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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

10
Jul23

José Celso Martinez e o enterro da história

Talis Andrade
Zé Celso Martinez
Zé Celso Martinez 

 

Se a gente viu a história do artista, não existe por que silenciar neste momento, que se estende da morte de José Celso Martinez ao enterro do seu passado

 

por Urariano Mota I Brasil 247

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O artista José Celso Martinez mal terminara de morrer, e a televisão já começou a enterrar o seu passado. Na GloboNews, em especial, os comentaristas, repórteres, coitados, tão carentes de informações culturais, deslocavam o artista somente para a encenação de O Rei da Vela, peça, aliás, que jamais viram tão gorda. Uma das apresentadoras, moça até simpática, bem-intencionada, gaguejava e punha o escritor Oswald de Andrade como tropicalista nos anos 30. Uma antecipação profética de Oswald de Andrade, poderia parecer. Mas na verdade, mistura incrível de documentos entre o passado mais longe, o passado mais próximo e O Rei da Vela.   

Essas coisas vistas, esse mau espetáculo que vemos, a gente não fala disso com agrado, mas por dever. É o jeito. Se a gente viu a história do artista, não existe por que silenciar neste momento de pesar, que se estende da morte de José Celso Martinez ao enterro do seu passado. Apresentam Zé Celso como um artista alucinado, gay desbundado, ator delirante, louco, engraçado, cômico à sua revelia. É o velho costume, aplicado a seu caso, de retirarem do artista a sua melhor arte, a saber, a sua revolta e crítica ao mundo social. Assim como fizeram com Mark Twain, transformado em escritor para a infância, com Hans Christian Andersen, mudado em autor de A Pequena Sereia de Walt Disney, com Castro Alves, mero poeta dos escravos, com Machado de Assis, escritor de frases cheias de estilo. Como um alienado sem O Alienista, o mesmo fazem agora com Zé Celso. Olhem e acompanhem, por favor:  

https://g1.globo.com/pop-arte/playlist/videos-morre-ze-celso.ghtml  

“Quem era Zé Celso

O dramaturgo, que nasceu em Araraquara, interior paulista, em 1937, é conhecido pela maneira excêntrica e ousada de montar suas peças de teatro e provocar e interagir com a plateia...

Em junho de 2023, Zé Celso se casou com o ator Marcelo Drummond após quase 40 anos de relação. A festa aconteceu no Teatro Oficina em uma cerimônia que trouxe muita música, encenações e rituais artísticos...”

De fato, os amontoados de imagens causam em si mesmas um apagamento do seu teatro. A seleção de vídeos, o olhar que dirige a seleção, gera o paradoxo de ser verdadeiro e falso ao mesmo tempo. Quero dizer, qualquer pessoa pode mentir sobre um homem exibindo imagens reais que mentem no seu conjunto. Isso quer dizer, por exemplo: falar sobre Marx, mas falando DE Marx, da sua relação de amante da sua empregada. Fala mentirosa, portanto, ainda que traga à lembrança um fato verdadeiro. Ressaltar o secundário, elevá-lo à essência, para o que se quer destacar, é esconder o fundamental.  

No caso de Zé Celso, a intenção na aparência foi boa. Afinal, aparecem vídeos e depoimentos elogiosos! O que querem de mais engrandecedor? “Revolucionário, sensível”, etc. etc. Mas isso não é o essencial.  

José Celso Martinez foi um artista, um diretor de teatro que levou ao Brasil o melhor do teatro engajado. O teatro de esquerda, de um homem socialista, que falava bem como poucos sobre o que representava a eleição de Lula para o Brasil. Ah, esse não é o Zé Celso que se deve mostrar.  

Então devemos ir a quem viu o que ele realizou. Foi inesquecível, no Recife, a representação de Galileu, Galilei, de Brecht. No Santa Isabel, assistíamos á resistência do seu Teatro Oficina com a respiração suspensa. Marcante, essencial, fundamental. Inesquecível ainda a representação de Pequenos burgueses, de Górki, em São Paulo. Era ver, refletir e voltar com mais forças para o cotidiano sob a ditadura.  

