No terceiro episódio da segunda temporada do podcast “UOL Investiga”, a jornalista Juliana Dal Piva revela como a família Bolsonaro ignorava as denúncias dos crimes de policiais durante a CPI das milícias.
Flávio e Carlos condecoraram 16 policiais denunciados como integrantes de organizações criminosas.
Ao mesmo tempo, o ex-capitão do Bope Adriano Nóbrega crescia no mundo do crime.
“UOL Investiga - Polícia Bandida e o Clã Bolsonaro” fala da relação da família Bolsonaro com agentes das forças de segurança que se tornaram milicianos e usaram seu treinamento para cometer crimes.
Traz ainda detalhes da relação da família Bolsonaro com Adriano Nóbrega, ex-policial militar morto em 2020 e apontado como chefe de assassinos de aluguel
Jair e Flávio inclusive fizeram visitas ao ex-capitão na prisão.
Esta temporada tem também a história completa do roubo de uma moto do presidente em 1995, crime que mobilizou parte da polícia do Rio e simboliza vários problemas da segurança pública.
O que é e como funciona o Escritório do Crime
Braço armado da milícia que age na Zona Oeste no Rio, a organização era comandada pelo ex-capitão do Bope, Adriano Magalhães da Nóbrega, que tinha ex-esposa e mãe empregadas no gabinete de Flávio Bolsonaro
Investigações do Ministério Público (MP) aprofundam cada vez mais o envolvimento da família Bolsonaro com o chamado Escritório do Crime.
Braço armado da milícia que age na Zona Oeste do Rio de Janeiro, a organização era comandada pelo ex-capitão do Bope, Adriano Magalhães da Nóbrega, que tinha ex-esposa e mãe empregadas no gabinete de Flávio Bolsonaro, na época em que o filho do presidente era deputado estadual.
Adriano é amigo do policial militar reformado Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio. O ex-capitão chegou a ser homenageado pelo filho de Jair Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
Mais informações sobre o suposto esquema de corrupção envolvendo Flávio, hoje senador, vieram à tona após a deflagração de mandados de busca e apreensão solicitados pelo MP-RJ.
As apurações apontam que Danielle Mendonça da Costa, ex-esposa de Adriano, admitiu que a origem do dinheiro que recebia como assessora de Flávio na Alerj era ilegal.
Ex-assessora do então deputado, Danielle é apontada pelo MP como uma funcionária fantasma que recebia salário e o repassava para Queiroz, indicado como chefe do esquema de “rachadinhas” no gabinete de Flávio.
De acordo com o MP, ela teria repassado a Queiroz R$ 150 mil no período em que esteve na Alerj.
O MP-RJ também concluiu que contas bancárias de Adriano foram usadas para repassar dinheiro a Queiroz.
A conclusão foi tirada com base em informações da quebra de sigilo bancário e fiscal de Queiroz e de Danielle.
Execuções por encomenda
O Escritório do Crime nasceu da exploração imobiliária ilegal em atividades como grilagem, construção, venda e locação ilegal de imóveis.
Especializada em execuções por encomenda, a organização é composta pelo que se chama de banda podre da polícia.
Os integrantes utilizam as técnicas aprendidas nas corporações oficiais para cometer assassinatos.
Há fortes suspeitas que o grupo esteja envolvido em 19 homicídios não esclarecidos desde 2002.
Os criminosos chamam atenção pelo profissionalismo com que atuam.
Marielle
Em agosto de 2018, passaram a ser investigados sob acusação de envolvimento com o assassinato da ex-vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
A suspeita é que os assassinatos tenham sido encomendados para a organização com o objetivo de evitar que Marielle atrapalhasse os negócios do grupo.
A ex-vereadora estava investigando as atividades imobiliárias ilegais dos milicianos em Rio das Pedras.
Marielle Franco foi executada durante a intervenção militar do governo Michel Temer no Rio de Janeiro.
O interventor de Temer, hoje vice na chapa de Jair Bolsonaro, o general Braga Neto jamais interveio nos territórios das milícias.
Se existisse revide na ocupação, os militares jamais invadiriam a favela de peito aberto, tão expostos, exibidos, desprotegidos
Depois de dez anos, a segunda invasão militar do Complexo do Alemão. Desta vez a sangreira foi nos becos e casas
Por Voz das Comunidades
“O beco aqui na frente de casa está cheio de sangue e os moradores gritando que tem gente baleada”, esse é o relato de um morador do Complexo do Alemão que, desde às 5h30 desta quinta-feira, enfrenta um cenário de guerra em frente a sua própria residência e por motivos de segurança não terá a identidade revelada.
Ainda sem horário para terminar a chacina policial do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) e Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (CORE), que já deixou 20 mortos no Alemão, muitos moradores possuem com receio de saírem de casa, pois sabem o risco que uma pessoa que reside nas favelas do Rio de Janeiro carrega ao passar de seu próprio portão – e, em alguns casos, até dentro deles já que o clima de iminente tiroteio na região perdura há 12 horas.
Em virtude dessa letalidade na comunidade, a avenida Itararé, a principal rua de acesso no Alemão, permaneceu interditada pelos agentes policiais por mais de 8 horas, impedindo a saída ou a entrada de moradores que estavam em direção aos trabalhos, cursos, compromissos e outras agendas.
