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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

24
Jul23

Carol Cospe Fogo (1983-2023): veja 50 charges deste talento de BH

Talis Andrade

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BLOG DA KIKACASTRO

Para leitores pensantes.

Primeira mulher a receber o Troféu Angelo Agostini como melhor cartunista do Brasil, em 2019, Carol Andrade também era designer, e trabalhou em agências de publicidade como diretora de arte e ilustradora.

Apesar de também ser de BH e de trabalhar com muitos designers na minha vida de jornalista, eu não conhecia Carol Cospe Fogo pessoalmente. Era apenas mais uma dentre os milhares de fãs do trabalho dela, que eu acompanhava pelo Instagram (onde ela tinha mais de 15 mil seguidores) e Twitter.

Deixo, a seguir, algumas charges da Carol Cospe Fogo, que encontrei eu seu Instagram e Twitter, para que possam ser sempre reencontradas e espalhadas por aí. Vocês vão ver que a maioria é bastante politizada e crítica às atrocidades do (des)governo Bolsonaro. Ou seja, artes NECESSÁRIAS.

Fica sendo minha pequena homenagem à minha conterrânea, tão fera nas charges capazes de “cuspir fogo” em quem merece.

Clique sobre qualquer imagem para ver todas em tamanho maior

23
Jan23

100 charges sobre os bolsonaristas golpistas em Brasília

Talis Andrade
 
 
 
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por Cristina Moreno Castro

Depois de trazer aqui, ainda no domingo (8), uma amostra de como os portais de notícias brasileiros estavam cobrindo o terrorismo em Brasília, e de trazer, na segunda-feira (9), as capas de jornais do Brasil e de vários outros países do mundo, associando os crimes com seu mentor, Jair Bolsonaro, hoje trago 100* charges sobre a tentativa de golpe, publicadas nos últimos dias.

Eu amo charges políticas, porque elas dizem muuuuita coisa, mesmo usando pouquíssimas palavras, às vezes só ilustrações. Com muita crítica e às vezes algum humor, os chargistas esfregam obviedades na nossa cara – literalmente “desenham” o que está acontecendo pra gente entender o quadro geral.

Entre as 100 charges que selecionei a dedo, temos grandes mestres nessa arte, como Laerte, Duke, Aroeira, Leandro Assis, Benett, Gilmar, Latuff, Allan Sieber, Guto Respi, Arnaldo Branco, Miguel Paiva, Clayton, Quinho e o norte-americano Pat Bagley, além de uma moçada que eu não conhecia, mas que tem muito talento e está ganhando reconhecimento nas redes sociais.

Nestas charges, sobram críticas para a atuação policial na (não) contenção dos golpistas, para a atuação do governador do DF (já afastado) e do ministro da Defesa (com a corda no pescoço), para a “coincidência” (que nada tem de coincidência) com a invasão do Capitólio há dois anos, e há ainda muita crítica à truculência dos autodeclarados “cidadãos de bem” e à mentoria de Jair Bolsonaro, mesmo à distância.

* Clique aqui sobre qualquer imagem da galeria para ver em tamanho maior

Leia também: 

 

11
Jan23

Extremistas que depredaram Brasília serão alvo de processo para ressarcir a União, diz Flávio Dino

Talis Andrade

 

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou que os extremistas que depredaram as sedes dos três poderes no domingo (8) serão processados para ressarcir a União dos danos causados.

"Foram realizadas perícias pela Polícia Federal, nos locais atacados, visando a instrumentalização dos inquéritos da PF, e para responsabilização civil, para que a AGU [Advocacia-Geral da União] cobre indenização de quem perpretou danos materiais, alguns irreparáveis. As perícias são para aparelhar as ações de indenização", declarou o ministro.

Questionado sobre as declarações de José Múcio Monteiro, ministro da Defesa, Dino defendeu o colega e afirmou que ele está à frente de uma das pastas mais complicadas do governo federal. "A lealdade de Múcio não pode ser colocada em cheque. Ele optou por um caminho democrático e não pode ser julgado por isso."

Dino concedeu entrevista coletiva no Palácio da Justiça, em Brasília. Ele estava acompanhado dos delegados-chefe da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Polícia Federal, Antônio Fernando Oliveira e Andrei Rodrigues, respectivamente.

