“Moro está se vendendo”, diz Marcelo Auler, sobre parecer concedido a um bilionário israelense investigado por corrupção
247 - O jornalista Marcelo Auler, em participação no programa Bom Dia 247 desta terça-feira (8), analisou as últimas ações do ex-juiz e ministro Sergio Moro, que agora concedeu parecer a um bilionário israelense investigado por corrupção. Na visão do jornalista, “Moro está se vendendo em verdinhas, em dólares. Daqui a pouco, se bobear, vai estar dando parecer para traficantes de drogas”.
Moro foi recentemente contratado pela empresa de consultoria norte-americana Alvarez & Marsal, que administra a recuperação judicial da Odebrecht, empresa duramente atingida pelas ações da Lava Jato julgadas pelo ex-juiz.
Auler destaca que Moro “está administrando a massa falida do dinheiro que ele ajudou a falir, no caso, a Odebrecht”.
Estranho. Muito estranho. Sergio Moro elaborou um parecer contra a Vale encomendado pelo bilionário israelense Benjamin Steinmetz. O magnata, investigado por corrupção, ingressou com uma ação para provar que a mineradora tinha conhecimento dos riscos em um contrato de exploração da mina de Simandou, na Guiné, quando celebrou o acordo com a BSG, uma de suas empresas.
Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, Steinmetz tenta reverter uma decisão do tribunal arbitral em Londres que o condenou a indenizar em US$ 2 bilhões a mineradora Vale, que pagou ao magnata US$ 2,5 bilhões por uma mina de exploração de ferro em Simandou, na Guiné, na África.
Um ano depois da negociação, o presidente eleito Alpha Condé iniciou uma investigação nas concessões minerárias no país que teria detectado que Steinmetz pagou propina em 2008 para o ditador Lansana Conté, um militar que subiu ao poder após um golpe de estado e conduziu a nação por 24 anos.
Na visão do jornalista, Moro segue o caminho de consultor pois “zerou politicamente”. “Tudo que ele fez deu errado, foi para o governo Bolsonaro pensando que conseguiria um cargo no STF e na sequência a Presidência da República. Todos os gestos políticos dele deram errado, no momento errado e com as pessoas erradas”.
“Até figuras como Rodrigo Maia e Luciano Huck disseram que não querem o extremismo de Moro. Por isso, não restou outra opção a Moro a não ser procurar um emprego nos EUA”, acrescentou.