Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

O CORRESPONDENTE

16
Mar23

Arábia Saudita deu presente de joias para Bolsonaro e Michelle?

Talis Andrade
 
 
Expectativa de queda da Selic, PF ouve Bento Albuquerque sobre joias e mais  de 14 de março
 

Verdadeiro e único presente do Governo Saudita foi uma bela estatueta de um cavalo árabe

Em carta de agradecimento aos árabes, o almirante Bento Albuquerque omitiu os termos joia, ouro, brilhantes, relógio, caneta, colar, brincos, milionários objetos acrescentados ao pacote da estatueta do cavalo, que podem ter procedência não identificada. Os itens são da marca suíça Chopard. Empresa que pode ter filial ou representação fora da Europa.

O ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque omitiu, em carta enviada ao príncipe da Arábia Saudita, Abudulaziz bin Salman Al Saud, a apreensão de joias oferecidas ao então presidente Jair Bolsonaro e à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Por que omitiu?

Repetindo, nenhum dos itens, a caixa de joias preciosas avaliadas em R$ 16,5 milhões, presente para Michelle e outro embrulho com um relógio, uma caneta, um par de abotoaduras, um anel e um tipo de rosário, destinado supostamente a Bolsonaro havia sido incorporado ao acervo na data. 

Na carta, Bento agradece a participação no evento Oriente Médio Verde, para o qual viajou como representante do governo brasileiro.

Os dois pacotes não foram declarados à Receita Federal quando o ex-ministro e sua equipe retornaram ao Brasil. As joias foram apreendidas na alfândega em Guarulhos quando um auxiliar de Bento tentou entrar com o estojo escondido na mochila em outubro de 2021, conforme revelou o jornal Estado de São Paulo. Já o pacote com o relógio e demais itens passou sem ser percebido pelos fiscais.

 
Image
 
 

Na caixa com a estatueta do cavalo, foram acrescentadas as joias de Michelle {conforme declarou Bento Albuquerque na Alfandega). Assim fica explicado a quebra da estatueta - reconhecidamente, conforme a praxe, o único presente oficial do governo saudita para o governo brasileiro.

 
Ex-ministro Bento Albuquerque presta depoimento à PF sobre joias nesta  terça (14)
 
 

Por que o governo de Lula não pergunta a Chopard quem comprou as joias: se o príncipe Abudulaziz bin Salman Al Saud, se algum sabido do grupo Mubadala Capital, dos Emirados Árabes, que comprou a Refinaria Landulpho Alves (RLAM) na Bahia, pela metade do preço. Ou algum brasileiro, um bento ou desconsagrado sujeito. 

 
Image
 
08
Mar23

Petroleiros pedem apuração de elo entre joias de Bolsonaro e venda de refinaria

Talis Andrade

 

Imagem
Imagem
Imagem
 
 

A FUP solicitou a instauração de inquérito para apurar relação entre presentes milionários e venda de refinaria pela metade do preço

 

 - - -
 
O brilho valioso da Rlam, refinaria vendida a um fundo árabe.

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) solicitou ao Ministério Público Federal (MPF), nesta terça-feira (7), que instaure inquérito civil público e ação judicial para apurar a eventual relação entre o caso das joias de R$ 16,5 milhões presenteadas a Michelle Bolsonaro e a venda da refinaria baiana Landulpho Alves (Rlam). 

A tentativa de Jair Bolsonaro se apropriar de peças com diamantes apreendidas pela Receita Federal, está sendo investigada como um possível crime contra a administração pública. O envio das joias foi feito um mês antes da venda da refinaria, ocasião em que uma comitiva do Ministério de Minas e Energia viajou à Arábia Saudita. Comitiva chefiada pelo almirante Bento Albuquerque.

A venda da Rlam foi concluída pela Petrobras em novembro de 2021. A refinaria foi vendida para o Mubadala Capital, fundo soberano de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, por US$ 1,8 bilhão. Especialistas do Instituto de Estudos Estratégico de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), porém, estimam que o valor de mercado da refinaria seria praticamente o dobro, variando entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões. Analistas do banco BTG Pactual apontaram que o valor cobrado pela refinaria é abaixo do que foi projetado por eles.

“Requeremos a instauração de Inquérito para avaliar eventuais práticas ilegais envolvendo a venda da refinaria Landulpho Alves por 50% de seu valor de mercado”, destaca o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar.

No pedido, a FUP ressalta ter conhecimento de que os Emirados e a Arábia Saudita – doadores das joias e compradores da refinaria, respectivamente – são nações distintas, mas afirma que “há de se ressaltar a proximidade geográfica e a aliança estratégica entre os dois países”. Outro indício alegado pela FUP é o fato de Bolsonaro tentar se desvencilhar do escândalo apresentando o álibi de que não se encontrava naquele momento nos Emirados Árabes (sic), embora o presente tenha sido entregue na Arábia Saudita.

“Ato falho ou não, as datas batem. Qual seria o motivo das joias virem escondidas e não declaradas, como de praxe em uma relação diplomática entre dois países? Há relação entre a venda da Rlam abaixo do mercado e estas joias? A denunciante não pode afirmar de maneira contundente, mas esta afirmação gera dúvida que merece, ao mínimo, investigação a ser realizada por este Ministério Público Federal. As joias não foram declaradas como acervo público”, questiona a denúncia.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública informou que o contrabando e abuso de autoridade em relação às jóias será investigado pela Polícia Federal (PF). De acordo com o ministro da pasta, Flávio Dino, o fato pode configurar crimes de descaminho, peculato e lavagem de dinheiro, entre outros possíveis delitos. O entendimento do Tribunal de Contas da União também considera imoral o recebimento por agentes públicos de presentes valiosos, portanto, estes devem pertencem ao acervo do Estado.

 

Uma refinaria por pedrinhas brilhantes

 

Como amplamente denunciado, as joias – apreendidas pela Receita Federal no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, no dia 26 de outubro de 2021 – estavam na mochila de Marcos André dos Santos Soeiro, assessor do então ministro de Minas e Energia (MME), Bento Albuquerque, que retornava ao Brasil na comitiva após a referida viagem ao Oriente Médio.