Governadores de cerca de 10 estados, segundo Dino, enviaram contingentes para fortalecer a ação da Força Nacional. Aproximadamente 500 profissionais de fora do DF estão à disposição. "Esse envio visa apoiar as providências que serão adotadas ao longo da semana, na proteção à Esplanada dos Ministérios e à Praça dos Três Poderes", informou.

De acordo com o ministro, houve quebra de acordo entre as forças de segurança do DF e o governo federal. "O que acertamos para a posse [do presidente Lula, em 1º de janeiro] com o Governo do DF foi fielmente cumprido. Acreditávamos que o planejamento de segurança feito para ontem seria cumprido. Infelizmente, não foi", lamentou.

Ainda no domingo (8), a PRF apreendeu 40 ônibus de comitivas com extremistas em rodovias federais saindo da capital do país. Alguns, inclusive, em deslocamento. "Em um deles, havia arma de fogo, o que mostra que havia preparação para atos de violência", citou o ministro.

 

Inquéritos separados

 

Para cada local invadido, será aberto um inquérito policial separadamente. Ou seja, serão instaurados três, relativos à invasão e destruição do Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal. Os inquéritos serão conduzidos pela Polícia Federal e vão reunir financiadores e organizadores dos atos.

"Não é possível distinguir [de quais setores partiram os financiamentos], mas houve, sim, cabalmente, financiamento. Temos a relação dos contratantes dos ônibus, que serão chamados a prestar esclarecimentos", afirmou Dino.

A jornalista Mara Luquet conversa com o desembargador Alfredo Attié, presidente da Academia Brasileira de Direito, e com Felipe Loureiro, professor de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (USP), sobre a invasão dos bolsonaristas às sedes dos Três Poderes, em Brasília, no domingo (08 de janeiro de 2023). 

Estadão identifica 88 golpistas que atacaram a sede dos 3 poderes em Brasília

Nos últimos dois dias, o Estadão analisou cerca de 26 horas de transmissões ao vivo, listas de passageiros de ônibus, postagens em redes sociais e centenas de imagens. ‘Nós vamos colapsar o sistema, nós vamos sitiar Brasília’, disse uma extremista; outro, com nome de Bolsonaro no boné, orientou pichações no Supremo; mais de 1.500 foram presos após ataques contra STF, Congresso e Planalto. Veja fotos e nomes!

10
Set22

Flaira Ferro: ‘A ignorância é aliada do desmonte da cultura’

Talis Andrade

Flaira Ferro: “A cultura é o que está sustentando algum | Cultura

por Augusto Diniz

- - - 

Cantora e compositora conta sobre novo trabalho e diz: ‘É preciso entender qual o jogo político que está por trás do boicote à cultura’. 

O frevo foi sua primeira terra fértil nas artes. Por meio dele e de outros da cultura popular que conviveu no Recife, construiu sua carreira na música. Hoje, Flaira Ferro caminha para o seu terceiro álbum, depois de Cordões Umbilicais (2015) e Na virada da Jiraya (2019). O segundo disco surgiu em um momento delicado, de novo governo, de desmonte da cultura.

“[O disco] veio com força da raiva, de sair do silenciamento, da opressão do corpo feminino, do senso crítico”, diz. “O Áua (nome do terceiro disco) é de buscar e cuidar um dos outros”. 

O novo trabalho é um projeto junto com a cantora paulista Clara Coelho. “Fomos entendendo toda a filosofia que tínhamos em comum. A gente foi bebendo de muitas influências”, afirma. Segundo a cantora pernambucana, o trabalho atual está ligado ao autoacolhimento: “A gente vive num mundo onde tudo é muito descartável. As relações humanas estão muito fragilizadas”.

Da parceria de Flaira e Clara nasceram sete das nove canções do disco. As duas restantes, uma é assinada pela própria Flaira e a outra foi composta em parceria com Juliano Holanda. 

Flaira conta uma curiosidade do disco. O título completo do álbum é Áua: Nove Luas para Nascer Outra Vez (Selo Tropical Gold), com lançamento de uma música por mês (aliás, duas já foram lançadas), fechando um ciclo de gestação. “No meio do processo [de produção], acabei engravidando e teve essa coincidência, sincronicidade. Foi uma surpresa feliz”.

