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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

02
Jun23

Até o MBL abandona o cassado Dallagnol

Talis Andrade

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por Altamiro Borges

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O ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR), que teve seu mandato cassado por unanimidade pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), virou motivo de chacota. O ex-chefão da midiática Operação Lava-Jato, que já teve muito poder em conluio com o “juiz ladrão” Sergio Moro, hoje está totalmente isolado e desmoralizado. Nos corredores do Congresso Nacional, nas ruas e nas redes digitais, ele é tratado com total menosprezo e desdém. 


Os quatro “atos de solidariedade” convocados por seus fiéis em Curitiba foram um fiasco; ele foi rifado pelo governador paranaense, Ratinho Júnior, e por outros líderes políticos do Estado; o próprio Sergio Moro e o seu partido, o Podemos, não têm feito grandes esforços para defendê-lo. Agora, até o tal Movimento Brasil Livre (MBL) decidiu abandonar o ex-procurador do powerpoint, que se achava um líder messiânico. 

Sabotagem de "alas do bolsonarismo"

Segundo postagem do site UOL nesta terça-feira (30), “em suas redes sociais, a organização política de direita publicou nota oficial em que retira seu apoio em manifestação favorável ao deputado cassado pelo TSE. Ela afirma que não participará mais do ato pró-Deltan que está previsto para 4 de junho”. 

Entre as justificativas apresentadas, o MBL alegou ter sofrido sabotagem de “alas do bolsonarismo” e que teve “pouca solidariedade de outros agentes” na organização das manifestações. A nota ainda destaca que Deltan Dallagnol se esforçou em “se dissociar e se distanciar do MBL”, apunhalando o movimento. 

No final da semana, o parlamentar cassado já havia sofrido outra baixa. Após ser chamada de “traidora” pelas milícias digitais bolsonaristas, a “deputada-pistoleira” Carla Zambelli (PL-SP) desistiu de convocar os atos em apoio ao jagunço da Lava-Jato. Afirmou que seguia as ordens de Jair Bolsonaro, mesmo discordando. Patética! 

As besteiras obradas no Roda Viva

Abandonado, Deltan Dallagnol vai afundando ainda mais com suas declarações estapafúrdias. Nesta segunda-feira (29), no programa Roda Viva da TV Cultura, ele só revelou todo seu caráter reacionário. Um levantamento de Chico Alves no site UOL trouxe algumas das besteiras obradas pelo deputado cassado: 

- “Discordo de muitas pautas do Bolsonaro, mas não estou aqui para desunir a direita”. (Respondendo sobre ataques do ex-presidente à democracia); 

- “Existe liderança do homem sobre a mulher. Não importa se você concorda ou não, se eu concordo ou não, o que importa é que isso está na Bíblia”. 

- “Não sou gestor público, nem de saúde. Na época estava como procurador da República”. (Quando provocado a avaliar a trágica gestão de Jair Bolsonaro na pandemia que resultou em 700 mil mortes). 

- “Não sou procurador desse caso. Não conheço esses casos em detalhes”. (Sobre a acusação de apropriação de joias e de falsificação de cartão de vacina por parte de Bolsonaro, fartamente noticiado). 

- “Eu defendo que o pastor possa falar que casamento é só entre homem e mulher na igreja”. (Sustentando a mentira que espalhou nas redes de que o PL das fake news iria censurar versículos da Bíblia). 


Dallagnol virou um meme de si mesmo

Na ocasião, o fascistinha também esbravejou “não pensar duas vezes em defender Bolsonaro contra Lula”. Essas e outras besteiras obradas no Roda Viva renderam inúmeras gozações nas redes digitais. Como afirma o colunista do UOL, “Dallagnol tornou-se um meme de si mesmo e desmoralizou o lavajatismo ainda mais”. 

“Mas ninguém se engane: o lavajatismo envergonhado continua à espreita. Ao primeiro cochilo dos democratas, eles tentarão deixar a condição de memes para voltar ao protagonismo, cheios de empáfia. Que a experiência aprendida com a Lava Jato nos ajude a sempre duvidar dos que se fazem passar por heróis  seja hoje ou no futuro”, alerta Chico Alves.