Percebem? Esse é o passado inapagável do homem que se casou com o companheiro, que também fez O Rei da Vela, e que se mostrava tão livre, tão liberado para as câmeras que buscavam o excêntrico, mas não de esquerda. A direção de jornalismo vê o que quer. Mas não podem vendar os olhos de quem possui a memória de José Celso Martinez. Ele era um artista que nos reconciliava com o conforto da alma  

https://www.youtube.com/watch?v=nk-6Z6dAORA  

18
Abr23

Não adianta os vira-latas ladrarem. Lula irá para onde o interesse nacional apontar

Talis Andrade

Chanceler-brasileiro-capacho-dos-EUA.jpg

 

por Marcelo Zero

A viagem de Lula à China foi um êxito substancial.

Após o período nefasto de isolamento bolsonarista, durante o qual tivemos conflitos desnecessários com nosso principal parceiro comercial e econômico, o presidente Lula retomou, em grande estilo, uma parceria estratégica que data de 30 anos.

O número de acordos e memorandos oficiais firmados (15), afora os assinados na esfera privada, demonstra que a viagem serviu para refundar e aprofundar uma associação estratégica extremamente proveitosa para os interesses do Brasil.

Vale ressaltar que, dos 15 instrumentos oficiais firmados, 6 dizem respeito diretamente à cooperação na estratégica área de tecnologia, entre os quais pode-se destacar o que prevê a construção e lançamento do CBERS 6, satélite de monitoramento de recursos terrestres extremamente importante para o Brasil.

Ademais, os acordos firmados preveem a cooperação em diversos campos portadores de futuro, tais como:

i) Nanotecnologia

(ii) Energia limpa

(iii) Inteligência artificial

(iv) Biotecnologia

(v) Cidades inteligentes

(vi) Novos materiais

(vii) Ciência e tecnologia espacial e aplicações

(viii) Economia digital

(ix) Tecnologia da informação e comunicação

(x) Indústria 4.0

(xi) Biodiversidade

(xii) Ciências polares e oceânicas, etc.

Firmamos também um importante acordo para o desenvolvimento social e rural e combate à fome e à pobreza, um acordo para produção conjunta de conteúdo televiso e audiovisual, um acordo de cooperação entre nossas agências de notícias, um acordo específico para economia digital, um outro acordo específico para as TICs, um acordo para facilitação de comércio, etc., etc.

O agronegócio foi objeto de apenas 2 acordos na área sanitária, destinados basicamente a facilitar nossas exportações de carnes.

Como se vê, o Brasil está procurando diversificar a sua parceria com a China, colocando-a em patamar superior, tanto do ponto de vista econômico, como geopolítico.

A China deixou há muito tempo de ser somente uma exportadora de produtos de baixa tecnologia.

Hoje, ela é uma grande potência mundial em tecnologia e a primeira economia em PPP do mundo, que concorre exitosamente com EUA, Japão e Europa em setores de alta complexidade.

A China, é, por exemplo, o país que mais investe em tecnologias limpas e energias renováveis.

O Brasil quer se aproveitar dessa expertise para dar um salto de qualidade em seu desenvolvimento, promovendo a imprescindível transição ecológica e a indústria 4.0, o que deverá tornar nosso país uma grande potência, ao mesmo tempo “verde” e industrial.

Nesse quadro, a China é um grande parceiro estratégico.

Nada contra exportar os bens oriundos do nosso muito competente agronegócio, que, graças aos grandes investimentos feitos pela Embrapa, tem o pleno domínio tecnológico da agricultura tropical.

Mas o Brasil precisa também ser competitivo em indústria e serviços avançados.

Entretanto, infelizmente, há gente no Brasil que vê com desconfiança essa proximidade com a China, com o BRICS, com os países do Sul Global etc.

Advertem que isso poderá “desagradar aos EUA”.

Agora mesmo, alguns jornalistas criticaram Lula por ter visitado a Huawei, empresa que é malvista pelos EUA, por ter questionado o uso exclusivo do dólar em transações comerciais e até mesmo por ter reafirmado o princípio de “uma só China”, no que tange à questão de Taiwan.

Essas críticas eram previsíveis. Afinal, o “vira-latismo”, essa ideia nefasta de que o Brasil é um país pequeno e dependente, e que tem de se comportar como tal, existe há muito tempo. Arraigou-se num inconsciente coletivo bananeiro. Combinada com uma vasta ignorância sobre a nova ordem global, essa ideia produz sandices sem fim.

Tomemos o exemplo do dólar.

