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O CORRESPONDENTE

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O CORRESPONDENTE

15
Jul21

Os personagens na investigação sobre pedido de propina por vacinas no Ministério da Saúde

Talis Andrade

O coronel da reserva Elcio Franco, que foi número 2 no Ministério da Saúde e agora está lotado na Casa Civil.

O coronel da reserva Elcio Franco, que foi número 2 no Ministério da Saúde e agora está lotado na Casa Civil. EDILSON RODRIGUES/AGÊNCIA SENADO

Na CPI da Pandemia, Cristiano Carvalho, representante da Davati no Brasil, cita novos personagens, vários ex-militares, na tentativa de sua empresa, que não tinha aval das farmacêuticas, para vender imunizantes à pasta

 

por MARINA ROSSI e BEATRIZ JUCÁ /El País

CPI da Pandemia ouviu nesta quinta-feira Cristiano Carvalho, representante da Davati no Brasil. A empresa negociou a venda de vacinas AstraZeneca, sem aval da farmacêutica, com o Ministério da Saúde no começo do ano. Carvalho disse que tinha conhecimento de que um dos vendedores da Davati,  Cabo Luiz Paulo Dominguetti, dizia ter ouvido um pedido de propina de nomes da Saúde enquanto negociava imunizantes. Dominguetti trouxe o caso à tona em entrevista à Folha de S. Paulo. Em seu depoimento, Carvalho ampliou a lista de personagens envolvidos na trama: nomeados de origem militar no ministério e intermediadores aparecem no relato.Image

Reverendo Amilton: Amilton Gomes de Paula é presidente da Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah), que se diz uma ONG humanitária. Ele é apontado por Cristiano Carvalho, representante da Davati no Brasil, como intermediador do Ministério da Saúde na compra de vacinas. De acordo com Carvalho, foi por meio do reverendo Amilton que muitas prefeituras começaram a procurar a Davati atrás de vacina. Carvalho diz também que Amilton o convidou para participar de um café da manhã com líderes evangélicos e o presidente Jair Bolsonaro, mas o evento não chegou a acontecer. Reportagem da Agência Pública revelou que a Senah fez ofertas paralelas de vacinas ao Ministério da Saúde a preços mais altos que os valores contratos posteriormente.

Coronel Hélcio Bruno: Coronel da reserva, teria se reunido com integrantes do Ministério da Saúde em nome do Instituto Força Brasil para negociar a compra de vacinas. Segundo Cristiano Carvalho, o Instituto Força Brasil era o braço utilizado pela Senah para chegar ao alto escalão do Ministério da Saúde. Carvalho afirma também que foi coronel Bruno quem o levou pela primeira vez ao Ministério da Saúde em 12 de fevereiro deste ano. Naquele dia, se reuniram reverendo Amilton Gomes, o policial militar Luiz Paulo Dominghetti, representante da Davati, o ex-secretário-executivo da pasta, Elcio Franco, e os coronéis Boechat, Marcelo Pires e Helcio Bruno. Helcio Bruno também teria marcado um segundo encontro com Élcio Franco para 15 de março.

Instituto Força Brasil: De acordo com o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), o Instituto Força Brasil, grupo de conservadores cristãos, armamentistas em defesa da vida e família, patrocina um conjunto de contas em redes sociais que são investigadas no inquérito dasfake news, que tramita no Supremo Tribunal Federal, e na CPMI das Fake News. Uma dessas contas é a Crítica Nacional, que propagou notícias falsas sobre o uso de máscaras e a vacinação, uma delas contra a Pfizer, dizendo que americanos morreram após receber dose da vacina. São conservadores cristãos, armamentistas em defesa da vida e família. É presidido pelo coronel da reserva Hélcio Bruno Almeida, e tem como vice o empresário Otávio Fakhoury.

Coronel Élcio Franco: Foi levado ao Ministério da Saúde pelo ex-ministro Eduardo Pazuello ainda na gestão de Nelson Teich. Foi “promovido” a número 2 da pasta desde que Pazuello assumiu interinamente como ministro. Mas ele deixou a pasta em abril e hoje ocupa o cargo de assessor especial na Casa Civil. Cristiano Carvalho menciona uma reunião no Ministério da Saúde, no dia 12 de março, para tratar da compra de vacinas. Na data, ele e Élcio Franco se reuniram juntamente com o outro representante da Davati, Luiz Paulo Dominguetti, reverendo Amilton, coronel Helcio Bruno, do Instituto Força Brasil, coronel Boechat, e coronel Pires.