Os escândalos envoltos na Lava-Jato

 
 
27
Mai23

Cavalo de ouro e prata dado a Bolsonaro vale R$ 24,8 mil, conclui PF após perícia

Talis Andrade
 
 (crédito: Reprodução/Twitter @Pimenta13Br)

 

A polícia chegou ao valor após uma análise detalhada da peça, que envolveu raio-x e tomografia computadorizada. A peça como obra de arte não foi avaliada

 

A Polícia Federal (PF) realizou uma análise detalhada de uma das joias recebidas por Jair Bolsonaro (PL) e Michelle Bolsonaro como presente dado pelo governo da Arábia Saudita. A miniatura de cavalo, que também entrou no Brasil de forma ilegal, passou por raio-x e tomografia computadorizada para decifrar os materiais que compõem a peça e, a partir do estudo, a perícia determinou que o artefato vale R$ 24.855,62.

Em relatório obtido pela Folha de S. Paulo, os peritos constataram que o cavalo é composto, principalmente, por cobre, que equivale a até 94,18% da peça. Além disso, prata e outro também foram encontrados, em porcentagem menores que variam de 3,44 a 6,27% e 1,39 a 3,90%, respectivamente.

A mini escultura tem ainda uma inscrição que leva o nome do príncipe Abdulaziz bin Salman Al Saud, um membro da realeza saudita que serviu como ministro da Energia do país. "As características da escultura com motivos, elementos e detalhes que remetem à cultura do país de referência na placa, que também abrangem frase dedicatória e identificação do nome, cargo de autoridade e país, são compatíveis com peça estrangeira de boa qualidade customizada e identificada para fins de concessão em ato protocolar de cortesia", detalhou o documento, divulgado pela Folha de S. Paulo.

O valor de mais de R$ 24 mil, atribuído ao cavalo de cobre, da marca Goldline, é uma estimativa feita pelos peritos, que afirmam que pode não corresponder ao real valor de mercado do objeto no momento em que ele foi adquirido. “O caráter estimativo decorre da ausência de encaminhamento de documento comprovante do preço efetivamente praticado na aquisição da respectiva peça para ratificação do valor”, ressaltou o relatório.

Cavalo de cobre, prata e ouro dado pelo governo da Arábia Saudita a Jair Bolsonaro (PL) e Michelle Bolsonaro
Cavalo de cobre, prata e ouro dado pelo governo da Arábia Saudita a Jair Bolsonaro (PL) e Michelle Bolsonaro

 

Peça valiosa está danificada

O mini cavalo de cobre, fabricado na Itália, está com três pernas quebradas. Uma imagem publicada pelo ministro das Comunicações, Paulo Pimenta, no Twitter, mostra o objeto quebrado. De acordo com o relatório da PF, a perna que sobrou também está com “sinais de avaria”. “O material apresenta danos posteriores, indicativos de manuseio incorreto e que abrangem a sua embalagem própria de acondicionamento. Esses danos prejudicam a sua estética e impedem o seu uso expositivo, ornamentativo e/ou para composição de acervo, necessitando de reparos", apontaram os peritos.

A peça valiosa faz parte do grupo de joias recebidas por Bolsonaro e Michelle do governo saudita. Uma parte das joias, dadas à ex-primeira-dama, foi avaliadas em R$ 16,5 milhões. O conjunto chegou ao  Brasil em 2021 e não foi declarado ao Estado brasileiro no momento em que entrou no país, o que caracteriza crime, informa o Correio Braziliense.

Cerca de três conjuntos de joias estavam na posse do ex-presidente e ex-primeira-dama, todos entraram no Brasil de forma irregular. Além do grupo avaliado em mais de R$ 16 milhões, um kit contendo um relógio da marca Rolex, de ouro branco, cravejado de diamantes, um par de abotoaduras, um anel com diamantes e uma caneta prateada, avaliados em cerca de R$ 500 mil, foram recebidos por Bolsonaro durante viagem oficial em outubro de 2019 para Doha, no Catar, e para Riad, na Arábia Saudita.

