No terceiro episódio da segunda temporada do podcast “UOL Investiga”, a jornalista Juliana Dal Piva revela como a família Bolsonaro ignorava as denúncias dos crimes de policiais durante a CPI das milícias.
Flávio e Carlos condecoraram 16 policiais denunciados como integrantes de organizações criminosas.
Ao mesmo tempo, o ex-capitão do Bope Adriano Nóbrega crescia no mundo do crime.
“UOL Investiga - Polícia Bandida e o Clã Bolsonaro” fala da relação da família Bolsonaro com agentes das forças de segurança que se tornaram milicianos e usaram seu treinamento para cometer crimes.
Traz ainda detalhes da relação da família Bolsonaro com Adriano Nóbrega, ex-policial militar morto em 2020 e apontado como chefe de assassinos de aluguel
Jair e Flávio inclusive fizeram visitas ao ex-capitão na prisão.
Esta temporada tem também a história completa do roubo de uma moto do presidente em 1995, crime que mobilizou parte da polícia do Rio e simboliza vários problemas da segurança pública.
O que é e como funciona o Escritório do Crime
Braço armado da milícia que age na Zona Oeste no Rio, a organização era comandada pelo ex-capitão do Bope, Adriano Magalhães da Nóbrega, que tinha ex-esposa e mãe empregadas no gabinete de Flávio Bolsonaro
Investigações do Ministério Público (MP) aprofundam cada vez mais o envolvimento da família Bolsonaro com o chamado Escritório do Crime.
Braço armado da milícia que age na Zona Oeste do Rio de Janeiro, a organização era comandada pelo ex-capitão do Bope, Adriano Magalhães da Nóbrega, que tinha ex-esposa e mãe empregadas no gabinete de Flávio Bolsonaro, na época em que o filho do presidente era deputado estadual.
Adriano é amigo do policial militar reformado Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio. O ex-capitão chegou a ser homenageado pelo filho de Jair Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
Mais informações sobre o suposto esquema de corrupção envolvendo Flávio, hoje senador, vieram à tona após a deflagração de mandados de busca e apreensão solicitados pelo MP-RJ.
As apurações apontam que Danielle Mendonça da Costa, ex-esposa de Adriano, admitiu que a origem do dinheiro que recebia como assessora de Flávio na Alerj era ilegal.
Ex-assessora do então deputado, Danielle é apontada pelo MP como uma funcionária fantasma que recebia salário e o repassava para Queiroz, indicado como chefe do esquema de “rachadinhas” no gabinete de Flávio.
De acordo com o MP, ela teria repassado a Queiroz R$ 150 mil no período em que esteve na Alerj.
O MP-RJ também concluiu que contas bancárias de Adriano foram usadas para repassar dinheiro a Queiroz.
A conclusão foi tirada com base em informações da quebra de sigilo bancário e fiscal de Queiroz e de Danielle.
Execuções por encomenda
O Escritório do Crime nasceu da exploração imobiliária ilegal em atividades como grilagem, construção, venda e locação ilegal de imóveis.
Especializada em execuções por encomenda, a organização é composta pelo que se chama de banda podre da polícia.
Os integrantes utilizam as técnicas aprendidas nas corporações oficiais para cometer assassinatos.
Há fortes suspeitas que o grupo esteja envolvido em 19 homicídios não esclarecidos desde 2002.
Os criminosos chamam atenção pelo profissionalismo com que atuam.
Marielle
Em agosto de 2018, passaram a ser investigados sob acusação de envolvimento com o assassinato da ex-vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
A suspeita é que os assassinatos tenham sido encomendados para a organização com o objetivo de evitar que Marielle atrapalhasse os negócios do grupo.
A ex-vereadora estava investigando as atividades imobiliárias ilegais dos milicianos em Rio das Pedras.
Marielle Franco foi executada durante a intervenção militar do governo Michel Temer no Rio de Janeiro.
O interventor de Temer, hoje vice na chapa de Jair Bolsonaro, o general Braga Neto jamais interveio nos territórios das milícias.
Carlos Jordy bolsonarista aprova sangreira de negro pobre
Deputado bolsonarista Carlos Jordy, que é ligado ao Bope do Rio, não exatamente se fez de rogado para esfregar na cara do Ministério Público, STF, TSE e favelas cariocas (“serve de aviso”) o que foi que aconteceu no Alemão.
