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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

20
Jul23

CGU encontra distorções contábeis de R$ 202 bi na gestão de Bolsonaro

Talis Andrade

 

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Conclusões são referentes ao exercício financeiro de 2022

 

Juliana Andrade

Agência Brasil

 

Relatórios de auditoria elaborados pela Controladoria-Geral da União (CGU) apontam distorções contábeis de R$ 202 bilhões em cinco ministérios no último ano do governo Jair Bolsonaro.

As conclusões estão em relatórios de auditoria financeira e são referentes ao exercício financeiro de 2022. Os documentos foram publicados em abril deste ano, mas só foram noticiados nesta quarta-feira (19).

Conforme os relatórios, o Ministério da Agricultura registrou inconsistências de R$ 142,9 bilhões. De acordo com os técnicos da CGU, a maior parte das distorções, no valor de R$ 134 bilhões, está relacionada a falhas contábeis no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), órgão que fazia parte da pasta na gestão de Bolsonaro.

As inconsistências envolvem imóveis do Incra e falhas na contabilização dos programas Fundo de Terras, Reforma Agrária e Funcafé.

Educação

No Ministério da Educação (MEC), as falhas são de R$ 17,1 bilhões.

Os auditores da CGU concluíram que as demonstrações do MEC "não refletem a situação patrimonial, o resultado financeiro e os fluxos de caixa" da pasta.

Somente no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), foram registradas distorções de R$ 782 milhões. São valores diferentes reconhecidos contabilmente pela pasta em relação aos valores registrados na Caixa e no Banco do Brasil.

O relatório também cita classificação contábil incorreta de pagamentos de bolsas de estudo no exterior ofertadas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e prejuízos financeiros, sociais e operacionais decorrentes de obras paradas.

Saúde

No Ministério da Saúde, foram identificadas falhas de R$ 15,9 bilhões nos controles internos de pagamento de despesas, na gestão de controle de medicamentos e perda de estoques.

Auxílio Brasil

A CGU encontrou distorções de R$ 6,3 bilhões no Ministério da Cidadania. Os relatórios encontraram falhas em controles de pagamento aos beneficiários dos programas Auxílio Brasil e Auxílio Gás. Houve falhas de estornos, benefícios não sacados, além de autorizações de pagamento a famílias que não se enquadraram no perfil para receber o benefício e erros no cálculo de valores a pagar.

Aeroportos

No antigo Ministério da Infraestrutura, apareceram falhas de R$ 20,3 bilhões. Entre as inconsistências, os técnicos encontraram distorções de R$ 2,3 bilhões de registros equivocados nas contas de créditos a receber envolvendo concessões de aeroportos.

Recomendação

Em todos os casos, após detectar as distorções, a Controladoria-Geral da União recomendou aos ministérios o aprimoramento dos controles internos para correção das distorções identificadas.

Defesa

A Agência Brasil busca contato com a defesa de Bolsonaro para comentar as conclusões das auditorias.

 

06
Nov22

Gaeco chama bolsonaristas em SC de burros e analfabetos: "não sabiam que o gesto poderia ser associado ao nazismo"

Talis Andrade
www.brasil247.com - Reprodução/Twitter
A direita volver sempre nazista lá no Sul da supremacia branca

 

 

247 - O Grupo de Atuação no Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) de São Miguel do Oeste optou pelo arquivamento do procedimento que apurava a saudação nazista feta por bolsonaristas durante ato de protesto contra a democracia, realizado na esteira da derrota de Jair Bolsoanro (PL) para o presdiente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no primeiro e no segundo turno das eleições, por entender que o gesto coletivo não foi intencional. 

De acordo com o site NSC, “o Gaeco ouviu testemunhas desde a manhã desta quarta-feira (3), e entendeu que os participantes não sabiam que o gesto de estender o braço direito poderia ser associado a uma saudação ligada ao nazismo”. 

O ato em que os manifestantes bolsonaristas repetiram um gesto semelhante à saudação nazista "Sieg Heil", enquanto cantavam o hino nacional, aconteceu em frente ao 14º Regimento de Cavalaria Mecanizado, base do Exército na cidade. La na Cavalaria ninguém ficou incomodado.

 

“Se Hitler fez com judeus, faço com petistas”: manifestações de ódio se intensificam em escolas de elite

Casos de intolerância e de inspiração nazista se intensificaram depois da eleição de Lula, relata repórter do jornal O Globo

www.brasil247.com -

A repórter  Malu Mões, de O Globo, apurou casos de intolerância e ódio que se espalha por escolas de elite e universidades depois da eleição de Lula. 

Um dos casos é o do adolescente Antonio Biebie, de 15 anos, que viu suas redes sociais serem tomadas por mensagens com discurso de ódio, disseminadas por alunos da Fundação Visconde de Porto Seguro, colégio de elite em Valinhos, interior de SP, onde ele cursa o primeiro ano do ensino médio.

Um colega afirmou que “petista bom é petista morto” e também compartilhou pelos stories de seu perfil no Instagram uma foto de Hitler: “Se ele fez com judeus, eu faço com petistas”, dizia o post.

No grupo de WhatsApp, ao qual Antonio, que é negro, foi adicionado sem que tivesse solicitado, mensagens como “Quero que esses nordestinos morram de sede”, “Fundação pró-escravização do Nordeste” e “Quero ver pobre se f… mais ainda” foram publicadas.

Figurinhas nazistas também inundaram o grupo, batizado “Fundação Anti Petismo”, que já contava, quando Antonio entrou, com 32 participantes.

Diante da divulgação do caso, o colégio Porto Seguro disse, em nota, “repudiar qualquer ação e ou comentários racistas” e “não admitir nenhum tipo de hostilização, perseguição, preconceito e discriminação”.

Afirmou ainda que faz palestras e projetos sobre diversidade de opinião, raça e gênero, o que Antonio aponta como eventos raros. Na última sexta-feira, oito alunos foram expulsos do colégio.

— Me revolta saber que existem pessoas assim na minha escola. Mas, se resolver, eu vou me sentir mais livre — desabafou Antonio, antes de saber da decisão pela expulsão tomada pelo colégio.

Antonio, que é simpatizante do PT e militante de causas sociais, conta ter ficado tenso ao ver o conteúdo ofensivo de seus colegas. Ao lado da mãe, que é advogada, o jovem denunciou o caso, agora investigado pela Polícia Civil, mas fica com medo de ser “cobrado” por outros estudantes.

Os casos de intolerância pós-eleição têm acontecido em várias cidades do país, com estudantes do ensino fundamental ao superior. 

Em Porto Alegre, adolescentes do Colégio Israelita Brasileiro (CIB) fizeram, às gargalhadas, uma live no TikTok com insultos preconceituosos a pobres e nordestinos, atribuindo a eles uma suposta culpa pela vitória de Lula. A conta da estudante que publicou a transmissão foi apagada da rede social.

“(A vitória do Lula) não muda nada na minha vida, sua pobre, vagab…, não vem reclamar depois que meu pai for te demitir”, diz a estudante na live. Na sequência, outro aluno diz que “todos os nordestinos deveriam tomar no c...” e que “600 pila pra gente não é nada”, em referência ao Auxílio Brasil. A aluna, então, conclui: “A gente limpa o c… com 600 reais, não faz diferença, por isso a gente deixa pra vocês”.

Em nota, o CIB reforçou “firme repúdio às manifestações”: “O discurso de ódio não será tolerado. Serão aplicadas as penalidades cabíveis. Essas ações em nada refletem nossos princípios filosóficos e nossa prática pedagógica”, informou a escola, sem especificar que medidas seriam tomadas.

A repórter relaciona ainda casos em Curitiba, Campo Grande e Florianópolis.

