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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

16
Nov23

Repórter é condenada a 1 ano de prisão e R$ 400 mil de multa por revelar o Caso Mari Ferrer

Talis Andrade
Manifestação por justiça no caso Mari Ferrer, organizado por entidades feministas no Vão Livre do Masp, na avenida paulista, em 8 de novembro de 2020. Foto: Mathilde Missioneiro/Folhapress
Manifestação por justiça no caso Mari Ferrer, organizado por entidades feministas no Vão Livre do Masp, na avenida paulista, em 8 de novembro de 2020. Foto: Mathilde Missioneiro/Folhapress

 

A reportagem de Schirlei Alves resultou na sanção de um juiz e na aprovação de uma nova lei federal. Em vez de prêmios, ela recebeu pena de prisão por seu trabalho.

Cecília Olliveira

Temos duas notícias para compartilhar que são um forte soco no estômago de qualquer pessoa que se preocupe com os direitos das mulheres, a liberdade de imprensa e com um Judiciário que respeite a lei. 

A primeira notícia é sobre uma grave injustiça: a corajosa jornalista Schirlei Alves foi condenada em um tribunal de Santa Catarina a um ano de prisão em regime aberto e R$ 400 mil em indenizações.

 

A perseguição à repórter Schirlei Alves

Schirlei é responsável por publicar no Intercept Brasil uma das reportagens mais importantes e impactantes de 2020, revelando a ultrajante revitimização da influenciadora digital Mari Ferrer pelo advogado de defesa, promotor e juiz no julgamento do acusado de estupro. O réu foi absolvido apesar da alegação de Ferrer de que ela foi drogada e violada e das evidências que a corroboram.

Os mesmos homens, desde então, transformaram a vida da repórter que revelou tudo isso em um inferno. A rotina de Schirlei mudou, seu trabalho foi prejudicado, ela foi forçada a fechar seus perfis em redes sociais devido ao assédio sexista incessante e sua segurança física foi colocada em risco.

 “Meu único desejo era expor a verdade e foi isso que fiz. Apesar do enorme custo pessoal e profissional, eu faria isso de novo hoje. Agora, espero que o sofrimento de Mari Ferrer e o meu possa levar a mudanças para que mais mulheres não tenham que passar por aquilo a que fomos submetidas. Nós merecemos o melhor”, afirma Schirlei Alves.

A intenção dos homens era inverter a narrativa sobre suas falhas profissionais, claramente demonstradas em um vídeo publicado pelo Intercept Brasil. Não faria mal para eles se também conseguissem intimidar jornalistas como Schirlei para que não fizessem mais reportagens. 

A revelação causou um alvoroço nacional, protestos, processos disciplinares contra eles e na aprovação da Lei Mari Ferrer, que tem o objetivo de impedir que os absurdos do julgamento do caso se repitam em outros tribunais. Um impacto maior do que este para o jornalismo é difícil de alcançar.

A condenação de Schirlei proferida pela juíza Andrea Cristina Rodrigues Studer, lembra a época da ditadura e é totalmente infundada, repleta de falhas processuais e extremamente desproporcional. Studer foi a única juíza disposta a aceitar o caso apresentado por seus colegas na vara, depois que muitos outros se recusaram devido ao conflito aparente. Nossas moções para transferir o caso para um fórum neutro foram negadas.

A ”honra” de um promotor e de um juiz vale um total de R$ 400 mil e um ano de prisão em regime aberto. Especialistas jurídicos consultados pelo Intercept Brasil concordam unanimemente que essa decisão vingativa não tem precedentes.