Antes do massacre no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro, neste ano de 2022, a chacina mais recente que tinha sido promovida pelo Bope no Alemão também aconteceu em ano eleitoral, em 2020.
Na época, o site Ponte chamou atenção para que o Bope produzira 13 mortos para apreender oito fuzis. Nesta quinta, no mesmo Alemão, foram uma metralhadora, duas pistolas e quatro fuzis apreendidos e 19 cadáveres no chão – ainda contando, incluindo um policial e igualando o número de mortos da tragicamente emblemática chacina policial no Alemão durante os jogos Pan-Americanos de 2007.
Quando aconteceu a chacina de 2020, Wilson “mirar na cabecinha” Witzel ainda era governador. Hoje, Marcelo Freixo é pré-candidato, e forte, ao governo do estado do Rio, e seu principal adversário é Claudio Castro, o ex-vice de Witzel que agora tenta a reeleição.
Com tantos crimes a serem apurados na comarca fluminense, os Bolsonaro não gostariam nada de ver Marcelo Freixo eleito governador.
Nesta quinta, enquanto corpos ainda esfriavam em caçambas, o deputado federal
Nesta quinta, enquanto corpos ainda esfriavam em caçambas, o deputado federal bolsonarista Carlos Jordy, que é ligado aos Bolsonaro e ao Bope do Rio, não exatamente se fez de rogado para esfregar na cara do Ministério Público, STF, TSE e favelas cariocas (“serve de aviso”) o que foi que aconteceu no Alemão, além de chacina: um ato de campanha, estadual e nacional.
Jordy jamais condenou o genocídio da pandemia, a estratégia de propagação, para obter a imunidade de rebanho, vide o atraso na vacinação e o morticínio de Manaus, e o kit cloroquina me engana.
Jordy jamais condenou o genocídio de jovens negros. O racismo policial contra pobres, negros, favelados. Sempre condenou as câmaras de filmagem acopladas aos uniforme dos militares em serviço.
Jordy jamais condenou o genocídio dos povos indígenas, as terras invadidas pelos grileiros, madeireiros, garimpeiros, caçadores, pescadores, a Amazônia sem lei dos traficantes nacionais e internacionais.
É piada de mau gosto Freixo querer ser Governador do RJ sendo do partido q acionou o STF p/ impedir operações policiais contra o tráfico. O confronto no Complexo do Alemão serve de aviso: quanto menos operações, mais os criminosos se estruturam. Freixo e Lula têm o mesmo projeto!
, que é ligado aos Bolsonaro e ao Bope do Rio, não exatamente se fez de rogado para esfregar na cara do Ministério Público, STF, TSE e favelas cariocas (“serve de aviso”) o que foi que aconteceu no Alemão, além de chacina: um ato de campanha, estadual e nacional.
É piada de mau gosto Freixo querer ser Governador do RJ sendo do partido q acionou o STF p/ impedir operações policiais contra o tráfico. O confronto no Complexo do Alemão serve de aviso: quanto menos operações, mais os criminosos se estruturam. Freixo e Lula têm o mesmo projeto!
Jordy é uma piada. Jamais condenou o tráfico de armas, de ouro, de pedras preciosas, de dinheiro (os doleiros), de madeira nobre, de produtos florestais, de minérios estratégicos, principalente o nióbio. Jamais condenou o desmatamento da Amazônia, pela grilagem de terra. Jamais condenou o tráfico internacional de coca, que passa pelo Vale do Javari, terra indígena, supostamente protegida pela Funai, tríplice fronteira abandonada pela Polícia Federal e pelas forças armadas.
Um povo que aprova chacina, em um país que não existe pena de morte, é um povo cruel, que aplaude assassinatos quando praticados por ricos, pelos militares, pelos policiais como acontecia no Coliseu dos imperadores romanos. Um povo que se alegra com a morte no circo eleitoral (panem et circum)
Uma mulher idosa, que chora, é abraçada por um jovem. Ela está com o peito encostado e o braco estendido sobre um caixão com um corpo coberto por flores e véu. Eles são negros.
Gabriella Ferreira da Cunha
Mãe diante do corpo de Gabriella Ferreira da Cunha, 41 anos. Sua filha foi atingida por um tiro na entrada da Chatuba, ao lado da Vila Cruzeiro. A bala perdida costuma ser achada em corpos pretos e pobres.
