Retirantes da pobreza, da fome, do desemprego, o exilado brasileiro, a exilada brasileira tiveram de escolher: na ditadura militar, a ponta da praia na terra natal ou a esquina da rua nas capitais dos Estados Unidos e Europa.
O racismo nos Estados Unidos, a xenofobia das ditaduras nos países da Europa, e a extrema direita no mundo hodierno facilitaram a pecha infame: brasileiro, brasileira, inclusive em alguns dicionários, sinônimos de gay, de prostituta.
O presidente gigolô, do lema nazi=fascista "deus, pátria e família", para propagar a má fama, o turismo sexual, convidou: "Quem quiser vir fazer sexo com mulher, fique à vontade", disse Jair Bolsonaro.
Os estrangeiros jamais celebraram o carnaval brasileiro como uma diversão inocente, colorida, de serpentinas, confetes, da alegria nas ruas, dos blocos de papangus, a festiva brincadeira, pela participação de crianças, pela música, pela dança do samba, pelos passos do frevo.
Este ano o carnaval vai propagar o escândalo da orgia. Escrevem Taís Codesco, Luana Reis e Giovanna Durães:
Mamilos à mostra no carnaval: com política contra assédio, mulheres se sentem mais livres na folia do Rio.
Depois de dois anos de privação, nos blocos de 2023 só se fala em uma coisa: liberdade. Em meio às fantasias elaboradas , apenas uma hot pant e um tapa-mamilo, que estão em alta entre as mulheres, foram capazes de expressar a alegria desse momento. Não se sabe ao certo quando o adereço tomou conta dos cortejos, mas se tornou uma verdadeira tendência. Os acessórios lembram aqueles usados pelas dançarinas em espetáculos burlescos nos séculos XIX. Se antes remetia a sensualidade feminina, hoje foi ressignificado como um símbolo de autonomia do próprio corpo.
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É a primeira vez que Luciana Abud, 35 anos, de São Paulo, está saindo de casa para pular carnaval usando somente um pequeno pedaço de fita colante nos seios, a hot pant, uma peça que há vários carnavais virou hit. Ela conta que, a princípio, se sentiu insegura, e até levou uma blusa, mas depois o sentimento de liberdade foi tomando conta. O seu maior medo era o assédio, mas Luciana se surpreendeu com o respeito das pessoas nos espaços.
— Está sendo uma experiência muito legal. Todo mundo olha, isso é inevitável, até mesmo mulheres. Mas não me incomoda. Sinto que isso gera uma curiosidade — conta.
Sua amiga, Lorena Ribeiro, advogada de 28 anos e também de São Paulo, aderiu a um visual parecido, com uma blusa de renda transparente e sem nenhuma outra peça tapando os mamilos.
— É óbvio que os caras olham, mas eu acho que há 10 anos seria muito pior. Eu sinto que a gente venceu, mesmo que um pouquinho, mas só de conseguir andar pela orla sem ser importunado já é uma vitória. Isso para mim também é uma evolução pessoal, tanto mulher quanto como feminista, considero até mesmo uma licença poética — diz Lorena. Elas concordam que o visual é mais confortável, ainda mais em meio ao calor e à multidão dos blocos.
O Brasil devia realizar programas para eliminar a má dos brasileiros e brasileiras no exterior. O Governo Brasileiro precisa promover campanhas contra a xenofobia, o racismo, tormento dos exilados brasileiros nos Estados Unidos e países europeus, notadamente Portugal. Criar políticas que evitem o tráfico humano, a propaganda sexual, inclusive a permanência de sites pornôs 'verde e amarelo', as cores de uso exclusivo das prostitutas na Roma Antiga.
Publica a revista 'Veja':
O mistério sobre a assinatura de Carta Zambelli em site pornô
Suposto extrato do "Brasileirinhas" em nome da deputada circula pelas redes sociais
Desde a manhã desta quarta-feira, 22, circula pelas redes sociais um suposto extrato de débito, atribuído à deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), referente à assinatura mensal do site pornô Brasileirinhas. No recibo, não aparece o nome da parlamentar, apenas uma montagem com sua foto. O assunto tornou-se um dos mais comentados do Twitter. Desde que recuperou acesso às redes sociais, a parlamentar tem se manifestado sobre vários temas, mas ainda não tocou no caso Brasileirinhas, apesar das insistentes cobranças dos internautas.