Segundo Bacelar, “estamos diante da suspeita. Há relação entre a venda da Rlam abaixo do valor de mercado e estas joias? Essa dúvida merece, ao mínimo, investigação a ser realizada pelo Ministério Público Federal. As joias não foram declaradas como acervo público”.

Este início do mês de março foi particularmente dramático para os trabalhadores da Rlam, desde que deixou de haver vínculo entre os empregados da Petrobrás e a histórica Refinaria Landulpho Alves.

Os 230 trabalhadores concursados que ainda estavam lotados em Mataripe, por conta do contrato de transição assinado pela Acelen com a estatal, não prestam mais serviços para a empresa árabe. O contrato de 15 meses envolveu 830 trabalhadoras e trabalhadores que já atuavam na Rlam.

Rebatizada para Refinaria de Mataripe, após o controverso processo de privatização, que segue sendo contestado pelo Sindipetro Bahia e pela FUP, a Rlam foi a primeira refinaria nacional a abastecer o país, desde sua fundação em 1950.

Assim como a Rlam, os 70 anos da maior estatal brasileira, a Petrobras, foi celebrado sem a Reman, a SIX, a BR Distribuidora, a Liquigás, e sem vários polos de produção do Nordeste, sem campos de petróleo estratégicos da Bacia de Campos, sem as malhas de gasodutos e sem tantos outros ativos que integravam o Sistema Petrobrás e foram vendidos para grupos privados.

02
Mar23

Vereador nazista de Caxias do Sul será preso?

Talis Andrade

 

Charge: Duke
 
 
Por Altamiro Borges

Cresce a pressão – no Rio Grande do Sul e no Brasil – para que o asqueroso vereador Sandro Fantinel, de Caxias do Sul, seja cassado por seus ataques racistas contra os nordestinos e sua defesa do trabalho escravo nas vinícolas gaúchas. A Polícia Civil abriu nesta quarta-feira (1) um inquérito para apurar sua conduta criminosa. Parlamentares de vários partidos e entidades democráticas também exigem punição imediata, inclusive com a sua prisão. E até o Patriota, partido que acoberta expoentes da extrema direita, anunciou a sua expulsão sumária. 


Desumano, vergonhoso e inadmissível

 
Em discurso no plenário da Câmara Municipal na terça-feira, o nazistinha metido a valentão criticou a ação de resgate de 207 trabalhadores da Bahia encontrados em condições análogas à escravidão em vinícolas de Bento Gonçalves. O escravocrata afirmou que os “baianos vivem na praia, tocando tambor” e não gostam de trabalhar, e elogiou os imigrantes argentinos, que são superexplorados e “ainda agradecem o patrão”. 

Ele ainda ironizou as péssimas condições de trabalho e de alojamento e as torturas sofridas pelos resgatados: “Agora o patrão vai ter que pagar empregada para fazer a limpeza todo dia para os bonitos também? Temos que botar eles em hotel cinco estrelas para não ter problema com o Ministério do Trabalho?”, obrou da tribuna. E concluiu aconselhando seus pares da cloaca burguesa gaúcha: “Não contratem mais aquela gente lá de cima”. 

A reação ao nazista foi imediata. O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, tuitou: “É desumano, vergonhoso e inadmissível ver que há brasileiros capazes de defender a crueldade humana. Determinei, portanto, a adoção de medidas cabíveis para que o vereador seja responsabilizado pela sua fala”. A Procuradoria Geral do Estado da Bahia (PGE-BA) já anunciou que ingressará com uma representação junto aos Ministérios Públicos Federal e Estadual contra Sandro Fantinel, além de entrar com uma ação indenizatória de reparação por dano moral. 


Bolsonarista raiz e troglodita


Essa não é a primeira ação repulsiva desse troglodita de Caxias do Sul. Como registra o site Diário do Centro do Mundo, Sandro Fantinel “tem um longo histórico de declarações preconceituosas e criminosas. Empresário do agronegócio e apoiador de Jair Bolsonaro, ele exerce seu primeiro mandato parlamentar e marca presença com falas racistas e homofóbicas. Mostra-se armamentista e agressivo contra opositores e programas sociais. Seus discursos com orientação de extrema-direita mobilizam com frequência a Comissão de Ética da Câmara”. 

O nazistinha se define como o único “vereador bolsonarista raiz” de Caxias do Sul. Em 2018, ele renunciou à candidatura de deputado federal para se dedicar exclusivamente à campanha de Jair Bolsonaro. Já em 2022, ele concorreu ao cargo de deputado estadual, mas não foi eleito. “Nos últimos dois anos, o patrimônio do vereador cresceu 25 vezes, segundo suas declarações ao Tribunal Superior Eleitoral”, relata o site DCM, que acrescenta: 

“Pelo menos duas vezes, em 2021, ele usou suas falas em plenário para depreciar a sexualidade do governador gaúcho, Eduardo Leite. Na primeira vez ele ironizou o fato de Leite não ter sido convidado para qualquer evento da agenda de Bolsonaro em sua visita à Serra Gaúcha naquele ano. ‘Só falta convidar o gay’, disse. Pouco tempo depois, atacou o governador novamente – ‘o senhor disse que tinha que tirar a bunda da cadeira que as coisas se resolviam. O senhor tirou a bunda da cadeira. Deve ter botado em outro lugar, mas não em função de serviço’, afirmou”. 

Sandro Fantinel é um fascistoide convicto, que destila ódio e preconceito. Ele não pode ser naturalizado, como foi no passado outro crápula, que depois virou presidente da República. Suas declarações são racistas, xenófobas e criminosas e ele deve ser tratado como um criminoso. Além da cassação do seu mandato, ele devia ir para a cadeia!