O que Lula fez não foi mais do que expressar uma inquietação mais ou menos generalizada.

É óbvio que o dólar, que tem grande liquidez, continuará a ser a principal moeda de troca por muito tempo. Porém, há uma tendência paulatina, mas inexorável, de se buscar, cada vez mais, alternativas ao dólar.

Há duas razões básicas que a explicam.

A primeira é econômica.

Há uma preocupação mundial com a dívida pública dos EUA, a qual aumentou quase cinco vezes, de cerca de US$ 6,5 trilhões, há 20 anos, para US$ 31,5 trilhões, hoje.

Saliente-se que os EUA são comercialmente deficitários desde 1975.

Na realidade, os EUA não “quebram” por causa da hegemonia do dólar. Países, indivíduos e empresas compram muitos títulos da dívida norte-americana, ainda considerados os mais seguros do mundo. Com isso, os EUA financiam seus imensos e crescentes déficits.

Não obstante, esse mecanismo vem sendo paulatinamente corroído.

No início deste século, as reservas globais estavam em cerca de 70% vinculadas ao dólar. Hoje, esse número já caiu para menos de 60%.

A China, por exemplo, se desfez de cerca de US$ 268 bilhões de suas reservas em dólar.

Ademais, os EUA vêm perdendo peso no comércio mundial.

Segundo cálculos do Lowy Institute, no ano 2000 os EUA eram, de longe, o líder comercial global.

Naquele ano, 80% das nações comerciavam mais com os EUA do que com a China.

Em 2018, porém, a situação já tinha se invertido. Os EUA eram o principal parceiro comercial em somente 30% dos países. A China já tinha ultrapassado os EUA em 128 dos cerca de 190 países do mundo.

Assim, muitos se perguntam até quando esse mecanismo de financiamento dos imensos déficits dos EUA poderá se manter. A desconfiança, em relação ao dólar, está, naturalmente, aumentando.

Mas o principal motivo para tal desconfiança é político.

Os EUA têm usado reiteradamente seu controle das finanças globais para punir países que não são do seu agrado. Usam o dólar como arma política.

Países objeto dessa arma perdem suas reservas e se vêm impedidos de transacionar financeira e comercialmente.

Com isso, os EUA estão quebrando uma regra de ouro para a confiabilidade de sua moeda: a da neutralidade do sistema financeiro. Ora, um sistema financeiro com forte viés geopolítico não é confiável.

Por isso, é natural que China, Rússia, Brasil, Argentina, Arábia Saudita etc., estejam buscando ativamente alternativas ao dólar, como forma de se proteger do “dólar político”, de reduzir os custos financeiros de suas transações e de proteger seus ativos.

Destaque-se que a China estabeleceu acordos como este feito com o Brasil para transacionar em renminbi, com cerca de 25 outros países. Recentemente, foi anunciado um com a Arábia Saudita.

Em nossa região, Chile e Argentina, países que fazem parte da Iniciativa do Cinturão e Rota (ICR), firmaram também acordos semelhantes. Mediante outras iniciativas, já são cerca de 40 países no mundo todo que admitem fazer suas trocas comerciais em renminbis.

O renminbi já responde por cerca de 7% das transações comerciais globais e a tendência é que esse índice cresça muito.

O próprio Brasil estabeleceu um ajuste monetário semelhante com a Argentina. E, para quem não sabe, a Associação Latino-Americana de Integração (ALADI) tem, desde a década de 1990, o Convênio de Créditos Recíprocos (CCR), o qual possui a mesma finalidade.

Obviamente, os EUA não gostam dessa tendência. Donald Trump recentemente declarou que, se padrão monetário internacional, atualmente baseado no dólar, for substituído, será como “perder uma guerra mundial”, e que os EUA correm o risco de virar um “país de segunda linha”.

No entanto, a culpa não é da China, da Rússia, do Brasil ou de quem quer que seja.

A responsabilidade principal é dos próprios EUA.

Conforme escrevi em outro artigo neste site, a combinação, por parte de Washington, de crescente nacionalismo e protecionismo econômico com unilateralismo político e diplomático obviamente abre espaço para que a China e outros países, como a Rússia, projetem seus interesses com mais força no mundo.

Neste sentido, podemos até comparar os resultados práticos e imediatos das duas grandes e recentes viagens de Lula: EUA e China.