O espetáculo de celebração da morte e da incompetência continua. E não faltou, por óbvio, o apoio de Jair Bolsonaro ao massacre da Vila Cruzeiro, no Rio.
Até agora, apareceram 25 corpos.
Dados alguns testemunhos, a forma da ação e gravações que vieram a público, é possível que o futuro venha a revelar ossadas de vítimas largadas na mata.
É a barbárie em estado puro servindo à campanha eleitoral.
Para a surpresa de ninguém, estão nas redes tuítes falsos atribuídos a Marcelo Freixo, pré-candidato do PSB ao governo do Estado, pregando o fim da PM.
A máquina de desinformação e mentira funciona junto com a máquina de matar. E, se tudo isso lhes parece pouco, a Polícia do Rio agora diz não reconhecer a autoria de oito das mortes.
"Lutarei para que não sujem a imagem dela", diz mãe de cabeleireira morta durante chacina na Penha
Diz um antigo ditado, que a ordem da natureza é um filho morrer depois da sua mãe. Mas, a violência em que as favelas do Rio foram jogadas, fez essa lógica se inverter. Divone Ferreira da Cunha, de 72 anos, enterrou nesta quarta-feira (25) a filha Gabriella Ferreira da Cunha, de 41 anos, no cemitério do Caju, região central do Rio. A cabeleireira foi vítima de um disparo de arma de fogo, na Chatuba, durante uma das incursões policiais que aconteceu no Complexo da Penha, na última terça-feira (24).
“Eu quero dizer que ela foi muito amada e será muito amada e lembrada. Lutarei para que não sujem a imagem dela, o seu nome. Minha filha era muito trabalhadeira, muito alegre”, diz emocionada a mãe Divone.
Familiares e amigos indo em direção ao local onde o corpo de Gabrielle foi enterrado
A senhora revelou que a filha era muito solidária e, por vezes, fazia o cabelo de graça para quem não tinha condições de pagar na comunidade onde morava. Gabriella, que foi rainha do carnaval em Petrópolis, em 2002. “Ela era uma pessoa sorridente, amorosa, feliz”
Gabriella estava no Rio há 18 anos e era viúva. Deixou um filho de 17 anos, Maian Ferreira da Cunha. O menino estava muito abalado e não quis dar entrevista. A avó afirma que ele continuará com ela em Petrópolis, local onde o neto estava quando recebeu a notícia. “Falaram pelo Twitter para o meu neto. Aí viemos para cá. Nós ficamos sabendo eram umas 9 da manhã. O que eu não deveria acontecer, aconteceu. Hoje eu estou aqui enterrando aqui a minha filha”, conclui a mãe da vítima.
Enterro aconteceu quatro horas depois, no cemitério do Caju.
[Na chacina da Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro, confessa a polícia de Cláudio Castro que matou "apenas" 17 negros. Não morreu nenhum policial. Falta investigar a morte de oito moradores da Vila, o antigo Quilombo da Penha. Que as forças armadas, que são brancas, mudaram o nome para Complexo da Penha.
Complexo tem os seguintes sinônimos: abstruso, anfigúrico, arrevesado, complicado,
intrincado, que explicam a presença da Polícia Rodoviária Federal na favela. Chacina que teve o ferveroso apoio do presidente Jair Bolsonaro aos homicidas. Solidariedade de miliciano.
Talvez o Bope pretendeu informar que trucidou 17 moradores, e as 8 mortes restantes da chacina foram executadas pela Polícia Rodoviária Federal. Bem provável e macabro, e combina com a necropolítica do governo militar de Jair Bolsonaro.
Há quem fale que um serial killer acompanhou as tropas assassinas do Bope e PRF]
Mototaxista e ex-marinheiro são duas das vítimas da chacina policial na Penha
Na ação do BOPE, PRF e PF que está sendo investigada pelo MPF, Ricardo José Cruz Zacarias Jr. e Douglas Costa Inácio Donato foram mortos
As marcas da letalidade dos agentes policiais na chacina ocorrida na região conhecida como Matinha, no Complexo da Penha, na última terça-feira (24) ainda repercutem nesta quarta-feira (25). A ação brutal coordenada pelo Batalhão de Operações Especiais (BOPE) e Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Polícia Federal (PF) deixou 23 pessoas mortas e seis pessoas feridas, focialmente, segundo a Polícia Civil.