A chacina no Complexo do Alemão é um reflexo da postura genocida adotada pela segurança pública do Estado do Rio de Janeiro no último ano. Nesse período de tempo, os agentes policiais sob o comando do governador Cláudio Castro efetuaram a chacina do Jacarezinho (06 de maio de 2021, com 28 mortes) e do Complexo da Penha (24 de maio de 2022, com 25 mortos). De acordo com a matéria do Nexo Jornal que utiliza dados da plataforma Fogo Cruzado, com a ação de hoje, a gestão do atual governador possui as três maiores chacinas policiais na história do Rio de Janeiro.
Ronaldo Bandeira: como transformar um carro da PRF em uma câmara de gás
por Fernando Brito
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No grau de insensibilidade criado por décadas de apoio da mídia – que ‘finge’ que não são seu os “senta o dedo’, ‘cancela o CPF’, ‘bandido bom é bandido morto’ que promoveu em sua programação e que, agora, circulam à vontade nas redes sociais, só mesmo mostrando gravadas em vídeo as cenas brutais da violência policial para que ela, nada rara, ser capaz de chocar e provocar providências.
É o que está acontecendo esta semana: logo após a chacina da Vila Cruzeiro, o espetáculo de horror de Sergipe, no qual policiais rodoviários federais assassina, por inalação de gás, um homem preso e cominado, na caçamba se sua viatura teve o condão de colocar na defensiva a turma do “mata mas não prende”.
A justificativa cínica da PRF aumenta ainda mais a covardia, ao dizer que o homem teve “um mal súbito”, enquanto os médicos apontam asfixia aumenta ainda mais a indignação. O vídeo do portal Metrópoles mostra claramente que Genivaldo de Jesus Santos, já inteiramente dominado, é mantido deliberadamente respirando gás por 2 minutos, gritando desesperadamente.
Não dá para chamá-lo de “bandido”, “traficante” e outros nomes comumente usados para justificar a barbárie. Seu delito era pilotar uma moto sem capacete, algo que o presidente da República faz a toda hora, inclusive ao lado de batedores da PRF em suas motociatas.
É mais que hora de transformar o episódio num símbolo de repúdio e controle da violência policial, porque esta, ao contrário da criminalidade, pode ser contida apenas pelas autoridades, se estas puderem perder o medo de exigir das forças de segurança pública o básico: o respeito às leis e aos cidadãos.
As TV, sites e jornais, que deram, corretamente, tanto destaque para oBlack Lives Matter, não vai dá-lo aoVidas Brasileiras Importam?
O presidente da República, que ainda não sabe o que se passou e diz que vai “se inteirar” dos fatos – algo de que não precisou ao chamar de guerreiros os policiais envolvidos no massacre da favela – vai condenar os métodos brutais dos policiais?
Não é possível que se deixe no esquecimento estes fatos. Silenciar é ser cúmplice de execuções sumárias nesta inédita e perversa “câmara de gás”.
[BRASIL DA BARBÁRIE. O pastor Otoni de Paula, que tem instinto assassino, ameaçou Lula de morte. Em discurso, no plenário da Câmara, o deputado bolsonarista se dirigiu a “vagabundos igual a Lula”, e afirmou que “lá no Rio a gente tem um método de tratar bandido, e é na bala"]
A operação levou 12 horas e acabou com 24 mortos e sete feridos. Moradores acreditam que mais corpos devem ser encontrados.Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress
Moradora conta que foi xingada e puxada por policiais na casa da cunhada. Seu irmão levou dois tiros em uma das operações mais letais da história do Rio.
NA MADRUGADA DESTA TERÇA-FEIRA,Patríciasocorria o irmão, de 41 anos, quando policiais pediram para entrar e vasculhar a casa dele na Vila Cruzeiro, na Penha, zona norte do Rio de Janeiro. Encontraram o homem na cama, ensanguentado, com dois tiros – um no tornozelo e outro entre a virilha e o testículo (a família não soube informar ao certo a região atingida). Segundo Patrícia, o irmão estava prestes a perder a consciência, com o corpo frio. Ainda assim, os policiais assustaram a família ao apontar o fuzil para ele.
“Pedi calma. Aí o policial me puxou pela [manga da] camisa e gritou: ‘você está mentindo, sua piranha, vagabunda'”, relatou a moradora. “Avisei que eu era trabalhadora, trabalho com limpeza em um hospital, que não tinha nada a ver com aquilo”.
Os agentes pediram, então, a pistola do irmão. Reviraram a casa, mas, segundo a família, não encontraram nada. Pegaram o celular de Patrícia e perguntaram onde estavam as fotos com armas. “Eu falei que com arma não tinha, só tinha foto com a família”, contou. Ela disse ainda que foi empurrada pelos policiais para o sofá e que a irmã, que chegou depois, nervosa, ouviu uma ameaça de que receberia um jato de spray de pimenta, caso não se acalmasse.
Visivelmente a operação conjunta visava eliminar os suspeitos’.
Com a ajuda de vizinhos, a família colocou o homem em uma cadeira de rodas e o levou até o camburão. Enquanto um policial pedia pressa, porque o rapaz estava perdendo sangue, o outro minimizou, segundo ela: “ah, se morrer é só enterrar”. De lá, a Polícia Militar o levou até o hospital Getúlio Vargas, onde passou por uma cirurgia.
Segundo Patrícia, o irmão trabalha em um bar e não tem envolvimento com o tráfico. A polícia alega o contrário. “Dizem que meu irmão era segurança do Abelha [Wilton Carlos Quintanilha, um dos chefes do Comando Vermelho]. Ele não toma conta nem do mel, imagine da abelha”, ironizou.