Da China, o Brasil volta com dezenas de acordos oficiais e privados, os quais asseguram investimentos e vantagens de cerca de R$ 50 bilhões.

Dos EUA, o Brasil voltou com a promessa de os EUA investirem estratosféricos US$ 50 milhões, no Fundo Amazônia. E olha que Biden confere “grande prioridade” à luta contra o aquecimento global.

Os EUA podem não querer cooperar. Direito deles. Mas é direito do Brasil, e de todos os outros países, buscar cooperação onde ela existir.

Com Lula, o Brasil voltou ao mundo disposto a cooperar com todos os países, sem distinções político-ideológicas.

O Brasil retomou sua tradicional diplomacia pragmática e exitosa.

Vamos estreitar os laços com todas as regiões e nações e, ao mesmo tempo, vamos contribuir com uma ordem global pacífica, simétrica, multilateral e multipolar, assentada numa nova governança mundial.

Não adianta os cães vira-latas ladrarem. A caravana Lula irá, impávida, para onde o interesse nacional apontar. E sem pedir licença a ninguém.

13
Abr23

Confira lista de políticas públicas e ações realizadas nos 100 dias de governo Lula

Talis Andrade
 
 

Redação VioMundo

 

O mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva completa hoje 100 dias.

Na manhã de 10/04, o presidente fez reunião ministerial dos 100 dias de governo.

Foi no Palácio do Planalto.

Mais cedo o governo federal divulgou uma lista de políticas públicas e ações já executadas.

“Cerca de 250 itens integram a cesta de políticas públicas e ações realizadas neste primeiro trimestre”, informa.

 

COMBATE À FOME

O Bolsa Família retornou com valor mínimo de R$ 600 assegurado e com uma novidade: um adicional de R$ 150 para cada criança de 0 a 6 anos na composição familiar.

Em março, primeiro mês de pagamentos, mais de 21,1 milhões de famílias, dos 5.570 municípios, receberam um valor médio de R$ 670,33, o maior já registrado na história dos programas de transferência de renda do país.

Além disso, os mais de R$ 14 bilhões de investimento representam o recorde mensal do programa.

A partir de junho, haverá um adicional de R$ 50 para cada dependente entre sete e 18 anos e para gestantes.

Outra ação fundamental para o combate à insegurança alimentar foi o reajuste médio de 36,4% nos repasses dos recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).

Com a correção, o orçamento destinado à compra da merenda escolar saltou de R$ 4 bilhões para R$ 5,5 bilhões, garantindo uma maior qualidade nas refeições oferecidas em escolas e creches de todo o país.

O Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), que havia sido extinto em 2019, foi restabelecido e a Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan) foi restituída.

Os dois órgãos passam a assessorar o Governo Federal nas ações voltadas ao combate à fome.

 

SAÚDE

Em outra frente do eixo social, a Saúde voltou a ser vista como protagonista.

Neste campo, destacam-se pontos emblemáticos desses 100 dias, como o Programa Nacional de Redução das Filas de Cirurgias Eletivas, Exames Complementares e Consultas Especializadas, que garantiu R$ 600 milhões em apoio a estados e municípios que aderirem à iniciativa.

A retomada do Mais Médicos para o Brasil assegurou a abertura de 15 mil vagas e espera fixar até o fim do ano 28 mil profissionais em todo o país, principalmente em áreas de extrema pobreza.

Já o Movimento Nacional pela Vacinação foi retomado com uma grande campanha para ampliar as coberturas de todas as vacinas disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS).

O Governo Federal assegurou ainda o auxílio financeiro às 3.126 entidades privadas sem fins lucrativos, incluindo as Santas Casas, que complementam o SUS em 1.738 municípios.

Os recursos serão aplicados para custeio de serviços prestados por essas entidades que complementam o SUS até o limite de R$ 2 bilhões.

 

HABITAÇÃO

O Minha Casa, Minha Vida retornou para encarar a questão do déficit habitacional e restabelecer a Faixa 1, de imóveis subsidiados para pessoas em situação de vulnerabilidade.

Foram entregues 5.693 moradias em 14 municípios de oito estados e anunciada a retomada de obras de mais de 6,5 unidades.

A meta do Governo Federal é contratar 2 milhões de moradias até o fim de 2026.

 

INFRAESTRUTURA

A duplicação da BR-101 em Sergipe marcou a discussão sobre a retomada de 14 mil obras que estavam paralisadas em todo o país, mais de quatro mil só na área de educação.