Entre as vítimas dessa intervenção que está sendo investigada pelo Ministério Público Federal (MPF), estão o mototaxista Ricardo José Cruz Zacarias Jr, que participava de uma manifestação contra a brutalidade dos agentes, e o ex-marinheiro Douglas Costa Inácio Donato, que saiu para levar um amigo para casa de moto e não retornou.
O ramo de trabalho de Ricardo é uma das mais tradicionais dentro das comunidades cariocas. A tendência profissional surgiu pela necessidade dos moradores, pois o difícil acesso às ruas e a negativa de atendimento dos aplicativos nas viagens são condições comuns e que apenas os moto-táxis conseguem driblar. Em protesto pela morte do colega, os trabalhadores organizam uma manifestação na comunidade.
Já a morte de Douglas, segundo os familiares e noticiado pelo portal jornalístico Uol, aconteceu durante as primeiras horas da chacina policial. De acordo com as informações, o ex-marinheiro trabalhava atualmente em uma loja de calçados e almejava ingressar na carreira de vigilante.
A Federação das Associações de Favelas do Rio de Janeiro (FAFERJ) em nota divulgada pelas redes sociais disse enfaticamente que a chacina do complexo da Penha revela que a política de segurança pública de Cláudio Castro é única e exclusivamente o extermínio da favela. Uma chacina eleitoreira com justificativas que foram mudando ao longo do dia, conforme subia o número de mortos, escolas, hospitais e órgãos públicos fechados na região.
Ainda em nota, afirma no Complexo da Penha há dezenas de comunidades, cerca de 70 mil famílias, que foram afetadas por uma operação injustificada e com finalidade eleitoral de atacar a constituição brasileira e determinações judiciais. Uma cortina de fumaça para esconder a crise que o Rio de Janeiro vive, com alto índice de desemprego e miséria, principalmente em nossas favelas.
Por fim, lamenta que o Estado haja com tanta violência e crueldade, sem pensar nos efeitos nocivos a toda comunidade. Centenas de milhares de moradores não tiveram direito de ir e vir, crianças ficaram sem escola e a vacinação foi interrompida. Não há uma cidade integrada, afirmam, mas um estado se desintegrando.
Enterro de mototaxista morto em chacina policial conta com homenagens e corredor de motos
Ricardo José Cruz Zacarias Jr foi sepultado no cemitério de Irajá, na Zona Norte do Rio, nesta tarde de quinta-feira (26)
Na tarde desta quinta-feira (26), amigos e familiares realizaram uma despedida durante o enterro do mototaxista assassinato durante a chacina policial na região conhecida como Matinha, no Complexo da Penha, na última terça-feira (24).
Com corredores de motos, canções em homenagem e gritos por justiça e paz, o sepultamento de Ricardo José Cruz Zacarias Jr aconteceu no cemitério Irajá, na Zona Norte do Rio de Janeiro.
Em homenagem, colegas de trabalho de Ricardo realizaram um corredor de motos. Foto: Renato Moura / Voz das Comunidades
A ação de extermínio do Batalhão de Operações Especiais (BOPE), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Polícia Federal (PF) deixou oficialmente23 pessoas mortas e 6 feridas, de acordo com a última atualização da Polícia Civil. Anteriormente, os dados divulgados pelo hospital Getúlio Vargas informavam 25 mortos. Mesmo com a mudança, a operação segue sendo a segunda mais letal da história da cidade do Rio de Janeiro.
Amigos e familiares se despedem de Ricardo, uma das vítimas da chacina policial no Complexo da Penha. Foto: Renato Moura/Voz das Comunidades
É importante ressaltar que o Ministério Público Federal (MPF) abriu uma investigação para a apuração da operação. Pois, segundo a instituição, há indícios de execuções e de torturas pelos agentes de segurança pública. Além disso, organizações e iniciativas de Direitos Humanos emitiram uma nota pública pela verificação dos fatos e pela integridade da população da favela.
Jovem negro de 16 anos, vítima da chacina na Penha, é enterrado no cemitério do Caju
João Carlos de Arruda foi morto durante incursão policial na Vila Cruzeiro com perfuração na altura do tórax
Mais um promissor futuro foi interrompido durante a chacina policial que atingiu a Vila Cruzeiro, Complexo da Penha, na terça-feira (24). O estudante João Carlos de Arruda Ferreira, de 16 anos, foi vítima de facada na altura do tórax, segundo a certidão de óbito. O jovem foi enterrado na tarde desta quinta-feira, às 13h, no cemitério do Caju.
