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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

02
Mar20

Lula recebe título de cidadão honorário de Paris

Talis Andrade

Lula, acompanhado de Dilma e Haddad, recebe título de cidadão de Paris da prefeita Anne Hidalgo

Lula, acompanhado de Dilma e Haddad, recebe título de cidadão de Paris da prefeita Anne Hidalgo

 

Na capital francesa, ex-presidente critica ataques à democracia no Brasil e agradece apoio da prefeita Anne Hidalgo. Honraria é concedida a personalidades que se destacam pela defesa dos direitos humanos.

por DW Deutsche Welle

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu nesta segunda-feira (02/03) o título de cidadão honorário de Paris em uma cerimônia na prefeitura da capital francesa, onde aproveitou para criticar o que chamou de "enfraquecimento do processo democrático" no Brasil.

A honraria a Lula foi concedida pela prefeita de Paris, Anne Hidalgo, em outubro do ano passado, quando ele ainda estava preso, e aprovada pelo Conselho da cidade. De acordo com a prefeitura, a cidadania honorária parisiense é concedida a personalidades que se destacam na defesa dos direitos humanos. Um dos homenageados foi o ex-líder africano Nelson Mandela.

Hidalgo disse que a sucessora de Lula na Presidência, Dilma Rousseff, havia lhe pedido uma ação em favor da libertação do petista, o que a levou a sugerir sua indicação como cidadão honorário de Paris. A prefeita, em plena campanha para a reeleição, destacou o legado do PT na luta pela igualdade social – a qual, segundo ela, está comprometida com a chegada ao poder de Jair Bolsonaro.

Lula@LulaOficial

Merci, Paris!

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A relação entre os governos do Brasil e da França vem se deteriorando, após Bolsonaro entrar em várias ocasiões em confronto com o presidente francês, Emmanuel Macron.

Em seu discurso na prefeitura de Paris, com a presença de Dilma e do ex-candidato do PT à Presidência Fernando Haddad, Lula fez uma série de críticas ao governo Bolsonaro e alertou para o empobrecimento da população brasileira.

Ele disse que o Brasil vive o enfraquecimento da democracia "estimulado pela ganância de poucos e pelo desprezo em relação aos direitos do povo", e denunciou o que chamou de "ataques ao Estado de direito e à Constituição".

Lula contou que, ao saber da homenagem de Paris quando estava preso, teve renovadas as esperanças de recuperar a liberdade. O ex-presidente valorizou o reconhecimento vindo de uma cidade que, segundo ele, "tem um apego especial aos direitos humanos e que sempre acolheu os brasileiros e latino-americanos que os defenderam".

O petista ainda prometeu unir a esquerda nas eleições presidenciais de 2022. Ele disse que, aos 74 anos, está "mais motivado do que nunca para reconquistar a democracia em nosso país".

François Hollande@fhollande
 

Très heureux d’avoir reçu l’ancien président @LulaOficial, @dilmabr et @Haddad_Fernando aujourd’hui à Paris. Nous avons échangé sur la question climatique et la lutte contre les inégalités, qui doivent être au cœur de tous les combats d’aujourd’hui et de demain.

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Lula foi preso em 2018 por corrupção no caso do apartamento tríplex no Guarujá, quando foi acusado de receber propinas de empreiteiras em troca da concessão de contratos públicos. Ele foi libertado em novembro do ano passado, após 580 dias de encarceramento, depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) mudar as regras para as prisões em segunda instância.
 

Antes da cerimônia na prefeitura da cidade, Lula se reuniu com líderes da esquerda francesa, como o ex-presidente francês François Hollande e o líder do partido França Insubmissa e ex-candidato à presidência, Jean-Luc Mélenchon.

Ainda em Paris, o ex-presidente participará, juntamente com Dilma e Haddad, de um evento de campanha de Hidalgo, antes de partir para Genebra e Berlim.

Na Suíça, ele deverá participar de uma reunião do Conselho Mundial das Igrejas (CMI), que reúne representantes de mais de 120 países, sob o tema da desigualdade social.

Na capital alemã, Lula se reunirá com líderes políticos e representantes de sindicatos e participará de um ato público em defesa da democracia no Brasil.