Como se sabe, o slogan de campanha de Bolsonaro faz referência a uma frase de simpatizantes do nazismo na década de 30, alguns abrigados no Movimento Integralista: "Deus, Pátria e Família".

As manifestaçoes de ódio recentes mostram que a cultura nazista não desapareceu do Brasil.

Reinaldo Azevedo: Crianças, adolescentes, seus pais nazistas e fascistas

 

Polícia investiga alunos que fizeram ofensas racistas 

 

Professor de história faz apologia ao nazismo em Imbituba

03
Nov22

Seria uma catástrofe não punir o uso abusivo da máquina pública nessas eleições

Talis Andrade

Setembro 2022 - O CORRESPONDENTEPresidente brasileiro, Jair Bolsonaro, transforma ato pelo 7 de Setembro no Rio de Janeiro em campanha eleitoral.

Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, transforma ato pelo 7 de Setembro no Rio de Janeiro em campanha eleitoral.

Charge Márcio Vaccari. Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, transforma ato pelo 7 de Setembro no Rio de Janeiro em campanha eleitoral. AP - Rodrigo Abd

 

Analistas ouvidos pela RFI defendem a apuração de denúncias sobre as ações do Estado a favor da reeleição de do presidente Jair Bolsonaro, assim como sobre o envolvimento de empresários e políticos nos protestos contra o resultado das urnas

 

Por Raquel Miura /RFI 

O problema não é de hoje e se acentuou desde que foi permitida a reeleição para cargos no Executivo, em 1997. Porém, este ano, as denúncias de uso da máquina pública para angariar votos à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) surpreenderam analistas, que afirmam ser imperioso uma resposta da justiça para que não se abra uma jurisprudência perigosa à democracia no país.

O sociólogo e analista político Paulo Baía, da URFJ, considera que a ação mais explícita do Estado foram as operações da Polícia Rodoviária Federal no domingo de eleição (30), especialmente em áreas onde a força política do PT é maior, como no Nordeste. A fiscalização nas rodovias só foi suspensa quando o TSE ameaçou prender o diretor da corporação.

“Nunca se viu uma eleição, desde a redemocratização em 1989, em que a máquina pública tenha se transformado em máquina eleitoral de forma tão ampla como agora. Não que antes não tenha existido, existiu sim. Mas desta vez foi num patamar muito maior”, afirmou Baía à RFI. “É muito importante que o Ministério Público Eleitoral e o Ministério Público que atua na Justiça Federal ajam de forma eficaz nesses casos. Entretanto, não haverá resposta imediata, porque há todo um processo, tem o tempo da justiça”, completou o analista.

O advogado Antônio Ribeiro Júnior, da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político, disse à RFI que as regras eleitorais foram claramente atropeladas com vistas à reeleição do presidente Bolsonaro. Ele cita a Emenda das Bondades, como ficou conhecida a PEC que permitiu o reajuste de benefícios sociais e concedeu vantagens financeiras a diversas categorias, além de antecipações de valores às vésperas do segundo turno, e acrescenta ainda que a democracia corre risco se não houver uma análise cuidadosa desses casos pela Justiça.

“Essas medidas, de imediato, acarretariam uma cassação ou uma ação por abuso de poder econômico e político a gestores municipais. Então precisamos esperar uma posição da Justiça sobre tudo o que vimos nessas eleições. Ou corremos o risco de abrir uma exceção às regras eleitorais, o que, num país continental e com mecanismos ainda falhos de combate à corrupção, seria uma catástrofe”, afirmou o advogado.

Há suspeita também envolvendo gestores locais, como prefeitos aliados do presidente, que teriam pressionado eleitores a votarem em Bolsonaro sob risco de ficarem sem o Auxílio Brasil, ou que estes não teriam disponibilizado transporte coletivo necessário a moradores de determinadas localidades. Na esfera privada, a Justiça Eleitoral recebeu diversas denúncias de assédio de patrões sobre seus funcionários.

 

Manifestações

 

Procuradores também estão investigando a participação de empresários e autoridades políticas nos protestos contra a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A mobilização começou com o bloqueio de estradas e agora passou a se concentrar em frente a quartéis do Exército em muitas cidades brasileiras.

Os dois analistas que conversaram com a RFI disseram que a democracia assegura manifestações mesmo contra o resultado legal das urnas, mas que há limites, o que não inclui o cerceamento do direito de ir e vir de outras pessoas e a apologia a símbolos de tortura e massacre. Num desses protestos, manifestantes teriam feito um gesto nazista, com os braços levantados para cima durante a execução do hino nacional. Diante da repercussão das imagens nas redes sociais, alguns organizadores alegaram ser uma saudação à bandeira.

“É preciso apurar, acompanhar o que está acontecendo, verificar, por exemplo, se empresários estimulam e financiam esses atos, se partidos e autoridades estão por trás disso. A força das instituições precisa prevalecer, mas sem excesso. Porque esses grupos visam também se vitimar e fazer disso uma questão ideológica”, avaliou Ribeiro Júnior.

Para o advogado, “o derrotismo é claro porque o presidente reconhece que perdeu ao indicar o representante para a transição de governo, bem como setores que apoiaram o presidente também reconheceram a derrota. Mas o grupo que protesta tenta clamar uma intervenção para salvar a família, os costumes do que eles consideram como mal maior, que seria a esquerda”.

 

“Uma anomalia”

 

O sociólogo Paulo Baía acredita que essas mobilizações estão sendo acompanhadas pelos órgãos públicos e que a situação irá se normalizar. “Estou muito tranquilo com relação ao que está acontecendo no país. Nós temos uma anomalia quando olhamos esse pessoal questionando as eleições, o que não é uma novidade, era esperado. Mas ao mesmo tempo existe uma extrema normalidade com o funcionamento da Justiça, dos órgãos de segurança e da atuação dos procuradores”, avalia o professor da URFJ.

O Ministério Público de São Paulo informou que apura quem está por trás da organização e do financiamento do que chamou de grupos criminosos que atuaram no bloqueio de rodovias no estado, inclusive com a presença de menores no meio dos manifestantes.

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Michelle Bolsonaro com a farda da golpista Polícia Rodoviária Federal - PRF

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Baderneiro, golpista, inimigo da democracia, sua tropa da câmera de gás tentou impedir o voto livre, democrático e soberano dos eleitores de Lula. Cadeia nesse safado
Sérgio A J Barretto
@SergioAJBarrett
As investigações sobre a cumplicidade do ex-dirigente da PRF com os caminhoneiros golpistas foram também colocadas em sigilo de 100 anos. É um século que vai virar dois meses

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13
Out22

BRASIL EM CRISE – COMO BOLSONARO E PAULO GUEDES EMPOBRECERAM O PAÍS

Talis Andrade

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1. TUDO CARO, DESDE ANTES DA PANDEMIA. E COM BOLSONARO, O BRASIL TEVE UMA DAS MAIORES INFLAÇÕES DO MUNDO


Bolsonaro constantemente culpa a pandemia pela inflação no país, mas os preços já estavam aumentando desde 2019. Os constantes ataques de Bolsonaro à ordem democrática e sua condução desastrosa na pandemia levaram o país a uma crise econômica sem precedentes. Hoje, o Brasil tem uma das maiores inflações do G20, a maior em quase 30 anos. O povo ficou sem dinheiro para comida, e passou a comprar botijão de gás parcelado.