Apenas em 2023, o Ministério dos Transportes investirá mais de R$ 23 bilhões nas 27 Unidades da Federação. O volume supera os R$ 20 bilhões investidos pela gestão anterior em quatro anos.

 

EDUCAÇÃO

O Governo Federal reajustou em até 200% as bolsas de estudo, pesquisa e formação de professores e estudantes, incluindo graduação, pós-graduação, iniciação científica e a Bolsa Permanência.

O piso salarial de professores da educação básica foi reajustado em quase 15%, com vencimentos passando de R$ 3.845,63 para R$ 4.420,55.

O presidente Lula reafirmou o compromisso de retomar o diálogo e os encontros anuais com reitores de universidades e institutos federais e recebeu representantes de mais de 100 instituições de ensino superior no Palácio do Planalto.

 

PACTO FEDERATIVO

Nas relações políticas, o Pacto Federativo, que havia sido completamente desmantelado nos últimos quatro anos, foi retomado.

O Palácio do Planalto recebeu por três vezes governadores e abriu as portas para prefeitos de todo o país, de modo que estados e municípios tenham voz na formulação das políticas.

Um dos retratos disso é a implementação da plataforma Mãos à Obra, em que gestores municipais indicam investimentos prioritários para recebimento de recursos federais.

 

SEGURANÇA

Além do desafio enfrentado no dia 8 de janeiro com os ataques antidemocráticos ao Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal, a Segurança também passou por ajustes importantes nesses 100 primeiros dias com o relançamento do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci).

Destinado à prevenção, controle e repressão da criminalidade e atuando contra a violência em raízes socioculturais, o Pronasci articula ações de segurança pública e das políticas sociais.

Trata-se de um amplo projeto executado pela União em cooperação com Estados, Distrito Federal e Municípios, que já conta com R$ 700 milhões assegurados para investimentos em ações voltadas à prevenção, controle, segurança pública e repressão da criminalidade e combate ao feminicídio.

Diante da crise de segurança no Rio Grande do Norte, a Força Nacional foi acionada e mais de R$ 100 milhões em recursos foram destinados ao estado.

 

MEIO AMBIENTE

A proteção à Floresta Amazônica e demais biomas brasileiros, as ações de combate às mudanças climáticas e os trabalhos voltados à transição para uma economia verde, sustentável e de baixo carbono passaram a estar no topo das prioridades dos 100 primeiros dias, numa guinada de curso em relação às políticas adotadas nos últimos quatro anos.

O Fundo Amazônia, parado desde 2019, foi reativado por meio de decreto assinado já no dia 1º de janeiro.

A partir daí, o Governo manteve contatos com representantes internacionais de países como Noruega, Alemanha e Estados Unidos, que apoiaram a iniciativa e sinalizaram investimentos.

O aumento da Fiscalização de Barragens de Mineração, o combate ao garimpo ilegal e a quitação da dívida de Itaipu, em fevereiro, são outros exemplos conectados ao setor.

 

POVOS INDÍGENAS

O principal desafio nesse período foi a ação de socorro diante da grave crise humanitária do povo Yanomani, em Roraima.

O presidente Lula editou decreto que criou o Comitê de Coordenação Nacional para Enfrentamento à Desassistência Sanitária das populações em território Yanomami e o Ministério da Saúde declarou Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional diante da necessidade de ação urgente frente à crise.

A partir daí, diversas ações de amparo em áreas como saúde, segurança alimentar e segurança pública foram tomadas para promover o socorro e a assistência ao povo Yanomami e a retirada dos garimpeiros ilegais.

O presidente também se comprometeu com a política de demarcação de terras indígenas em visita à Terra Indígena Raposa Serra do Sol.

 

COMBATE AO RACISMO

O combate ao racismo foi intensificado com uma série de iniciativas, em que se destacam a publicação da Lei nº 14.532/2023, que equipara a injúria racial ao crime de racismo, e do decreto que determina a reserva de 30% de cargos de confiança para pessoas negras em cargos em comissão e funções de confiança da administração federal.

O prazo para que a Administração Pública alcance os percentuais é 31 de dezembro de 2025.