RC/efe/ots/rtr

______________

A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Veja a TRAJETÓRIA POLÍTICA DE LULA (galeria de 22 fotografias aqui)

 
31
Dez18

Bailarina de favela do Rio brilha no palco em Berlim

Talis Andrade

bailarina debora .jpg

A bailarina Debora Goulart tinha 14 anos quando foi descoberta, numa favela carioca, por um professor de balé alemão. Aos 22, ela hoje faz parte do corpo de baile do Friedrichstadt Palast – um dos teatros mais tradicionais de Berlim.

por Cristiane Ramalho, RFI 

O salto aconteceu num lance de sorte. Debora já fazia dança desde os oito anos de idade no projeto “Dançando para Não Dançar”, no morro do Cantagalo, onde morava, em Ipanema, quando foi convidada pelo diretor de uma escola estadual de balé de Berlim – a Staatliche Ballettschule - para estudar na Alemanha.

O diretor da escola, Ralf Stabel, que visitava a favela para ver uma apresentação do projeto, ficou encantado com Debora. “Eu só dancei em grupo, para dar as boas-vindas. Quem deveria ter sido escolhida era uma outra menina, mais experiente”, lembra a carioca, que logo provaria que além de sorte, tinha mesmo talento.

Para se preparar para Berlim, Debora teve que disputar uma vaga na prestigiada Escola de Balé Maria Oleneva, do Teatro Municipal. E conseguiu. “Eram 50 meninas concorrendo, e fui uma das três aprovadas na prova. Foi importante para poder treinar e fortalecer a minha técnica”, conta.

Um ano depois, já estava de mudança para Berlim. Um começo difícil. Além de estudar balé, Debora teve que aprender todas as matérias do curso secundário alemão. Um desafio gigantesco. “Eu tinha que estudar tudo: alemão, inglês, matemática, geografia... Aprendi na marra mesmo”, lembra.

Debora também deu um jeito de estudar sozinha e fazer a prova para ter direito ao diploma do ensino médio brasileiro. “Até hoje não sei como consegui me organizar. Mas graças a Deus deu tudo certo”, conta a bailarina.

Racismo na escola

Negra, com um metro e setenta e oito de altura, e aluna aplicada, Debora chamava a atenção na escola. Tinha várias amigas, mas acabou sofrendo com o racismo de uma colega alemã.   

“Quando a gente chegou na escola de balé – eu e uma amiga minha – uma menina disse que não queria fazer aula com a gente na mesma turma porque éramos negras, e ela não gostava de negros”. Por sorte, foram defendidas pelas demais colegas. “A turma foi super legal com a gente, todas as meninas ficaram contra ela”.

Não foram poucos os momentos em que Debora pensou em desistir de tudo e voltar para o Brasil. “No começo, eu não conseguia me comunicar. Não falava alemão, não falava inglês, era super frio. Às quatro horas da tarde já estava escuro.”

Para uma adolescente acostumada com o calor e a informalidade carioca, foi uma mudança brutal. “Na comunidade você sai na rua e fala com todo mundo. Não gostava de estar aqui”, admite.

Jovens engravidando

Hoje, ela está mais do que adaptada. Mas o Brasil continua a ser uma referência forte na vida da carioca, que costuma visitar a família uma vez por ano. Da última viagem, Debora trouxe uma tristeza: constatar o impacto da crise sobre projetos como o ‘Dançando pra não Dançar’ e o Criança Esperança, que segundo ela, estão praticamente sem patrocínio.

“Esses projetos eram uma possibilidade para os jovens de ocupar o tempo livre. Com os pais trabalhando, eles ficam sozinhos, sem controle. É muito fácil para as meninas acabar engravidando cedo, ou os meninos entrarem pro tráfico. E é exatamente isso que está acontecendo agora”, lamenta a bailarina.

Sem falar no próprio Teatro Municipal. “É uma pena. Um teatro lindo, com bailarinos super talentosos que não têm mais dinheiro para pagar o aluguel, nem a comida. É triste demais a gente ver a nossa arte tão desvalorizada.”

Rotina puxada

Debora reconhece que só continuou no balé por insistência da mãe, que a estimulou a não desistir do projeto. “Eu me achava muito grande, diferente das outras meninas. Tinha vergonha. Elas eram pequenas – apesar de termos a mesma idade. Foi minha mãe que me incentivou. Hoje eu entendo o motivo”.