    1. Com carne cara, Bolsonaro sugere: "Compre 1kg de tainha e ganhe 1 tubaína" (UOL, dezembro de 2019)
    2. Inflação oficial fecha 2019 em 4,13% e fica acima do centro da meta (G1 Economia, janeiro de 2020)
    3. Preço da carne subiu 32,4% em 2019 (Congresso em Foco, janeiro de 2020)
    4. IPCA: preço da carne foi responsável pelo aumento da inflação em 2019 (Agência Brasil, janeiro de 2020)
    5. Feijão, arroz e carne: prato feito fica 43,4% mais caro em 2020 (Correio do Povo, fevereiro de 2021)
    6. Inflação já é quase o dobro da registrada no 1º ano de Guedes (R7, outubro de 2021)
    7. Inflação no Brasil é a 3ª maior entre as principais economias do mundo. Ranking mostra variação de preços em território nacional em 2021 atrás apenas da Argentina e da Turquia (R7, janeiro de 2022)
    8. Em três anos, cesta básica fica 48% mais cara e itens sobem até 153%. O aumento de preços no grupo de alimentos essenciais para o brasileiro foi o dobro da inflação acumulada no mesmo período (R7, março de 2022)
    9. O preço do gás chega a R$ 150 e revendedores parcelam botijão em São Paulo. (Folha de S. Paulo, março de 2022)
    10. Brasil registra para março a maior inflação em 28 anos. Preços subiram 11,30% no acumulado dos últimos 12 meses (Agência Brasil, março de 2022)
    11. Com a inflação acelerada, brasileiros perdem conquistas que vieram com o Plano Real (Estadão, abril de 2022)
    12. Brasil tem a maior inflação dos últimos 26 anos em um mês de abril (G1, maio de 2022)
    13. Aumento nos preços dos alimentos pesa sobre poder de compra do salário mínimo (Valor Investe, agosto de 2022)
    14. Brasil tem 4ª maior inflação entre principais economias (Folha, agosto de 2022)

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2. CULPA DE BOLSONARO E PAULO GUEDES, QUE ATUARAM PARA DEIXAR O DÓLAR MAIS CARO E DESVALORIZAR O REAL. COM DÓLAR ALTO, TUDO FICA MAIS CARO

Um dos principais causadores da inflação no país é a alta do dólar (trigo, arroz, carne, gasolina e café são cotados em dólar). Bolsonaro, através de seus constantes ataques à democracia, junto a Paulo Guedes, promoveram a desvalorização do real e mantiveram o dólar caro ao longo de todo o governo. O próprio Guedes afirmou, diversas vezes, que a desvalorização do real era proposital. E quem ganha com isso? Paulo Guedes, com sua offshore, e meia dúzia de exportadores do agronegócio, que criam pouquíssimos empregos e que se beneficiam com o dólar nas alturas. Enquanto isso, o povo, sem dinheiro, passa fome no Brasil.
 
Dólar em 04/01/2019: R$3,71

    1. Dólar bate recorde no governo Bolsonaro e BC atua para conter alta (Correio Braziliense, maio de 2019)
    2. Dólar ultrapassa R$ 4,18 e atinge 2º maior valor desde a criação do real (Poder 360, novembro de 2019)
    3. 'É bom se acostumar com o câmbio mais alto por um bom tempo', diz Guedes (Estadão, novembro de 2019)
    4. Declarações de Guedes causam novo recorde no dólar (Correio Braziliense, novembro de 2019)
  • Dólar em 03/01/2020: R$4,07
    1. Brasil registra em 2019 a maior saída de dólares nos últimos 38 anos (Poder 360, janeiro de 2020)
    2. Guedes, sobre dólar alto: "empregada doméstica estava indo para Disney, uma festa danada" (Valor, fevereiro de 2020)
    3. Se eu fizer muita besteira, dólar pode ir a R$ 5, afirma Guedes (Valor, março de 2020)
    4. Dólar fecha acima de R$ 5 pela 1ª vez na história (Folha, março de 2020)
    5. Real é a moeda com o pior desempenho no mundo em 2020 (G1, outubro de 2020)
  • Dólar em 01/01/2021: R$5,19
    1. Real é a moeda mais desvalorizada dentre os países emergentes durante a pandemia (iG, abril de 2021)
    2. Valorização do dólar pressiona inflação e encarece itens de consumo (Correio Braziliense, setembro de 2021)
    3. Real está entre 40 moedas com pior desempenho ante dólar em 2021 (CNN, outubro de 2021)
    4. Paulo Guedes tem offshore ativa em paraíso fiscal (Poder 360, outubro de 2021)
    5. Fortuna offshore de Paulo Guedes aumentou R$ 14 milhões com alta do dólar (O Povo, outubro de 2021)
    6. Guedes diz que dólar alto é bom para estimular investimentos no Brasil (UOL, novembro de 2021)
  • Dólar em 03/01/2022: R$5,68

Fortalecimento do dólar traz mais inflação e reduz PIB potencial do Brasil (Folha, julho de 2022)

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3. O BRASIL TINHA UMA FERRAMENTA PARA SEGURAR PREÇOS DE ALIMENTOS: OS ESTOQUES REGULADORES. EM VEZ DE UTILIZÁ-LOS NA PANDEMIA, BOLSONARO OS ESVAZIOU

Considerado um dos “celeiros do mundo”, o Brasil é um dos maiores produtores e exportadores de alimentos do planeta. Durante anos, manteve um estoque regulador, que serve para controlar preços, evitar altas bruscas nos alimentos ou a escassez de itens essenciais. Durante o governo Bolsonaro, os estoques foram completamente esvaziados – usando a desculpa de que é caro mantê-los – , deixando o país suscetível às flutuações do mercado e ao aumento dos preços.

    • Brasil esvazia estoques de alimentos e perde ferramenta para segurar preços (UOL, setembro de 2020)

Governo zera estoques de trigo mesmo com fome e guerra de fornecedores (Jornal Extra, julho de 2022)

 

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4. A VERDADE SOBRE O AUXÍLIO EMERGENCIAL, AUXÍLIO BRASIL E OUTROS PROGRAMAS ASSISTENCIAIS: BOLSONARO SEMPRE CRITICOU O BOLSA FAMÍLIA, E FOI CONTRA O AUXÍLIO DE R$ 600 PROPOSTO PELA OPOSIÇÃO

Sempre crítico do Bolsa Família, Bolsonaro queria auxílio emergencial de R$ 200 e passou a boicotar o valor de R$ 600 que a oposição propôs durante toda a pandemia. Em 2021, acabou com o Bolsa Família para criar o Auxílio Brasil, e mais uma vez foi contrário ao valor de R$ 600 proposto pela oposição. Às vésperas da eleição, esqueceu o discurso de arrocho fiscal que adotou durante todo o governo e aumentou temporariamente o Auxílio Brasil para R$ 600, valor defendido pela oposição desde 2020. E depois ainda disse que a oposição foi contra o aumento, o que é mentira.
 
O QUE BOLSONARO PENSAVA SOBRE O BOLSA FAMÍLIA

    1. "O Bolsa-farelo (família) vai manter esta turma no Poder" (Jair Bolsonaro, 2010)
    2. "Devemos discutir aqui a questão do Bolsa Família. Devemos colocar um fim, uma transição para o Bolsa Família, porque, cada vez mais, pobres coitados, ignorantes, ao receberem Bolsa Família, tornam-se eleitores de cabresto do PT" (Jair Bolsonaro, 2011)
    3. “O Bolsa Família é uma mentira, você não consegue uma pessoa no Nordeste para trabalhar na sua casa. Porque se for trabalhar, perde o Bolsa Família” (Jair Bolsonaro, 2012)
    4. “O cara tem 3, 4, 5, 10 filhos e é problema do Estado. Ele já vai viver de Bolsa Família, não vai fazer nada. Não produz bens nem serviços, não colabora com o PIB, não produz nada" (Jair Bolsonaro, 2015)
    5. “Para ser candidato a presidente tem de falar que vai ampliar o Bolsa Família, então vote em outro candidato. Não vou partir para demagogia e agradar quem quer que seja para buscar voto." (Jair Bolsonaro, 2017)
    6. "Bolsa-farelo e "voto de cabresto": As contradições de Bolsonaro sobre o Bolsa Família (Congresso em Foco, agosto de 2021)
    7. Antes de defender aumento, Bolsonaro atacava Bolsa Família e já pregou fim do programa (O Povo, setembro de 2021)
    8. Bolsonaro: Beneficiários do Bolsa Família 'não sabem fazer quase nada' (UOL, outubro de 2021)
    9. Há 22 anos, Bolsonaro foi único deputado contra Fundo de Combate à Pobreza (Correio Braziliense, julho de 2022)