Nazistinha de Caxias do Sul tem de ser preso

 
 
 
01
Mar23

Vereador bolsonarista ataca trabalhadores escravizados resgatados no RS: ‘A única cultura que eles têm é viver na praia tocando tambor’ nos terreiros de xangô 

Talis Andrade
09
Out22

Contra o fascismo genérico

Talis Andrade

Image

 

Diante do absurdo, qualquer neutralidade é abominável

 

por João Carlos Salles /A Terra É Redonda

 

1.

Quem flerta com o fascismo e aceita sua possibilidade já se entregou a ele de corpo e alma. A lição histórica é dura e inequívoca, mas ela também se aplica ao enfrentamento de posturas assemelhadas às do fascismo, ao fascismo genérico. Ou seja, são exemplos de uma moralidade pusilânime e cúmplice a indiferença diante de crimes ambientais ou de manifestações racistas, o silêncio diante dos ataques ao conhecimento, às artes ou à cultura e a omissão diante de ameaças ou do desrespeito à vida. Diante do absurdo, qualquer neutralidade é abominável, não podendo ser interpretadas como destreza técnica ou como argúcia política atitudes que naturalizam o mal.

É verdade que o termo ‘fascismo’ não é suficiente nem exato para descrever o que tem ocorrido em nosso país. Contextos e traços do fascismo histórico são distintos das atuais manifestações autoritárias. Entretanto, o que temos enfrentado (ameaças às instituições, conservadorismo, violência) não é menos repugnante que o fascismo que outrora também converteu multidões e mesmo ganhou eleições. Diversa a situação histórica, seria indigência analítica usar o mesmo conceito para quadros históricos afastados, mas seria ainda mais obtuso e puro preciosismo acadêmico não identificar uma perturbadora semelhança de família.

O servidor público deve sim sempre agir com competência e, no interesse do comum, deve ser capaz de lidar com quem quer que seja. Não há aqui do que se gabar, pois se trata de uma obrigação institucional, consignada, aliás, nos códigos de conduta da administração pública. É preciso, afinal de contas, separar a conduta do servidor da filiação do político. Não se pode, todavia, fazer dessa necessidade virtude, nem suprimir, por conta disso, o dever ainda maior de reagir com toda força e dignidade contra manifestações de autoritarismo, grosseria, preconceito, ignorância.

A postura de ACM Neto ao dizer que governará bem com qualquer presidente, quer a apresente como neutralidade, quer como sinal de competência, termina por significar conivência com o absurdo de se ter um presidente autoritário e obscurantista. É um grave erro como posição, para além de mera esperteza política ou cálculo pragmático. Tal silêncio equivale a uma postura tecnocrática de baixa estatura, sendo ainda mais grave tal “neutralidade” quando o país se defronta com a eleição de nossas vidas. Não é, porém, de estranhar, pois esse gesto se generalizou como um sintoma a mais da degradação de nosso sistema partidário, reduzido este em grande medida a agregados sem a mais mínima unidade ideológica, com interesses acima de tudo e valores abaixo de qualquer coisa.

 

2.

Durante a apuração dos votos do primeiro turno, recebi de um amigo de outro estado uma mensagem entusiasmada. Afirmava que a Bahia haveria de salvar o Brasil.

A mensagem é de bom agouro e espero que vingue sua melhor expectativa. Para tanto, porém, a Bahia precisa confirmar que, em nossa terra, não há mesmo espaço para tiranetes de qualquer estatura ou de qualquer matiz. Além de votos, de muitos votos, precisamos dizer ainda mais e melhor nesta eleição. Precisamos mostrar programaticamente que não comungamos com medidas que tornam hoje tão parecidos governantes que deveriam estar em extremos opostos, mas estão igualmente inclinados a medidas privatizantes e à defesa de valores conservadores e neoliberais, de modo que, ao fim e ao cabo, se unificam na ideia de que a boa governança é mensurada por um conjunto de realizações.

Governantes atuais se jactam de resultados, como o faziam governos pretéritos, e terminam por competir em números e não em valores. Tudo parece poder reduzir-se à condição de instrumento na gestão pública, que valeria na proporção de suas entregas. Alardeia-se assim a quantidade de obras, estradas, policlínicas, empregos. Enquanto isso, por exemplo, aceitam-se uma imagem de cultura em muito reduzida ao interesse da economia do turismo, uma visão de segurança militarizada ou uma educação orientada sobretudo aos interesses imediatos do mercado. E essas, quero insistir, não são questões secundárias, pois afetam escolhas de largo alcance.

Falta então civilidade e sobra rudeza no fundamento de muitos discursos, de modo que as marcas ideológicas de uma Bahia retrógrada, excludente e autoritária ainda se mostram pervasivas e resistentes. Nossos governantes progressistas devem, então, oferecer mais do que isso, pois não se medem nem se diferenciam apenas por seus resultados, mas sim por representarem princípios democráticos e esperanças igualitárias.

 

3.

Resultados certamente importam e, por óbvio, costumam valer nas urnas mais do que quaisquer princípios. Entretanto, para além de qualquer pragmatismo, é nosso dever guardar uma verdade utópica, qual seja, a de que é possível ter resultados ainda melhores e mais duradouros se tivermos por horizonte uma nação radicalmente democrática. Há, afinal, algo estranho e deveras incômodo quando todos falam a mesma linguagem do progresso e compartilham os mesmos critérios do que seja o sucesso de uma gestão.

Um voto é sempre uma aposta no futuro. Neste momento, porém, é bem mais do que uma simples aposta. Votar em Lula é uma questão de sobrevivência como nação e expressa a melhor reação diante da ameaça da pura e simples barbárie. Ou seja, não queremos Lula apenas porque ele fará mais. Certamente, fará. Mas queremos Lula sobretudo porque ele fará de modo diferente. E queremos Jerônimo ao lado de Lula porque esperamos que outros serão os princípios, os métodos e, logo, no essencial, os benefícios para nosso povo.

Ao declarar voto em Jerônimo, acredito que para ele não deve valer a regra pragmática de que “tanto faz”. Tendo ele outra experiência de vida, precisamos acreditar que saberá decidir com a altivez que a Bahia necessita, até diante de questões para as quais não sei se já apresentou um posicionamento claro, mas às quais, acredito, responderá em conformidade com valores progressistas, fazendo depois valer suas respostas, quando estiver enfim respaldado pela legitimidade que as urnas (e apenas as urnas) conferem.