No teatro, a rotina exige muita disciplina. Mas Debora adora o que faz: “A gente tem ensaios de manhã e apresentações à noite. Mas ver o público aplaudindo no final do espetáculo faz parte do salário. A gente se sente super realizado”.

Depois de quase sete anos em Berlim, a carioca pensa agora em investir também na carreira de modelo. Além de fotografar para agências alemãs, ela acaba de gravar uma participação no famoso programa Germany’s Next Topmodel, pilotado por Heidi Klum, que vai ao ar a partir de fevereiro.

 

30
Set18

De Lisboa a Berlim, manifestantes anti-Bolsonaro repetiram que "Ele Não"

Talis Andrade

  

Lisboa e Berlim dizem “não” a Bolsonaro

 

A alta de Jair Bolsonaro coincidiu com um dia de protestos contra a sua candidatura, convocado pelo movimento de mulheres brasileiras #EleNão e com manifestações previstas para várias cidades brasileiras e também por todo o mundo.

 

Cerca de três centenas de pessoas juntaram-se este sábado na Praça Luís de Camões, no centro de Lisboa, a gritar e a cantar palavras de ordem contra o candidato da extrema-direita às eleições presidenciais brasileiras. Os manifestantes juntaram-se pelas 16h no Chiado, onde cantaram e gritaram as palavras de ordem vindas da campanha brasileira: “Ele não”, “ele nunca”, “fascistas, fascistas, não passarão” ou “eu não voto no candidato fascista”.

 

A praça da capital portuguesa ficou repleta de bandeiras do Brasil, bandeiras da comunidade LGBT e balões roxos, em homenagem à vereadora carioca Marielle Franco, assassinada em Março, no Rio de Janeiro.

Na Alemanha, um país que conserva na memória a ditadura fascista, mais de 300 pessoas responderam ao apelo, lançado nas redes sociais, para um protesto contra a eleição de Bolsonaro. O local do encontro foi definido na rede social Facebook, mas, para os mais distraídos, foi escrito a giz, no chão, em letras grandes: “Ele Não”.

 

A mensagem aparece repetida em cartazes, traduzida para inglês e alemão, pode ler-se também em t-shirts e até na cara de muitas mulheres que decidiram juntar-se em May-Ayim-Ufer, numa das margens do rio Spree. Marcela Dias, a viver há dois anos em Berlim, foi das primeiras a chegar. Trazia uma camisola com as cores da bandeira gay, “ele não” escrito na bochecha, e lápis na mão. Vai pintando outras mulheres que fazem fila à espera de vez.

 

“Ele não, ele de jeito nenhum, como pode? Acho que nem é uma questão política ou de direita ou esquerda. É uma questão humanitária”, confessa, enquanto vai explicando o que a levou a aceitar a chamada nas redes sociais. “Eu sinto mais esperança do que medo, para ser sincera. O medo está lá, mas prefiro acreditar que as coisas vão virar e que ele não vai ganhar”, desabafa Marcela Dias, que vai votar nas eleições 7 de Outubro.

 

O evento “Mulheres unidas contra o Bolsonaro em Berlim” foi criado por Lou Trajano, de 24 anos. “Estou muito assustada, pensar no nosso Brasil a passar novamente por uma ditadura ou por tempos difíceis com alguém que não está minimamente preparado para governar o país. Dá um clima de incerteza muito grande, é assustador”, desabafa a organizadora, a viver na Alemanha há cerca de dez meses. Transcrevi trechos

 
03
Mai18

O Processo o filme

Talis Andrade

"Primeiro de maio de desmantelo.

No Brasil, cada dia um baque. Já diz Jomard: é meu abismo. Tão coletivo quanto individual, tão profundo quanto raso. Desolador.


Ontem vimos o filme de Maria Augusta Ramos em praça pública, revivendo o exaustivo e kafkiano impeachment da presidente eleita. O espaço delimitado de Brasília claustrofóbica, seus corredores e intrigas. Filmaço. 17 de maio nos cinemas."

 

Manu Salazar

 

 

O processo dilma .jpg

 

 

 

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