Bolsonaro recebeu três pacotes de joias, cuja entrega jamais foi fotografada ou filmada. O cavalo, sim. Dessa vez bem valeu o ditado: cavalo dado não se olha os dentes. A obra de arte serviu apenas para encobrir as joias contrabandeadas pelo Bento nada bento nessa estória.

17
Mai23

Bolsonaro afirma à PF que não pediu inserção de dados falsos sobre vacina

Talis Andrade
 

O Pântano

 

Por Rafa Santos /ConJur

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou em depoimento à Polícia Federal, nesta terça-feira (16/5), que não pediu a inserção de dados falsos sobre vacinação contra a Covid-19 na base de dados do Ministério da Saúde. 

Bolsonaro sempre disse não ter se vacinado. Além disso, costuma criticar, sem provas, a vacina contra a Covid-19. A PF apura houve a inserção de informações falsas no sistema da Saúde para que o ex-presidente pudesse emitir certificado de vacinação para viajar para os EUA.

Quando questionado se o seu ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid, havia arquitetado e capitaneado a inserção de dados falsos sobre a imunização contra à Covid-19, Bolsonaro disse acreditar que Cid não tenha cometido crime algum e que, se cometeu, foi à sua revelia.

Cid tem relação muito próxima com Bolsonaro e está no centro de outra apuração da PF, que envolve as joias avaliadas em mais de R$ 16 milhões recebidas pelo ex-presidente como presente do governo da Arábia Saudita. O presente acabou confiscado pela Receita Federal, mas Cid tentou, por duas vezes, retirá-las no aeroporto internacional de Guarulhos. 

O ex-mandatário também alegou que só ficou sabendo da inserção dos dados falsos no dia em que a PF cumpriu mandado de busca e apreensão em sua casa. Bolsonaro respondeu a 60 perguntas dos agentes. 

Em todas as suas respostas, Bolsonaro negou qualquer participação na inserção de dados falsos sobre a vacinação no seu cartão e de sua filha e afirmou que não conhece o secretário municipal de Duque de Caxias (RJ) João Carlos de Sousa Brecha, que foi preso por supostamente inserir as informações falsas no sistema do Ministério da Saúde. 

Ele também garantiu não ter relação com o sargento Luis Marcos dos Reis, apesar dele ser subordinado ao tenente-coronel Mauro Cid e compor a equipe presidencial. 

Por fim, Bolsonaro negou que tenha dado qualquer orientação para insurreição contra o Estado Democrático de Direito ou contra ministros do Supremo Tribunal Federal. 

Clique aqui para ler o depoimento

14
Mai23

O maior crime são os juros

Talis Andrade
 
 
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por Fernando Brito

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Tento, outra vez, retomar o blog, uma semana depois da alta hospitalar, após 38 dias de internação e, infelizmente, sem poder tratar como superados os problemas que me levaram a ela.

Confesso que preferia continuar fora de debates políticos, ao quais o cansaço desanima, sobretudo diante da miséria humana e moral a que vejo submetido meu país, não apenas porque vão se revelando as monstruosidades a que estivemos (e ainda estamos) submetidos, ao vermos que, à estupidez e ao fascismo do homem a que nossas elites entregaram ao Brasil somam-se, também, práticas do banditismo mais rastaquera que se praticou no Planalto, como o tráfico de joias e a falsificação de comprovantes de vacinação que ocupam o centro do noticiário.

Por mais repugnantes que sejam as situações que estão vindo à tona – e não serão as últimas, tenha certeza – há, porém uma imundície que se desenha cada vez mais claramente.

Está cada vez mais evidente que, vencidos nas urnas e vencidos nas tentativas golpistas, querem que se mantenha o processo de destruição social e nacional do Brasil pelo rentismo, que não aceita perder parte alguma de seu poder.

Lula tem toda a razão em dizer que se pode discutir qualquer coisa neste país, só não se pode discutir os juros.

Esta é, porém, a questão central.

Foi por ela que nos impuseram um Bolsonaro.