A VERDADE SOBRE O AUXÍLIO EMERGENCIAL E O AUXÍLIO BRASIL: OPOSIÇÃO SEMPRE PROPÔS QUE O VALOR FOSSE R$ 600. BOLSONARO ERA CONTRA

    1. Guedes anuncia auxílio de R$ 200 mensais a trabalhadores informais (R7, março de 2020)
    2. Câmara aprova auxílio de R$ 600 para pessoas de baixa renda durante epidemia (Agência Câmara de Notícias, março de 2020)
    3. Bolsonaro diz que vetará extensão do auxílio emergencial se Congresso fixar valor em R$ 600 (G1, junho de 2020)
    4. Oposição defende auxílio emergencial permanente com taxação de grandes fortunas. Propostas de partidos e da sociedade civil contrastam com ideia do governo (Brasil de Fato, agosto de 2020)
    5. Bolsonaro reclama de valor do auxílio emergencial de R$ 600 durante live (Correio Braziliense, agosto de 2020)
    6. Governo estende auxílio emergencial por 4 meses com R$ 300, metade do valor (UOL, setembro de 2020)
    7. Oposição critica corte nas parcelas adicionais do auxílio: 'Significa fome' (UOL, setembro de 2020)
    8. Oposição defende auxílio de R$ 600 até o fim do ano (UOL, outubro de 2020)
    9. Auxílio emergencial é encerrado (Valor Investe, janeiro de 2021)
    10. Auxílio emergencial volta a ser pago em 2021. Valores do benefício vão de R$ 150 a R$ 375, bem abaixo dos pagamentos entre R$ 300 e R$ 1.200 do ano passado (O Globo, abril de 2021)
    11. Bolsonaro diz não poder renovar auxílio: "Contas estão no limite do limite" (Correio Braziliense, outubro de 2021)
    12. Auxílio Emergencial chega ao fim e deixa 22 milhões sem benefício (IstoÉ, outubro de 2021)
    13. PT defende auxílio de R$ 600 e alerta que recursos não podem vir do calote nos precatórios (PT na Câmara, novembro de 2021)
    14. Lei do Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família, é sancionada com vetos (Estado de Minas, dezembro de 2021)
    15. PSOL propõe Auxílio Brasil de R$ 600 (PSOL, no Twitter; Sâmia Bomfim, em Vídeo; abril de 2022)
    16. Governo Bolsonaro conta com Lira para barrar Auxílio Brasil de R$ 600 proposto pela oposição (Exame, abril de 2022)
    17. Flávio Bolsonaro: 'Quem recebe R$ 400 de Auxílio Brasil não passa fome' (Correio Braziliense, junho de 2022)
    18. Câmara aprova Auxílio Brasil de R$ 600 só até o fim de 2022. Oposição apresentou emendas para tornar permamente o aumento de R$ 400 para R$ 600 no benefício, mas o pedido foi rejeitado (Metrópoles, julho de 2022)
    19. Esquerda propôs Auxílio Brasil de R$ 600 permanente, mas governo orientou base a votar contra no Congresso. Ao contrário do que disse o presidente Jair Bolsonaro em entrevista, partidos da oposição propuseram elevação permanente do programa de transferência de renda (O Globo, agosto de 2022)

Governo manda Orçamento com Auxílio Brasil de R$ 405 em 2023, apesar de Bolsonaro prometer R$ 600 (Infomoney, agosto de 2022)

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5. NEM VIDAS, NEM ECONOMIA. BOLSONARO BOICOTOU O COMBATE AO VÍRUS ENQUANTO DIZIA "DEFENDER A ECONOMIA". COMO RESULTADO O BRASIL HOJE LIDERA O RANKING DE MORTES DO G20 NA PANDEMIA E SOFRE COM A MAIOR CRISE ECONÔMICA DAS ÚLTIMAS DÉCADAS

Com Bolsonaro, o Brasil cresceu pouco já em 2019. Ao ser confrontado, o presidente chegou ao ponto de colocar um palhaço – literalmente – para responder aos questionamentos dos repórteres. Depois, inventou uma história de um tal de “PIB Privado” para explicar o fiasco. E então veio a pandemia de covid-19. Bolsonaro protagonizou uma das piores conduções da pandemia no mundo, a pior entre os países do G20. Ele dizia estar cuidando tanto das vidas, quanto da economia. No fim das contas, não salvou nenhum dos dois.

    1. PIB do Brasil cresce 1,1% em 2019, menor avanço em 3 anos (G1, março de 2020)
    2. Governo separa 'PIB público' e 'PIB privado' para tentar mostrar que economia vai bem (spoiler: não vai) (Folha, março de 2020)
    3. Bolsonaro usa humorista para não responder sobre PIB fraco. Presidente pediu a comediante que respondesse a perguntas de jornalistas sobre atividade econômica (Gaúcha ZH, março de 2020)
    4. 'É muito mais fantasia', diz Bolsonaro sobre crise nos mercados causada por epidemia de coronavírus (BBC Brasil, março de 2020)
    5. PIB em 2020 fecha com queda de 4,1%, revela pesquisa do IBGE (Agência Brasil, março de 2021)
    6. PIB mostra que Brasil segue preso ao baixo crescimento econômico (Exame, dezembro de 2021)
    7. 2022: Brasil terá crescimento baixo em relação aos seus pares (Poder360, dezembro de 2021)
    8. PIB de 1,7% em 2022 supõe baixo crescimento até o fim do ano, diz economista (CNN, junho de 2022)
    9. Brasil tem retrocesso de até três décadas na economia, na educação e no meio ambiente (O Globo, junho de 2022)

Brasil perdeu a trajetória de crescimento que havia conquistado (BBC, julho de 2022)

Charge 25/05/2020 | Um Brasil

 

6. A VOLTA DA FOME

A fome voltou no governo Bolsonaro. O Brasil, que tinha saído do mapa da fome em 2014, passou a ter mais de 33 milhões de brasileiros em insegurança alimentar. As crianças são as mais afetadas, e famílias precisam se endividar e vender o que têm para comprar comida.

    1. Fome dobra no Brasil em 7 anos e afeta mais as crianças (Folha de S. Paulo, maio de 2022)
    2. Número de brasileiros com fome dispara e atinge 33,1 milhões, diz pesquisa (Uol Notícias, junho de 2022)
    3. Pesquisa diz que 33,1 milhões de brasileiros não têm o que comer (Metrópoles, junho de 2022)
    4. Flávio Bolsonaro: 'Quem recebe R$ 400 de Auxílio Brasil não passa fome' (Estado de Minas, junho de 2022)
    5. Brasileiros vendem o pouco que têm para conseguir comprar comida (Jornal Nacional, julho de 2022)
    6. Mais de 60 milhões de brasileiros sofrem com insegurança alimentar, diz FAO (G1, julho de 2022)
    7. Sem carne, famílias disputam osso e pele de frango (UOL, julho de 2022)
    8. Mesmo com auxílio de R$ 600 brasileiros precisam vender itens pessoais para ter comida (Uol, agosto de 2022)
    9. Datafolha: Um em cada três brasileiros teve comida insuficiente em casa (Folha, agosto de 2022)
    10. Bolsonaro diz que picanha de Lula é conversa e não existe fome 'pra valer' no Brasil (Folha, agosto de 2022)

Conheça a charge favorita dos leitores no mês de agosto - 12/09/2022 -  Painel do Leitor - Folha

28
Set22

Grupo de economistas divulga carta de apoio a Lula no primeiro turno

Talis Andrade

www.brasil247.com -

 

"As ações e a inépcia do atual governo causaram um desastre no processo de desenvolvimento institucional e socioeconômico do país, afetando dramaticamente o bem-estar da população brasileira", diz documento

 
por Victor Correia /Correio Braziliense
 
Um grupo de 38 economistas divulgou nesta terça-feira (27/9) uma carta de apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), assinada por acadêmicos de universidades nacionais e internacionais. O documento fez críticas contundentes à gestão de Jair Bolsonaro (PL), nas áreas de economia, saúde e segurança pública, e aos ataques a instituições democráticas promovidos pelo chefe do Executivo. De maioria com viés liberal, os economistas não deixaram de apontar, contudo, divergências com as políticas promovidas pelos governos petistas passados.
 

