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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

14
Out22

Operação da PF no MA pode ser só a ponta do iceberg do orçamento secreto

Talis Andrade

Charge do Zé Dassilva: Orçamento secreto | NSC Total

 

Orçamento Secreto foi criado para eleger Bolsonaro e deputados da curriola de Arthur Lira. Sobre esta caverna de Ali Babá e os 40 ladrões escreve Matheus Pichonelli:

 

Demorou, mas aconteceu.

Nesta sexta-feira (14), a Polícia Federal prendeu os primeiros investigados por crimes relacionados ao orçamento secreto. A notícia foi publicada em primeira mão pelo repórter Breno Pires, da revista "piauí".

Pires é autor de uma extensa reportagem publicada na edição de julho da revista e que deveria servir de roteiro para qualquer autoridade minimamente interessada em seguir o dinheiro e entender para onde vão os recursos do orçamento secreto.

A apuração já mostrava que esses recursos alimentavam fraudes escancaradas em prefeituras do interior do Maranhão, que inflavam dados de atendimento médico para obter recursos do seu, do meu, do nosso SUS, o Sistema Único de Saúde.

A estratégia era grosseira. Para receber as verbas, os gestores municipais registravam atendimentos médicos e consultas que jamais foram realizados. Uma das prefeituras informou, por exemplo, que realizou mais exames para detecção do vírus HIV do que toda a cidade de São Paulo em um ano.

Outra registrou tantas extrações dentárias que, se os procedimentos tivessem mesmo sido realizados, todos os seus habitantes teriam hoje em média 19 dentes a menos.

Esses recursos só alimentavam esquemas do tipo porque contavam com padrinhos em Brasília: os deputados que viram nas sombras do orçamento secreto uma forma de roubar sem deixar as digitais.

Tudo sob as bênçãos dos líderes do Congresso e do presidente Jair Bolsonaro (PL), que deixou o orçamento ser dragado por neoaliados em troca de governabilidade e agora finge que o problema não é com ele.

Até o momento, duas pessoas foram presas sob suspeita de integrarem a rede criminosa: os irmãos Roberto e Renato Rodrigues de Lima.

Outros endereços são alvo de busca e apreensão.

Segundo a “piauí”, a operação desta sexta-feira é só a primeira a colocar a PF nas ruas.Charge do Zé Dassilva: secreto | NSC Total

 

 

 

 

 

 

26
Mar22

Roubalheira em nome de deus

Talis Andrade

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por Jeferson Miola

- - -

A roubalheira no ministério da Educação [MEC] é bastante original: pastores evangélicos cobram propina em barras de 1kg de ouro para intermediar verbas públicas que, antes de chegarem ao destino final, decerto ainda ficam sujeitas à rapinagem por outros atravessadores – leigos ou religiosos.

Tudo endossado pelo ministro Milton Ribeiro e a mando do Aberração do Planalto, que sempre repete o bordão “deus acima de todos”.

A descoberta da roubalheira indica o quão ilimitado é o propósito de degradação e destruição da educação pública brasileira. E revela, também, as entranhas do poder miliciano e fascista-militar ancorado no charlatanismo/fundamentalismo religioso.

Há uma impressionante depravação do Estado de Direito e de princípios republicanos elementares.

O desmonte deliberado das políticas públicas de educação – vide as graves e nunca apuradas denúncias envolvendo o ENEM e o INEP, para ficar somente nesses dois escândalos – evidencia que o MEC é um nicho de corrupção e, ao mesmo tempo, um instrumento ideológico para a destruição do sistema de educação laica, plural e pública.

Não fosse a máquina do colaboracionismo fascista operada por Arthur Lira e Augusto Aras, o pastor-ministro já teria sido defenestrado do cargo e a CPI da “gangue de deus acima de todos” já teria sido instalada no Congresso.

Mas isso, naturalmente, está longe de acontecer, devido ao citado colaboracionismo e, também, ao extraordinário poder dos pastores evangélicos no Congresso.