A cantora integra um dos mais importantes coletivos de música surgidos no País nos últimos tempos, o Reverbo, que reúne cerca de 30 cantores-autores do Recife e de outras regiões de Pernambuco. “Ele abraça a diversidade desse mundo que a gente precisa, para deixar de padronizar a canção que muitas vezes a indústria cultural faz",

O grupo, liderado por Juliano Holanda, conta ainda com nomes como Almério, Isadora Melo, Gabi da Pele Preta, Jr. Black, Martins, Sam Silva, Una, entre outros. 

“Não tem alternativa para a vida não ter arte. Entendo a arte como necessidade básica. É a maior forma de resistir a esse desmonte, do pensamento do governo”, diz. “É preciso entender qual o jogo político que está por trás de todo esse boicote à cultura. A cultura faz as pessoas pensarem, sentirem, refletirem. A ignorância é uma aliada do desmonte da cultura. Por isso a gente não pode se silenciar".Programa Espaço Cultural destaca disco de Flaira Ferro nesta quinta-feira |  Paraíba Já

Ignorância é aliada do desmonte da cultura

 
 
25
Jul22

Verissimo: humor livre em praça pública

Talis Andrade

 

Nos seus 85 anos, o escritor, cronista e jazzista gaúcho, criador de Família Brasil, As Cobras e O analista de Bagé é retratado pelos melhores cartunistas do país – melhores depois dele, claro
 
 
Por Stela Pastore / Publicado em 6 de dezembro de 2021
 
 
Para marcar os 85 anos de Luis Fernando Verissimo, 85 caricaturas estarão numa mostra ao ar livre entre 9 e 11 de dezembro, na praça João Paulo I, no bairro Santana. Desenhistas de humor como Angeli, irmãos Caruso, Baptistão, Benett, Canini, Cau Gomes, Dalcio, Edgar Vasques, Fernandes, Jota Camelo entre tantos outros têm o colega gaúcho como alvo do seu traço nessa coleção reunida em 24 banners de 1,2m x 1,5m, que pode visitada das 14h às 19h.
 
 
“Não temos tamanho para presentear o Verissimo. Mas podemos em uma pequena praça da nossa cidade, da cidade dele, em um local que é público onde todos podem ter acesso, mostrar o quanto gostamos dele. Com a criatividade e a inteligência traduzida nas ilustrações dos cartunistas que vão retratá-lo”, resume Margareth Dornelles, proprietária do Baden Cafés Especiais e do Espaço Cultural Amelie, localizado em frente a praça, na esquina das ruas Jerônimo de Ornelas e Vieira de Castro.
 

 

“Não é necessário justificar o significado do escritor, poeta, desenhista, jazzista, caricaturista Luis Fernando Verissimo. Ele é um nome nacional, reconhecido internacionalmente e escolheu ficar aqui em Porto Alegre”, destaca Margarete Moraes, uma das curadoras do Espaço Amelie, juntamente com Leila Dalpiaz, que destacou o desejo antigo da ex-secretária de Cultura da capital gaúcha em homenagear esse multiartista gaúcho, filho do escritor Erico Verissimo.Verissimo: humor livre em praça pública

“Cada artista expressa em traços próprios como sente e enxerga LFV. São caricaturas inéditas, um presente para a população de Porto Alegre”, observa Fraga, curador convidado para a mostra ao ar livre Caríssimo Verissimo – Uma aclamação gráfica aos 85 anos de LFV.

 

Cronista mais querido do Brasil  

Verissimo: humor livre em praça pública

Jornalista e humorista, editor de antologias e curador de exposições de humor, Fraga é o coletor das caricaturas e conta com apoio dos amigos Eugênio Neves, Hals e Fabio Zimbres no tratamento das imagens, design e montagem da exposição. “A proposta é um evento coletivo focado na sua figura: uma exposição de caricaturas, inclusive as dele mesmo, o seu talento gráfico menos lembrado, uma forma de celebrar a efeméride do cronista mais querido do Brasil”, destaca Fraga.