Procurada pela reportagem de VEJA, a parlamentar não respondeu aos pedidos para confirmar ou não a informação. O diretor do Brasileirinhas, Clayton Nunes da Silva, em contato com a revista, afirmou que precisaria ter acesso aos dados pessoais da parlamentar para confirmar ou não se a assinatura realmente foi feita por ela. Ou seja, o mistério permanece.
Este proxeneta Clayton Nunes da Silva devia ser processado por usar o nome de "Brasileirinhas" em site pornô. Não é de estranhar tal absurdo, esse crime contra a imagem do Brasil, contra a mulher brasileira, que Paulo Guedes, que era super ministro da Economia de Bolsonaro, criou sites de relacionamentos, segundo reportagem publicada pelo jornal O Globo. De acordo com o texto, Guedes é dono, ao lado do irmão, da empresa Nol Web Services, que se propõe a encontrar “soluções para solteiros que procuram um relacionamento sério”. O grupo Nol atua em inúmeras frentes, mantendo diversas marcas na área amorosa. “O Romance Cristão” é um site de relacionamento para evangélicos e “Nunca é Tarde para Amar” dedica-se à terceira idade. Já o “Namor o Online” é a versão mais liberal. Ao inscrever-se, o usuário pode dizer se tem interesse em amizade, namoro, sexo casual, casamento ou apenas em “ficar”. Há opções para heterossexuais e homossexuais.
Nunca na história desse país houve tantos brasileiros morando no exterior. Segundo dados do Itamaraty divulgados em setembro do ano passado, o número de expatriados cresceu 35% entre 2010 e 2020, passando de 3,1 milhões para 4,2 milhões. A Sputnik explica por que isso preocupa tanto as principais associações científicas do país.
Embora seja uma população variada em busca de condições de vida melhores, o que mais preocupa os especialistas ouvidos pela Sputnik Brasil é a fuga de cérebros.
Estimativas do professor Eduardo Picanço Cruz, da Universidade Federal Fluminense, apontam que51% dos brasileirosque moram na Alemanha, por exemplo,têm ao menos uma graduação; na França,o percentual de residentes brasileiros graduados chega a 76%.
Bolsas congeladas
A perda de um contingente extremamente qualificado de pessoas está relacionada também aobaixo investimento em educação. O cenário se agravou com a economia em dificuldades, o que levou muitos estudantes e especialistas a trabalhar e pesquisar em outros países.
Um dos reflexos mais nítidos dessa situação diz respeitoàs bolsas de mestrado e doutorado que estão congeladas há quase dez anos. Para recuperarem o poder aquisitivo de 2013,seria necessário um reajustede 66% nos valores — algo que, ante as políticas educacionais do governo de Jair Bolsonaro (PL),não está previsto para ocorrer a curto ou médio prazo.
A vontade de trabalhar no exteriorcresceu nas classes mais abastadas. Um levantamento da consultoria Hayman-Woodward, especializada em mobilidade global, aponta que, de março a agosto de 2021,houve um aumento de 62% de brasileiros de classe AB com nível superiorindo para os Estados Unidos. Umaevasão de mão de obra ultraespecializada de brasileiros, segundodisseLeonardo Freitas, CEO da consultoria, ao jornal Valor Econômico.
Impacto da fuga de cérebros
Mas qual é a dimensão dessadiáspora de brasileiros altamente qualificados mundo afora?
Em conversa com a Sputnik Brasil,Renato Janine Ribeiro, ex-ministro da Educaçãoe atual presidente daSociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), aponta umacomplexa cadeia de desdobramentosquando profissionais altamente qualificados deixam o país em busca decondições melhores de trabalho e de vida.
O impacto é significativo. Porque junto com a fuga de cérebros vem a perda de muitos equipamentos que a gente tem. Por exemplo, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, que fica no Vale do Paraíba. O INPE tem 70% dos seus pesquisadores com direito à aposentadoria. Não se aposentam porque querem continuar a trabalhar, mas se o fizerem, praticamente fecha o INPE. Lá há um setor de lançamento de foguetes, que está praticamente parado. Está praticamente sem gente, então você passa a uma série de problemas que não são só o da fuga de cérebros", avaliou ele.
Ao mesmo tempo, Ribeiro acrescenta que asuniversidades acabam ficando ociosas, com muitas vagas.
"Os professores que se aposentam não estão sendo substituídos, ou a pessoa não se aposenta para não deixar a área dela descoberta. Então você tem a formação de gente muito nova, qualificada, mas essas pessoas formadasnão estão tendo espaço para render tudo o que elas aprenderam, o que elas estudaram, o que elas pesquisaram.Esse é o grande problema", aponta o ex-ministro.