O irmão do jovem, o mototaxista Washington Patrício Ferreira, de 29 anos, tinha a guarda de João. Segundo Washington, João era uma pessoa alegre e muito querido pela família. “Era um menino de bom coração, apaixonado por bondade e brincalhão”.
Família enterrou o corpo de João na tarde desta quinta-feira. Foto: Vilma Ribeiro / Voz das Comunidades
João estava na sexta série do ensino fundamental. Estudava à noite na escola Nereu Sampaio de segunda à quinta-feira. Durante o dia, brincava e cuidava das sobrinhas, filhas de Washington. Nos finais de semana, os irmãos jogavam bola em momentos de lazer.
“Há 2 anos, estava aqui nesse mesmo lugar”, relatou Washington. Enterrou a mãe, o pai, e agora o irmão. “Não tenho palavras sobre o meu irmão. Que Deus guarde o coração dele e os nossos”.
Jair Bolsonaro decidiu imitar uma pessoa com falta de ar durante a crise de falta de oxigênio na pandemia da covid
O poderoso chefão
Nesta terça-feira (24), uma chacina realizada pelo Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) e Polícia Rodoviária Federal (PRF) na Vila Cruzeiro, Complexo da Penha, executou 25 pessoas negras, e feriu sete, gravemente no Rio de Janeiro.
Na Cidade e no Estado do Rio de Janeiro, os redutos eleitorais da família bolsonaro. Pelo Rio de Janeiro, Bolsonaro foi 28 anos deputado federal. O filho Flávio foi eleito deputado estadual duas vezes, e na última eleição senador. O filho Carlos, pelas urnas democrática e livres e transparentes, vereador no lugar da mãe.
Rogéria Bolsonaro foi vereadora no Rio por dois mandatos, entre janeiro de 93 e janeiro de 2001. Em 1998, com a separação, perdeu o cargo para o filho Carlos Bolsonaro.
O governo federal nada faz no Rio sem o mando presidencial, principalmente as polícias federais e milícias. O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, um apagado fantoche.
PRF mílícia das favelas do Rio
O ex-secretário nacional de Segurança Pública, José Vicente da Silva diz que “há muito o que ser investigado, principalmente pelo Ministério Público”, na chacina da Vila Cruzeiro.
“É uma operação fracassada. Morreu uma inocente. Em relação aos demais considerados suspeitos, ainda não dá para dizer que morreram só criminosos, ainda que haja constatação de que estavam fortemente armados, uma realidade de boa parte das favelas do Rio. Mesmo que apreendidos 13 fuzis, ainda assim não vale a morte de um inocente”, diz.
Ele afirma ainda que a PRF, ao participar da ação, estava descumprindo a lei. “Há uma questão nessa ação: o que estava fazendo a PRF lá? Decerto, estava descumprindo a lei pura e simplesmente, porque o artigo 144 da Constituição, que trata da incumbência das policias, diz que a responsabilidade da PRF são rodovias federais, só que na Vila Cruzeiro não passa nenhuma via federal. Não é a primeira vez que eles saem do policiamento ostensivo para policiamento ostentação, com roupas de combate. É necessário que o Ministério Público Federal veja isso”, ressaltou.
Asfixia o jeitinho bolsonarista de matar
Por falta de UTI nos hospitais, de cuidados paliativos, dezenas e dezenas de brasileiros morreram asfixiados. Notadamente em Manaus.
Sem ar, a morte mais horrenda, que Bolsonaro, fria, sem nenhum sentimento de compaixão pelo sofrimento do povo brasileiro, imitou. Coisa doentia de psicopata.
Em meio à crise vivida no sistema de saúde por conta da pandemia de Covid-19, o presidente decidiu imitar uma pessoa com falta de ar para atacar.
A “imitação” acontece diante de um colapso no sistema de saúde. Com a falta de medicamentos necessários para a intubação com oxigênio.