Assim, devendo reverência tão somente ao interesse do comum, o futuro governador enfrentará com clareza questões deveras delicadas. Como progressista, deve saber, por exemplo, que não basta levar água e garantir saneamento a todas as regiões, pois importa sim, e muito, como isso será feito. Água não é mercadoria, mas sim direito. E Jerônimo não deve ocultar sua posição a esse respeito nem deve se esquivar de uma resposta clara. Deve, sim, com todas as letras, afirmar seu compromisso de reverter tudo que já foi feito visando a privatizar a Embasa.

Um governante progressista também tem enorme e ainda maior compromisso com a segurança de nossa comunidade. Isso, porém, só pode significar uma outra compreensão de segurança pública, uma que não vitime nosso povo e não seja um instrumento perverso de opressão nem de discriminação. Uma postura progressista deve falar mais alto do que as visões que preferem resolver os graves problemas de segurança em nosso estado apenas com mais polícia e não com políticas públicas.

Afinal, é inaceitável que, em nossa terra, ainda se louvem ou se desculpem procedimentos de extermínio, que não se corrigem com mero aumento de recursos ou de efetivos, mas sim com outra visão dos laços entre a segurança e o combate à fome, ao desemprego, aos preconceitos, à exclusão.

Um governante progressista tampouco pode descuidar da ciência. A Bahia é lugar de cultura, de arte, de pesquisa científica – e essa deve ser uma parte essencial da gestão do nosso estado, na contracorrente do obscurantismo que nos ameaçou nos últimos anos e que havemos agora de superar. Nosso próximo governador não pode deixar então de investir no conhecimento.

É tempo, pois, de afirmar e garantir com toda clareza que será cumprido o artigo 5 da Lei 7.888/2001, de criação da FAPESB, no qual se afirma: “O Estado destinará, anualmente, recursos à FAPESB correspondentes a 1% (hum por cento) da sua receita tributária líquida”. Cumprir tal meta certamente contribui para conformar um cinturão iluminista duradouro, que fortaleça a produção do conhecimento em nosso estado e apoie ademais todas as áreas do saber. Não há, afinal, governo realmente progressista que descuide das ciências, das culturas, do patrimônio histórico e das artes.

Também a educação precisa contar com sua palavra altiva. Nesse caso, fala com altivez quem sabe escutar. A altivez não é arrogância, mas disposição e força para aprofundar e multiplicar diálogos. Para conservadores, o exercício da representação substitui a comunidade representada. Os que, ao contrário, têm espírito democrático, sabem que a representação autêntica amplia a presença do povo e cria condições para o povo ser, enfim, o verdadeiro protagonista de sua história. Nesse sentido, é importante a escuta, o acolhimento, a criação de condições para parcerias institucionais de natureza pública.

Importa, portanto, o compromisso, claro e explícito, do governador em respeitar a autonomia das Universidades, em valorizar o diálogo com as associações que representam as categorias de trabalhadores, em contribuir para o bem-estar e o respeito do funcionalismo público, em garantir que os direitos da educação não sejam subtraídos por restrições orçamentárias, uma vez que projetos civilizatórios jamais podem ser objeto de políticas de austeridade.

E diálogo é também parceria autêntica, como a que deve ser mantida com as instituições de ensino superior públicas, estaduais e federais, pois a cooperação entre instituições públicas, se levada a sério, não pode ser uma figura de retórica, abandonada talvez na primeira hora por alguma conveniência, sobretudo em áreas de produção de conhecimento e de formação de cidadãos.

 

4.

São apenas alguns pontos. Outros podem ser elencados, como uma contribuição para uma candidatura que há de unir na Bahia, juntamente com Lula, todos que desejam combater a barbárie. Líderes democráticos autênticos, sabemos bem, não são gerentes, não fazem meros cálculos de interesses; e o jogo duro da política não há de lhes retirar a ternura e o respeito. Jerônimo precisa dar toda atenção a pontos como esses, corrigindo erros, mas também reafirmando virtudes de um governo estadual que, por sua feita, aprofundou políticas públicas importantes e mostrou firmeza e coragem, resistindo a desmandos negacionistas e autoritários do governo federal.

Jerônimo deve assim mostrar, de forma inequívoca, compromisso com uma pauta civilizatória básica, sabendo afastar práticas conservadoras, privatizantes, autoritárias, com a integridade de um completo líder progressista, como a Bahia precisa e merece. Jerônimo, afinal, tem preparo, história e talento; não amadureceu em carbureto. Tenho certeza que a benção das urnas lhe trará ademais a força e a autonomia necessárias, que lhe fará engrossar o pescoço como um líder independente, capaz de decidir e, enfim, de fazer o que há de melhor e mais certo para nosso povo, tendo por horizonte uma sociedade radicalmente democrática.

Enuncio assim princípios, manifesto minha opinião, declaro meu voto. Minha declaração de voto, aliás, já está nas redes e a reitero aqui. Ficarei certamente alegre caso nosso candidato se manifeste sobre tais pontos, mas compreendo bem que, assim como a palavra, também pode ser significativo o silêncio. Afinal, a palavra marca com tinta, enquanto o silêncio marca com fogo.

O sentido do que faremos, do nosso futuro, está em aberto. Agora, temos pressa. É tempo de arregaçar as mangas e não paralisar pela justeza de “considerandos” e temores, compartilhados talvez por outros companheiros. Vamos juntos, na Bahia, centro do universo, ao combate das forças reacionárias e oportunistas; enfrentemos unidos o fascismo genérico, presente em diversas formas de obscurantismo e autoritarismo. E vamos à vitória, sim, com Lula e Jerônimo!

