A criação dessa CPI obedece aos interesses da bancada ruralista e o objetivo é o mesmo de sempre: investir no ódio ao MST, criando uma MSTfobia na população.
A tática de estimular o ódio foi usada pelo fascismo ao longo da história e também na recente história política brasileira que levou Bolsonaro e suas imitações ao poder.
A população assiste certos políticos que não querem trabalhar, mas se dedicam a jogar com o poder, sem poder fazer nada. Muitos acabam caindo na hipnose e chegam a votar em deputados que não fazem mais do que atrapalhar a reconstrução de um país destruído pelo fascismo. Fazem jogo de poder recebendo o salário altíssimo pago pelo povo que assiste muitas vezes contente em poder odiar. O ódio é um afeto compensatório, mas também hipnótico. Talvez seja o único prazer que resta aos pobres de espírito, que são os donos do capital, os grileiros, os exploradores, mistificadores e, sobretudo, os cínicos que, unidos, não se deixam vencer.
Erika Kokay e Juliana Cardoso do PT, assim como Sâmia Bomfim, Talíria Petrone, Fernanda Melchiona e Célia Xacriabá do PSOL, são as seis deputadas federais ameaçadas de cassação por parlamentares conhecidos nacionalmente por seu posicionamento ideológico de extrema-direita, que defendem posturas antiecológicas, que odiam movimentos sociais e a democracia como um todo.
Elas estão sendo perseguidas como bruxas. Historicamente, a caça às bruxas aconteceu no período da invasão das Américas e de sua colonização. As mulheres e a terra são perseguidas ao mesmo tempo. E as mulheres que defendem a terra serão perseguidas.
Logo, essas deputadas precisam ser defendidas.
Elas estão na mira do deputado tenente-coronel Zucco (Republicanos-RS) que fez o requerimento para criação da CPI e escolheu Ricardo Salles como relator. Kim Kataguiri (União Brasil-SP) e o delegado Fábio Costa (PP-AL) ficaram vice-presidentes, assim como Evair de Melo (PP-ES). É uma ação entre agroboys.
Qualquer cidadão ou cidadã que se informe sobre a idoneidade ou honestidade desses políticos não se espantará com o que vai encontrar, pois eles são figuras estereotipadas da extrema-direita e suas táticas de perseguição.
Esses deputados vão usar cada gota de ódio em seus jogos de poder. O ódio é o seu principal capital para avançar rumo a 2024. Eles não trabalham, eles jogam para chegar ao poder. Eles só pensam em cargos. E políticos que só pensam em cargos destroem a política e, com ela, o Estado e a Sociedade.
Que o povo pague por isso, explica porque há tanto ódio à política. Fica fácil também entender a confusão que acontece na cabeça dos cidadãos propensos ao fascismo: amar quem promove o ódio e votar neles.
Hoje é o MST, como ontem foi o PT, como sempre foi contra a terra como um direito e contra as mulheres que, na visão de mundo dos donos do poder, são intrusas e vem para atapalhar.
Precisamos defender as nossas deputadas que, com rigor e competência, expõem a maldade e a incompetência desses aproveitadores da democracia, da terra e das mulheres, principalmente das que ousam afrontar seu projeto de poder.
A operação deflagrada hoje pela Justiça Militarreforçou a suspeita de que homens então ligados ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência, um dos órgãos mais estratégicos do país, tinham participação direta no esquema de tráfico de drogas para o exterior usando aviões da Força Aérea Brasilia (FAB). [Drogas que possivelmente passaram pelo abandonado Vale do Javari, na Amazônia da bandidagem]
Dos quatro militares presos, dois estavam lotados no GSI quando uma organização criminosa, segundo a Justiça Militar, passou a usar aeronaves oficiais para transportar entorpecentes, aproveitando as brechas no controle de bagagens e as permissões privilegiadas dos militares para transitar em aeroportos pelo mundo.