No começo da noite, enquanto ainda esperava por notícias da cirurgia, a família soube que o irmão havia sido transferido para a Unidade de Pronto Atendimento do Complexo Penitenciário de Bangu, a 25 quilômetros de distância. Não conseguiram visitá-lo, mas souberam que passa bem, sem problemas durante o procedimento cirúrgico.
A segunda chacina mais letal da história
Polícia Militar, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal iniciaram na madrugada de terça-feira, 24 de maio, uma “operação emergencial” para prender líderes do tráfico escondidos no Complexo da Penha. Segundo a PM, os traficantes os receberam com tiros. A operação levou 12 horas e acabou com 22 mortos e cinco feridos. Nesta quarta-feira, o número de vítimas subiu para 24, e moradores acreditam que mais corpos devem ser encontrados, pois haverá uma nova busca. O massacre já é a segunda chacina mais letal da história do estado do Rio de Janeiro, atrás apenas dachacina do Jacarezinho, que completou um ano este mês.
Ontem, por volta das 9h, o advogado Cristiano Vale Britto, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Associação Nacional da Advocacia Criminal do Rio de Janeiro, foi acionado por dois colegas para acompanhar a operação. No local, o advogado relata que encontrou um cenário de guerra. Os moradores, em conjunto com representantes da Defensoria Pública, da OAB e da Assembleia Legislativa, tentavam negociar um cessar fogo para que pudessem resgatar os mortos e feridos – estavam fazendo isso sob tiros, na mata.
Não foram atendidos.
Moradores protestando contra a operação na porta do Hospital Getúlio Vargas, na zona norte do Rio de Janeiro. Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress
As vítimas eram transportadas de forma precária e chegaram aos montes no Hospital Getúlio Vargas. Os parentes não podiam sequer reconhecer os mortos – tinham que ir direto ao IML. “Tínhamos a sensação de estarmos em uma guerra”, escreveu Brito, em uma nota. Para ele, “visivelmente a operação conjunta visava eliminar os suspeitos”.
“A operação militar foi realizada na madrugada, pela mata, assim como outro grupo subiu por terra, encurralando os suspeitos, e alguns tiveram tiros disparados pelas costas”.
Entre os mortos, estavam Gabrielle Ferreira da Cunha, de 41 anos, que estava em casa quando foi atingida por uma bala, e Nathan Werneck, de 21 anos, que se escondia na área da mata. Pouco antes das quatro da manhã, após ser atingido, o jovem mandou mensagens com sua localização e uma foto avisando: “vou morrer, mano”. Ele foi encontrado às 11 da manhã e levado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos.
Conversa de celular de Nathan Werneck, já baleado, momentos antes de sua morte.
De acordo com a polícia, o objetivo da operação era prender uma quadrilha de roubos de carros e cargas. A ação foi antecipada ao saberem que os criminosos se preparavam para invadir a favela da Rocinha, na zona sul. “Era um monitoramento para que a prisão fosse feita fora da comunidade, mas não foi feita por um ataque por parte dos criminosos daquela facção a uma guarnição nossa. Então, todo o aparato que era para fazer a prisão do grupo criminoso, que estava se deslocando para outra localidade, foi realizado de forma emergencial”, explicou, em entrevista coletiva, o tenente-coronel Uirá Ferreira, do Bope, o Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar do Rio.
Em nota, a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar informou que “não é possível considerar exitosa uma operação com resultado morte, principalmente envolvendo a perda da vida de uma pessoa inocente – a senhora Gabrielle”. No entanto, de acordo com a nota, “a operação se fazia necessária”.
O Ministério Público Federal e o Ministério Público do Rio de Janeiro anunciaram que vão investigar a conduta dos policiais envolvidos na operação. O MPF solicitou informações sobre o número de agentes que participaram da ação e suas qualificações e documentos relacionados à operação. Já o MPRJ solicitou ao Bope averiguação dos fatos, em até 10 dias, com oitivas de todos os agentes envolvidos na ação desta terça-feira.
Uma mulher idosa, que chora, é abraçada por um jovem. Ela está com o peito encostado e o braco estendido sobre um caixão com um corpo coberto por flores e véu. Eles são negros.
Gabriella Ferreira da Cunha
Mãe diante do corpo de Gabriella Ferreira da Cunha, 41 anos. Sua filha foi atingida por um tiro na entrada da Chatuba, ao lado da Vila Cruzeiro. A bala perdida costuma ser achada em corpos pretos e pobres.
O espetáculo de celebração da morte e da incompetência continua. E não faltou, por óbvio, o apoio de Jair Bolsonaro ao massacre da Vila Cruzeiro, no Rio.
Até agora, apareceram 25 corpos.
Dados alguns testemunhos, a forma da ação e gravações que vieram a público, é possível que o futuro venha a revelar ossadas de vítimas largadas na mata.
É a barbárie em estado puro servindo à campanha eleitoral.
Para a surpresa de ninguém, estão nas redes tuítes falsos atribuídos a Marcelo Freixo, pré-candidato do PSB ao governo do Estado, pregando o fim da PM.
A máquina de desinformação e mentira funciona junto com a máquina de matar. E, se tudo isso lhes parece pouco, a Polícia do Rio agora diz não reconhecer a autoria de oito das mortes.