E é esta a luta que temos de vencer. (publicado in 4/5/2023)

13
Mai23

Reinaldo Azevedo: Amigo de Bolsonaro deixa caso Mauro Cid; assume um especialista em delação

Talis Andrade
 
 
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Reinaldo Azevedo
O coronel Mauro Cid nem teve a curiosidade de perguntar a Barros quem mandou matar Marielle?! Veja na íntegra meu comentário 

Eis aí o presidente que a extrema-direita e parte da imprensa chamam de “autoritário”. A verdade é que há por aí uns bananas que já não sabem mais o que é democracia.

 

Advogado amigão de Bolsonaro deixa caso Mauro Cid. O novo defensor tem livro sobre delação … Vejam que coisa: o homem era considerado um militar exemplar, que se formou com méritos na Aman. Em 2018, estava prestes a viajar profissionalmente para os EUA.
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Em vez disso, assumiu a função de ajudante de ordens. E aí as coisas, para ele, entraram em desalinho. Obviamente não foi forçado a nada. Era um oficial graduado do Exército. Estava longe de ser um pau-mandado inexperiente.
 
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De toda sorte, jamais se subestima a capacidade que tem Bolsonaro de piorar os que convivem com ele.
 

 
O advogado Rodrigo Roca, próximo da família Bolsonaro, deixou a defesa do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, que teve a prisão preventiva decretada, no dia 3, pelo ministro Alexandre de Moraes no âmbito da investigação da inserção de dados falsos sobre vacinas em cadastro oficial do Ministério da Saúde. Em seu lugar, assume o caso o criminalista Bernardo Fenelon, que atua em delações premiadas e tem até um livro a respeito: "A Delação Premiada Unilateral".
 
Roca divulgou uma nota:
 
"Renuncio à defesa dos interesses do Cel. Mauro Cid nos inquéritos em que figura como investigado, por razões de foro profissional e impedimentos familiares da minha parte.
Rodrigo Roca"
 
É claro que a nota não esclarece nada. E é evidente que não se pode ignorar a experiência de Fenelon.
 
O que se sabe com certeza? As nuvens se adensam para o lado de Mauro Cid, e as investigações avançam para a hipótese de lavagem de dinheiro e eventual remessa ilegal de recursos para o exterior.
 
Também já veio a público a informação de que o pai de Mauro Cid está irritado com o que considera abandono do seu filho. Bem, mas quem o teria abandonado? É preciso lembrar que pai é esse: trata-se do general de Exército, hoje na reserva, Mauro Cesar Lourena Cid, que já foi comandante do Sudeste e serviu como chefe de gabinete de Eduardo Villas Bôas, quando comandante do Exército.
 
Pois é... As evidências contra o coronel são muito eloquentes. Pior para ele: também seus familiares estavam entre os beneficiários — ou que nome tenham — da fraude nos registros da vacina. Ocorre que Jair Bolsonaro também está no rolo. As investigações apontam que o ajudante de ordens era uma espécie decoordenador da falsificação em penca dos registros. Mas fazia tudo por conta própria?
 
Eis a irritação do seu pai: os bolsonaristas já deixaram vazar que esperam que Cid assuma a responsabilidade e ponto. O coronel está sendo monitorado de perto pelo entorno do ex-presidente. Porque se teme justamente uma delação premiada. Convém lembrar que o militar também é investigado pelo STF por vazamento de inquérito sigiloso sobre ataque hacker ao TSE e, recentemente, no caso das joias sauditas. Foi ele quem assinou um pedido, com urgência, de avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para que o sargento Jairo Moreira da Silva se deslocasse para São Paulo, três dias antes do fim do mandato de Bolsonaro, para tentar resgatar ilegalmente as joias apreendidas pela Receita Federal no aeroporto de Guarulhos.
 
Vejam que coisa: o homem era considerado um militar exemplar, que se formou com méritos na Aman. Em 2018, estava prestes a viajar profissionalmente para os EUA. Em vez disso, assumiu a função de ajudante de ordens. E aí as coisas, para ele, entraram em desalinho. Obviamente não foi forçado a nada. Era um oficial graduado do Exército. Estava longe de ser um pau-mandado inexperiente. De toda sorte, jamais se subestima a capacidade que tem Bolsonaro de piorar os que convivem com ele.
 