O pedido de prisão foi feito pelo promotor Enilson Pires, do Ministério Público Militar (MPM). Segundo ele, o sargento Márcio Gonçalves da Silva, então lotado no GSI, “seria o responsável pela escala dos comissários na “Presidência””. Essa atribuição, a de escolher quem faz as viagens, seria chave no esquema. A investigação já demonstrou que opróprio sargento Manoel Silva Rodrigues, que está preso na Espanha, tinha uma preocupação constante em saber para quais datas e destinos estava escalado, supostamente como forma de organizar as viagens com os fornecedores e recebedores da droga.
Sargento da Aeronáutica preso na Espanha por transportar 39 quilos de cocaína em avião da FAB
Depoimentos colhidos pelo promotor mostram que Márcio Gonçalces da Silva “começou a apresentar uma situação financeira diferenciada”. Apesar de ter uma remuneração no patamar de R$ 4 mil, como mostram contra-cheques apreendidos na investigação, o sargento chegou a comprar dois carros de luxo, das marcas Mercedes Benz e BMW, diz o MPM. Na versão de colegas ouvidos pelo promotor, o militar “chegou na lona, com carro velho, e hoje está com carrão”.
Outro preso hoje é o tenente-coronel Alexandre Piovesan. Segundo o MPM, em 2013, ele ingressou no Grupo de Transporte Especial (GTE) da FAB, “unidade responsável pelo transporte aéreo do Presidente da República, Ministros de Estado, Secretários da Presidência da República, e autoridades dos Poderes Legislativo e Judiciário, bem como o Alto-Comando da Aeronáutica, sendo o segundo mais antigo da unidade”.
Tanto Piovesan como Márcio foram exonerados do GSI logo após o flagrante na Espanha.
Piovesan encontrou a ex-mulher do sargento preso logo após a apreensão na Espanha. Era tido como amigo próximo do sargento preso e, de acordo com outros militares ouvidos, dava benefícios para o sargento durante o trabalho. O MPM afirma que Piovesan dificultou a investigação ao apagar conversas suspeitas em seu telefone.
Ao longo da investigação, uma das testemunhas disse considerar o sargento Manoel, preso na Espanha, um “peixe”. Isso porque ele se dava bem, principalmente, por ser amigo do tenente-coronel Piovesan. Essa testemunha disse acreditar que Manoel tivesse informações sobre as viagens antes dos demais militares, “com as vulnerabilidades dos destinos dos voos, inclusive sobre drogas”.
O promotor Enilson Pires afirma que Piovesan e os demais presos demonstraram “desfaçatez, desinibição, audácia, indisciplina e deslealdade militar para utilizarem-se de viagens oficiais do primeiro, em avião da Força Aérea Brasileira, cujo voo tinha em sua tripulação parte da comitiva de duas das mais altas autoridades públicas do país (Presidente da República e Presidente da Câmara dos Deputados) para transportar cocaína do Brasil para Europa”.
O caso é investigado há quase dois anos em duas esferas, na Justiça Militar, que fez a ação de hoje, e na Justiça Federal comum, onde corre um processo derivado de uma investigação da Polícia Federal. Em ambas investigações, segundo as informações noticiadas até agora, não há nenhum elemento concreto que indique quem forneceu as drogas e se houve facilitação de membros da alta cúpula do governo ou das Forças Armadas.
O blog procurou o GSI com uma série de questionamentos. A assessoria do órgão respondeu o seguinte: “ O Inquérito Policial Militar sobre esse voo de apoio à Comitiva Presidencial foi instaurado pela FAB. Em relação aos demais tópicos da sua demanda, o GSI deixa de se manifestar por tratar-se de temas sob apreciação da Justiça Militar e do Ministério Público Militar”. Publicado in18/03/2021. [A coca, oriunda do Peru e da Colômbia, entra no Brasil pelo Vale do Javari, na Amazônia, hoje no noticiário com os martírios do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips. Presos dois pescadores assassinos, as Forças Armadas, a Polícia Federal abandonam a reserva indígena palco de conflitos relacionados além do tráfico de drogas, ao contrabando de ouro, pedras preciosas, minérios estratégicos, madeira nobre, produtos florestais, armas. É a Amazônia entrega à bandidagem local e internacional. O Ministério da Defesa e Forças Armadas escondem as fotos dos traficantes militares, notadamente do tenente-coronel Alexandre Piovesan]
O nome da deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP) esteve entre os assuntos mais comentados no Twitter nesta semana, quando o assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips chamaram atenção da mídia internacional para os crimes que ocorrem na Amazônia.