"Lutarei para que não sujem a imagem dela", diz mãe de cabeleireira morta durante chacina na Penha
Diz um antigo ditado, que a ordem da natureza é um filho morrer depois da sua mãe. Mas, a violência em que as favelas do Rio foram jogadas, fez essa lógica se inverter. Divone Ferreira da Cunha, de 72 anos, enterrou nesta quarta-feira (25) a filha Gabriella Ferreira da Cunha, de 41 anos, no cemitério do Caju, região central do Rio. A cabeleireira foi vítima de um disparo de arma de fogo, na Chatuba, durante uma das incursões policiais que aconteceu no Complexo da Penha, na última terça-feira (24).
“Eu quero dizer que ela foi muito amada e será muito amada e lembrada. Lutarei para que não sujem a imagem dela, o seu nome. Minha filha era muito trabalhadeira, muito alegre”, diz emocionada a mãe Divone.
Gabriella estava no Rio há 18 anos e era viúva. Deixou um filho de 17 anos, Maian Ferreira da Cunha. O menino estava muito abalado e não quis dar entrevista. A avó afirma que ele continuará com ela em Petrópolis, local onde o neto estava quando recebeu a notícia. “Falaram pelo Twitter para o meu neto. Aí viemos para cá. Nós ficamos sabendo eram umas 9 da manhã. O que eu não deveria acontecer, aconteceu. Hoje eu estou aqui enterrando aqui a minha filha”, conclui a mãe da vítima.
Enterro aconteceu quatro horas depois, no cemitério do Caju.
[Na chacina da Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro, confessa a polícia de Cláudio Castro que matou "apenas" 17 negros. Não morreu nenhum policial. Falta investigar a morte de oito moradores da Vila, o antigo Quilombo da Penha. Que as forças armadas, que são brancas, mudaram o nome para Complexo da Penha.
Complexo tem os seguintes sinônimos: abstruso, anfigúrico, arrevesado, complicado,
intrincado, que explicam a presença da Polícia Rodoviária Federal na favela. Chacina que teve o ferveroso apoio do presidente Jair Bolsonaro aos homicidas. Solidariedade de miliciano.
Talvez o Bope pretendeu informar que trucidou 17 moradores, e as 8 mortes restantes da chacina foram executadas pela Polícia Rodoviária Federal. Bem provável e macabro, e combina com a necropolítica do governo militar de Jair Bolsonaro.
Há quem fale que um serial killer acompanhou as tropas assassinas do Bope e PRF]
Mototaxista e ex-marinheiro são duas das vítimas da chacina policial na Penha
Na ação do BOPE, PRF e PF que está sendo investigada pelo MPF, Ricardo José Cruz Zacarias Jr. e Douglas Costa Inácio Donato foram mortos
As marcas da letalidade dos agentes policiais na chacina ocorrida na região conhecida como Matinha, no Complexo da Penha, na última terça-feira (24) ainda repercutem nesta quarta-feira (25). A ação brutal coordenada pelo Batalhão de Operações Especiais (BOPE) e Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Polícia Federal (PF) deixou 23 pessoas mortas e seis pessoas feridas, focialmente, segundo a Polícia Civil.
Entre as vítimas dessa intervenção que está sendo investigada pelo Ministério Público Federal (MPF), estão o mototaxista Ricardo José Cruz Zacarias Jr, que participava de uma manifestação contra a brutalidade dos agentes, e o ex-marinheiro Douglas Costa Inácio Donato, que saiu para levar um amigo para casa de moto e não retornou.
O ramo de trabalho de Ricardo é uma das mais tradicionais dentro das comunidades cariocas. A tendência profissional surgiu pela necessidade dos moradores, pois o difícil acesso às ruas e a negativa de atendimento dos aplicativos nas viagens são condições comuns e que apenas os moto-táxis conseguem driblar. Em protesto pela morte do colega, os trabalhadores organizam uma manifestação na comunidade.
Já a morte de Douglas, segundo os familiares e noticiado pelo portal jornalístico Uol, aconteceu durante as primeiras horas da chacina policial. De acordo com as informações, o ex-marinheiro trabalhava atualmente em uma loja de calçados e almejava ingressar na carreira de vigilante.
A Federação das Associações de Favelas do Rio de Janeiro (FAFERJ) em nota divulgada pelas redes sociais disse enfaticamente que a chacina do complexo da Penha revela que a política de segurança pública de Cláudio Castro é única e exclusivamente o extermínio da favela. Uma chacina eleitoreira com justificativas que foram mudando ao longo do dia, conforme subia o número de mortos, escolas, hospitais e órgãos públicos fechados na região.
Ainda em nota, afirma no Complexo da Penha há dezenas de comunidades, cerca de 70 mil famílias, que foram afetadas por uma operação injustificada e com finalidade eleitoral de atacar a constituição brasileira e determinações judiciais. Uma cortina de fumaça para esconder a crise que o Rio de Janeiro vive, com alto índice de desemprego e miséria, principalmente em nossas favelas.
Por fim, lamenta que o Estado haja com tanta violência e crueldade, sem pensar nos efeitos nocivos a toda comunidade. Centenas de milhares de moradores não tiveram direito de ir e vir, crianças ficaram sem escola e a vacinação foi interrompida. Não há uma cidade integrada, afirmam, mas um estado se desintegrando.
Enterro de mototaxista morto em chacina policial conta com homenagens e corredor de motos
Ricardo José Cruz Zacarias Jr foi sepultado no cemitério de Irajá, na Zona Norte do Rio, nesta tarde de quinta-feira (26)
Na tarde desta quinta-feira (26), amigos e familiares realizaram uma despedida durante o enterro do mototaxista assassinato durante a chacina policial na região conhecida como Matinha, no Complexo da Penha, na última terça-feira (24).