E, na hora em que o estudioso deve retribuir todo esse conhecimento adquirido para a sociedade,o governo impõe um corte de verbas.
Em seguida, você tem a falta de recursos para contratar pessoas, falta de recursos para equipamentos, falta de recursos para ampliar o sistema universitário brasileiro, e isso fica muito claro quando o ministro Paulo Guedes reclama que estão se formando engenheiros demais no Brasil. E diz: 'engenheiro andando no Uber é sinal que tem engenheiro demais'. Ele está totalmente errado, porque não é que tem engenheiro demais. É que a economia está fraca. Se a economia estivesse boa, a economia estaria colocando todo esse pessoal que se forma no mercado de trabalho. Porque cada vez que você tem um avanço econômico no Brasil, você sente falta de mão de obra qualificada. Aconteceu várias vezes e vai voltar a acontecer se continuarem as coisas assim", criticou o presidente da SBPC.
Mas a fuga de cérebros tem um aspecto particularmente negativo, de acordo com ele, porquefoi o Brasil que formou essas pessoas.
O Brasil financiou muito da formação — mesmo quando eles fizeram faculdades particulares porque a Capes financia alunos até mesmo em faculdades privadas. O Brasil colocou dinheiro na formação dessas pessoas, que são dadas de presente para estrangeiros. A gente passa pessoas que vieram daqui, que têm todo um conhecimento, uma formação aqui e que nós estamos cedendo essas pessoas", lamentou.
"Estamos perdendo jovens extremamente talentosos que foram formados aqui no Brasil e, portanto, com recursos do país que estão saindo. E rumando para os Estados Unidos, para o Canadá, países da Europa, Austrália e até os Emirados Árabes. Há cérebros brasileiros em vários países do mundo. Esse pessoal era o pessoal que poderia contribuir. Por exemplo, para a inovação disruptiva no Brasil, que é uma necessidade urgente que nós temos. Temos uma inovação incipiente", analisou.
Investimento em ciência influencia na economia
Para ilustrar a questão que une a ciência à economia, Ribeiro citaas principais fabricantes de produtos de beleza nacionais.
O Brasil tem uma biodiversidade absurda, e nós precisamos de cientistas para verem as nossas plantas, a nossa biologia, e ver quantas riquezas podem ser dadas a partir disso. As mais charmosas fábricas de cosméticos do Brasil, que são o Boticário e a Natura e a L’Occitane, as três fazem muito produto com plantas da nossa flora. Então a possibilidade de expansão nisso é muito grande. Uma parte disso, inclusive, é exportada. É preciso investir nisso tudo. Não apenas ter dinheiro, mas saber como aplicar esse dinheiro", avaliou.
Davidovich, presidente da ABC, diz que háeventos que foram muito importantes, realizados graças a pessoas formadas no Brasil.
O petróleo do Pré-Sal, que até pouco tempo atrás era considerado inviável e muito caro, hoje representa mais que 50% do petróleo extraído no Brasil. Empresas com protagonismo internacional, por exemplo, na área de compressores, na área de equipamentos elétricos, na área de cosméticos se desenvolveram muito graças à interação com laboratórios de universidades — especialmente, de universidades públicas do Brasil. E esses laboratórios precisam de estudantes. Os estudantes de pós-graduação e também os pós-doutores e os jovens pesquisadores são elementos fundamentais para o funcionamento desses laboratórios. Quando um jovem pesquisador sai do país, é um laboratório que perde uma pessoa preciosa. Mais ainda: está havendo um desestímulo a estudantes para seguirem a carreira de pesquisa. Por exemplo, vários programas de doutorado, inclusive, estão com dificuldade de atrair estudantes", exemplificou.
O presidente da ABC reivindica umameta de 2% do PIB brasileiro, de R$ 8,7 tri em 2021, voltada para pesquisa e desenvolvimento.
E 2% ainda é menos do que é dedicado aos EUA, à Coreia do Sul, à Europa, em Israel. A China está querendo chegar a 2,5% do PIB em pesquisa e desenvolvimento, e o Brasil está em torno de 1%. Certamente, é preciso um entendimento na agenda econômica de que ciência e tecnologia são prioritárias. A fuga de cérebros é composta de jovens que poderiam fazer a diferença nas universidades, nas empresas, ajudando a sociedade brasileira e ajudando, também, a balança comercial do Brasil, agregando valor a essa balança comercial", finalizou.