A Tarde

10
Ago22

Janja defende Lula após ataque de Michelle Bolsonaro: 'Deus é amor e respeito'

Talis Andrade

O namoro e o futuro casamento foram anunciados pelo petista em um palanque montado por militantes assim que deixou a Polícia Federal em Curitiba, em 2019

 

A socióloga Rosângela Silva, a Janja, esposa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) rebateu nesta terça-feira (9) o ataque da primeira-dama Michelle Bolsonaro ao petista.

Michelle compartilhou um vídeo em que Lula recebia a homenagem de um banho de pipoca, na Assembleia Legislativa da Bahia, e escreveu na legenda: “Isso pode, né? Eu falar de Deus não”.

No Twitter, mas sem citar nomes, Janja disse que Deus é “sinônimo de amor, compaixão e, sobretudo, de paz e respeito”.

Michelle ofendeu e jogou nas trevas milhões de brasileiros.

O filósofo João de Freitas informa:

O censo demográfico realizado em 2000, pelo IBGE, apontou a seguinte composição religiosa no Brasil:

* 73,8% dos brasileiros (cerca de 125 milhões) declaram-se católicos;
* 15,4% (cerca de 26,2 milhões) declaram-se evangélicos (evangélicos tradicionais, pentecostais e neopentecostais);
*
7,4% (cerca de 12,5 milhões) declaram-se sem religião, podendo ser agnósticos, ateus ou deístas;
* 1,3% (cerca de 2,3 milhões) declaram-se espíritas;
* 0,3% declaram-se seguidores de religiões tradicionais africanas tais como o Candomblé, o Tambor-de-mina, além da Umbanda;
* 1,8% declaram-se seguidores de outras religiões, tais como: as testemunhas de Jeová (1,1 milhão), os budistas (215 mil), os santos dos Últimos Dias ou mórmons (200 mil), os messiânicos (109 mil), os judeus (87 mil), os esotéricos (58 mil), os muçulmanos (27 mil) e os espiritualistas (26 mil).

Exaltemos a Cruz feita de um madeiro de Amor! | Padretojo.Net

“Eu aprendi que Deus é sinônimo de amor, compaixão e, sobretudo, de paz e de respeito. Não importa qual a religião e qual o credo. A minha vida e a do meu marido sempre foram e sempre serão pautadas por esses princípios”, declarou a socióloga Rosângela Silva.

De acordo com o portal Poder 360, a assessoria de Lula afirmou, por meio de nota, que o ex-presidente respeita as religiões e sua liberdade de culto e não hostiliza manifestações religiosas.

As religiões afro-brasileiras sob o arbítrio das autoridades

por Fernando Perez da Cunha Lima /Nexo

Esta dissertação de mestrado, realizada na USP (Universidade de São Paulo), detalha as estratégias de negociação com as autoridades empregadas por religiões afro-brasileiras no século 19, de modo a sobreviver a ataques num período em que suas práticas não contavam com ampla proteção legal — eram apenas permitidas.

Essa permissão era, entretanto, frágil e condicionada pela vontade dos inspetores de quarteirão e da polícia, que, por sua vez, sofriam pressões de setores intolerantes da sociedade. A repressão era justificada por argumentos que perduram até hoje: tentativas de negar o caráter religioso das cerimônias, acusações de feitiçaria e charlatanismo contra pais e mães de santo, e reclamações sobre o ruído dos atabaques.

1 A qual pergunta a pesquisa responde?

A dissertação objetivou, por meio da análise de reportagens, colunas, artigos, anúncios e folhetins, descobrir alguns vestígios dos fenômenos religiosos afro-brasileiros do século 19. As Constituições de 1824 e de 1891 asseguravam a liberdade de culto e crença (a primeira somente do culto doméstico), e os códigos criminais da época não proibiam as práticas religiosas afro-brasileiras. Todavia, os cultos dessas religiões eram os alvos preferenciais das ações repressivas da polícia e das campanhas difamatórias encampadas pelos periódicos, refletindo o pensamento social dominante. Contudo, alguns cultos, por meio de políticas de negociação, conseguiram evitar a repressão policial, e os seus sacerdotes ganharam fama, notoriedade e a proteção — ainda que precária — de membros da elite branca senhorial. Intentou-se compreender, de um lado, como se dava a permissão para a realização dos cultos e quais eram permitidos; de outro, quais não eram e quais acusações eram feitas aos partícipes e sacerdotes.

2 Por que isso é relevante?

A relevância do trabalho está no fato de muitas das justificativas utilizadas à época para perseguir e não permitir o livre desenvolvimento dos cultos afro-brasileiros serem utilizadas até os dias de hoje. Exemplos disso incluem as tentativas de negar o caráter religioso dessas manifestações, as acusações de feitiçaria e charlatanismo contra pais e mães de santo e as reclamações sobre o ruído dos atabaques usadas como fundamento para impedir cerimônias. Ainda, o trabalho proporciona um melhor entendimento das políticas de negociação que permitiram com que as religiões afro-brasileiras resistissem à escravidão e à repressão.

3 Resumo da pesquisa

A pesquisa buscou compreender a relação entre direito e as religiosidades afro-brasileiras no século 19. Para isso, os primeiros capítulos tratam de termos associados a essas práticas, como “batuques”, “zungus”, “casas de dar fortuna”, “candombes” e “candomblés” — buscou-se mapear em quais contextos e de quais formas essas expressões eram usadas para fazer referência a manifestações religiosas.

Por meio da análise de relatos sobre os objetos encontrados nessas localidades — como os manipansos, búzios, ervas, imagens de santos católicos, alguidares e utensílios de uso ritual —, visou-se traçar paralelos e aproximações entre as práticas religiosas afro-brasileiras da época e as atuais. As histórias de sacerdotes de cultos de origem africana foram usadas como meio de se vislumbrar como eram as cerimônias, bem como de entender como se davam as relações de negociação e acordo que permitiam que os cultos sobrevivessem, alçando à notoriedade alguns dos feiticeiros, curandeiros, ou sacerdotes, e lhes possibilitando galgar relativo sucesso econômico. Por fim, discutiu-se acerca da fragilidade dessa dinâmica e das razões que levaram a maior perseguição dos fenômenos religiosos afro-brasileiros no final do século 19.