Com corredores de motos, canções em homenagem e gritos por justiça e paz, o sepultamento de Ricardo José Cruz Zacarias Jr aconteceu no cemitério Irajá, na Zona Norte do Rio de Janeiro.
A ação de extermínio do Batalhão de Operações Especiais (BOPE), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Polícia Federal (PF) deixou oficialmente23 pessoas mortas e 6 feridas, de acordo com a última atualização da Polícia Civil. Anteriormente, os dados divulgados pelo hospital Getúlio Vargas informavam 25 mortos. Mesmo com a mudança, a operação segue sendo a segunda mais letal da história da cidade do Rio de Janeiro.
É importante ressaltar que o Ministério Público Federal (MPF) abriu uma investigação para a apuração da operação. Pois, segundo a instituição, há indícios de execuções e de torturas pelos agentes de segurança pública. Além disso, organizações e iniciativas de Direitos Humanos emitiram uma nota pública pela verificação dos fatos e pela integridade da população da favela.
Jovem negro de 16 anos, vítima da chacina na Penha, é enterrado no cemitério do Caju
João Carlos de Arruda foi morto durante incursão policial na Vila Cruzeiro com perfuração na altura do tórax
Mais um promissor futuro foi interrompido durante a chacina policial que atingiu a Vila Cruzeiro, Complexo da Penha, na terça-feira (24). O estudante João Carlos de Arruda Ferreira, de 16 anos, foi vítima de facada na altura do tórax, segundo a certidão de óbito. O jovem foi enterrado na tarde desta quinta-feira, às 13h, no cemitério do Caju.
O irmão do jovem, o mototaxista Washington Patrício Ferreira, de 29 anos, tinha a guarda de João. Segundo Washington, João era uma pessoa alegre e muito querido pela família. “Era um menino de bom coração, apaixonado por bondade e brincalhão”.
João estava na sexta série do ensino fundamental. Estudava à noite na escola Nereu Sampaio de segunda à quinta-feira. Durante o dia, brincava e cuidava das sobrinhas, filhas de Washington. Nos finais de semana, os irmãos jogavam bola em momentos de lazer.
“Há 2 anos, estava aqui nesse mesmo lugar”, relatou Washington. Enterrou a mãe, o pai, e agora o irmão. “Não tenho palavras sobre o meu irmão. Que Deus guarde o coração dele e os nossos”.
Jair Bolsonaro decidiu imitar uma pessoa com falta de ar durante a crise de falta de oxigênio na pandemia da covid
O poderoso chefão
Nesta terça-feira (24), uma chacina realizada pelo Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) e Polícia Rodoviária Federal (PRF) na Vila Cruzeiro, Complexo da Penha, executou 25 pessoas negras, e feriu sete, gravemente no Rio de Janeiro.
Na Cidade e no Estado do Rio de Janeiro, os redutos eleitorais da família bolsonaro. Pelo Rio de Janeiro, Bolsonaro foi 28 anos deputado federal. O filho Flávio foi eleito deputado estadual duas vezes, e na última eleição senador. O filho Carlos, pelas urnas democrática e livres e transparentes, vereador no lugar da mãe.
Rogéria Bolsonaro foi vereadora no Rio por dois mandatos, entre janeiro de 93 e janeiro de 2001. Em 1998, com a separação, perdeu o cargo para o filho Carlos Bolsonaro.
O governo federal nada faz no Rio sem o mando presidencial, principalmente as polícias federais e milícias. O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, um apagado fantoche.
PRF mílícia das favelas do Rio
O ex-secretário nacional de Segurança Pública, José Vicente da Silva diz que “há muito o que ser investigado, principalmente pelo Ministério Público”, na chacina da Vila Cruzeiro.
“É uma operação fracassada. Morreu uma inocente. Em relação aos demais considerados suspeitos, ainda não dá para dizer que morreram só criminosos, ainda que haja constatação de que estavam fortemente armados, uma realidade de boa parte das favelas do Rio. Mesmo que apreendidos 13 fuzis, ainda assim não vale a morte de um inocente”, diz.
Ele afirma ainda que a PRF, ao participar da ação, estava descumprindo a lei. “Há uma questão nessa ação: o que estava fazendo a PRF lá? Decerto, estava descumprindo a lei pura e simplesmente, porque o artigo 144 da Constituição, que trata da incumbência das policias, diz que a responsabilidade da PRF são rodovias federais, só que na Vila Cruzeiro não passa nenhuma via federal. Não é a primeira vez que eles saem do policiamento ostensivo para policiamento ostentação, com roupas de combate. É necessário que o Ministério Público Federal veja isso”, ressaltou.
Asfixia o jeitinho bolsonarista de matar
Por falta de UTI nos hospitais, de cuidados paliativos, dezenas e dezenas de brasileiros morreram asfixiados. Notadamente em Manaus.
Sem ar, a morte mais horrenda, que Bolsonaro, fria, sem nenhum sentimento de compaixão pelo sofrimento do povo brasileiro, imitou. Coisa doentia de psicopata.
Em meio à crise vivida no sistema de saúde por conta da pandemia de Covid-19, o presidente decidiu imitar uma pessoa com falta de ar para atacar.
A “imitação” acontece diante de um colapso no sistema de saúde. Com a falta de medicamentos necessários para a intubação com oxigênio.