De acordo com Rafael Fagundes, advogado do Intercept Brasil, “a sentença ignorou a realidade dos fatos e a prova dos autos, resultando em uma decisão flagrantemente arbitrária e ilegal. Além disso, a sentença cometeu uma série de erros jurídicos primários, agravando artificialmente a condenação e contrariando toda a jurisprudência brasileira sobre o tema. Incapaz de esconder preocupações corporativistas, essa sentença pode servir como uma ameaça contra aqueles que ousam denunciar os abusos eventualmente cometidos pelo Poder Judiciário.” (Continua)

Protestos pediram Justiça por Mariana Ferrer. Foto: divulgação

Vídeo: Marcelo Pertille e Juliano Keller do Valle receberam a jornalista Schirlei Alves, autora da matéria do The Intercept sobre o caso Mariana Ferrer que acabou tornando públicas as imagens da audiência. Schirlei falou sobre ética jornalística, machismo institucional e arte. Ao final, como sempre, as dicas do professor Juju. 

21
Out22

Jornalistas fazem ato em defesa da democracia e debate sobre voto evangélico (charges curralzinho)

Talis Andrade

cercadinho montro.jpeg

 

 

A relevância nestas eleições do voto evangélico e a defesa do jornalismo e da democracia são temas de dois eventos, organizados por entidades de jornalistas relacionados às eleições. O primeiro deles, pelo Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, avaliará em que proporção a população evangélica está no centro do debate eleitoral deste ano. Isso em razão da sua relevância numérica e, principalmente, por ser por ela que a extrema direita se aproveita da chamada pauta de costumes para implementar sua agenda ultraconservadora.

A organização do debate avalia que as eleições deste ano podem ser definidas como “um plebiscito entre a civilização e a barbárie”. “(A população evangélica foi) decisiva em 2018, na eleição que alçou o fascista Jair Bolsonaro ao poder impulsionada por uma impiedosa máquina de mentiras e desinformação fortemente calcada em temas como costumes e religião, a escolha eleitoral de milhões de brasileiros pode não estar selada como antes”, afirma o Barão, em nota.

Três especialistas participaram do debate sobre o voto evangélico: A pastora da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil e secretária-geral do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic), Romi Bencke; o sociólogo e líder ecumênico metodista Anivaldo Padilha; e o repórter autor do livro O Reino – A história de Edir Macedo e uma biografia da Igreja Universal, vencedor de 10 prêmios de jornalismo pelo conjunto de sua obra, Gilberto Nascimento

 

O reino: A história de Edir Macedo e uma radiografia da Igreja Universal  (Portuguese Edition) eBook : Nascimento, Gilberto: Amazon.de: Kindle-Shop

 

Jornalismo e democracia

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Entidades jornalísticas e organizações que defendem a liberdade de imprensa e os direitos humanos, entre elas a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), realizaram, na noite desta terça-feira (27/09), um ato em defesa das e dos profissionais de imprensa e da Democracia, na Pontifícia Universidade Católica (PUC), na zona oeste de São Paulo.

“Estamos reunidos aqui hoje porque o jornalismo e a própria democracia estão sob forte ataque nos últimos anos. E essa gravíssima situação chegou agora ao ápice. Estamos aqui juntos para dizer que basta!”, afirmou Paulo Zocchi, vice-presidente da FENAJ, que discursou em nome das 16 entidades organizadores do evento.

“Em situações normais, o jornalismo não é, nem poderia ser, uma profissão de risco. Mas no Brasil, nos últimos anos, a violência contra profissionais é preocupação constante e crescente de nossa categoria”, disse Zocchi.

Segundo Zocchi, os profissionais são agredidos pelo poder de Estado, notadamente pela Polícia Militar; são perseguidos judicialmente, e aí se inclui infelizmente até mesmo o Supremo Tribunal Federal; e também são agredidos, em grande medida, por Bolsonaro e por apoiadores incentivados pelas ações do presidente.

O dirigente sindical citou levantamento da FENAJ de acordo com o qual, em 2018, foram registrados 135 casos de agressões a jornalistas, contra 430 em 2021. “Com Bolsonaro no governo, há três vezes mais agressões a jornalistas do que havia antes. É mais do que uma por dia! Desde que chegou à Presidência, ele é o principal agressor: em 2021, Bolsonaro realizou 147 agressões a jornalistas, 34% do total nacional”, destacou.