ANDERSON TORRES
Roca já havia deixado a defesa de Anderson Torres no fim de março. O novo advogado constituído é Eumar Roberto Novacki, ex-chefe da Casa Civil de Ibaneis Rocha (MDB). Se o escolhido por Cid acena com uma eventual delação -- afinal, é um especialista no tema --, o de Torres aponta justamente para o contrário. Não tem experiência na área e é um advogado temporão. Fez carreira como homens de confiança de políticos, no serviço público. E é próximo dos círculos bolsonaristas.
 
Bolsonaro e sua turma avaliam constantemente o risco de Torres optar pela delação. Até porque consta que está muito abatido na cadeia.
 
O LIVRO
Assim o livro de Fenelon é apresentado:
"A presente obra busca abordar a Colaboração Premiada pela ótica defensiva, demonstrando que a 
monopolização do instrumento pela acusação, em certos casos pode, verdadeiramente, enfraquecer o instituto.
Dessa maneira, deve-se ponderar a necessidade do reconhecimento da viabilidade da concessão do prêmio também no modelo da colaboração unilateral, desde que respeitados os requisitos legais.
Afinal, a mera inexistência de negócio jurídico firmado entre as partes não pode atuar de modo a prejudicar o réu que efetivamente auxiliou na investigação garantindo um melhor funcionamento do poder punitivo estatal."
 
Não li. Mas me parece que o autor trata, no caso, de uma colaboração que se dá sem a celebração de um acordo, de modo que a buscar benefícios decorrentes da colaboração com a investigação.
 
Dispõe o Artigo 4º da lei 12.850, sobre a delação "não unilateral":
"Art. 4º O juiz poderá, a requerimento das partes, conceder o perdão judicial, reduzir em até 2/3 (dois terços) a pena privativa de liberdade ou substituí-la por restritiva de direitos daquele que tenha colaborado efetiva e voluntariamente com a investigação e com o processo criminal, desde que dessa colaboração advenha um ou mais dos seguintes resultados:
I - a identificação dos demais coautores e partícipes da organização criminosa e das infrações penais por eles praticadas;
II - a revelação da estrutura hierárquica e da divisão de tarefas da organização criminosa;
(...)"
 
O que o advogado chama de "colaboração unilateral" pode dispensar "a identificação dos demais coatores e partícipes das organização criminosa e das infrações por eles praticadas"? Ou se pensa em algo como uma confissão que venha a pesar em favor do réu ao se fazer a dosimetria da pena, mas sem necessariamente apontar os coautores e partícipes?
 
Esse seria o sonho de Bolsonaro. Mas por que, sendo assim, Rodrigo Roca não continuou com o caso se buscam justamente um advogado versado em delação, "unilateral" ou não?
 
03
Mai23

Flávio Dino 'janta' Dallagnol: 'suas declarações comprovam a necessidade de um projeto sobre fake news' (vídeo)

Talis Andrade

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247 - O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, deu uma invertida no deputado federal Deltan Dallagnol, latifundiário da Bancada do Boi, após o parlamentar afirmar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apoia ditaduras. 

"O senhor comprova a necessidade de projeto sobre fake news. Há uma ideia de repetir uma mentira para ver se ela vira verdade", disse o ministro. "O senhor parte de um sistema de crenças que não tem aderência na realidade. Nosso governo foi eleito pela população, mantém relações diplomáticas. O presidente Lula não recebeu presentes de ditadura, joias". 

O deputado do Podemos-PR afirmou que governo Lula "apoia ditaduras" e esteve envolvido nos "maiores escândalos de corrupção da face da terra para manter o poder".

Em março de 2022, Dallagnol, ex-procurador da Operação Lava Jato, foi condenado em março de 2022 pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) a indenizar Lula em R$ 75 mil por causa da apresentação do PowerPoint em 2016. Em 2021, o Supremo Tribunal Federal declarou a suspeição do senador Sergio Moro (União Brasil-PR), ex-juiz da Lava Jato. 

Escândalo das joias

Na resposta a Dallagnol, o ministro da Justiça fez referência às joias recebidas de forma ilegal pela família Bolsonaro. De acordo com a legislação, presentes são patrimônio do Estado brasileiro e não bens pessoais. 