“Se você começar a sentir um negócio esquisito lá, você segue a receita do ministro Mandetta, que antecedeu o general da ativa Eduardo Pazuello. Você vai para casa, e quando você estiver lá… Ugh, Ugh, Ugh, com falta de ar, aí você vai para o hospital”, disse o presidente, imitando uma pessoa se sufocando. A cena aconteceu durante a live semanal do ex-capitão, nesta quinta-feira (18). Veja vídeos:
POLÍCIA ASFIXIA PRESO COM COCAÍNA
Na chacina da Vila Cruzeiro as polícias estadual (Bope) e federal (PRF) tortura e mata preso com o pó de coca do kit flagante.
Thainã de Medeiros, de 39 anos, ativista do Coletivo Papo Reto e funcionário do gabinete da deputada estadual Renata Souza (PSOL) na Assembleia Legislativa (Alerj), gravou o momento em que um policial faz o disparo contra ele e um grupo de aproximadamente 30 moradores.
Tinha esse corpo ali, que a galera disse que estava na mata. Eu subi com a OAB [Ordem dos Advogados do Brasil] e, em determinado momento, a gente entendeu que a Defensoria [Pública] estava chegando e que seria importante eles presenciarem aquele corpo, porque ele estava com visíveis marcas de execução", informou Thainã.
O assessor disse que o rosto do cadáver tinha marcas de pó branco, e contou ter ouvido de moradores que o homem teria sido obrigado por PMs a comer cocaína. "A cara dele eu me lembro muito. A boca espumando...", acrescentou.
Thainã não soube dizer quem seria a homem, mas falou que uma irmã e a mãe da vítima apareceram momentos depois. Passados alguns instantes, a mãe teria decidido descer a favela com o corpo.
Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, foi abordado por policiais rodoviários federais e colocado dentro de "câmara de gás" adaptada
Imagens assustadoras de um homem sendo colocado dentro de uma viatura da Polícia Rodoviária Federal (PRF) cheia de fumaça chamaram atenção da Ordem dos Advogados do Brasil de Sergipe. Em nota, a instituição frisa que acompanha, “de forma vigilante, os desdobramentos das investigações sobre o episódio”.
“A OAB Sergipe respeita as instituições, mas não compactua com qualquer tipo de violência ou de tortura, razão pela qual se manterá atenta à apuração da responsabilidade pela fatídica morte”, pontua a entidade.
Segundo laudo do Instituto Médico-Legal (IML) de Sergipe, Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, morreu por asfixia mecânica e insuficiência respiratória aguda após abordagem violenta da PRF na quarta-feira (25/5). O homem faleceudepois que dois policiais o prenderam dentro de uma espécie de “câmara de gás” nazista montada no porta-malas de uma viatura.
Confira vídeo do momento:
Sâmia Bomfim
@samiabomfim
A tortura e morte de Genivaldo Santos em uma câmara de gás montada pela PRF em uma viatura é um crime bárbaro! Junto com a bancada do PSOL vou acionar o MPF por uma investigação rigorosa, além de cobrar da própria PRF todas as informações relacionadas aos responsáveis pela ação.
Natália Bonavides
@natbonavides
BARBÁRIE! Genivaldo de Jesus, homem negro, foi morto de forma brutal em Sergipe. Sufocado até a morte numa viatura policial transformada em Câmara de Gás. A estrutura racista não muda, só se adapta e segue espalhando ódio e crueldade. Justiça por Genivaldo!
Duas das 10 maiores chacinas em operações policiais da história do Rio zona de guerra também aconteceram no governo de Cláudio Castro. 178 negros e negras executados que a matança de pobre tem cor
Rede Brasil Atual-Sob o governo de Cláudio Castro (PL), em apenas um ano de gestão, o Rio de Janeiro viveu uma sequência de 39 chacinas com 178 mortes promovidas pelas policias. As informações são de levantamento realizado pelo Instituto Fogo Cruzado, que reúne dados sobre a violência armada, em conjunto com o Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (Geni-UFF). E mostram ainda que o governador é responsável por duas das 10 maiores chacinas em operações policiais da história do Rio.
O estudo leva em conta o massacre ocorrido nesta terça-feira (24), em que uma ação policial na Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, zona norte da cidade, deixou 25 pessoas mortas e entrou para a história como o segundo mais letal. Até então eram contabilizados 22 óbitos, mas outras duas pessoas morreram durante a madrugada, segundo informações do G1. O terceiro óbito seria de um adolescente levado para a UPA do Alemão, mas que já chegou morto à unidade de saúde.
Cláudio Castro também acumula as 28 mortes da operação realizada em maio de 2021, na favela do Jacarezinho, a mais letal da história fluminense. São consideradas chacinas, de acordo com os pesquisadores na área de segurança pública, todas as ações com ao menos três mortes.
Segundo o levantamento, dos 39 massacres sob a gestão de Cláudio Castro, a maioria – 31 – ocorrem durante operações policiais. Ao todo, os agentes provocaram 150 mortes, o equivalente a 84% dos assassinatos. Apenas nos cinco primeiros meses deste ano, foram registradas 82 mortes em 16 chacinas em todo o estado do Rio de Janeiro.
Um outro estudo do Instituto Fogo Cruzado em parceria com o Geni-UFF revela ainda que em um período de 14 anos, entre 2007 a 2021, ao todo 593 chacinas policiais foram contabilizadas.