Coronel Boechat: Cleverson Boechat Tinoco Ponciano é coordenador-geral de planejamento do Ministério da Saúde. O coronel da reserva foi apontado por Cristiano como o responsável pelos pagamentos dos insumos e participou da reunião do dia 12 de março.

Coronel Pires: Marcelo Bento Pires, coronel da reserva, chefiava desde janeiro a Diretoria de Programas do ministério, mas foi exonerado em meados de abril após a chegada de Marcelo Queiroga. Foi apontado por Carvalho como ajudante de ordens de Élcio Franco. Fez várias perguntas sobre a entrega e a vacina ao coronel Hélcio Bruno. Coronel Pires também foi apontado, pelo deputado Luís Miranda (DEM-DF), com dos membros da alta cúpula que pressionaram o servidor Luís Miranda para a compra da Covaxin, segundo reportagem do Metrópoles.

Coronel Blanco: Marcelo Blanco da Costa, coronel reformado, foi nomeado ao Ministério da Saúde em maio de 2020 como assessor do Departamento de Logística em Saúde da Secretaria Executiva em portaria assinada por Nelson Teich. Em outubro, foi designado ao encargo de substituto eventual do Diretor do Departamento de Logística pelo coronel Élcio Franco. Ocupou o posto após a exoneração de Roberto Dias, mas foi também dispensado do cargo, em 30 de junho. Cristiano Carvalho diz que o “grupo do coronel Blanco” foi quem pediu propina ao Cabo Luiz Paulo Dominghetti Pereira para a compra da vacina.

Coronel Guerra: Glaucio Octaviano Guerra, militar da reserva da Força Aérea. Vive nos Estados Unidos, exercendo a função de assessor do adido militar da embaixada do Brasil naquele país. É apontado por Carvalho como quem teria apresentado a Davati a ele. Atuou, segundo Carvalho, como porta-voz do Herman Cardenas, dono da Davati, nos Estados Unidos, não tendo influência alguma nas tratativas.

Herman Cardenas: Empresário, é dono e presidente da Davati Medical Supply, empresa com sede no Texas (EUA). À Folha de S. Paulo, Cardenas afirmou que não tinha à mão nenhuma das 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca que estariam sendo negociadas pelos representantes da empresa no Brasil.

Sargento Roberto Ferreira Dias: ex-sargento da Aeronáutica, é servidor público de carreira há quase 20 anos. Ex-diretor de logística do Ministério da Saúde, foi acusado de ter pedido propina de um dólar por dose na negociação da compra das vacinas da AstraZeneca. À CPI da Pandemia, Cristiano Carvalho afirmou que Ferreira Dias ligou para ele insistentemente e mandou várias mensagens para negociar as vacinas. Foi demitido no último dia 29. No dia 7 de julho, prestou depoimento à CPI e foi preso a mando do Senado por ter mentido para a comissão. Pagou fiança e foi liberado depois de algumas horas. Dias apontou um “núcleo militar” na pasta como interessada no negócio da Davati.

Laurício Monteiro Cruz: Ex-diretor de imunização do Ministério da Saúde, apontado por Carvalho como quem marcou uma reunião no dia 22 de fevereiro deste ano com várias pessoas, dentre elas o reverendo Amilton, para tratar da compra de vacinas. Segundo Carvalho, Laurício teria enviado uma carta pedindo que a Senah fosse a intermediadora das negociações da vacina. Foi exonerado no último dia 8.

Rafael Alves: representante de vendas autônomo teria apresentado Cristiano Carvalho, da Davati, a Luiz Paulo Dominguetti.

Julio Adriano Caron: Também seria representante da Davati e teria dado andamento a um processo de venda de vacinas ao Ministério da Saúde. Segundo Cristiano Carvalho, o processo teria sido iniciado ao mesmo tempo em que ele também negociava vacina.

Odilon: Intermediador da negociação. Dominguetti já havia mencionado o nome dele em seu depoimento, mas ninguém sabe o sobrenome. 