 

EQUIDADE ENTRE HOMENS E MULHERES

Entre as múltiplas políticas públicas anunciadas para promover a igualdade de gênero, destacam-se o projeto que institui a Lei de Igualdade Salarial e Remuneratória entre Mulheres e Homens que exerçam a mesma função e o Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual, que visa assegurar a oferta gratuita de absorventes higiênicos e outros cuidados básicos de saúde menstrual no Sistema Único de Saúde.

O pacote de ações contou, ainda, com o Programa Mulher Cidadã, voltado à promoção da cidadania fiscal e de capacitação a mulheres empreendedoras em situação de vulnerabilidade ou de risco social.

No esporte, o avanço ficou por conta de um Projeto de Lei que visa alterar o Bolsa Atleta para resguardar os direitos das mulheres gestantes e no puerpério.

As mudanças nas normas do programa garantem que as atletas recebam até 15 parcelas mensais sucessivas do benefício, mesmo afastadas de competições.

 

POLÍTICA EXTERNA

Recuperar o prestígio do Brasil e fazer o país voltar a ter protagonismo no cenário internacional foi o esforço do Governo Federal nesses 100 primeiros dias.

O presidente Lula visitou a Argentina e o Uruguai, onde se reuniu com os Chefes de Estado dos dois países com o intuito de discutir parcerias comerciais, questões ambientais e o fortalecimento do Mercosul.

Esteve reunido com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em Washington, e teria visitado a China se não fosse impedido por um problema de saúde.

Além disso, o presidente recebeu no Palácio do Planalto diversos líderes estrangeiros, como o primeiro-ministro alemão, Olaf Scholz, a chanceler francesa, Catherine Colonna, e conversou por telefone com dezenas de presidentes e líderes mundiais, como Volodymyr Zelensky, da Ucrânia; Andrés Manuel López Obrador, do México; e Emmanuel Macron, da França.

Nas conversas, o presidente levantou a bandeira de uma mobilização mundial em torno da paz entre Ucrânia e Rússia.

Cem dias do governo Lula

 
 
23
Mar23

Lula critica os inimigos do Brasil e do povo por manter taxa de juros mais alta do mundo: "que paguem pelo o que estão fazendo com o país"

Talis Andrade
 
 
 
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"A história julgará cada um de nós. A única coisa que sei é que a economia brasileira precisa crescer e gerar emprego", disse Lula. Neto de Roberto Campos, o economista da ditadura militar de 1964, quer manter a fome, o desemprego do governo Bolsonaro. A vida severina dos miseráveis sem teto, sem terra, para o enriquecimento de quem possui empresas offshore nos paraísos fiscais

 

247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quinta-feira (23),  que o Banco Central deve pagar o preço pela manutenção da taxa de juros do país em 13,75%, a taxa real mais alta do mundo. 

“Como presidente da República, eu não posso ficar discutindo cada relatório do Copom [Comitê de Política Monetária do Banco Central]. Eles que paguem pelo o que estão fazendo com o país”, disse Lula após cumprir agenda com a Marinha em Itaguaí, no Rio de Janeiro.

Ainda segundo Lula, “a história julgará cada um de nós. A única coisa que sei é que a economia brasileira precisa crescer e gerar emprego e emprego é a única coisa que garante dignidade e tranquilidade ao povo”.

As críticas de Lula ao BC foram feitas no dia seguinte ao anúncio do Copom sobre a manutenção da taxa de juros em 13,75%. No comunicado, emitido na noite da quarta-feira (22), o BC também sinalizou a possibilidade de uma elevação da taxa no curto prazo, apesar da necessidade urgente de crescimento. 

A política suicida de Roberto Campos Neto, traficante de moedas e parceiro de Paulo Guedes impõe ao Brasil a continuação do entreguismo do Brasil colônia, republiqueta de bananas, o Brasil das milícias, das mineradoras estrangeiras, com a "lanterna na popa". 

 

JUROS ALTOS: entenda como eles afetam o seu dia a dia

 
 
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por Tatiane Santos

Alguns termos, como Selic, Copom, títulos do Tesouro e índices inflacionários, estão sendo constantemente mencionados nos noticiários. Isso ocorre porque as taxas de juros estão extremamente altas no Brasil. Mas você sabe como os juros altos afetam o seu dia a dia? Se a resposta for não, fique tranquilo, nós vamos explicar!