Maiores chacinas em ações policiais no Rio
1ª – Jacarezinho (maio de 2021) – 28 mortos
2ª – Vila Cruzeiro (maio de 2022) – 25 mortos
3ª – Vila Operária, em Duque de Caxias (janeiro de 1998) – 23 mortos
4ª – Complexo do Alemão (junho de 2007) – 19 mortos
5ª – Senador Camará (janeiro de 2003) – 15 mortos
6ª – Complexo do Alemão (julho de 1994) – 14 mortos
7ª – Complexo do Alemão (maio de 1995) – 13 mortos
8ª – Vidigal (julho de 2006) – 13 mortos
9ª – Catumbi (abril de 2007) – 13 mortos
10ª – Complexo do Alemão (2004 e 2020), Vila Isabel (2009) e Barreto, em Niterói (2010) – 12 mortos cada
Chacina policial se torna regra
Em entrevista àPonte Jornalismo, a coordenadora do Geni-UFF, Caroline Grillo, doutora em ciências humanas, disse que o mais assustador tem sido perceber que chacinas, promovidas por forças de seguranças, “vão despontando como uma marca da nossa democracia”. O que deveria ser inadmissível. Ao portalUOL, o pesquisador do grupo Daniel Hirata completou que “a gestão Cláudio Castro não tem nenhum comprometimento com o principal problema de Segurança Pública no Rio, que é a letalidade policial”. No ano passado, policiais mataram 1.356 pessoas no estado, o equivalente a 22% das mortes por intervenção policial de todo o país.
Ainda de acordo com Hirata aoUOL, tanto aoperação no Jacarezinho, há pouco mais de um ano, como a na Vila Cruzeiro, ontem, “se enquadram nas características típicas das chacinas policiais, com a presença das unidades especiais e em ações emergenciais, que tendem a ser mais violentas do que planejadas”.
A operação desta terça, por exemplo, contou com agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope), da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Polícia Federal (PF). O objetivo, segundo a Polícia Militar ao Ministério Público do Rio, era coletar “dados de inteligência” sobre o deslocamento de aproximadamente 50 criminosos que estariam escondidos na comunidade pelo Comando Vermelho (CV). Os agentes alegaram ainda que queriam evitar uma migração determinada pela facção para a Rocinha, na zona sul.
25 mortos na Vila Cruzeiro
No entanto, desde as 4h, moradores relatavam um “cenário de guerra”, com intenso tiroteio. Pelo menos 19 escolas da rede municipal precisaram suspender as aulas devido à operação, segundo a Secretaria Municipal de Educação atualizou na tarde de ontem. Vídeos registrados pelo jornalVoz das Comunidadesmostraram um helicóptero blindado da PM dando apoio aos agentes em terra. Entre os mortos, está a moradora Gabriele Ferreira da Cunha, de 41 anos, atingida dentro de casa, na Chatuba, um bairro vizinho, por “bala perdida”.
De acordo com o portalg1, 28 pessoas deram entrada no Hospital Estadual Getúlio Vargas, 25 morreram e quatro pacientes permanecem internados, dois deles em estado grave, enquanto outro foi transferido. A Polícia Militar divulgou nomes e fotos de 12 mortos e tratou a maioria como suspeito. Nesta quarta-feira (25), a Polícia Civil disse que papiloscopistas ainda trabalhavam na identificação dos corpos. Das 24 vítimas mortas no confronto, apontado pela PM, nenhuma delas era das polícias.
O Ministério Público Federal e o Ministério Público do Rio de Janeiro abriram procedimentos para investigar condutas abusivas de agentes de segurança.
Transporte de feridos na chacina do Complexo da Penha
Traficante de coca movimenta bilhões de dólares e prefere uma vida de frade franciscano, na maior pobreza, no desconforto duma favela pobre. Tão miserável que pode ser invadida pela pm. Devia morar em bairro de rico, que a polícia não entra. Essas tuias de droga valem 25 vidas negras? De pretos pobres e petras sem riquezas, sem pensões vitalícias.
General Braga Neto, interventor militar de Temer no Rio de Janeiro, jamais invadiu um território dominado pelas milícias. Jamais. Os milicianos continuam forças armadas intocáveis. Os chefes residem na Barra da Tijuca.
Polícia pode tudo.
Não sabe quem mandou matar Marielle Franco. Quem mandou matar Moíse. Quem mandou matar Adriano da Nóbrega.
No final do mês de junho, a ONU divulgou seu Relatório Mundial sobre Drogas 2021, o qual apontou um aumento global no consumo de entorpecentes.
Pesquisadores apontaram que "o tráfico e a criminalidade foram os vencedores da pandemia, porque enquanto alguns setores comerciais começaram a cair na lucratividade, para o tráfico só aumentou esse lucro". Leia reportagem deAna Livia Esteves
O Relatório Mundial sobre Drogas 2021 oferece uma visão global sobre a oferta e demanda de opioides, cocaína, cannabis, estimulantes do tipo anfetamina e Novas Substâncias Psicoativas (NSP), bem como sobre seu impacto na saúde, levando em conta os possíveis efeitos da pandemia de COVID-19. Leia reportagem aqui
O mercado de drogas ilícitas movimenta, atualmente, cerca de 900 bilhões de dólares ao ano, o equivalente a 35% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, ou 1,5% do PIB mundial. A cifra, por si só astronômica, dá uma medida do poder de uma indústria que dinamiza e movimenta o crime organizado, com todos os seus tentáculos: tráfico de armas, órgãos e pessoas, contrabando, prostituição, lavagem de dinheiro, corrupção e outras atividades associadas, que, em seu conjunto, movimentam cerca de 2 trilhões de dólares, ou 3,6% de toda a riqueza produzida no planeta, segundo dados divulgados pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc). Reportagem de Soraya Smaili, Reitora da Unifesp
A Cracolândia é tão parte da paisagem e história de São Paulo quanto o Masp ou o Theatro Municipal. A área no centro histórico da maior metrópole do Brasil é um verdadeiro abacaxi no colo de políticos que se revezam com promessas vazias sobre a recuperação do local e antes que eu me esqueça, das pessoas.
A Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) mostra que o tráfico de drogas arrecada R$ 9,7 milhões por mês com a venda de drogas na área degradada de moradores de rua. E nas áreas nobres da cidade? Leia reportagem de Kauê Vieira.
O mercado de drogas movimenta R$ 17 bilhões por ano no Brasil, afirma o general da reserva do Exército Alberto Mendes Cardoso. Ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) da Presidência da República, ele defende a legalização gradual das drogas, a começar pelo consumo de maconha, mas só a partir do ano de 2034, depois de uma "forte campanha educativa". A medida desestimularia o negócio ilegal e os crimes associados, a exemplo de assassinatos e assaltos, defende o militar. O general foi entrevistado por Eduardo Militão em 2018.
Desde às 5h da manhã de hoje (24), BOPE e PRF realizam incursão repleta de relatos de abuso de poder e letalidade. Os agentes policiais invadiram a Vila do Cruzeiro gritando “todo mundo vai morrer”
Nesta terça-feira (24), uma chacina realizada pelo Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) e Polícia Rodoviária Federal (PRF) na Vila Cruzeiro, Complexo da Penha, executou 25 pessoas negras, e feriu sete, gravemente.
Informa Metrópoles: No Hospital Estadual Getúlio Vargas, a pouco mais de 1 quilômetro de distância da favela, foi possível dimensionar o conflito, que é o segundo mais letal já registrado no RJ – fica atrás apenas do Jacarezinho, que registrou 28 mortos. Carros de moradores e viaturas policiais desembarcaram corpos ou feridos na portaria da unidade.
Um desses feridos foi identificado como Natan Werneck, de 21 anos, que pediu socorro por celular a um parente.
A família solicitou ajuda ao advogado Gilberto Santiago, da Comissão de Direitos Humanos da Anacrim (Associação Nacional de Advogados Criminalistas),
Ao entrar na favela, Santiago conseguiu localizar Natan, em um ponto da mata que contorna a comunidade. “Encontrei três baleados no local. Mas apenas um deles (Natan) quis ser socorrido. Os outros não quiseram por medo de morrer”, disse o advogado ao Metrópoles.
A ação das polícias de Jair Bolsonaro e do governador Cláudio Castro, iniciada às 5h da manhã, ainda não teve conclusão.
Cerca de 32 escolas, juntando Penha e Alemão, tiveram de fechar para os estudantes, devido ao clima tenso, mas ofereceram ensino online, para que não fossem prejudicados. Algumas Unidades de Saúde dessas comunidades só funcionaram de maneira interna.
Em forma de protesto, moradores e mototaxistas realizaram uma manifestação na região conhecida como Matinha, no alto da Penha. Conforme informe local, todas as atividades relacionadas ao comércio, que geram renda, sofreram grandes danos pela intervenção dos agentes. Anonimamente, um morador revelou que os agentes circulavam pela região gritando “todo mundo vai morrer”.
Importante ressaltar que a chacina de Jacarezinho, a mais violenta da história dos agentes de segurança pública, completou um ano no dia 6 de maio último. Movimentos sociais, familiares inauguraram um memorial em homenagem aos 28 mortos da chacina do Jacarezinho. Que foi destruído por policiais uma semana depois.
A irmã de um miliciano executado em um cerco policial diz que sua morte foi negociada por cargos comissionados no Palácio do Planalto.
Um amigo “de casa” do presidente da República sai em sua defesa e grava um vídeo para a internet(veja ao final)dizendo que Daniela Magalhães da Nóbrega, esta irmã do morto, “estava nervosa” e que “confundiu Palácio Guanabara com Planalto”, revelando que foi avisado pelo homem que seria executado, por telefone, que em uma reunião na sede do governo do Rio ter-se-ia decidido que “não era para ele ser preso, e sim executado, o que aconteceu dois meses depois”.
Por mais chocantes que sejam as duas declarações, há algo mais escandaloso ainda: a completa inação do Ministério Público diante de duas afirmações, de viva voz, de que governantes – ou o do Estado, ou o do País – mandaram executar o ex-capitão Adriano da Nóbrega, um dos maiores chefes de milícias no Rio.
Já não estamos falando em “rachadinhas”, desvio de verbas, extorsão de servidores, mas de homicídio premeditado e no qual agentes estatais seriam os instrumento de “queima de arquivo”.
Fabrício Queiroz, o coletor das “rachadinhas”, livre, leve e solto, além de candidato a deputado pelo valhacouto que se tornou o PTB de Roberto Jefferson, sente-se à vontade para assumir a defesa presidencial e fazer uma afirmação que, se houvesse qualquer interesse em verificar poderia ser facilmente esclarecida, até porque daquela reunião homicida o aviso teria vindo de “um colega de turma” do futuro cadáver, Adriano da Nóbrega.
E o que acontece? Nada, nem sequer a abertura de uma investigação sobre o que é expressamente dito sobre um assassinato.