Para Margarete Moraes, o Espaço Amelie apesar de novo, compreende e busca potencializar o processo de criação artística, produção, difusão, fruição e consumo em Porto Alegre. Nesta proposta, valoriza a capacidade incessante de LFV em continuar atento, lúcido e cada vez mais criativo.

 

Como desenhista gráfico, Verissimo é mais conhecido por desenhar os quadrinhos da Família Brasil e As Cobras. Porém, tem importante produção de caricaturas que ilustraram crônicas de publicações nacionais nas décadas de 80 e 90, como a Veja ou os jornais Estado de São e Paulo e O Globo, que também farão parte da mostra ao ar livre.

“As atividades que fazemos, as pessoas que reunimos, são pessoas de quem gostamos e gostamos do que fazem. Aquele lado do bem com que nos identificamos. E o Verissimo talvez seja uma síntese de tudo isto. Da vida, da arte, da inteligência, da produção cultural (escreve, desenha, tem uma banda de jazz), e talvez algo muito, mas muito dele, a simplicidade!”, conclui Margareth Dornelles, informando que o homenageado estará presente com a família no último dia da mostra.

Verissimo: humor livre em praça pública

Verissimo: humor livre em praça pública

25
Jul22

Professora atacada por usar Luis Fernando Verissimo em aula de escola do governador Ratinho bolsonarista 

Talis Andrade

Obra Questionada

 

Patrulha e ofensas contra a professora e a direção da escola

 

por Marcelo Menna Barreto /Extra Classe

 

A ideia de discutir literatura ao ar livre com livro de Luis Fernando Verissimo acabou gerando ataques à professora Cláudia Mendonça Portero no município paranaense de Primeiro de Maio (460 quilômetros de Curitiba). Ela leciona no Colégio Estadual Marechal Castelo Branco naquela cidade há dois anos e informou que a aula para alunos do 7º e 8º ano da instituição abordava crônica, gênero onde Verissimo é considerado um mestre da atualidade.Verissimo: humor livre em praça pública

Segundo relata Cláudia, a atividade em uma praça em frente da escola foi feita sob supervisão e aprovação da coordenadoria pedagógica. O livro utilizado de Verissimo, Sexo na Cabeça (Editora Objetiva), em nenhum momento, enfatiza a professora, trata do assunto de forma explícita ou pornográfica e foi um entre 20 indicados para a leitura dos alunos. “Na realidade, tinha oito títulos do Luis Fernando Verissimo. A palavra sexo no título é que causou isso tudo”, diz a professora.Verissimo: humor livre em praça pública

Luis Fernando Verissimo, inclusive, integra os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), as diretrizes elaboradas pelo governo federal para orientar a educação brasileira). É um dos autores recomendados pelo livro didático voltado para os estudantes do 7º ano, registra. “Os alunos tiveram lá o acesso a uma pequena biografia do autor”, fala Cláudia.Verissimo: humor livre em praça pública

Patrulha e ofensas

 

A professora disse que ao chegar à praça, “tinha três mulheres, uma com uma criança de colo, e essas mulheres ficaram olhando a minha aula e os livros que eu estava trabalhando, também”.Verissimo: humor livre em praça pública

No outro dia, 17 de março, apesar de ter saído com a certeza de que os seus alunos “adoraram” o trabalho, a professora tomou conhecimento por seus colegas que havia em um dos conhecidos grupos de WhatsApp de fofocas na cidade uma série de ataques a sua reputação e também ofensas dirigidas ao corpo diretivo do Colégio.Verissimo: humor livre em praça pública

“Fui chamada de pedófila; estão dizendo que na aula abordei assuntos como estupro, aborto, orgia. Um monte de mentiras”, diz Cláudia indignada. Ela relata também que o grupo mobilizado especialmente por duas mães chegou a fazer uma reunião, chamando os alunos e entraram com uma denúncia no MPPR que solicitou esclarecimentos à direção do estabelecimento de ensino.Verissimo: humor livre em praça pública

Ministério Público do ParanáVerissimo: humor livre em praça pública

Em nota, a assessoria de imprensa do Ministério Público do Paraná (MPPR) informou ao Extra Classe: “O Ministério Público do Paraná foi acionado em razão de reclamações formuladas por mães de alunos do Colégio Estadual Mal. Castelo Branco, que noticiavam que a professora teria ministrado aulas utilizando-se dos livros Sexo na Cabeça e Orgia, além de outros no mesmo sentido, do acervo patrimonial da docente, cujo conteúdo foi reputado como inadequado pelas mães, em razão das idades dos alunos (11 e 12 anos). As mães noticiaram que a professora adotaria conduta incompatível com a moralidade esperada na sala de aula, com dizeres de cunho sexual aos alunos. Em razão de tais comunicações, as mães pediram providências do Ministério Público, razão pela qual foi instaurada Notícia de Fato para apuração dos fatos”.