A hashtag#ZambelliNaCadeiafoi levantada após o delegado da Polícia Federal, Alexandre Saraiva, fazer graves denúncias sobre o suposto envolvimento da parlamentar no que ele chamou de “Bancada do Crime na Amazônia”.
O policial foi superintendente da PF do Amazonas e prestou serviços por mais de uma década em investigações para desbaratar garimpo, pesca e extração ilegal de madeira da floresta.
Saraiva disse ementrevista para a GloboNewsque parlamentares bolsonaristas e o ex-ministro Ricardo Salles, do Meio Ambiente, defendem atividades criminosas de garimpeiros, madeireiros e pescadores porque são financiados por grupos que atuam à margem da lei.“Esses criminosos têm boa parte dos políticos da região norte no bolso. Estou falando de governadores, senadores…”, disse Saraiva.
“Veja de onde saiu grande parte dos parlamentares do Centrão. São financiados por esses grupos. [Os senadores] Zequinha Marinho, Telmário Mota, Mecias de Jesus. Jorginho Melo de Santa Catarina mandou ofício; a Carla Zambelli foi lá defender madeireiro. Temos uma bancada do crime, de marginais, de bandidos”, disparou, causando alvoroço nas redes sociais.
A deputada federal Carla Zambelli ao lado do ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, exonerado após se envolver em investigação por crimes ambientais
O plano de fundo das acusações de Saraiva é aOperação Handroanthusda PF, que apreendeu 213 mil metros cúbicos de madeira ilegal na divisa entre Amazonas e Pará, no final de 2020.
A investigação expôs os crimes de desmatamento ilegal, grilagem de terra, fraude em escrituras e exploração madeireira em áreas de preservação permanente.
Na época, o delegado acusou o então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, de não periciar o material corretamente. Saraiva foi demitido do cargo um dia após enviar anotícia-crimeao Supremo Tribunal Federal (STF).
A convergência de interesses entre Zambelli e Salles foi objeto de um episódio do programa Greg News, que resgatou a trajetória política da bolsonarista e sua atuação na Comissão de Meio Ambiente. Veja abaixo:
Foi em abril de 2021, durante uma audiência virtual conjunta das Comissões de Legislação Participativa e de Direitos Humanos na Câmara, que ouviu o delegado sobre o caso, que Zambelli teria “defendido madeireiro”.A sessão acabou em tumulto e bate boca com os deputados.
“É possível errar, o ser humano erra. O senhor acabou de citar a empresa Rondobel, disse que tinha diversas multas no Ibama. Toda a empresa ambiental é passível de multa, mas multa e crime são coisas diferentes. O senhor fala de um jeito como se fosse uma empresa criminosa. Tenho aqui um relatório do Décio Ferreira Neto que diz ‘dessa forma concluímos esse relatório afirmando não haver indícios suficientes de materialidade dos fatos ora investigados, encerrando-se assim essa investigação”, argumentou Zambelli na tal audiência.
“A deputada Carla Zambelli pega umas coisinhas soltas assim e acho que nem ela acredita no que ela fala”, respondeu o delegado, na ocasião.