“Se você começar a sentir um negócio esquisito lá, você segue a receita do ministro Mandetta, que antecedeu o general da ativa Eduardo Pazuello. Você vai para casa, e quando você estiver lá… Ugh, Ugh, Ugh, com falta de ar, aí você vai para o hospital”, disse o presidente, imitando uma pessoa se sufocando. A cena aconteceu durante a live semanal do ex-capitão, nesta quinta-feira (18). Veja vídeos:
POLÍCIA ASFIXIA PRESO COM COCAÍNA
Na chacina da Vila Cruzeiro as polícias estadual (Bope) e federal (PRF) tortura e mata preso com o pó de coca do kit flagante.
Thainã de Medeiros, de 39 anos, ativista do Coletivo Papo Reto e funcionário do gabinete da deputada estadual Renata Souza (PSOL) na Assembleia Legislativa (Alerj), gravou o momento em que um policial faz o disparo contra ele e um grupo de aproximadamente 30 moradores.
Tinha esse corpo ali, que a galera disse que estava na mata. Eu subi com a OAB [Ordem dos Advogados do Brasil] e, em determinado momento, a gente entendeu que a Defensoria [Pública] estava chegando e que seria importante eles presenciarem aquele corpo, porque ele estava com visíveis marcas de execução", informou Thainã.
O assessor disse que o rosto do cadáver tinha marcas de pó branco, e contou ter ouvido de moradores que o homem teria sido obrigado por PMs a comer cocaína. "A cara dele eu me lembro muito. A boca espumando...", acrescentou.
Thainã não soube dizer quem seria a homem, mas falou que uma irmã e a mãe da vítima apareceram momentos depois. Passados alguns instantes, a mãe teria decidido descer a favela com o corpo.
Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, foi abordado por policiais rodoviários federais e colocado dentro de "câmara de gás" adaptada
Imagens assustadoras de um homem sendo colocado dentro de uma viatura da Polícia Rodoviária Federal (PRF) cheia de fumaça chamaram atenção da Ordem dos Advogados do Brasil de Sergipe. Em nota, a instituição frisa que acompanha, “de forma vigilante, os desdobramentos das investigações sobre o episódio”.
“A OAB Sergipe respeita as instituições, mas não compactua com qualquer tipo de violência ou de tortura, razão pela qual se manterá atenta à apuração da responsabilidade pela fatídica morte”, pontua a entidade.
Segundo laudo do Instituto Médico-Legal (IML) de Sergipe, Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, morreu por asfixia mecânica e insuficiência respiratória aguda após abordagem violenta da PRF na quarta-feira (25/5). O homem faleceudepois que dois policiais o prenderam dentro de uma espécie de “câmara de gás” nazista montada no porta-malas de uma viatura.
Confira vídeo do momento:
Sâmia Bomfim
@samiabomfim
A tortura e morte de Genivaldo Santos em uma câmara de gás montada pela PRF em uma viatura é um crime bárbaro! Junto com a bancada do PSOL vou acionar o MPF por uma investigação rigorosa, além de cobrar da própria PRF todas as informações relacionadas aos responsáveis pela ação.
Natália Bonavides
@natbonavides
BARBÁRIE! Genivaldo de Jesus, homem negro, foi morto de forma brutal em Sergipe. Sufocado até a morte numa viatura policial transformada em Câmara de Gás. A estrutura racista não muda, só se adapta e segue espalhando ódio e crueldade. Justiça por Genivaldo!
Duas das 10 maiores chacinas em operações policiais da história do Rio zona de guerra também aconteceram no governo de Cláudio Castro. 178 negros e negras executados que a matança de pobre tem cor
Rede Brasil Atual-Sob o governo de Cláudio Castro (PL), em apenas um ano de gestão, o Rio de Janeiro viveu uma sequência de 39 chacinas com 178 mortes promovidas pelas policias. As informações são de levantamento realizado pelo Instituto Fogo Cruzado, que reúne dados sobre a violência armada, em conjunto com o Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (Geni-UFF). E mostram ainda que o governador é responsável por duas das 10 maiores chacinas em operações policiais da história do Rio.
O estudo leva em conta o massacre ocorrido nesta terça-feira (24), em que uma ação policial na Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, zona norte da cidade, deixou 25 pessoas mortas e entrou para a história como o segundo mais letal. Até então eram contabilizados 22 óbitos, mas outras duas pessoas morreram durante a madrugada, segundo informações do G1. O terceiro óbito seria de um adolescente levado para a UPA do Alemão, mas que já chegou morto à unidade de saúde.