Verissimo: humor livre em praça pública

Apoio à professora e Boletim de OcorrênciaVerissimo: humor livre em praça pública

É nos estudantes que a professora Cláudia tem arregimentado suas forças. “Me sinto fortalecida pela quantidade de alunos que vêm me abraçar. Alguns até chorando”, diz.Verissimo: humor livre em praça pública

Cláudia ainda registra que, além do apoio dos alunos, se ampara e agradece à direção, equipe pedagógica e todos os seus colegas do Marechal Castelo Branco.Verissimo: humor livre em praça pública

Ainda diante dos fatos, um Boletim de Ocorrência (BO) já foi registrado pela professora na delegacia de polícia local, assim como um advogado que a representa já tem se manifestado na ação aberta no MPPR.Verissimo: humor livre em praça pública

No fechamento dessa matéria, Extra Classe foi informado que as duas mães que estão questionando a professora estão arregimentando um grupo de pais para pressionar a exoneração da professora em frente ao MPPR.

Verissimo: humor livre em praça pública

Este correspondente usou retratos de Verissimo pelos melhores cartunistas do país - "melhores depos dele, claro", conforme reportagem de Stela Pastore in Extra Classe

19
Jun22

André Dahmer na Galeria de Arte até o dia 26 na rua Augusta 113 São Paulo

Talis Andrade

ANDRÉ

As pílulas de André Dahmer

Exposição de serigrafias e camisetas dele na Rua Augusta, 1371, especificamente na galeria de arte. Somente até 25/6. Os horários podem ser conferidos no twitter do Dahmer.

André Dahmer. Seu trabalho é uma crônica do mundo moderno que provoca o riso pela exposição ao óbvio de incômodos e questões da vida urbana. Pelo viés do humor, Dahmer engloba temas como amor, desilusão, vícios, solidão, internet e obsessão pelo consumo.ANDREANDREANDRE

17
Mai22

“Pagu foi múltipla, complexa e não apenas musa”

Talis Andrade

Ficha na polícia como mulher de 'vida fácil', cirurgias e militância: livro  revela temporada de Pagu em Paris | Livros | O Globo

 

Diz autora de livro sobre a militante feminista

 

Quando se pensa no nome Pagu, logo vem à cabeça a musa do modernismo brasileiro. Porém, a pioneira do feminismo foi muito mais do que isso, aponta a escritora carioca, Adriana Armony. Ela seguiu as pistas deixadas por Patricia Galvão na capital francesa nos anos 1930 para compor o seu novo livro "Pagu no Metrô".

“Eu viajei a Paris para entender como foi esta temporada, entre 1934 e 1935, que é praticamente desconhecida. Se sabia que a Pagu havia feito um périplo pelo mundo e Paris foi um lugar fundamental, onde ela participou de manifestações contra o fascismo e assumiu a identidade de Léonie Boucher”, conta a autora.

Adriana Armony, que é também professora, com doutorado em literatura comparada pela UFRJ, passou um ano em Paris, em 2019, fazendo a pesquisa para um pós-doutorado na Universidade de Paris 3 - Sorbonne Nouvelle. O romance, que mistura ficção, relato pessoal e pesquisa histórica, contempla um lado menos conhecido da jornalista, autora e ícone do feminismo brasileiro.

“A princípio, eu não sabia como seria este formato, que foi se estabelecendo em tempo real, à medida que eu ia investigar nos arquivos estas pistas da Pagu, ao mesmo tempo em que eu fazia leituras sobre ela e ia descobrindo, não apenas coisas reais, mas também questões subjetivas, porque a própria Pagu era cheia de pseudônimos”, explica Adriana Armony sobre o processo de criação do livro.