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) registrou 353 ataques a jornalistas entre o início deste ano e a semana passada. Outra entidade do setor, a Repórteres Sem Fronteiras, contabilizou no primeiro mês de campanha eleitoral mais de 2,8 milhões postagens com conteúdos ofensivos a jornalistas brasileiros.

 

A repórter da Folha de S. Paulo, Patrícia Campos Mello, participou do evento e fez relatos sobre as agressões que tem sofrido nos últimos anos. Ela foi vítima de ataques sexistas de Bolsonaro.

Patrícia é autora de uma série de reportagens que revelou um esquema de contratação de empresas para realizar disparos em massa durante as eleições de 2018, que fizeram dela alvo preferencial de bolsonaristas nas redes sociais.

“É muito estranho que, desde 2018, nós jornalistas, nós repórteres, tenhamo-nos transformado em alvo. Em um país democrático, supostamente democrático, que tem um governo eleito democraticamente, mas que a imprensa se transformou em um alvo, especialmente as mulheres”, disse Patrícia.

Ela lembrou os ataques que recebeu, entre eles, ligações, e ameaças de agressão física. Ela também recebeu muitas mensagens com conteúdo pornográfico.

O Negócio do Jair - Juliana Dal Piva - Grupo Companhia das Letras

Além de Patrícia, Bianca Santana, Juliana dal Piva, Flávia Oliveira, Carla Vilhena e outras jornalistas de diversos veículos de todo o Brasil participaram do evento com depoimentos em vídeo.

As profissionais contaram alguns dos casos de ataques sofridos e falaram sobre as consequências das agressões. Medo de exercer a profissão, depressão, e danos a saúde mental, foram alguns dos efeitos relatados.

Daniela Cristóvão, da Comissão de Liberdade de Imprensa da OAB, também esteve no evento e afirmou que quando um jornalista é ameaçado no desenvolvimento da sua profissão a cidadania de todos está ameaçada.

Na mesma linha ocorreu a participação de Ana Amélia, advogada e membro do grupo Prerrogativas. “A liberdade de imprensa é essencial ao jornalismo. Não existe democracia sem a liberdade de imprensa e sem o papel essencial, sério, informativo do jornalista”, disse.

“A principal aliada é a imprensa na luta pelos direitos humanos”, disse Ariel de Castro, do Tortura Nunca Mais. “Imagina o que acontece com os jornalistas que estão na periferia, no interior, que não estão em grandes órgãos de imprensa. E o assédio judicial?”, questiona.

O evento foi organizado pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP), FENAJ, Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Abraji, Associação de Jornalismo Digital (Ajor), Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), Repórteres sem Fronteiras (RSF), Instituto Vladimir Herzog, Associação Profissão Jornalista (ApJor), Barão de Itararé, Intervozes, Fotógrafas e Fotógrafos Pela Democracia, Associação Paulista dos Jornalistas Veteranos, Centro Acadêmico Vladimir Herzog e Centro Acadêmico Benevides Paixão.

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21
Ago21

O amor é mais forte do que o ódio

Talis Andrade

 

 