4 Quais foram as conclusões?

Concluiu-se que, em que pese as práticas religiosas afro-brasileiras não serem expressamente proibidas pela legislação à época, tampouco eram inseridas na categoria de direito, a despeito dos dispositivos constitucionais. Não eram totalmente proibidas e não eram integralmente autorizadas. As formas da religiosidade afro-brasileira no século 19 eram apenas permitidas.

Havia, pois, um complicado equilíbrio de acordos e negociações para que as práticas fossem permitidas. Para que as cerimônias pudessem ser realizadas, contava-se com a anuência dos inspetores de quarteirão, que conferiam espécie de licença informal aos cultos. Isso fazia com que aqueles contrários às práticas religiosas recorressem aos escalões mais elevados da polícia, lançando mão de campanhas midiáticas para pressionar as autoridades. Dessa forma, a permissão podia ser revogada a qualquer tempo, bastando para isso uma simples mudança de conduta do inspetor, do delegado ou de seus superiores. O exercício de liberdades constitucionais ficava então condicionado ao arbítrio desses agentes, sujeitos a todo tipo de pressão popular.

Logrou-se comprovar que alguns feiticeiros, curandeiros e outras formas de denominação de sacerdotes de cultos afro-brasileiros conseguiram manter suas práticas e casas ativas durante largo período de tempo, com pouca ou nenhuma importunação da polícia — obtendo, inclusive, relativo sucesso financeiro e popularidade. A resistência cotidiana às imposições da sociedade escravocrata, manifestada aqui pela manutenção das práticas religiosas, fez com que os cultos de origem africana sobrevivessem à diáspora, se reinventassem no Brasil como cultos afro-brasileiros e se perpetuassem até os dias atuais.

5 Quem deveria conhecer seus resultados?

Todos que se interessem pela relação do direito com a intolerância às religiões afro-brasileiras ou pela história de resistência à escravidão que nos é contada por tantos pais e mães de santo.

Fernando Perez da Cunha Lima é mestre em filosofia e teoria geral do direito pela FD-USP (Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo), bacharel em direito pela mesma instituição.

Referências:

  • CHALHOUB, Sidney. A força da escravidão: ilegalidade e costume no Brasil oitocentista. 1ª edição. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
  • SAMPAIO, Gabriela dos Reis. A história do feiticeiro Juca Rosa: cultura e relações sociais no Rio de Janeiro imperial. Campinas, 2000. Tese (Doutorado em História) - Departamento de História da Unicamp, Universidade Estadual de Campinas, 2000.
  • SOUZA, Rafael Pereira de. “Batuque na cozinha, sinhá não quer!”. Repressão e resistência cultural dos cultos afro-brasileiros no Rio de Janeiro (1870-1890).2010. 139 f. Dissertação de Mestrado, Instituto de Ciências Humanas e Filosofia da Universidade Federal Fluminense, Rio de Janeiro, 2010.
  • POSSIDONIO, Eduardo. Entre ngangas e Manipansos: a religiosidade centro-africana nas freguesias urbanas do Rio de Janeiro de fins do Oitocentos (1870-1900). Dissertação de Mestrado, Universidade Salgado de Oliveira. Rio de Janeiro, 2015.
  • REIS, João José. Domingos Sodré, um sacerdote africano: escravidão, liberdade e candomblé na Bahia do século XIX. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.

 

Encontro de Lula com o Movimento Social Negro da Bahia

09
Jun22

Gusttavo Lima com cachê de R$ 1 milhão vale dez vezes mais que todos os artistas de Magé juntos

Talis Andrade

gusttavo por vaccari.jpeg

 

247 - O cantor Gusttavo Lima faz nesta quarta-feira (8) um show em Magé, no estado do Rio de Janeiro, onde Ministério Público investiga o cachê de R$ 1 milhão pela apresentação no município. 

De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, o cachê é dez vezes maior que o valor que a Prefeitura de Magé deve investir em atividades artísticas e culturais durante o ano todo.

Vai receber mais grana do que todos os músicos, cantores, compositores, poetas, romancistas, pintores, escultores, atores, teatrólogos, cineastas de Magé. O cachê de Gustavo vale dez vezes mais do que todos os amantes das sete artes juntos. 

Apenas lobistas, banqueiros, comedores de moedas podem bem explicar o alto preço do cantor sertanejo. 

Gusttavo afirmou que "não pactua com ilegalidades" e que não é seu papel "fiscalizar as contas públicas". A prefeitura informou que entregou ao MP todas as informações solicitadas sobre a festa. "Temos plena convicção que não há nada de errado no trâmite processual para as contratações", diz a nota.

Existe legalidade na cobrança extorsiva? 

Existe legalidade no gasto desenfreado do dinheiro público?

Por que se o cantor é o mesmo, o repertório musical é o mesmo, a voz é a mesma - o preço muda de cidade para cidade em um mesmo Estado? 

Quem indica o preço: o contratado ou o contratante? Até onde vai a sabedoria ou a ganância do cantor? 

Sobre ilegalidade, Gusttavo nunca pergunta pela origem do dinheiro. Dinheiro de prefeitura nasce que nem mato, planta parasita. 

Contratos para show do cantor também são investigados em outras cidades, como São Luiz (RR), Conceição do Mato Dentro e Teolândia (BA).

Em Mato Grosso, o Ministério Público passou a investigar se houve irregularidade na contratação de cantores, sobretudo do sertanejo, por cachês que ultrapassam o R$ 1 milhão em 24 prefeituras do estado.

 

Motim na Polícia do País da Geral

 

AMOTINADOS. Eta polícia sem comandante. Eta Minas sem governador. Na briga Anitta contra Gusttavo Lima a pm fica com o macho cujo nome escreve errado
Paulo RJ
@hospicio_brasil
Quando essa gente não tem argumento para o batom na cueca, mete um "comunismo" no meio.