Na Câmara, são 104 parlamentares [20,3%] – nem todos/as, porém, coniventes com as práticas denunciadas. Seriam 105 ao todo, mas a diferença se deve à saída de Flordelis, a pastora e ex-deputada do PSD que cumpre pena de prisão por assassinato do ex-marido, também ele pastor. No Senado, são 15 senadores/as – 18,5% da Casa.

O líder da bancada evangélica, deputado Sóstenes Cavalcante, do mesmo PL/RJ de Bolsonaro, revelou uma certa ética pastoral que explica o princípio da roubalheira em nome de deus.

Em entrevista [23/3], o líder evangélico blindou Bolsonaro, mesmo sabendo que o ministro Milton Ribeiro tenha declarado explicitamente que atendia instruções do presidente.

Perguntado se a bancada evangélica pediria a demissão do ministro, Sóstenes respondeu: “Primeiro, não fomos nós que indicamos. Logo, não somos nós que pedimos pra tirar. Não temos autonomia pra isso. Se fôssemos nós que tivéssemos indicado, talvez a sua pergunta fosse pertinente”.

Ou seja, como o corrupto “pertence a uma paróquia” diferente da sua, o líder evangélico não se importa com a corrupção dentro do MEC transacionada com barras de ouro.

Repetindo que “não fomos nós que indicamos”, Sóstenes ainda justificou que “não somos nós que vamos tomar nenhuma decisão que é interna corporis [sic] do Executivo. Não tem nada a ver com a frente parlamentar evangélica [sic]” [vídeo, a partir do minuto 9].

Depois desta declaração, Sóstenes deveria renunciar imediatamente ao mandato parlamentar. Como deputado, ele descumpre a missão constitucional básica de fiscalizar, apurar e investigar atos do poder Executivo e se torna cúmplice da “corrupção pastoral” no MEC.

Este é o “Brasil acima de tudo”. Conivência, omissão, cumplicidade, roubalheira, distribuição de armas, misoginia, feminicídio, racismo, fascismo, transfobia, fundamentalismo – tudo praticado em nome de deus.

 

 

 

 

 

 

 

14
Mai21

Bolsonaro e o trator da corrupção

Talis Andrade

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por Cristina Serra

- - -

Não é de hoje que as emendas parlamentares se prestam ao toma lá, dá cá. Mas a coisa ganha outra dimensão quando se sabe quem pediu o quê, para quem e quanto, como mostrou o repórter Breno Pires, de “O Estado de São Paulo”. A reportagem revela a existência de um orçamento secreto e o intrigante pendor dos congressistas por máquinas agrícolas, especialmente tratores. A malandragem já vem batizada: é o tratoraço de Bolsonaro.

A reportagem é o roteiro de uma investigação. Nomes, valores e destinação das máquinas estão ali. Tudo cheira mal na rapinagem de R$ 3.000.000.000,00 do orçamento público. Teoricamente, as máquinas vão ser usadas em obras de prefeituras. Algumas estão localizadas a milhares de quilômetros da base eleitoral dos parlamentares, e foi detectado superfaturamento de até 259% nas compras. Ora, mas Bolsonaro não havia acabado com a corrupção ? 

O tratoraço de Bolsonaro explica a eleição folgada de Arthur Lira para a presidência da Câmara, o engavetamento dos pedidos de impeachment (além dos que foram herdados de Rodrigo Maia) e a dificuldade de criação da CPI da Covid-19 no Senado, arrancada a fórceps por decisão do STF. A pilhagem tem que ser investigada no contexto da pandemia. O mesmo Bolsonaro que usa dinheiro público para aliciar parlamentares é o que está no comando do genocídio brasileiro.

O que sobra para encomendar tratores e, claro, produzir cloroquina, falta para comprar oxigênio, abrir leitos de UTI e para as tão esperadas vacinas. Por falta delas, capitais suspenderam a imunização. Sem a matéria-prima da China, o Butantan interrompeu a produção de doses. Sem vacina para todos, a morte, a fome e o desemprego seguirão nos ameaçando por tempo indefinido. 

Penso no Brasil de Bolsonaro como a metáfora de uma casa abandonada, onde os ratos se sentem à vontade para disputar os despojos. Para não chegarmos a isso, é preciso CPI, impeachment, processo, condenação e prisão.

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