28
Ago20

Pressão no SUS alijou pacientes no Rio, Minas, Espírito Santo, Rio Grande do Norte, Bahia e Maranhão

Talis Andrade

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II - Mais de 4.000 pessoas com covid-19 morreram à espera por um leito de UTI em seis Estados brasileiros

por Beatriz Jucá

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No Rio de Janeiro, ao menos 2.340 pacientes infectados pelo novo coronavírus morreram antes de chegar a um leito de terapia intensiva. Segundo dados repassados pelo Governo do Estado, a constatação do óbito foi a principal causa de cancelamento de solicitações feitas à central de regulação estadual. E corresponde quase à metade dos 5.080 cancelamentos feitos nos últimos meses relacionados aos leitos de covid-19. Esses cancelamentos ocorrem por diversos motivos, como alta hospitalar, melhora clínica, falta de condições de transporte, desistência, fora do perfil, dentre outros. Nos últimos meses, as taxas de ocupação de leitos públicos no Rio de Janeiro vem diminuindo, o que motivou o fechamento de ao menos dois hospitais de campanha, na capital e em São Gonçalo. Amazonas e Ceará, que também enfrentaram problemas de saturação em seus sistemas de saúde, não responderam quantas pessoas foram retiradas da lista por um leito por óbito até o fechamento dessa reportagem.

 

Na Bahia, o Estado informou que 734 pessoas faleceram antes de serem transferidas para UTIs de covid-19, mais da metade delas (482) somente nos meses de junho e julho. Foi neste período que o Estado viu o coronavírus ganhar velocidade, quando as curvas tanto de casos quanto de óbitos ficaram mais íngremes. Em agosto, a Bahia se tornou o segundo Estado do país com mais infecções, em números absolutos. A Secretaria Estadual afirma que nem todos os pacientes que morreram à espera por uma cama na terapia intensiva de covid-19 tinham o resultado positivo do teste RT-PCR e alega que, por isso, não é possível dizer que todos estivessem de fato infectados. O Ministério da Saúde, porém, já não exige este tipo de exame para determinar o diagnóstico. Com base em exames de imagem e outros testes laboratoriais, a doença pode ser diagnosticada clinicamente por um médico. Porém, esses pacientes mencionado nesta reportagem aguardavam um leito em uma unidade direcionada ao tratamento de infectados com o coronavírus.

No Rio Grande do Norte, 314 pessoas morreram à espera de uma UTI ― cerca de 14% de todas as mortes por coronavírus registradas no Estado. Embora o primeiro óbito tenha sido identificado ainda no final de março, foi a partir de junho que a epidemia ganhou força no Estado potiguar, pressionando o sistema de saúde. A situação chegou a ficar crítica, mas há semanas dá sinais de arrefecimento, com as taxas de ocupação de leitos críticos em queda. Segundo a plataforma Regula RN (que atualiza dados de hospitais a cada cinco minutos), apenas 40% de todos os leitos críticos exclusivos para covid-19 estão ocupados. Também no Nordeste ―uma das regiões brasileiras mais impactadas pela pandemia e com sistemas de saúde mais frágeis―, o Maranhão conta ao menos 97 pacientes com covid-19 que faleceram antes de conseguir chegar à terapia intensiva.

Nos últimos meses, a trajetória do vírus tem mudado no Brasil. Enquanto Norte e Nordeste dão sinais mais evidentes de estabilidade, o novo coronavírus ganha força em parte do Sudeste e nas regiões Sul e Centro-Oeste, com crescimento no número de casos e óbitos. O Rio Grande do Sulchegou a afirmar que 174 pessoas morreram enquanto aguardavam um leito, mas depois recuou e disse que o número corresponde na verdade a todos os que morreram enquanto aguardavam um leito desde março, seja com perfil covid-19 ou não. Já o Paraná afirma que 643 solicitações por UTIs para tratar pacientes com a covid-19 foram canceladas na sua central de regulação, mas não especifica quais os motivos da retirada desses pacientes da fila de leitos.

No Sudeste, Minas Gerais informa que 296 pacientes morreram antes de serem transferidos para um leito de UTI. Lá, os óbitos por covid-19 dobraram em um mês. Minas viveu uma guinada de perspectiva sobre a pandemia. Começou a registrar os primeiros casos e óbitos ainda no início da crise, mas até maio as autoridades gabavam-se de ter a “situação sob controle”, quando dados oficiais apontavam apenas 250 mortes. O Estado apresentava baixos índices de testagem e, a partir de maio, quando os testes cresceram, os números da pandemia também começaram a subir. Desde fevereiro, foram criados 1.767 novos leitos de UTI do SUS em Minas. A taxa de ocupação dos leitos de terapia intensiva na última semana de agosto era em torno de 65%, segundo o painel estadual. Já o Espírito Santo informou o número de pessoas que morreram antes de chegar a um leito de terapia intensiva: 351. O Estado de São Paulo, porta de entrada para o vírus no Brasil e que concentra desde o início da crise os maiores números absolutos de casos e óbitos por covid-19, também não apresentou seus dados, assim como as demais unidades da federação não mencionadas na reportagem.