Entre os signatários estão o ex-diretor-executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI) Otaviano Canuto e a ex-diretora-presidente do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro (ISP) Joana Monteiro. Na lista estão ainda professores e pesquisadores de institutos como Fundação Getulio Vargas (FGV), Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), além de instituições estrangeiras como University of Cambridge, Yale e London School of Economics.

“Neste momento crítico da história brasileira, nós [...], economistas, que sempre nos posicionamos em favor da estabilidade econômica, do fortalecimento das instituições e da justiça social, nos manifestamos em apoio à candidatura do ex-presidente Lula, já no primeiro turno”, afirmou o manifesto. “As ações e a inépcia do atual governo causaram um desastre no processo de desenvolvimento institucional e socioeconômico do país, afetando dramaticamente o bem-estar da população brasileira”, continuou a carta.

 

Retrocessos no meio ambiente, saúde, economia e saúde pública

 

Os economistas citaram retrocessos protagonizados no governo Bolsonaro em áreas estratégicas, como o desmonte da fiscalização de crimes ambientais e consequente deterioração do meio ambiente. Sob a atual gestão, a Amazônia atingiu níveis recordes de desmatamento, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

O documento também classificou como “calamitosa” a política de saúde e afirmou que “a gestão da pandemia contribuiu para dezenas de milhares de mortes que poderiam ter sido evitadas”, além de denunciar “total falta de empatia” do atual presidente com as famílias dos mortos.

A educação e a segurança pública também foram alvo de críticas dos acadêmicos, especialmente a política de facilitar o acesso às armas de fogo e munições. “Buscou-se estabelecer uma salvaguarda para os policiais matarem, com a tentativa de aprovação da excludente de ilicitude”, citando uma das promessas de Bolsonaro em 2018, que ainda é defendida pelo candidato à reeleição.

Na área econômica, a carta citou um desmonte do orçamento federal e criticou as medidas eleitoreiras de Bolsonaro para tentar diminuir a distância de Lula, como o aumento do Auxílio Brasil para R$ 600 e a criação de benefícios para taxistas e caminhoneiros. E destacou que, “apesar da retórica, houve um desmonte da capacidade institucional de combate à corrupção”, e que há diversas denúncias contra o atual governo, incluindo contra o presidente e seus familiares, que ainda não foram esclarecidas.

“Por fim, e ainda mais importante, o atual presidente fez e continua a fazer reiteradas ameaças à democracia, agredindo o Judiciário, afirmando que não respeitará os resultados da eleição e fomentando um clima de profunda instabilidade e o risco real de ruptura institucional”, disse o grupo.

O apoio a Lula, porém, é crítico. Os economistas deixaram claro que têm “sérias discordâncias” sobre políticas passadas dos governos do PT, e que a vitória do ex-presidente no primeiro turno é a melhor forma para proteger a democracia brasileira.

Nos últimos dias, Lula conseguiu angariar apoio de importantes economistas à candidatura, como a do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles (União) e de André Lara Resende, que integrou a equipe de criação do Plano Real.

16
Set22

Eleição no Brasil virou “todos contra Bolsonaro”, observam analistas franceses

Talis Andrade
Stéphane Witkowski, do Instituto de Altos Estudos sobre a América Latina (IHEAL, na sigla em francês), e Hervé Théry, geógrafo professor da USP.
Stéphane Witkowski, do Instituto de Altos Estudos sobre a América Latina (IHEAL, na sigla em francês), e Hervé Théry, geógrafo professor da USP.© Fotomontagem RFI

A pouco mais de duas semanas do primeiro turno das eleições no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro tem dificuldade em ampliar o eleitorado para além da sua militância. O cenário de “todos contra Bolsonaro” se consolida, observam analistas franceses ouvidos pela RFI em Paris

A avaliação é do geógrafo Hervé Théry, professor da USP (Universidade de São Paulo) e há décadas instalado em São Paulo. “A particularidade dessa eleição é ela ser mais contra do que a favor do atual presidente. A rejeição ao PT levou à derrota do partido em 2018, e agora muitos brasileiros que foram a favor de Bolsonaro estão contra ele”, disse o autor do livro Brésil: pays emergé (“Brasil: país emergido”, em tradução livre). “Ele não faz nenhum esforço para alargar a sua base. Só pensa em reforçar a que já existe. Neste aspecto, podemos fazer um paralelo bastante claro com Trump e outros líderes pelo mundo”, constata o geógrafo, em entrevista o programa Décryptage.

Bolsonaro tentou capitalizar a seu favor as comemorações do 7 de Setembro, ao fazer campanha eleitoral em plena celebração da data nacional e suscitar um sentimento de patriotismo que, em tese, poderia beneficiá-lo, nota Stéphane Witkovski, presidente de Orientação Estratégica do Instituto de Altos Estudos sobre a América Latina (IHEAL, na sigla em francês). Entretanto, desde que foi eleito, o presidente “jamais fez um discurso para dizer que ele era o presidente de todos os brasileiros”, ressalta o especialista, com ampla experiência na diplomacia e no mercado e brasileiros.

“Ele nunca pregou a união nacional, de maneira alguma. Sempre dividiu a sociedade e essa é a sua linha política: dividir o país, criar verdadeiras tensões e, de certa forma, se inspirou de Trump para romper com qualquer consenso político nacional”, afirmou Witkovski, ao comentar o recente apoio do ex-presidente americano ao líder brasileiro.  

 

Lula demonstrou pragmatismo

 

Luiz Inácio Lula da Silva, ao contrário, agiu com pragmatismo quando ocupou o Planalto. Chegou a nomear o ex-vice-presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) Luiz Fernando Furlan ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, no seu primeiro mandato.

“Foi o líder sindical convidando para o governo um dos chefes do patronato”, explicou Witkovski, que chama ainda a atenção para a “grande nostalgia” dos anos Lula neste momento em que o Brasil registra um aumento acentuado da pobreza. De 2020 a 2022, o número de brasileiros com fome passou 13 para 19 milhões, salienta.

“Bolsonaro botou muito, muito dinheiro para poder aumentar o Auxílio Brasil, porque ele sabe que o seu maior déficit de votos é entre os pobres do nordeste, que votam em massa em Lula”, complementa Théry. “Ele raspou tudo que restava dos cofres para jogar com isso, mas nada se compara com a ambição do programa implementado pelo Lula contra a pobreza”, observou.

 

Risco de instabilidade após os resultados

 

Questionados sobre os riscos de ruptura democrática em caso de derrota de Bolsonaro, os dois analistas demonstraram ceticismo: afirmam que nem o Exército, tampouco as elites econômicas – incluindo o agronegócio – demonstram apoiar qualquer “aventura” do presidente para se manter no poder pela força.