Image

 

 
 
06
Jun22

Prefeita chora pela dinheirama da pobre Teolândia que ia pro bolso do cantor sertanejo superpago

Talis Andrade

Arrasada por enchentes, Teolândia terá show de Gusttavo Lima ao custo de R$  704 mil - Jornal OpçãoTeolândia: Enchente de Natal, confira a reportagem completa - PTN NEWSTeolândia: Enchente de Natal, confira a reportagem completa - PTN NEWS

 

A prefeita de Teolândia (BA), Rosa Baitinga (PP), chorou ao saber que o cantor de sertanejo Gusttavo Lima não faria o show na cidade após decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), nesse domingo (5). A chefe do Executivo municipal subiu ao palco, em uma praça, para lamentar o fato diante das pessoas que aguardavam a apresentação do sertanejo. O Ministério Público (MP-BA) acionou a Justiça após suspeitas de irregularidades nos gastos com a festa. Somente Gusttavo Lima receberia mais de R$ 700 mil de cachê. O festival custaria um total de R$ 2,3 milhões e aconteceria entre os dias 4 e 12 de junho. De onde a Rosa Baitinga retira essa dinheirama? Esse dinheiro ao deus-dará.

"A minha dor é muito grande, vocês não têm ideia. Eu queria estar hoje, de vermelho e preto, arrumada para o Embaixador (apelido de Gusttavo Lima)", proferiu a prefeita. "Digo a vocês: O Embaixador veio ali no posto de gasolina, mas ele teve que voltar. E Deus o acompanhe, ilumine sua vida e lhe dê muitos anos de vida, porque o futuro a Deus pertence", disse a prefeita, cercada por familiares e pré-candidatos a cargos parlamentares de seu partido.

De acordo com o STJ, o gasto de altos valores para um município de apenas 20 mil habitantes e em situação de emergência declarada justifica a suspensão do evento.

O cantor tem contratos com prefeituras questionados pela Justiça em outros estados. O Ministério Público do Rio de Janeiro investiga se houve irregularidades na contratação dele para um show em Magé, a 100 quilômetros da capital fluminense, por R$ 1 milhão. Outros dois contratos do artista são investigados, um em Roraima, no valor de R$ 800 mil, e outro em Minas Gerais, de R$ 1,2 milhão.

Dinheiro do povo pobre, dinheiro do povo sem comida no prato, dinheiro do povo sem teto, dinheiro do povo sem terra, dinheiro do povo sem nada, a prefeita prefere entregar aos comedores de moedas, hoje milionários cantores sertanejos que vivem da miséria do povo, do dinheiro desviado das prefeituras.A cidade de Teolândia vive momentos de terror, agonia e tristeza, porém  você pode ajudar, veja como - Itabaina Agora

A prefeita Rosa Baitinga jamais chorou por um retirante da seca, por um pobre que teve sua casa soterrada nas inundações. Por uma criança sem merenda. Por uma criança sem comida no prato. Jamais chorou por uma mãe que perdeu o filho porque não tem médico, não tem posto de saúde, não tem hospital, não tem medicamentos. Jamais chorou por um pai desempregado. 

 

A cidade de Teolândia vive momentos de terror, agonia e tristeza, porém você pode ajudar, veja como

 

A cidade de Teolandia – BA que fica a 270km da capital baiana, vive momentos de terror, agonia e tristeza.
 
Um momento de muitas lágrimas e sofrimento, após muita chuva que aconteceu no sul e extremo sul da Bahia, Teolândia também foi uma das cidades a entrar na lista das cidades afetadas, muitas famílias ficaram desabrigadas devido a forte correnteza levar casas, e os móveis, populares ajudaram às vítimas.
 
O “Institudo Unisocial Mulher” de Teolândia também levantou uma campanha para doações de alimentos aos desabrigados. 
 
Estivemos na cidade onde também podemos observar que o nível da água continua baixar e com isso, o rastro de devastação vai ficando a mostra.
 
Que os cantores sertanejos deram para Tolândia? Nada.www.brasil247.com - Rosa Baitinga e Gusttavo Lima
 
 
Que a prefeita ganha dos cantores para chorar tantas lágrimas?
 

#Bahia: Forte correnteza invade ruas do município de Teolândia após temporal na região

A cidade está entre as que declararam estado de emergência#Bahia: Forte correnteza invade ruas do município de Teolândia após temporal na região

05
Jun22

Recorrência de catástrofes naturais no Brasil impõe reflexões sobre injustiça ambiental

Talis Andrade

Veja fotos do deslizamento de terra que matou sete pessoas em Recife -  Fotos - R7 Brasil

 

recife deslizamentos.webp

 

Vista aérea dos deslizamentos de terra ocorridos no Jardim Monte Verde, na divisa do Recife com Jaboatão dos Guararapes, após as chuvas torrenciais que atigiram a região na última semana de maio. 28/05/2022 via REUTERS - DIEGO NIGRO/PREFEITURA DO RECIFE
 

 

Especialistas apontam a pressão humana sobre o meio ambiente e dizem que a população preta e pobre é sempre a mais atingida pelas catástrofes naturais no Brasil

 

Raquel Miura /RFI

Não se chegou nem à metade do ano e 2022 já tem a marca de tragédias ambientais no Brasil. Desmoronamentos de terra e inundações no Rio de Janeiro e na Bahia, no início do ano e, agora, a água que destruiu casas e matou moradores também em Pernambuco. Num ano de ciclone no sul e frio congelante em boa parte do país no outono, muitos se perguntam qual o peso da ação humana nesses fenômenos.

Osvaldo Girão, do Departamento de Geografia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), diz que as chuvas caíram na época prevista, porém chama a atenção o volume de precipitação e a repetição de eventos de tamanha intensidade.

“Foi um evento normal para o período, porém a intensidade é que está sendo muito forte, bem como a recorrência desses eventos, que estão se repetindo num curto espaço de tempo, o que não acontecia antes. Pode ser um reflexo das mudanças climáticas”, disse Girão à RFI.