A atuação de Zambelli na defesa do crime por meio de projetos de lei
O jornalista inglês Dom Phillips (esq.) e o indigenista Bruno Araújo, ambos assassinados da região do Vale do Javari, no Amazonas
O Amazonas está no centro do noticiário última semana, em decorrência do desaparecimento do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista britânico Dom Philips. Um dos suspeitos sob custódia confessou que a dupla foi executada com arma de fogo, seus corpos foram esquartejado, incinerados e enterrados na floresta. A polícia ainda investiga a motivação e possíveis mandates do crime.
Coincidentemente, no dia 8 de junho, três dias após o desaparecimento de Bruno e Dom, a deputada Carla Zambelli apresentou umprojeto de lei (PL)para que os criminosos ambientais sejam condenados a desfazer o dano causado à natureza, voltando o ambiente degradado ao seu estado original e, na impossibilidade de restaurar, que seja condenado ao pagamento “mínimo” de multa.
O PL 6289/2019 prevê que policiais militares passem a integrar o Sistema Nacional de Meio Ambiente (Sisnama). O PL é uma cópia de uma proposta apresentada em 2014 por Jair Bolsonaro (PL), mas arquivada em 2019.
Familiares de Carla Zambelli atuam no Amazonas
O interesse de Carla Zambelli na região da Amazônia passa, ainda, por laços familiares.
O marido da parlamentar, o coronel Antônio Aginaldo de Oliveira, comandou por três anos a Força Nacional de Segurança Pública, que deveria ser responsável por fiscalizar e combate os crimes locais, após a saída da equipe de intervenção federal então comandada por Hamilton Mourão.
Umareportagemdo Estadão destacou que a Terra Indígena do Vale do Javari, onde desapareceram o indigenista e o jornalista britânico, conta com apenas seis agentes da Força Nacional para fazer o patrulhamento da área de 85 mil quilômetros quadrados.
De acordo com as informações, a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) fez ao menos seis pedidos neste ano ao governo, para reforçar o patrulhamento.
O senador Omar Aziz (PSD-AM)declarouque a parlamentar “bajulava” Bolsonaro justamente por causa dos “carguinhos” de seus familiares no governo Bolsonaro.
Flávia Maynarte ☭
@Flaviamaynarte
Quer dizer então que o cel. Antônio Aginaldo, ex-comandante da Força Nacional, responsável pela segurança no Vale do Javari, é marido da Carla Zambelli... Que coisa, não?
Sergio Moro ministro da Justiça de Moro, e padrinho de casamento de Carla Zambelli, assinou o afastamento de Bruno Pereira da Funai.
Dani Bah
@danibacedo
Antônio Aginaldo.. responsável pela segurança no Vale do Javari.. é marido da CarlaZambelli.. o Padrinho d casamento deles foi Sérgio Moro.. e Moro foi quem exonerou Bruno Pereira da FUNAI a mando d Bolsonaro após uma operação contra garimpeiros na Amazonia..
Prof Sergio
@ProfSergioFS
Delegado da PF, Alexandre Saraiva, lista políticos ligados a Máfia da Amazônia, chamados de Banca de Marginais, entre eles: Carla Zambelli, Jorginho Melo, Mário Motta. O delegado também acusa o Centrão de Lira e Cia de ser financiado por essa Máfia.
Os citados
Ameaça de processo
Sem fazer defesa pública no mérito das acusações do delegado Saraiva, Zambelli ameaçou processo e acusou o policial de ter planos políticos e, por isso, reproduzir ataques que “comunistas” costumam fazer contra ela.
Em revide, Saraiva respondeu que aguarda ansioso pelo processo
Alexandre Saraiva
@DelegadoSaraiva
Vindo de uma pessoa como ela o processo será motivo de orgulho. Coisa para se mostrar para os netos. Esse povo acha que tenho medo de processo... Certo eu brigo até com Satanás... Errado eu não brigo com ninguém.
Professor Eulavo
@Eulavomeucarv
Já que Carla Zambelli está sendo homenageada hoje, reposto aqui o vídeo em que ela faz uma denúncia gravíssima: A Havan pertence à filha da Dilma e é uma homenagem a Havana.