas as queixas, a demanda explícita é de que não argumentasse, não oferecesse razões de forma pública e explicações das premissas que adota. As pessoas não querem argumentos, querem atitude, tomada de posição, repúdio e justiçamento. O método predileto do participante da esfera política hoje, para resolver diferenças de opinião, envolve basicamente isso: chamar a polícia ou acionar a autoridade, levantar-se e ir embora ou insultar o adversário, sobretudo quando ele ultrapassar a linha da nossa tolerância moral.

Cancelar é preciso, argumentar não é preciso.

Image

17
Fev22

O "jênios" das redes sociais e os "formadores" de opinião: pobre país

Talis Andrade

nazismo aroeira .jpeg

 

Por Lenio Luiz Streck /ConJur

 

O cronista da Folha de São Paulo, Antônio Prata, inspirou-me. Em um belo texto, mostra como os perdedores, os burros, os caras do fundão da classe da oitava série acabam se dando bem e se transformam em "comunicadores". Ou políticos.

Têm milhões de seguidores esses agentes da "fundãocracia", diz Prata. Ele lista as pérolas que constam no site do Monark (o que não difere de outros "formadores").

Incrível o conjunto de bobagens, tolices e platitudes que parecem ter sido tiradas de almanaques tipo Biotônico Fontoura ou Renascim. Ou Sadol. Ou daqueles livrinhos "pílulas de felicidade" — mas sem citar a fonte, é claro. E milhões de néscios seguem.ImageImage

 

Monark, para ficar no "case" da "moda", diz qualquer coisa sobre qualquer coisa (e foi demitido por defender a existência de um partido nazista). Ele tem o mesmo perfil do ex-Big Brother Brasil (que incrível coincidência ele ser ex-BBB; estou muito surpreso!) que foi demitido da Jovem Pan. Cá entre nós, ser demitido da JP por fazer gesto nazista é o sujeito ser expulso de uma rave por fumar maconha. Ou ser expulso da igreja do RR Soares por pedir mais do que dez por cento de dízimo. É o próprio paroxismo. Mas, enfim, parece que até na JP há limites (essa é a parte positiva da coisa toda).

Quando Bolsonaro repercutiu uma notícia das redes de que vacina e Aids estavam interligados, um dos "influencers" (argh — é uma onomatopeia) semianalfabetos, que serviu de fonte, tinha mais de 4 milhões de néscioseguidores.

Pizzaria Angelo's promove batalha de sabores com influencers - Tribuna  Feirense

Sim, o sujeito não tem futuro, é ignorante, esculhambou no colégio, é da turma do fundão e...pronto. O que vai fazer da vida? Simples. Será blogueiro e/ou influencer. Alguns fazem faculdade de Direito, é verdade. Ou fazem podcast espalhando fake news. Ou tiktokeiam.

Vasculhando as redes, encontramos especialistas tipo Almanaque. Algo como "não tenho partido". E aí tasca uma frase como "obrigar a vacinação é nazismo". "Minha liberdade vale mais do que a vida". Burrice autocontraditória.

Em mais de uma TV do RS é possível ver agentes da fundãocracia. Também em rádios. Dizem todos os dias, com ar de inteligentes, coisas como "os que defendem medidas restritivas na pandemia deviam passar férias em Cuba ou Venezuela". Que coisa "jenial", não? Ou copiam descaradamente notícias da internet (muitas fake) e "contam" sem mencionar a fonte. O pessoal do fundão não é perigoso por ser do fundão. São perigosos porque existem muitos...!

Dos Monarks e Adrilles aos atuais BBB's (que discutem herpes e bizarrices sob os olhares de milhões de egressos dos fundões das salas de aula espalhados pelo país — talvez eles já sejam maioria), passando pelos pastores que "curam" milhares de doentes de Covid retirando-lhes percentuais dos seus ganhos via PIX, o Brasil (ainda) resiste.

Image

O país resiste. Bravamente. Bom, se a justiça resiste a membros do MP que dizem coisas (em audiência) como "esses advogados são bosta" (sem o "s") ... é porque temos alguma gordura para queimar.

Sim, o Brasil é como o escaravelho. Voa. Mas ninguém sabe como voa. Impossível de explicar.

O Flow — que demitiu Monark — é um sucesso (eu nem sabia que existia). Bom, dá para ver o nível a partir do que aconteceu no "papo" entre os "filósofos contemporâneos" Kim, Monark, Tabata e quejandos.

Tempos de pós-modernidade (sabe-se lá o que é isso, exatamente) é assim. Se fizer um bate papo sobre ciência, enche uma Kombi. Ou uma monark. Quanto mais bobagem, melhor.

Saudade dos velhos almanaques. Eram bem melhores que os blogs e "falas" dos atuais influencers.

Junto com Antônio Prata, pergunto: onde foi que erramos? Não, não respondam. A pergunta é retórica. Ou não.

 

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