Para compreender melhor sobre as taxas de juros, é preciso saber o que é o Copom. O Comitê de Política Monetária (Copom) é o órgão do Banco Central formado pelo seu Presidente e diretores, que define, a cada 45 dias, a taxa básica de juros da economia – a Selic.

A Selic serve de referência para outras taxas de juros de empréstimos e financiamentos. Com isso, se o valor da Selic subir, as outras taxas tendem a subir também.

Na última reunião do Copom, ocorrida neste mês, as taxas de juros foram mantidas em 13,75% ao ano, o que representa um valor bastante elevado. Em contrapartida, o Governo Federal justifica a tentativa de controlar o aumento de preços elevando as taxas de juros.

Juros altos: entenda como eles afetam o seu dia a dia

Com o aumento das taxas de juros, o dinheiro também custa mais caro. Nesse caso, o consumidor deve ficar atento ao uso exagerado do cartão de crédito para não precisar recorrer ao refinanciamento de dívidas ou utilizar o limite do cheque especial, que é uma prática bastante comum entre os brasileiros. Empréstimos e financiamentos também devem ser evitados.

A elevação das taxas de juros pode prejudicar muito o bolso de quem precisa de dinheiro. Por isso, a primeira coisa a fazer é verificar se você tem dívidas que estejam atreladas à taxa Selic. Agora, o momento é de economizar, trocar dívidas mais caras por outras mais baratas e só pegar dinheiro emprestado se for realmente a última alternativa.

Se precisar contrair um empréstimo, recorra a empréstimos pessoais, microcrédito ou consignado, que têm taxas menores. Vale até mesmo checar o penhor de joias da Caixa Econômica Federal.

O outro lado da moeda

Entre as melhores alternativas estão:

  • O Tesouro Direto Selic, que rende 100% da taxa básica de juros.
  • CDB – Certificado de Depósito Bancário. Quando se investe em CDBs o investidor está realizando um empréstimo para o banco e, por isso, ele o remunera.
  • LCIs e LCAS – Letra de Crédito Imobiliário e Letra de Crédito do Agronegócio. As LCIs e as LCAs são títulos emitidos por bancos que emprestam esse recurso para empresas ligadas ao mercado imobiliário e ao mercado do agronegócio.
  • Fundos de Investimentos Referenciados DI. Os Fundos DI buscam obter retornos que acompanham o CDI. Suas características principais são: baixa volatilidade e baixas taxas de administração.
 
 
 
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08
Fev23

Lula pegou leve no tema Eletrobrás: foi bandidagem completa

Talis Andrade
www.brasil247.com -


Presidente deve reverter a entrega da maior empresa de energia brasileira aos tubarões envolvidos na quebra das Americanas

 

por Leonardo Attuch /Portal Brasil 247

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi excessivamente moderado, na entrevista coletiva concedida nesta terça-feira 7 a vários veículos de comunicação da mídia independente, entre os quais o Brasil 247 e a TV 247. Ao falar sobre a privatização da Eletrobrás, ele afirmou que o processo de venda, realizado por Paulo Guedes e Jair Bolsonaro, foi "errático" e "quase uma bandidagem".

Lula pegou leve. O que aconteceu foi uma bandidagem completa, que, em países que zelam pelo patrimônio público, já teria terminado em cadeia e confisco do patrimônio dos envolvidos. Para refrescar, a maior empresa de energia do Brasil foi entregue de bandeja aos seus acionistas minoritários, na calada da noite, em junho de 2022.

Um mês antes da negociata, a Procuradora Geral da Fazenda Nacional alertou o Ministério da Fazenda que a venda significava dano ao erário público e parecia doação aos sócios privados.

De fato, foi isso o que aconteceu. De acordo com a modelagem feita por Paulo Guedes, as ações ordinárias da Eletrobrás, com direito a voto, foram convertidas em preferenciais. Assim, o governo federal abriu mão do prêmio de controle da companhia, causando danos econômicos ao povo brasileiro, que era controlador da empresa e deixou de ser, numa simples tacada financeira. Além disso, mesmo ficando com 40% das ações da empresa, o governo federal só pode votar nas assembleias como se tivesse apenas 10%. E uma "pílula do veneno" praticamente impossibilita a recompra da empresa pelo governo federal, ao tornar excessivamente onerosas as ações para o antigo controlador.