“Mas não podemos descartar que haja a contestação dos resultados, com o apoio de alguns militares e um sistema que permitisse uma certa instabilidade política, e evocando a segurança nacional – que poderia justificar medidas excepcionais”, adverte Witkovski. Para ele, a fase entre os dois turnos será “decisiva”.

“Será um período de alta tensão política e tudo é possível, com um risco de desestabilização política, econômica, mediática. Esse período vai se estender depois até 1º de janeiro e a posse do próximo presidente”, aposta.

 

14
Ago22

Crescem chances de autogolpe e atentados como Riocentro à medida que Bolsonaro “desaba”

Talis Andrade

Image

 

Auxílio Brasil não faz Bolsonaro crescer significativamente nas pesquisas e o bolsonarismo pode reagir com excessos

 

Johnny Negreiros /Jornal GGN

Em participação ao programa TVGGN 20 Horas na noite de quarta (3), o jornalista, escritor e pesquisador da extrema-direita Cesar Calejon disse que ainda não vê crescimento de Jair Bolsonaro nas pesquisas com a distribuição turbinada do Auxílio Brasil, a ser paga a partir de agosto para 20,2 milhões de brasileiros.

Segundo a nova pesquisa Genial/Quaest, o anúncio do benefício majorado reduziu a intenção de voto em Lula em 10 pontos percentuais entre os que recebem o Auxílio Brasil.

No placar geral, Lula segue liderando com 44% contra 32% de Bolsonaro e tem chances de vencer no primeiro turno. Ambos oscilaram dentro da margem de erro, mas a distância de 12 pontos percentuais é a menor da série histórica. Além disso, a rejeição ao governo Bolsonaro está caindo lentamente.

Na análise de Calejon, o aumento do Auxílio Brasil e a PEC Kamizake podem não ser suficientes para Bolsonaro conseguir virar o jogo sobre Lula. Desesperado, o bolsonarismo pode recorrer a estratégias desonestas e perigosas para tentar reverter a derrota iminente.

 

Novo Riocentro

MPF denuncia 3 generais por atentado a bomba no Riocentro em 1981. Ação dos  militares pretendia causar terror na plateia do show e na população,  atribuindo falsamente atentado a organização de esquerdaAtentado do Riocentro: as bombas que tentaram parar a abertura política -  Notícias - Estadão

Com eventual derrota nas urnas em outubro, Calejon acredita não ser provável que “o bolsonarismo passe a faixa presidencial”. Ainda, ele vê a possibilidade de um autogolpe nos próximos dois meses, à medida que a campanha de Bolsonaro “desaba”.

Envolve em algum nível as Forças Armadas brasileiras. Existe materialidade histórica. Desde Plano Cohen, tanto por 1964, passando pela própria Lava Jato (golpe eleitoral de 2018), Riocentro, o caso do Abílio Diniz, que foi usado para minar a candidatura do Lula (em 1989).

Riocentro foi um atentado praticado pela Ditadura Militar em 1981, com objetivo de incriminar grupos de esquerda. Já o Plano Cohen foi um documento forjado por Getúlio Vargas para instaurar a Ditadura do Estado Novo, em 1937.

 

12
Jul22

"Bolsonaro faz discurso violento, típico de um covarde", diz Lula

Talis Andrade

Correio Braziliense

 

Lula critica duramente o chefe do Executivo e fala sobre combate à fome

 

por Carlos Alexandre de Souza, Ana Dubeux, Denise Rothenburg, Ana Maria Campos /Correio Braziliense

 

Lula chega nesta terça-feira (12/7) a Brasília para participar de um ato público, às 17h, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Também vai cumprir agenda com empresários de vários segmentos da economia. Uma programação para, entre outros assuntos, tentar desconstruir o antipetismo com a ideia de uma aliança ampla para "reconstruir o Brasil".

Nesta entrevista, o ex-presidente explica que quer manter o auxílio de R$ 600 e que seu compromisso é novamente tirar o Brasil do Mapa da Fome da ONU. "Isso é um compromisso de vida. É a prioridade."

Sobre ataques do bolsonarismo aos seus apoiadores ou ameaças ao processo democrático das eleições, Lula diz que "Bolsonaro faz um discurso violento, cheio de bravata, bem típico de um covarde, que tenta estimular a violência no país". Também chama o atual presidente de "mentiroso".

 

No primeiro mandato, o senhor disse que não descansaria enquanto alguém passasse fome no Brasil. A fome voltou. Vai repetir esse compromisso?

Sim. Isso é um compromisso de vida. Conseguimos, com toda a sociedade, criar políticas públicas e promover inclusão social que tirou o Brasil do Mapa da Fome da ONU, e agora estamos de volta. Essas políticas públicas foram desmontadas, e a fome voltou. Não tem por que o Brasil ter milhões de pessoas, milhões de famílias e crianças passando fome. Nós vamos resolver isso, é a maior prioridade.

 

Acredita que Bolsonaro vai respeitar o resultado da eleição?

Ele tem de respeitar. Não é opção dele.

 

O senhor já disse que é contra as RP9, as emendas de relator ao Orçamento, e que vai acabar com elas. Porém, para acabar, é preciso acertar com o Congresso. O Congresso, hoje, manda no Orçamento e, para 2023, vai tornar impositivas também essas emendas de relator. Como fará para acabar com elas, uma vez que até na oposição tem gente que apoia essas emendas e diz ser melhor ficar independente do governo?

Vamos conversar sobre isso com o Congresso eleito pelas urnas de 2022. Por isso, será muito importante o voto para deputado e senador nesta eleição. Eu acho que o país não pode ter algo chamado "orçamento secreto". Eu quero que o país tenha um orçamento participativo, com as pessoas podendo participar pela internet, opinar no destino dos recursos dos seus impostos.

 

Se vencer a eleição, vai manter o Auxílio Brasil a R$ 600?

Eu quero manter. O PT queria que o Auxílio fosse de R$ 600 já em 2020. Bolsonaro que fez uma coisa engraçada: criou uma série de benefícios em período eleitoral que duram até dezembro. Depois disso, vale a palavra do Bolsonaro, que não vale nada, como o mundo sabe, porque todo mundo sabe que ele é um mentiroso.

 

O senhor é contra o teto de gastos. E Bolsonaro encomendou uma bomba fiscal de R$ 41 bilhões? Isso não é irresponsabilidade fiscal?

Eu governei oito anos com responsabilidade fiscal, social, econômica, com todo o tipo de responsabilidade possível, sem precisar de teto nenhum. Em nenhum país existe esse teto. Nem no Brasil, onde a toda hora se cria uma exceção ao teto. O maior problema de teto no Brasil são as milhares de famílias que viraram sem teto nas grandes cidades, morando nas ruas. Esse é o teto que me preocupa.

 

Derrotar Bolsonaro é seu objetivo. Mas ele tem aliados em diversos estados. Onde estão os maiores desafios?

O povo brasileiro viveu meu governo. Saí da presidência com grande aprovação. E o povo brasileiro tem lutado para sobreviver ao governo do Bolsonaro, em que muitos morrem de covid, de fome, de tiro. Em que as pessoas buscam osso, buscam carcaça de frango, porque não podem comprar carne. Ele não tem muitos aliados, porque estão vendo nas pesquisas que não é uma boa se associar a ele. Então, em Minas, no Rio de Janeiro, em São Paulo os candidatos dos partidos dele estão é escondendo ele.

 

E no Distrito Federal? Ibaneis é aliado do presidente.

Vamos ver se essa aliança vai se firmar, inclusive pelo comportamento de Bolsonaro, que está longe de ser alguém confiável ou estável. Acho triste, no Distrito Federal, com tantos servidores públicos, as pessoas votarem em alguém que desrespeitou tanto o funcionalismo como Bolsonaro.

 

O PT já reconheceu todos os seus erros?