Na região Norte, o Acre até respondeu o contato da reportagem, mas não apresentou números. Por e-mail, a Secretaria da Saúde do Estado afirmou apenas que não faz cancelamento de solicitação de leitos. Não respondeu se usa outra nomenclatura para as solicitações não atendidas e nem apresentou dados sobre os pacientes que estavam na lista da central de regulação e saíram por algum motivo.

O acesso a um leito de terapia intensiva não garante a sobrevivência do paciente grave com covid-19, mas oferece cuidados mais específicos enquanto ainda não há medicamento ou vacina com eficácia comprovada cientificamente para combater a doença. Durante a crise, médicos e pacientes relataram um cenário de escassez, com a falta de leitos de UTI e até mesmo rodízio de ventiladores entre pacientes para dar um suporte respiratório aos pacientes infectados pelo coronavírus. Seis meses depois de registrar o primeiro caso de infecção por coronavírus, ainda é difícil se aproximar do tamanho do colapso no sistema de saúde brasileiro, quando nem todos os Estados abrem os dados dos que morreram enquanto esperavam tratamento intensivo.

As taxas de ocupação de leitos de UTI têm caído em uma significativa parte do país, seja por uma possível desaceleração da epidemia ou pela abertura de novas vagas. O Infogripe, um grupo de pesquisa da Fiocruz que acompanha as internações por síndrome gripal no país, alerta que é preciso manter as políticas de prevenção porque mesmo regiões que já enfrentaram uma fase mais dura de contágio podem viver uma segunda onda de internações. O Brasil já soma, desde o começo da pandemia, mais de 115.000 mortes por covid-19.

 
27
Ago20

Mais de 4.000 pessoas com covid-19 morreram à espera por um leito de UTI em seis Estados brasileiros

Talis Andrade

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Dados levantados pelo EL PAÍS mostram como a pressão no SUS alijou pacientes no Rio, Minas, Espírito Santo, Rio Grande do Norte, Bahia e Maranhão durante a crise sanitária

por Beatriz Jucá

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Ao menos 4.132 pessoas morreram antes de conseguir chegar a um leito de terapia intensiva para o tratamento de covid-19 durante a pandemia do novo coronavírus em seis Estados brasileiros: Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia e Maranhão. O número, levantado pelo EL PAÍS com dados das secretarias estaduais da saúde, tenta dar pistas sobre o tamanho da pressão sofrida pelo SUS desde fevereiro, quando começou a crise sanitária no Brasil. O jornal procurou as 27 unidades da federação para saber quantas solicitações por uma UTI com perfil de covid-19 foram canceladas por morte do paciente em suas centrais de regulação ― setor que recebe todos os pedidos das unidades de saúde da rede estadual e os distribui conforme vários critérios, incluindo a gravidade do paciente. Essas mais de 4.000 mortes à espera por um leito retratam a situação em menos de um terço do país, já que apenas seis Estados informaram este dado, que pode incluir tanto os casos de desassistência por conta do colapso do sistema de saúde, quanto situações em que pacientes já chegaram tão graves que não houve tempo para colocá-los na terapia intensiva.

Em um país de proporções continentais como o Brasil, a epidemia se desenha em diferentes velocidades ao longo dos últimos seis meses. Os impactos observados até agora são muito distintos entre os Estados, historicamente marcados pela desigualdade que permeia o sistema de saúde. Nos primeiros meses da crise ―especialmente em abril e maio―, Amazonas, Ceará e Rio de Janeiro protagonizaram histórias duras da pandemia, com hospitais superlotados. Registraram longas filas de espera por um leito de UTI, onde são tratados os pacientes com a manifestação mais grave da covid-19. Em alguns locais, unidades de pronto atendimento chegaram a funcionar praticamente como hospitais, improvisaram leitos de estabilização para pacientes que precisavam ser entubados e instalaram até contêineres frigoríficos para armazenar corpos. Simplesmente não havia leitos de UTI suficientes para atender à demanda, embora gestores locais afirmassem que trabalhavam para expandir o sistema de saúde. Desde então, taxas de ocupação hospitalares têm caído, seja por sinais de arrefecimento de casos graves que demandam internação ou pelas vagas de UTI criadas durante a crise. (Continua)

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