Com isso, o controle passou a ser diluído entre seus minoritários, entre os quais o grupo 3G, controlado pelos bilionários Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles, que acabam de protagonizar a maior fraude corporativa da história do Brasil, no calote de R$ 43 bilhões das Americanas. Uma fraude que abala a confiança no mercado de capitais, no sistema de crédito e causa prejuízos generalizados aos gestores da Faria Lima, como aconteceu como o Fundo Verde.

O risco de entregar uma empresa estratégica como a Eletrobrás a tubarões do mercado financeiro, que agora são publicamente conhecidos como caloteiros, não poderia ser mais evidente. No dia de ontem, a Light, que foi privatizada da mesma forma e também tem entre seus acionistas Beto Sicupira, comunicou a Agência Nacional de Energia Elétrica que não terá recursos para manter a concessão. Ou seja: depois de sucatear a empresa, os acionistas privados da Light entregarão o bagaço ao estado.

Por isso mesmo, vem em boa hora a iniciativa do governo Lula de questionar a privatização da Eletrobrás. Mas não basta que a Advocacia-Geral da União conteste algumas cláusulas da negociata. É preciso seguir o caminho apontado pelo professor Gilberto Bercovici, da Universidade de São Pauloo, que defende a anulação completa do crime contra o povo brasileiro cometido por Guedes e Bolsonaro, em favor de personagens como Lemann, Sicupira, Telles e companhia. Antes que a empresa seja sucateada e o Brasil fique no escuro, como ficou no fatídico apagão de 2002.

 

19
Nov22

Mídia internacional exalta Lula na COP-27

Talis Andrade

www.brasil247.com - Luiz Inácio Lula da Silva na COP27www.brasil247.com - ImageImageCard traz foto de Lula e o texto “O Brasil voltou”. Na sequência, prints de notícias de jornais internacionais

 

Por Altamiro Borges 

Enquanto a mídia monopolista nativa – famosa por seu falso moralismo e seu atávico ódio de classe – prioriza as críticas ao uso de um jatinho privado na viagem de Lula ao Egito, a imprensa internacional prefere destacar o sucesso do presidente eleito na COP-27. Todas as agências de notícias e os maiores veículos de comunicação do mundo têm exaltado a postura de estadista do líder brasileiro. 

O jornal ianque The New York Times, por exemplo, postou que “o presidente eleito do Brasil chegou e eletrizou a reunião. O entusiasmo era palpável aqui para Luiz Inácio Lula da Silva, conhecido simplesmente como Lula. Mr. Lula se dirigiu aos participantes da cúpula em meio a exuberantes apoiadores que cantaram para ele uma versão do comemorativo ‘Ole, ole, ole!’ [sic]”. 

Os britânicos Financial Times e The Guardian ressaltaram em suas chamadas a declaração de Lula de que “o Brasil está de volta ao mundo”. O mesmo tom foi dado pela revista The Economist: “Luiz Inácio Lula da Silva, o próximo presidente do Brasil, foi recebido entusiasticamente na cúpula do clima da ONU, no Egito. Lula disse aos delegados que o Brasil está de volta”.

 

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"Recebido com um astro do rock"


O jornal francês Le Monde, por sua vez, elogiou a proposta do novo presidente brasileiro de criar um fundo para reparar danos climáticos e também da ideia de realizar a COP no Brasil em alguma cidade da região amazônica. E a rede árabe Al Jazeera, do Catar, destacou que Lula em seu histórico discurso sinalizou o “afastamento das políticas do atual presidente Jair Bolsonaro, que presidiu durante anos de desmatamento desenfreado da Amazônia”. 

Já a agência Bloomberg destacou no título que “promessa de Lula de salvar Amazônia ganha recepção de herói na COP27”. No texto, o site enfatiza que “Lula atraiu uma das multidões mais animadas nas negociações climáticas, com centenas não só de jornalistas e ativistas, mas também de indígenas vestidos com roupas tradicionais esperando até três horas pela chegada do presidente eleito. Quando ele entrou na sala, entoaram cânticos de futebol: 'Olé, Olé, Olé, Lula, Lula!'”. 

A agência Reuters, que despacha matérias para milhares de veículos no mundo, estampou no título: “Recebido como um astro do rock, Lula promete proteger a Amazônia”. E a Associated Press registrou: “Lula promete um novo dia para a Amazônia”.
 

Lula conversa com o mundo sobre Amazônia

 
 

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