Maria do Rosário no Twitter
 
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O Ministro da Educação afirmou q crianças com deficiência atrapalham as demais. Ele ñ pode ser do MEC! Ñ sabe NADA de pedagogia, nem de desenvolvimento humano. Ele é q atrapalha a educação. Essa é a Duda. Ela aprende e ensina os colegas! Só um despreparado ñ reconhece esse valor!
Maria do Rosário
@mariadorosario
Hj minha filha Maria Laura faz 21 anos. É uma menina incrível e mulher maravilhosa. Digo isso ñ só pq sou sua mãe e a amo +q tudo, mas pq enfrentou desde criança ataques por ser minha filha. Ataques políticos. Era só uma criança. Ela é prova maior de q o amor é +forte q o ódio.Image
Em POA, a @AvicoBrasil
acende uma vela para cada mil pessoas q morreram no Brasil. Que iluminem os passos que temos que dar. Cada vida é insubstituível. Não esqueceremos pq chegamos até essa situação e o nome das pessoas q amamos e partiram. Não podemos esquecer que somos humanosImageMuitas dúvidas se levantam a partir das suspeitas acerca da compra da Covaxin, mas a verdade parece estar cada vez mais explícita: a corrupção de Bolsonaro e seu governo. #ForaBolsonaro
ImageMais uma da séria "Uma escolha muito díficil"...
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TSE acabou com a farra das fakenews. Suspendeu a monetização de canais bolsonaristas que lucravam com vídeos com informações falsas ou tiradas do contexto, q mobilizavam a base bolsonarista em torno de mentiras e ataques democráticos, além do lucro q esses canais tinham com isto!

fake bolsonaro.jpgParabéns, @biancasantana! Também conheço o sabor de uma vitória contra esse homem que não respeita as mulheres nem a democracia. Essa condenação é resultado de resistência e luta. Tamo juntas e rumo ao impeachment!

Bianca Santana
BOLSONARO SEGUE CONDENADO, mesmo depois de recorrer em segunda instância. O respiro de confiança na justiça, com o qual a maior parte de nós não pode contar, extrapola o voto de uma desembargadora e dois desembargadores, na manutenção da condenação do RÉU @jairbolsonaro.Image

trabalho infantil criança .jpg

Maria do Rosário
É triste demais. Mas não podemos não ver, não sentir, não saber… Cerca de 130 mil crianças e adolescentes perderam suas mães, país, avós. Ato interreligioso #RespiraBrasil

MALEDUCADO educação ministro crianca.pngEste é o governo em que o Ministro da Educação considera impossível a convivência com pessoas com deficiência em salas de aula. Quando ele fala em "criar salas especiais" está falando em exclusão! Não foi a toa que pedi o impeachment deste senhor.Charge do Amarildo

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Na ausência do Estado, observamos pessoas com olhar sempre solidário e atento. Nossa homenagem ao @pejulio, conhecido pelo trabalho junto à população de rua em SP e que foi um dos vencedores do prêmio Zilda Arns, concedido pela Câmara. Por mais Lancellottis no Brasil e no mundo!

 

09
Jun21

Passar pano para o genocídio negro: não em meu nome

Talis Andrade

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por Bianca Santana /Ecoa

“Grávida morre após ser baleada durante troca de tiros em comunidade no RJ”. A manchete do UOL foi a gota que faltava para eu encerrar minha contribuição com a publicação Ecoa UOL. Há semanas não tenho conseguido manter ritmo de escrita semanal, já havia anunciado para minha editora a possibilidade de interromper a coluna, mas avaliamos que dava para esperar um pouco antes de decidir. Com a cobertura perversa da execução de uma mulher negra grávida em uma favela do Rio de Janeiro, mais um alvo do genocídio negro, fica evidente que a exaustão de repetir semanalmente a mesma coisa, em palavras diferentes, na tentativa de contribuir com o debate público sobre o genocídio tem sido pouco efetiva. Nem o próprio veículo se constrange em noticiar uma mentira como mais um fato isolado.