Segundo o geógrafo, há vários fatores que entram nessa análise. “Por exemplo, estamos desmatando demais nos últimos anos, nos últimos séculos. A ampliação do plantio, das atividades agropecuárias, tudo isso repercute no sistema atmosférico e oceânico, provocando uma mudança na dinâmica de vento, da umidade, da temperatura”.

Mais de 380 pessoas morreram soterradas ou arrastadas pelas chuvas neste ano no país. O pesquisador Gustavo de Mello Baptista, do Instituto de Geociências da Universidade de Brasília (UnB), afirma que é preciso pelo menos 30 anos de coleta de dados para analisar um evento da natureza e atestar uma mudança climática. No Brasil, esses estudos são relativamente novos, começaram na década de 1930. Por outro lado, Baptista diz que o lockdown do começo da pandemia do coronavírus  evidenciou a pressão do homem sobre o meio ambiente.

“Algumas agências espaciais da Europa,  do Japão e a Nasa, nos Estados Unidos, fizeram um levantamento no início da pandemia, quando muitas pessoas em vários locais do mundo estavam trancadas em casa, e mostraram que os índices ambientais melhoraram. O ar ficou melhor, a poluição caiu. Isso mostra que é preciso repensar o que estamos fazendo, o que estamos destruindo, desmatando”, defendeu à RFI o professor da UnB.

Ausência de políticas públicas

Para os especialistas, mais do que quantificar o peso da ação humana nessas catástrofes, é preciso agir para impedir novas tragédias. “Recife tem um déficit habitacional muito grande, há uma ausência de políticas públicas, de avaliação de risco. É preciso levar isso em conta urgentemente porque, do contrário, teremos todo ano muitas mortes”, alertou Girão.

A expressão-chave diante de tantas vidas perdidas é justiça ambiental, na opinião de Gustavo de Mello Baptista. “É preciso se atentar para a distribuição de renda, para a política ambiental, para a justiça ambiental. Quando a gente pensa nessas tragédias anunciadas, vemos que a população preta e pobre é sempre a mais atingida", adverte o geógrafo. 

“A gente viu que um vírus pode gerar uma pandemia que atinge todo o mundo, mas até nisso os países pobres tiveram mais dificuldade para ter acesso à vacina. É preciso repensar tudo isso, é imperial uma reflexão pós-Estocolmo para se avaliar situações de risco e combater a injustiça ambiental”, conclui o professor do Instituto de Geociências da UnB.

07
Abr22

PSOL faz cronologia da relação do clã Bolsonaro com Adriano da Nóbrega

Talis Andrade

adriano magalhaes da nobrega.jpg

Ex-capitão do Bope chegou a ser homenageado pelo clã Bolsonaro e teve a mãe e a esposa empregadas no gabinete de Flávio

 
 
 

Um áudio divulgado nesta quarta-feira (6) pela Folha de S. Paulo mostra a irmã de Adriano da Nóbrega acusando o Palácio do Planalto de oferecer cargo pelo assassinato do ex-capitão do Bope que integrava o Esquadrão da Morte - grupo armado da milícia de Rio das Pedras.

No áudio, Daniela Magalhães da Nóbrega chora ao dizer para uma tia que o irmão, que chegou a ser homenageado pelo clã Bolsonaro e teve a esposa empregada no esquema de rachadinha comandado por Fabrício Queiroz no gabinete de Flávio Bolsonaro (PL-RJ), "já era um arquivo morto".

 

"Ele já sabia da ordem que saiu para que ele fosse um arquivo morto. Ele já era um arquivo morto. Já tinham dado cargos comissionados no Planalto pela vida dele, já. Fizeram uma reunião com o nome do Adriano no Planalto. Entendeu, tia? Ele já sabia disso, já. Foi um complô mesmo", afirmou Daniela, revelando um possível conluio acertado por Bolsonaro para assassinar o ex-capitão do Bope.

 

A gravação foi captada em uma escuta telefônica pela Polícia Civil do Rio de Janeiro há cerca de dois anos. A ligação aconteceu dois dias após a morte de Adriano em uma operação policial na Bahia, onde ele estava foragido.

Diante do áudio revelado, o PSOL montou uma cronologia da vida de Adriano da Nóbrega e sua relação com a família Bolsonaro: desde o momento em que ele entra para a Polícia Militar, a homenagem que recebe do então deputado Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e até o dia em que foi morto em uma emboscada no estado do Bahia. 

O início de carreira

PSOL 50
Vamos à cronologia dos fatos, segue o fio:
 
1995: Adriano da Nóbrega entra na PM do RJ
2002: Flávio Bolsonaro é eleito deputado estadual

queiroz flavio.jpg

 
 
2004: Adriano é preso por homicídio de guardador de carros que havia denunciado policiais
2005: Flávio concede Medalha Tiradentes a Adrian
2007: Adriano consegue ser absolvido em júri popular
2007: Flávio Bolsonaro nomeia esposa de Adriano no gabinete
2008: Flávio Bolsonaro e seu pai, Jair, criticam as investigações da CPI das Milícias e defendem milicianos explicitamente

moro flavio.jpg

 
 
2014: Adriano é demitido da PM por contravenção e envolvimento com jogo do bicho 2016: Flávio Bolsonaro nomeia a mãe de Adriano no gabinete
2018: Marielle é assassinada

marielle porteiro.jpg

 
 
2018: Mãe e esposa de Adriano deixam gabinete de Flávio
 

bolsonaro milicia laranjal .jpg

 
 
2019: Adriano considerado fugitivo por chefiar milícia
2019: Acusação de rachadinhas no mandato de Flávio, que teria usado contas de Adriano da Nóbrega para transferir o dinheiro a Fabrício Queiroz
2020: Suspeitas de envolvimento de Adriano no caso Marielle
2020: Adriano é morto em emboscada em sítio de vereador do PSL na Bahia

adriano da nobrega arquivo morto.jpg

 
 

adriano pelicano enterro miliciano .jpg

 

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2023
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2022
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2021
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2020
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2019
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2018
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2017
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
Em destaque no SAPO Blogs
pub