Numa época de grande agitação política, Patrícia Galvão desembarcou na França em meados de 1934, depois de uma volta ao mundo como correspondente de jornais brasileiros. Em Paris, ela aderiu ao Partido Comunista Francês (PCF). Como uma detetive, Adriana Armony reuniu arquivos de polícia, de hospitais e fotografias inéditas para retratar esse período.

“Na verdade, ela foi mandada pelo Partido Comunista brasileiro nessa viagem pelo mundo. Na Rússia, ela se reuniu com os dirigentes e ficou decepcionada quando viu que era uma casta e que havia muita miséria. Boa parte de seus ideais comunistas foi abalada", relata a autora.

Quando chegou em Paris, Pagu participou de vários eventos políticos, distribui panfletos na praça e foi detida pela polícia. "Ela é fichada e presa como uma estrangeira em situação irregular”, completa Adriana.Ficha na polícia como mulher de 'vida fácil', cirurgias e militância: livro  revela temporada de Pagu em Paris | Livros | O Globo

 

Autobiografia não cita Paris

 

"Pagu no Metrô", lançado pela Editora Nós, retrata um período que a própria Pagu deixou de fora na sua autobiografia. “Isso é um mistério. Eu até brinco com isso no livro, que narra também as minhas perplexidades de leitora e as minhas dúvidas”, diz Adriana Armony.

“Nessa autobiografia, ela faz um relato para o Geraldo Ferraz sobre a vida dela desde a infância, mas principalmente esta vida subjetiva, imaginária, das emoções, que vai até o momento da viagem dela a Paris. E a carta se interrompe sem nenhuma despedida. Eu fiquei me perguntando o que aconteceu? E começam os delírios e as hipóteses. Será que ela interrompeu ou alguém tirou esta parte porque não queria que se soubesse de alguma coisa? Aí vai a imaginação da romancista, se somando à imaginação da pesquisadora”, relata.

Para falar de Pagu, a autora precisa falar de si mesma. O texto é recheado de confidências em primeira pessoa, que se misturam a momentos da história real, num testemunho de vida de duas mulheres. “A gente conhece muito esse mito da Pagu bonita, de baton roxo. O nome Pagu já é algo mítico, que não parte da realidade”, explica.

 

Musa dos modernistas

 

Pagu teve grande destaque no Movimento Modernista, iniciado pela Semana de Arte de 1922. Nessa época, ainda adolescente, ela se tornou a musa dos modernistas. Até integrar, anos mais tarde, o movimento Antropofágico, sob influência de Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral. Ela viria a ter um relacionamento com Oswald de Andrade, quando o casal se torna militante do Partido Comunista brasileiro. Após a separação, ela vai morar sozinha, quebrando vários tabus para a época.

“A Pagu não participou diretamente de 1922, mas ela é uma figura importante do Modernismo e da Antropofagia, em 1928. Ela escreve no estilo taquigráfico e, mais do que isso, se torna um ícone feminista porque é uma mulher muito libertária, muito corajosa, que se colocava ativamente no campo da literatura, no campo das artes, ela fazia quadrinhos, tinha uma coluna chamada ‘A Mulher do Povo’ em que falava da mulher e criticava as mulheres burguesas, tinha uma relação forte com a classe operária, foi uma mulher batalhadora”, resume Adriana Armony.

“Eu acho importante a gente resgatar uma outra Pagu que é a Patrícia Galvão, a Pagu mais velha que é uma ativista cultural importante, que forma atores, que tem ligação com o teatro, que apresenta autores da literatura francesa”, diz Armony. “A gente vê que não foi fácil pagar este preço de mulher libertária, pois ela continuou sendo vista como um objeto e depois ela denuncia isso. Então, a gente fala de Pagu, de Patsi, de Mara Lobo, de Ariel, dessa Patrícia que tem que ser vista como uma mulher múltipla, complexa e não apenas musa no sentido de mulher bonita”, conclui.   