Há um mês, logo depois da chacina de Jacarezinho, a home noticiava: “Ação da polícia deixa 25 mortos no RJ; usuários do metrô são feridos: operação mira suspeitos que estariam expulsando moradores de casa na comunidade de Jacarezinho”. Indignada, escrevi a outro editor perguntando se estavam mesmo justificando os 25 assassinatos praticados pela polícia. Sempre bom lembrar que o Brasil não tem pena de morte. E que suspeitos devem ser investigados e julgados antes da possibilidade de condenação (que não inclui a morte). Não há nada, nada, que justifique a ação ilegal de um funcionário do Estado brasileiro de assassinar qualquer pessoa. A linha fina foi revista. Ao menos isso. Mas ficou também evidente que as horas gastas para conversar com toda a redação do UOL, em dois horários diferentes, sobre como é essencial contextualizar execuções de pessoas negras e não noticiá-las como fato isolado — cumprindo o papel de relações públicas da polícia — haviam sido improdutivas. Não se trata de desconhecimento. Mas de escolha. Cumplicidade. Coautoria.

É evidente que mantenho relações com uma série de outras instituições racistas, que contribuem com o genocídio negro. Infelizmente. Mas esta relação, tenho condições, e obrigação, de romper. Hoje sinto vergonha por ser jornalista.

20
Out20

ONG Repórteres Sem Fronteiras denuncia deterioração da liberdade de imprensa no Brasil (vídeo)

Talis Andrade

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RFI - Um novo relatório publicado nesta terça-feira (20) pela ONG Repórteres sem Fronteiras (RSF) denuncia o aumento de ameaças a jornalistas e veículos de comunicação no Brasil em 2020. Para a organização civil, sediada em Paris, o direito à liberdade de expressão e de imprensa está cada vez mais comprometido pelas ações do governo de extrema direita.

 
 

“O direito à liberdade de expressão, garantido pela Constituição Federal do Brasil, está em perigo desde a posse do presidente Bolsonaro, em janeiro de 2019”, afirma a organização em seu site.

A ONG listou mais de 100 ataques contra jornalistas da parte do chefe de Estado, de seus filhos ou de “aliados próximos”, durante o período de julho a setembro. O deputado federal Eduardo Bolsonaro é “o principal predador”, segundo a RSF, chegando a cometer “um ataque por dia”. “Esta postura abertamente hostil à imprensa se transformou em marca registrada” do governo brasileiro, afirma o documento.

“Além das agressões, existe um clima de desconfiança com relação à imprensa, restrição da difusão de informações oficiais para controlar o debate público e desinformação”, afirma o relatório, que também aponta falta de transparência na gestão da crise da Covid-19. A epidemia já matou mais de 154.000 brasileiros.

Em seu discurso na Assembleia Geral da ONU, em setembro, Bolsonaro “acusou a imprensa de politizar o vírus e causar pânico e caos social”, lembra a ONG.

Perseguição

O relatório da RSF evoca a “perseguição judiciária como mecanismo de censura”, com processos “abusivos” contra jornalistas ou veículos de comunicação.

A ONG cita como exemplo a decisão da juíza que proibiu a TV Globo de mostrar documentos ligados à investigação do senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente, suspeito de desvio de verbas públicas e de criar empregos-fantasmas.

Entre os ataques mais agressivos deste trimestre, a RSF lembra a reação de Bolsonaro em 23 de agosto, durante uma visita oficial em Brasília. Questionado por um jornalista sobre os motivos pelos quais Fabrício Queiroz – ex-assessor de Flávio Bolsonaro, investigado por confisco de salários de servidores – ter repassado R$ 89 mil reais para a conta da primeira-dama, Michele Bolsonaro, o presidente respondeu que tinha vontade de “encher” o repórter “de porrada”.

O episódio causou a indignação de internautas. Usuários de redes sociais repetiram a questão feita pelo jornalista mais de um milhão de vezes em suas postagens.

Para Bianca Santana, escritora e jornalista entrevistada pela RSF para a elaboração do documento, os ataques “modificam nosso comportamento, reduzem nossas liberdades”. Santana, atuante na Coalizão Negra por Direitos, já foi alvo de agressões do presidente. “Elas têm um impacto direto no trabalho e no posicionamento público dos jornalistas visados”, completa.

O Brasil aparece na 107ª posição da classificação mundial da liberdade de imprensa estabelecida pela RSF.

 

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