O PT é o maior partido do país, com centenas de milhares de filiados e milhões de simpatizantes. Governamos vários estados e cidades do país, várias vezes, com pessoas diferentes. Nada na vida é perfeito, sempre podemos aprender e melhorar, mas sempre respeitamos a democracia. Não sei se todos que desrespeitaram a democracia, derrubando uma presidenta honesta e elegendo um fascista, achando difícil a escolha entre ele e um professor que é um dos gestores públicos mais qualificados do país, não sei se eles reconheceram todos os seus erros.

 

Por que o antipetismo ainda é tão forte?

Porque o petismo é forte. E porque, para derrotar o PT após quatro vitórias eleitorais, foi necessário acumular muita mentira, estimular muita gente de extrema direita a sair do armário para derrotar um partido que construiu políticas sociais contra a fome e a pobreza, que foram inspiração e modelo no mundo todo.

 

Bolsonaro pode perder, mas o bolsonarismo continuará. Concorda?

Em qualquer país existe parte da população, uma minoria pequena, de extrema direita. A diferença é que Bolsonaro os estimulou, fez parecer bonito ser ignorante, exibir grosseria e preconceito, ser violento. Vamos ver depois da eleição como ficará o bolsonarismo. Bolsonaro foi, por 28 anos, um deputado irrelevante. Agora, será um grande trabalho consertar o estrago que ele fez no país: na questão ambiental, ao espalhar armas, atuando contra a ciência, a educação, contra nossas universidades. Será um grande trabalho que eu, junto com Alckmin, com a nossa experiência, e com toda a sociedade brasileira, não quero perder tempo, quero, desde a primeira hora, trabalhar para consertar o país.

 

Seus adversários mais ferrenhos afirmam que o PT jamais fez o mea-culpa do mensalão e do petrolão e que o senhor não foi inocentado. Como está se preparando para responder a essas argumentações ao longo da campanha?

Quem diz que eu não fui inocentado é alguém desesperado, que não tem a grandeza de admitir que me acusou injustamente, depois de termos provado a abertura de processos completamente forjados e parciais contra mim, como disseram meus advogados desde a primeira defesa que apresentaram, ainda em 2016. Eu venci em mais de duas dezenas de casos na Justiça. Juristas de renome internacional, da Alemanha, dos Estados Unidos, da Itália, da Argentina, ficaram chocados com o absurdo da minha condenação por "atos indeterminados", quando leram a sentença do Moro. Fui absolvido na Justiça em Brasília da acusação de envolvimento em desvios na Petrobras e em outras empresas públicas, por meio de decisão definitiva. Nem os procuradores de Brasília recorreram da sentença que falava que as acusações tinham objetivos políticos. Eu fui o político mais investigado do país, e não acharam nada contra mim. Mas, depois de tantas e tantas mentiras contra mim e minha família, tem gente que não quer dar o braço a torcer.

A denúncia do tal "petrolão" foi recusada pela Justiça de Brasília. Pessoas foram condenadas no mensalão por um voto, que deve ter sido escrito pelo Moro, que admitia que não tinha provas contra mim. A Lava-Jato de Curitiba soltou executivos de empresas e diretores da Petrobras que eles descobriram que roubavam desde os tempos do PSDB, em troca de um bando de mentiras em delações. E destruíram as empresas, destruíram projetos de desenvolvimento, destruíram empregos. Os delatores foram soltos com parte do dinheiro, não tem nenhum mais preso, e milhões de trabalhadores honestos das empresas ficaram desempregados. Os adversários mais ferrenhos apostam nisso porque não sobrou mais nada para dizer, depois do desastre deles na economia, na educação e, inclusive, no combate à corrupção. Na época dos governos do PT, foram feitas as principais leis de combate à corrupção e também foi feita a Lei da Transparência. Hoje, com Bolsonaro, tudo é sigilo de 100 anos.

 

Sua campanha já foi vítima de dois ataques, um no triângulo mineiro, com um drone que atirou fezes sobre os seus apoiadores, e, na última quinta-feira, no Rio de Janeiro, com uma bomba caseira de fezes atirada contra o público. Como o PT e o senhor vão tratar desses temas? Como vai se preparar, por exemplo, para o 7 de Setembro, que hoje preocupa alguns partidos e até a Justiça Eleitoral?

Eu não gosto de comentar segurança, temos os responsáveis pela área, que cuidam disso. Em ambos os casos que citou, reagiram rápido, o sujeito do drone foi preso, o homem que jogou a bomba, também. O Bolsonaro faz um discurso violento, cheio de bravata, bem típico de um covarde, que tenta estimular a violência no país, inclusive, tivemos essa tragédia em Foz do Iguaçu. Isso de 7 de Setembro, ele, inclusive, já tentou antes. Não deu certo aquela vez e não vai dar certo de novo.

 

A redução no preço dos combustíveis tem sido difundida pelos bolsonaristas nas redes sociais como uma vitória do presidente e a PEC dos Benefícios é vista como um gol de Bolsonaro, porque não deixou margem para o PT votar contra a proposta, restou a obstrução. Como vai lidar com esse tema na campanha?

Também estamos tranquilos com isso. Tem gente que pensa que o povo é bobo. O Bolsonaro ficou três anos e meio no poder, não liga para nada, fica passeando de moto e espalhando mentira; chega perto da eleição, tenta comprar o voto do povo, que está em uma situação difícil, vendo o preço de tudo subir cada vez que vai ao supermercado. Aliás, em vez de reduzir os preços dos combustíveis enfrentando a questão da paridade internacional dos preços da Petrobras, abrasileirando os preços dos combustíveis aos custos em reais, monta esse pacote em cima de um calote nos governadores e prefeitos, tirando dinheiro da saúde e da educação nos estados e municípios. Se essa verba chegar para o povo, o povo tem mais que pegar o dinheiro — o PT não vai ser contra auxílio — e depois votar com sua consciência. O povo vai avaliar como Bolsonaro tem desrespeitado os trabalhadores, as mulheres, como foi um desastre na pandemia, que não tem nada de bom para apresentar, e vai votar contra ele.

 

Muita gente confunde Lula com o PT. Há quem diga que o partido só faz o que senhor quer e há quem diga que o senhor só faz o que o PT quer. Quem está certo?

Nenhuma das duas falas. Quem diz isso não conhece o PT, o que é até uma pena para quem acompanha política não saber da diversidade e da vida interna intensa do PT. No PT tudo é discutido, tudo precisa ter convencimento, se ouvem as divergências, se vota. O PT não é um partido que o secretário-geral fala, e ninguém responde. O PT é um partido nacional, espalhado em todo o país, com diretórios estaduais, municipais. E eu tenho muito orgulho de ser um dos fundadores do PT, mas, ao mesmo tempo, eu não quero ser candidato só do PT. Quero ser, junto com o Alckmin, candidato de uma aliança que, hoje, tem sete partidos, que tem apoio de pessoas de outros partidos, além desses sete, e quero ser candidato de um movimento de reconstrução do Brasil para ser presidente de todos os brasileiros.

Eu quero me reunir em janeiro, talvez até em dezembro, com os 27 governadores eleitos, para, juntos, resolvermos os problemas do país. Me reunir com os prefeitos. Não importa se gostam ou não de mim. Eu, quando fui presidente, respeitei a todos. Não fiquei pedindo para empresário me apoiar, não fiquei perguntando se ele votava em mim. Respeitei todas as religiões, todos os brasileiros, representei este país no exterior, busquei investimentos externos e mercados para nossas exportações. Eu sou uma pessoa que respeita a democracia, que gosta de ouvir a opinião dos outros, e respeito a divergência. O Brasil precisa voltar a ter diálogo, ter paz e ter um presidente que trabalhe para resolver os problemas. É a isso que quero dedicar os próximos quatro anos da minha vida.

