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04
Jul22

Bolívia rechaça oferta de Bolsonaro de asilo político à golpista Jeanine Áñez

Talis Andrade

Wiphala

 

"Não vamos aceitar a ingerência do presidente brasileiro nas decisões soberanas que correspondem à justiça boliviana", disse a ministra da Presidência da Bolívia, María Nela Prada

 

Michele de Mello, Brasil de Fato - María Nela Prada, ministra da Presidência da Bolívia, cargo correspondente à Chefe da Casa Civil, voltou a criticar Jair Bolsonaro pela oferta de asilo político à ex-presidenta golpista Jeanine Áñez.  "O que for possível eu farei para que ela venha para o Brasil caso assim o governo da Bolívia concorde. Estamos prontos para receber o asilo dela, como desses outros dois que foram condenados a dez anos de cadeia", afirmou Bolsonaro durante live no domingo (26). Twitter 上的 Humor Político:"Golpe na Bolívia por Langer #Bolívia  #presidentadabolívia #índios #presidenta #golpe #GolpeEnBolivia #charge  #cartoon #humor https://t.co/M6Zv7bfMR9" / Twitter

Em declarações à imprensa local, neste domingo (3), Prada disse que não aceita ingerência externa na política nacional boliviana.  

"Como governo do povo não vamos aceitar a ingerência do presidente brasileiro nas decisões soberanas que correspondem à justiça boliviana. O senhor Bolsonaro ofereceu asilo a Áñez quando aqui buscamos que as pessoas cumpram a sentença que lhes corresponde no nosso país", defendeu.  

No dia 10 de junho, a ex-senadora Jeanine Áñez foi condenada a dez anos de prisão por autoproclamar-se presidenta, violando a Constituição, que determinava uma ordem hierárquica para o rito de sucessão através do Legislativo. Desde março de 2021, a ex-presidenta estava presa de maneira preventiva pelo caso "Golpe de Estado I". 

Antes de ser presa, Jeanine Áñez teria planejado fugir para o Brasil em um jato particular para evadir a justiça boliviana.  

Áñez foi presidenta interina da Bolívia entre novembro de 2019 e outubro de 2020, assumindo o poder após a renúncia de Evo Morales e Álvaro García Linera, impulsionada pela pressão das Forças Armadas e de milícias armadas da direita, num episódio reconhecido como um golpe de Estado. 

Outros ex-funcionários militares da gestão interina também foram condenados por incumprimento de deveres. Há denúncias do Ministério Público boliviano de que o ex-ministro de Defesa da gestão golpista, Fernando López, estaria foragido no Brasil. As autoridades brasileiras não confirmam a denúncia.

O ex-ministro de Governo, Arturo Murillo, também teria passado pelo território brasileiro até chegar aos Estados Unidos, onde foi preso por lavagem de dinheiro.  

 

Interesses econômicos 

 

A ministra María Nela Prada também comentou que o apoio de Bolsonaro a Áñez revela mais que simpatia política, já que também haveriam interesses econômicos envolvidos. 

"Por que essas pessoas saem em defesa uma das outras? Não é um assunto de coincidência política antidemocrática, há interesses econômicos por detrás. Um contrato nefasto assinado pela YPFB [estatal boliviana] e Petrobrás durante o governo golpista. Acaba de encerrar o prazo da oitava emenda, assinada no dia 6 de março de 2020", declarou.  

Em abril deste ano, a Bolívia reduziu 30% do abastecimento de gás ao Brasil, preferindo exportar para a Argentina, que agora recebe 14 milhões de m³ de gás por dia do país vizinho. “Não se trata de um complô socialista, é uma questão de oportunidade comercial”, declarou o ministro boliviano de Energia e Hidrocarbonetos, Franklin Molina. 

O preço pago pelos argentinos pela cota extra de gás foi de US$ 20 o milhão de BTU — ante os cerca de US$ 7 o milhão de BTU pagos pelo Brasil. 

Atualmente a Petrobrás e a estatal boliviana YPFB (Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos) vivem uma polêmica por um contrato assinado durante a gestão da ex-presidenta golpista Jeanine Áñez. Em oposição a um contrato anterior, o acordo assinado em 2020 previa que a YPFB pagasse pelo transporte de gás ao Brasil no lado boliviano do gasoduto Gasbol, gerando um custo adicional de cerca de US$ 70 milhões por ano aos cofres públicos bolivianos. Pelas divergências entre as duas estatais, hoje o Brasil recebe apenas 4 milhões de m³ diários, cerca de 10 milhões de m³ a menos do que o contratado. 

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