Um dos pacotes tinha joias avaliadas em cerca de R$ 16,5 milhões. Iriam para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Em outro pacote eram produtos estimados em cerca de R$ 400 mil, que teriam o político do PL como destino. Em um terceiro conjunto estavam materiais estimados em R$ 500 mil. Policiais federais investigam e enviarão as conclusões a promotores, que decidirão se denunciam ou não os envolvidos no esquema. 

26
Abr23

Internautas repercutem alta dos juros e cobram a renúncia de Roberto Campos Neto

Talis Andrade
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'Esse bolsominion golpista não atingiu a meta da inflação e está trabalhando para f*** o país a mando do ladrão de jóias', disse um perfil em rede social

 

247 - Usuários das redes sociais cobram nesta terça-feira (25) a renúncia do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto,. Ele está no cargo desde 2019, no governo Jair Bolsonaro (PL), e vem sendo pressionado por políticos e pela sociedade a baixar a taxa de juros (Selic), em 13,75% atualmente. 

Um internauta disse que "esse bolsominion golpista não atingiu a meta da inflação e está trabalhando para f*** o país a mando do ladrão de jóias. Renuncia cidadão...".

"Pede renuncia e se junta a Paulo Guedes", escreveu outra pessoa. 
 
De acordo com um perfil no Twitter, "os Brasileiros conscientes querem a Renúncia de Campos Neto para que o País possa crescer!". "Chega de Bolsonarismo do Atraso!".
Eduardo Francisco
@eduardolima8209
Renuncia CAMPOS NETO
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WANIA POMPEU
@WaniaPompeu
Os Brasileiros conscientes querem a Renúncia de Campos Neto para que o País possa crescer! Chega de Bolsonarismo do Atraso!
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25
Abr23

A passagem da família Bolsonaro pelo Alvorada deixou um cenário de terra arrasada

Talis Andrade

 

Imagem: Naor Eliyahu

Bestiário

 

por Walnice Nogueira Galvão 

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Emas em bando habitam o jardim do Palácio da Alvorada, desde sua inauguração em 1960. Comem cobras e mantêm o gramado a salvo de animálculos daninhos como escorpiões, tarântulas ou salamandras. Tudo o que rasteja e pica, inoculando peçonha.

Acostumadas a serem bem tratadas, nunca imaginaram que um desavisado substituiria suas rações especiais por restos de comida. Se estes iam para o lixo, teriam algum proveito ingurgitando as aves. O gesto foi aclamado pela gratidão geral dos patriotas. E deu no que deu. Assim alimentadas, as emas viram-se atacadas de obesidade, sendo que duas delas já faleceram.

Dizem as más línguas que foi vingança pela bicada que uma delas desferiu ao ver exibida em mãos hostis uma caixinha de hidrocloroquina. Se elas recusaram a famigerada inutilidade, que tantas vidas ceifou, lá iriam permitir sem espernear que lhes suprimissem a “ração especial”?

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No mesmo e infausto jardim do Alvorada, um espelho d´água era lar de peixes doados por Hiroito, imperador do Japão, há muitos anos. As carpas, campeãs dos seres aquáticos ornamentais, tingidas de ouro e carmim, destacam-se pelas barbatanas esvoaçantes. Ali, seu lar foi alvo de moedas de pequeno valor, lançadas pelos turistas.

Na hora da xepa, no apagar das luzes, no saque e pilhagem desenfreados que montaram um cenário de terra arrasada, surge mais uma estória inacreditável, numa saga de estórias inacreditáveis.

Consta, de acordo com os protagonistas do caso, que a primeira-dama resolveu, no último dia, doar as moedas do laguinho das carpas ao pastor evangélico que era uma espécie de “Mordomo do Paço”, administrador do Alvorada. A destinação seria uma obra de caridade da igreja dele. Recolheram-se as moedas, que foram entregues ao pastor – e todo o cardume foi dizimado no processo. O montante do dinheiro assim arrecadado orçou em míseros 2 mil reais. Se eu soubesse a tempo, pagaria com prazer o resgate das coitadas. A primeira-dama declarou oficialmente que não é responsável, mas sim a empresa que retirou as moedas.