Cláudio Castro também acumula as 28 mortes da operação realizada em maio de 2021, na favela do Jacarezinho, a mais letal da história fluminense. São consideradas chacinas, de acordo com os pesquisadores na área de segurança pública, todas as ações com ao menos três mortes.
Segundo o levantamento, dos 39 massacres sob a gestão de Cláudio Castro, a maioria – 31 – ocorrem durante operações policiais. Ao todo, os agentes provocaram 150 mortes, o equivalente a 84% dos assassinatos. Apenas nos cinco primeiros meses deste ano, foram registradas 82 mortes em 16 chacinas em todo o estado do Rio de Janeiro.
Um outro estudo do Instituto Fogo Cruzado em parceria com o Geni-UFF revela ainda que em um período de 14 anos, entre 2007 a 2021, ao todo 593 chacinas policiais foram contabilizadas.
Maiores chacinas em ações policiais no Rio
1ª – Jacarezinho (maio de 2021) – 28 mortos
2ª – Vila Cruzeiro (maio de 2022) – 25 mortos
3ª – Vila Operária, em Duque de Caxias (janeiro de 1998) – 23 mortos
4ª – Complexo do Alemão (junho de 2007) – 19 mortos
5ª – Senador Camará (janeiro de 2003) – 15 mortos
6ª – Complexo do Alemão (julho de 1994) – 14 mortos
7ª – Complexo do Alemão (maio de 1995) – 13 mortos
8ª – Vidigal (julho de 2006) – 13 mortos
9ª – Catumbi (abril de 2007) – 13 mortos
10ª – Complexo do Alemão (2004 e 2020), Vila Isabel (2009) e Barreto, em Niterói (2010) – 12 mortos cada
Chacina policial se torna regra
Em entrevista àPonte Jornalismo, a coordenadora do Geni-UFF, Caroline Grillo, doutora em ciências humanas, disse que o mais assustador tem sido perceber que chacinas, promovidas por forças de seguranças, “vão despontando como uma marca da nossa democracia”. O que deveria ser inadmissível. Ao portalUOL, o pesquisador do grupo Daniel Hirata completou que “a gestão Cláudio Castro não tem nenhum comprometimento com o principal problema de Segurança Pública no Rio, que é a letalidade policial”. No ano passado, policiais mataram 1.356 pessoas no estado, o equivalente a 22% das mortes por intervenção policial de todo o país.
Ainda de acordo com Hirata aoUOL, tanto aoperação no Jacarezinho, há pouco mais de um ano, como a na Vila Cruzeiro, ontem, “se enquadram nas características típicas das chacinas policiais, com a presença das unidades especiais e em ações emergenciais, que tendem a ser mais violentas do que planejadas”.
A operação desta terça, por exemplo, contou com agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope), da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Polícia Federal (PF). O objetivo, segundo a Polícia Militar ao Ministério Público do Rio, era coletar “dados de inteligência” sobre o deslocamento de aproximadamente 50 criminosos que estariam escondidos na comunidade pelo Comando Vermelho (CV). Os agentes alegaram ainda que queriam evitar uma migração determinada pela facção para a Rocinha, na zona sul.
25 mortos na Vila Cruzeiro
No entanto, desde as 4h, moradores relatavam um “cenário de guerra”, com intenso tiroteio. Pelo menos 19 escolas da rede municipal precisaram suspender as aulas devido à operação, segundo a Secretaria Municipal de Educação atualizou na tarde de ontem. Vídeos registrados pelo jornalVoz das Comunidadesmostraram um helicóptero blindado da PM dando apoio aos agentes em terra. Entre os mortos, está a moradora Gabriele Ferreira da Cunha, de 41 anos, atingida dentro de casa, na Chatuba, um bairro vizinho, por “bala perdida”.
De acordo com o portalg1, 28 pessoas deram entrada no Hospital Estadual Getúlio Vargas, 25 morreram e quatro pacientes permanecem internados, dois deles em estado grave, enquanto outro foi transferido. A Polícia Militar divulgou nomes e fotos de 12 mortos e tratou a maioria como suspeito. Nesta quarta-feira (25), a Polícia Civil disse que papiloscopistas ainda trabalhavam na identificação dos corpos. Das 24 vítimas mortas no confronto, apontado pela PM, nenhuma delas era das polícias.
O Ministério Público Federal e o Ministério Público do Rio de Janeiro abriram procedimentos para investigar condutas abusivas de agentes de segurança.