Fisher Island, o bairro mais rico dos EUA, onde 10% dos moradores são brasileiros (continuação)
El PAÍS
Pablo de Llano Correspondente en Miami
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Quem comprou a cobertura de 32?
–Um russo –responde Puig, reservada.
Em Fisher Island, a identidade de seus habitantes é protegida com zelo. Uma das atrações para aqueles que compram neste Éden é a alta privacidade e a segurança. “Não precisam sair para nada”, explica Bernard Lackner, diretor do clube social da ilha, em seu escritório. “É uma cidade, pois tem escola para crianças, supermercado, clínica de saúde, banco, correio, tinturaria, campo de golfe, 18 quadras de tênis, duas marinas, lugar de entretenimento para os cães dos moradores e até um pequeno observatório astronômico”, enumera. Ao lado dele, cochila no tapete Lily, um velho cachorro da raça King Charles Spaniel.
Marina
“Não existe nada igual”, diz sobre Fisher Island o promotor imobiliário Edgardo Defortuna, CEO do Fortune International Group. “Existem lugares com a mesma qualidade, como Porto Cervo, na Itália, mas lá há uma mistura entre pessoas que moram lá e outras que não. Fisher Island é mais exclusiva: existem apenas residentes ou sócios do clube; todos compradores muito elitistas e um pouco isolados da sociedade. Essa uniformidade é a característica fundamental da ilha.”
Fisher Island é um extremo do polo privilegiados da desigualdade social característica de Miami, em 2017 a segunda região metropolitana dos Estados Unidos com maiores níveis de pobreza. A dez minutos de carro da ilha, com tráfego reduzido, fica, por exemplo, o histórico bairro afro-americano de Overtown, onde muitas famílias vivem com o mínimo e a droga e a violência abundam.
“Minha ilha pelo seu iate”
No início do século XX, a área de Fisher Island era uma ponta da península selvagem de Miami Beach, mas a construção de um canal de acesso ao porto a separou, ficando como uma ilha de oito hectares. Seu segundo proprietário foi o primeiro afro-americano milionário de Miami, Dana A. Dorsey, que a vendeu em 1919 ao empresário que legaria seu nome ao lugar, Carl Fisher, louco por carros de corrida e visionário do ramo imobiliário que criou Miami Beach. Fisher ampliou a superfície e alguns anos mais tarde vendeu sua parte a William Kissam Vanderbilt II –também apaixonado por automobilismo e membro de uma das famílias mais ricas dos EUA– em troca de seu barco de recreio de 75 metros de comprimento: “Minha ilha pelo seu iate”, disse ele, segundo a lenda.
Depois Vanderbilt adquiriu mais hectares e começou a construção de uma mansão de estilo mediterrâneo que terminou nos anos quarenta. Nas quatro décadas seguintes Fisher Island passou por várias mãos, incluindo as de Bebe Rebozo, um íntimo do presidente Richard Nixon –que tinha uma casa de veraneio em Miami–, mas foi apenas na década de oitenta que seu desenvolvimento imobiliário começou. Foi aberto o clube –que inclui a mansão– e suas dimensões continuaram aumentando, até os atuais 87 hectares.
Não é uma ilha de casas grandes, mas de edifícios médios com apartamentos que superam a média de 400 metros quadrados e em que o menos caro que se pode comprar é um estúdio, com um quarto, por um milhão de dólares, segundo Puig. Seus habitantes são pessoas do mundo dos negócios, do espetáculo e dos esportes que a usam em geral como residência de veraneio alguns meses por ano. Os brasileiros foram compradores vorazes entre 2008 e 2010, com sua moeda, o real, forte no meio do crash global. Os russos começaram a chegar nos anos noventa, depois da queda da União Soviética. Entre seus moradores conhecidos estiveram Oprah Winfrey e Boris Becker, e hoje é de conhecimento público que possuem casa a supermodelo Karolina Kurkova e a estrela do tênis Caroline Wozniacki.
A balsa demora cerca de sete minutos para levar ou trazer –em seus carros– os moradores desta ilha originalmente desenvolvida por dois entusiastas dos bólidos, onde hoje o limite de velocidade é de 30 quilômetros por hora. O maior problema de segurança em Fisher Island, brinca Lackner, pode ser “uma colisão entre dois carrinhos de golfe”.
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PS: Para que país os ricos brasileiros, com dupla nacionalidade e/ou residência no exterior, pagam mais impostos?