 

24
Mai22

Cidade de São Paulo já soma mais de 619 mil famílias em extrema pobreza

Talis Andrade

 

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Desemprego e inflação altos fazem cada vez mais pessoas buscarem socorro nas ruas e comunidades da capital paulista. Diretor do FGV Social critica Auxílio Brasil de Bolsonaro

 

Capital econômica do país, São Paulo também é a metrópole brasileira onde o empobrecimento da população avança de forma mais contundente. Em um ano, a desastrosa política econômica de Jair Bolsonaro e seu ministro-banqueiro Paulo Guedes lançou mais de 146 mil famílias na extrema pobreza apenas na capital paulista.

Coletados do Cadastro Único (CadÚnico), os dados apontam um crescimento impressionante. Enquanto 473.814 famílias se encontravam na miséria em janeiro de 2021, neste ano já são 619.869 núcleos familiares lutando pela sobrevivência nas ruas da capital paulista, revelam números da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS).

Em janeiro de 2019, quando Bolsonaro tomou posse, havia 412.337 famílias em extrema pobreza na capital paulista. O número evoluiu para 450.351 (aumento de 9,21%) em janeiro de 2020, chegando aos 473.814 em 2021. E a desigualdade é localizada.

Leia mais: Volta da fome no Brasil é inadmissível, diz FAO, das Nações Unidas

Os bairros de M´Boi Mirim, Capela do Socorro e Cidade Ademar, na Zona Sul, e São Mateus, na Zona Leste, registram os maiores números de famílias em extrema pobreza no período. Lapa e Pinheiros, na Zona Oeste, e Vila Mariana, na Zona Sul, possuem o menor número de famílias nessa situação.

O trio Ricardo Nunes (prefeito), Rodrigo Garcia (governador) e Bolsonaro (inapto incompetente) estão torturando as famílias mais pobres da cidade de São Paulo. A inflação e a falta de uma rede de proteção social estão deixando milhares ao relento https://t.co/xkAzr4V8Jj

— Jilmar Tatto (@jilmartatto) May 24, 2022

“Pessoas dos mais diversos perfis estão precisando do básico, pessoas que perderam o emprego e todas as suas fontes de renda estão nos procurando para pedir ajuda não só para comer, mas em busca do básico para viver”, disse ao portal g1 Regina Paixão, líder comunitária da comunidade de Pinheiral, no Jardim Ângela, que faz parte da Subprefeitura de M’Boi Mirim.

Na comunidade, muitas pessoas perderam o emprego na pandemia e ainda não conseguiram recuperá-lo. As 100 famílias locais dependem basicamente dos recursos do Auxílio Brasil e de doações. Eles recebem diariamente marmitas do projeto Cozinha Solidária, do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). Mas o valor é insuficiente.

Leia mais: Bolsonaro assombra brasileiros com pobreza e inflação, revela estudo

“O problema não é só a fome. Com a alta no preço das coisas, dificultou o acesso das pessoas no básico. Como você vai ao mercado se não tem dinheiro, hoje o que dá para fazer com R$ 400?”, questiona Regina. “Além de alimentação, pessoas precisam de muita coisa, papel higiênico, itens de higiene básica, o mínimo para garantir dignidade.”

A líder comunitária conta que muitos pedem ajuda até para comprar a passagem de volta para o estado de origem, para fugir da fome. “Estamos em outra realidade agora, nasceu um outro nicho de pobreza no território”, aponta. “O poder público enxerga o Jardim Ângela só pelo centro do bairro, mas existem bolsões nas extremidades onde a assistência social não chega, e nós não temos recursos para atingir todos.”

 

Marcelo Neri: “Auxílio Brasil é míope em relação à pobreza”

 

O diretor do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV Social), Marcelo Neri, afirmou que os dados do CadÚnico podem estar subavaliados. “Existe a questão de visualização, quantas pessoas realmente estão sendo vistas nesses números”, ponderou. “Tivemos o aumento da população de rua, muitas dessas pessoas não estão incluídas no Cadastro Único, temos pouco investimento em assistência social para fazer uma busca de todas as pessoas que estão nessa situação.”

Neri também criticou o Auxílio Brasil. Para ele, apesar de distribuir um valor maior que o Bolsa Família, o programa do desgoverno Bolsonaro é “míope em relação à pobreza”. “Ele entrega mais recursos, mas não diferencia os perfis de pobreza, quem precisa mais, não diferencia famílias maiores de famílias menores” elencou. “Fora as pessoas do Cadastro Único que não são contempladas.”

Luiz Fernando Francisquini, coordenador de Gestão de Benefícios da SMADS, revela que houve um aumento expressivo na demanda de atendimento por conta do empobrecimento maior da população. Hoje, o serviço social da capital mantém uma média de 52 mil atendimentos por mês. A prefeitura estima que 80 mil famílias estão aptas a receber o Auxílio Brasil, mas são ignoradas pelo desgoverno Bolsonaro.

Francisquini também disse ao g1 que a variação do número de famílias em extrema pobreza ocorreu devido à mudança da regra de medição do CadÚnico. O valor mínimo agora é de R$ 105 per capita mensais. “Mas o fato é que tivemos um aumento sim da extrema pobreza nos últimos anos”, reconhece. “Um fenômeno agravado não só por questões econômicas, mas também por conta da pandemia.”

Em todo o Brasil, o número de famílias em situação de extrema pobreza inscritas no CadÚnico saltou 11,8% em 2022. Conforme a última atualização dos dados no site do Ministério da Cidadania, 17,5 milhões de famílias viviam com renda per capita mensal de até R$ 105 em fevereiro, enquanto 2021 terminou com 15,7 milhões de famílias cadastradas. Quando a pandemia atingiu o país, em março de 2020, estavam registradas 13,5 milhões de famílias. Até fevereiro deste ano, a alta já chega a 22,8%.

Com informações do Portal G1

crise pobreza Cristian Topan.jpg

18
Nov21

Pastore, conselheiro econômico de Moro, presidiu Banco Central na ditadura e deixou hiperinflação como legado

Talis Andrade

bezerro de ouro o luxo o povo o lixo.jpeg

 

 

247 - O jornalista Eumano Silva destacou no Twitter que, além de servir diretamente aos militares, Pastore foi secretário de Maluf na mesma época:  "Conselheiro de Sergio Moro, o economista Affonso Celso Pastore presidiu o Banco Central entre set/1983 e mar/1985. Saiu depois de uma inflação anual de 166% em 1984. Antes de servir à ditadura, foi secretário do governo Paulo Maluf em São Paulo. Aos 82 anos, tem longa trajetória".

Na verdade, a inflação deixada por Pastore na ditadura foi ainda maior que a indicada por Eumano Silva. Em 2015, no governo Dilma Rousseff, Pastore criticou o governo e o Banco Central pela inflação à época. Em 2015, o país teve inflação de 10,67% acima da meta de 4,5%, em boa parte devido ao processo de desestabilização da economia patrocinado pela direita, a extrema direita e amplos setores do empresariado. Em resposta ao economista, o Banco Central soltou nota poucas horas depois da crítica, em um seminário no interior de São Paulo, registrando que no período de Pastore à frente da instituição "a inflação acumulada em 12 meses passou de 134,69% para 224,60%".Image

Conselheiro de Sergio Moro, o economista Affonso Celso Pastore presidiu o Banco Central entre set/1983 e mar/1985. Saiu depois de uma inflação anual de 166% em 1984. Antes de servir à ditadura, foi secretário do governo Paulo Maluf em São Paulo. Aos 82 anos, tem longa trajetória.
@eumanosilva
O mercado certamente receberá com satisfação o nome de Pastore na equipe de Moro. O experiente economista tem a confiança da banca - como Paulo Guedes em 2018.
 

 

 
 

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