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Chegamos agora aos passarinhos. Na casa do Ministro da Justiça do governo anterior e Secretário da Segurança do DF deste, onde foi achada a minuta da declaração de um golpe de Estado, detalhada e instrutiva, a polícia encontrou também cerca de 60 passarinhos, que vão desde o belo tiê-sangue até o cardeal. Todas elas aves com pedigree, seja pelo canto, seja pela plumagem, seja por ambos.

De surpresa em surpresa, sabemos agora que a residência da autoridade é a sede de uma empresa de comercialização de aves silvestres, registrada oficialmente em nome de senhora sua mãe. Nem mãe respeitam, diz com seus botões o leitor.

Para completar – pelo menos por enquanto, sabe-se lá o que ainda vem por aí –, uma notícia sobre hipopótamos. É também uma história de horror, mas essa, felizmente, na terra dos outros.

No auge de sua glória e poder, Pablo Escobar, em mais um de seus habituais surtos de megalomania, resolveu instalar um jardim zoológico cheio de bichos ilegais, incluindo dois casais de hipopótamos. Depois de morto seu dono, os hipopótamos ficaram à gandaia.

Bichos perigosíssimos, devido à corpulência e à velocidade espantosa, constituem nédios bólidos lustrosos a que nada faz frente. Herbívoros e aquáticos, passam os dias dentro d´água, pastando as ervinhas que vicejam no fundo. Quem viaja por rios ou lagos só vê o cocuruto das calotas cranianas, como se fossem pedras para atravessar as águas. Mas não gostam de gente e atacam os seres humanos com fúria, estraçalhando-os com as poderosas presas.

Reproduziram-se: de 4 passaram a 120 e se tornaram uma ameaça. Pisoteiam lavouras, derrubam cercas e destroem mais que Átila. Mas ninguém ousa feri-los, até porque é proibido por lei. E lá está solta a manada de hipopótamos, a maior do mundo fora da África, ora oferecida de presente pela Colômbia a quem quiser. Alguns países já são voluntários, mas só aceitam alguns poucos. Vai ser preciso muito país para, com esforços somados, chegar aos 120.

E quem se lembra de que papai Donald Trump modificou uma lei para permitir que seus dois pimpolhos, caçadores reincidentes, trouxessem da África as cabeças de leões e de elefantes com que se vangloriavam em vídeos nas redes?

24
Abr23

O subjornalismo e o caso da gravata de Lula

Talis Andrade
 
 
 
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É humilhante para o jornalismo brasileiro a quantidade de irrelevâncias transformadas em pontos centrais de cobertura

Luis Nassif /Jornal GGN

O padrão da imprensa ocidental é bem caracterizado. No topo, os jornais referenciais, que tratam apenas de temas relevantes e influenciam diretamente os centros de poder. Seu produto são as matérias de fundo. Em outros países, é um The New York Times, Financial Times.

Abaixo deles, vem os jornais populares, que tratam os temas de forma superficial e sensacionalista.

Finalmente, a imprensa regional, com os temas locais e baseando-se em agências e nos jornais do primeiro time para a convertida nacional.

No Brasil, durante algum tempo, teve-se a pretensão de que a mídia de opinião se desenvolveria de acordo com o modelo The New York Times, já que seria muito pedir que usassem como modelo o Financial Times.

Hoje em dia, o nível de superficialidade é de rede social. A mídia se transformou em um enorme caça-likes. É humilhante para o jornalismo brasileiro a quantidade de irrelevâncias transformadas em pontos centrais de cobertura, seja pela Folha (que extrapola), Globo e Estadão.

O exemplo recente foi a ida de Janja a uma loja de artigos masculinos  para comprar uma gravata para Lula – que teria encontros com as mais altas autoridades de Portugal.

Nenhum leitor de jornal tem a menor ideia sobre as conversas, sobre acordos diplomáticos. A cobertura concentrou-se exclusivamente no fato da primeira dama brasileira ter comprado uma gravata de marca para o presidente brasileiro.

 
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22
Abr23

Banco Central enriqueceu Roberto Campos Neto

Talis Andrade
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Juros altos e dólar nas alturas bom demais para dono de empresas nos paraísos fiscais e traficantes de moedas

 

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto tão honesto quanto o avô que enriqueceu com a ditadura militar de 64, disse nesta sexta-feira (21) que, se os juros não estivessem altos no Brasil, a taxa de inflação ficaria em 10% em 2023, não 5,8%, como previsto pelas projeções.

Ele afirmou ainda que a taxa Selic precisaria estar em 18,75% hoje para frear o aumento de preços no país. Pelos preços nas alturas, o brasileiro nada compra, porque não tem grana, e as indústrias estão fechando, coisa da mistura de Campos Neto com Bolsonaro.

Bolsonaro colocou o negro de castigo com fome. E envenenou com mercurio os rios dos indígenas. É o Brasil colônia com lanterna na popa, recebendo joias do Ali Babá das Arábias (Quem foi governo, e não roubou nos tempos de Bolsonaro presidente, levante a mão)

Campos Neto, dono de empresas offshore, tem sido alvo de críticas do governo Lula, parlamentares e empresários pela decisão de manter, em março, a taxa básica de juros em 13,75% — patamar em vigor desde o início de agosto de 2022. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) argumenta que os juros altos emperram o crescimento da economia.

"O Banco Central fez a maior alta de juros num ano de eleição na história do mundo. Isso mostra que o BC atua de forma bastante independente. Na política monetária, quando você age antes, o custo é menor", disse Campos Neto em palestra na conferência da Lide, em Londres. Isso, sim, é vender o Brasil do futuro lá fora, o Brasil do Brics. Isso, sim, é chamar o capital europeu para investir no Brasil de Lula. 

"Se a gente não tivesse subido os juros, a inflação não seria 5,8%, seria 10% em 2023 e 14% no ano seguinte. E a taxa de juros estaria em 18,75%."

Falando para uma plateia de empresários, ex-ministros da Fazenda, ex-presidentes do Banco Central e parlamentares, Campos Neto defendeu repetidas vezes a autonomia do Banco Central. O quinta-coluna não quer perder a boquinha. 

Segundo ele, embora o "anseio dos juros seja político" o trabalho do Banco Central "é tecnico".

"O timing técnico é diferente do timing político, por isso a autonomia é importante. O custo de combater inflação é alto e sentido no curto prazo, mas o custo de não combater é mais alto e perene", afirmou.

Ele citou a Argentina como exemplo de país que viu a inflação ficar descontrolada depois de reduzir juros, abandonar metas de inflação e retirar a autonomia do Banco Central. Campos pra tudo cita os hermanos como exemplo. É leal dependente do Tio Sam, como era o avô, tanto que alarda uma única moeda para todo o vasto mundo. Moeda só existe o dólar. Ele não tem complexo de vira-lata, não. Tem ganância de investir no dólar. Suas empresas vão bem, obrigado. O dólar sobe, o presidente do Banco Central do Brasil fica mais rico, e pra provar que caminha certo no passo de Midas cita, novamente e sempre, a Argentina.

"Será que vale seguir sistema de metas? Olhamos países que tinham sistemas e abandonaram. A Argentina aumentou meta para ter flexibilidade. Depois abandonou o sistema de metas e a autonomia do BC, e a inflação acelerou", disse.

Para o presidente do Banco Central a taxa Selic alta se justifica porque previsões econômicas para os próximos anos no Brasil se deterioraram.

"De novembro para cá, as expectativas começaram a se deteriorar, tanto para 2025 quanto 2026", agoura Campos Neto, o profeta do fim do Brasil. O Brasil quebrado, pária, republiqueta de bananas, com um presidente do Banco Central terceiro mundista aqui, e Primeiro Mundo nos paraísos fiscais. O Roberto Campos cria de Paulo Guedes, com suas empresas estrangeiras, e seus ideais da extrema direita fascista, que nem o avô, que também levou uma fakeada tal Bolsonaro. 

Jeferson Miola: Banco Central autônomo é dogma do pensamento único  neoliberal para alimentar voracidade do mercado - Viomundo
 

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