06
Abr22

A arma que o povo precisa: o revólver de Flaira, o fuzil de Bolsonaro

Talis Andrade

www.brasil247.com - Aroeira: remando com fuzis, Bolsonaro quer flexibilizar armas

O presidente vem repetindo que “o povo armado” representa um obstáculo para o surgimento de um “ditador"

Propaga Bolsonaro:

Os bandidos estão armados, você não tem paz nem dentro de casa. Eu não consigo dormir, apesar de uma segurança enorme aqui no Alvorada, sem ter uma arma do meu lado.

Quem não quer ter arma, é só não comprar. Não tem problema nenhum. Agora, se estiver sofrendo uma invasão, até pegar o telefone e ligar, muitas vezes a polícia leva horas. Uma arma é sua defesa, ou será que você não se garante? Arma protege a sua vida, sua família. Arma não mata; quem mata é o elemento que está atrás dela.

Eu tenho 2 [fuzis] em casa. Se a mulher sair do quarto, tudo bem. Mas o fuzil fica lá. Tá certo? Ele não sai. E para chegar no meu quarto tem duas portas […] E sempre foi assim a minha vida. Meu tempo de tenente, capitão do Exército, deputado federal. Nunca deixei de dormir com arma em casa.

Dificilmente alguém invade ou rouba uma casa em que há uma arma. A pessoa armada é uma segurança para sua família.  

A arma é inerente à defesa da sua vida e à liberdade de um país. Meus filhos todos atiraram com cinco anos de idade, real, não é de ficção nem de espoleta não, tá ok?

Não há nada de errado em ensinar valores e disciplina aos nossos filhos, pelo contrário, é fundamental e edificante. A bronca de parte da imprensa agora é que não vesti meus filhos de menina, nem incentivei o ensino de sexo para crianças na escola.

equilibrista.jpeg

Canta e encanta Flaira: 

flaira.jpeg

O meu revólver
É um estado de espírito
E o pessimismo
É luxo de quem tem dinheiro
 
A covardia
Impera sob a ignorância
Mas a esperança
É substância pra mudar (é substância pra mudar)
Mudar as coisas de lugar (mudar as coisas de lugar)
 
Uma cidade triste
É fácil de ser corrompida (é fácil de ser corrompida)
Uma cidade triste
É fácil ser manipulada
 
No contra-ataque da guerra, arte!
Pra não viver dando murro em ponta de faca.
No contra-ataque da guerra, arte!
Ninguém nessa terra vai comer farinata
 
Eu quero ver você dizer que
Não vai ter mais frevo
Eu quero ver você dizer que
Não tem frevo mais
 
Eu quero ver você dizer que
Não vai ter mais frevo
Eu quero ver você dizer
Eu quero ver quem vai
 
O frevo é um ser humano
O frevo é o nosso Rock
O frevo é a luta armada
De Zenaide, de Capiba e de Spok
 
Meu corpo é uma cidade
Com pernadas de aço
Pra furar um buraco
Na rocha do egoísmo
A revolta do passo
 
Ferrolho, tramela
Rojão, abre alas
Tesoura, martelo
Espalhando brasa
 
Ferrolho, tramela
Rojão, abre alas
Tesoura, martelo
Espalhando brasa
 
Eu quero ver você dizer que não vai ter mais frevo
Eu quero ver você dizer que não tem frevo mais
 
Uma cidade triste
É fácil de ser corrompida
Uma cidade triste
É fácil ser manipulada
 
No contra-ataque da guerra, arte!
Um corpo liberto deixa a mente afiada
No contra-ataque da guerra, arte!Flaira Ferro | Cifra Club
 

 
 
 
17
Mar22

Flaira Ferro ‘música que nasce do útero’

Talis Andrade

Pode ser uma imagem de pessoa e criança

 

por Raphael Vidigal

“Já compreendi bem vosso sistema. Destes-lhes a dor da fome e das separações, para distraí-los de sua revolta. Vós os esgotais e devorais seu tempo e suas forças, para que eles não tenham nem o ócio, nem o ímpeto do furor! Estão sozinhos, apesar de constituírem massa. Mas eu declaro que nada sois e que esse poder desfraldado é apenas uma sombra sobre a terra. Em vossa bela nomenclatura esquecestes a rosa selvagem, os instantes do dilaceramento e a cólera dos homens.” Albert Camus

Flaira Ferro, 30, segura um estilhaço de vidro que reflete a sua própria imagem, enquanto olha desafiadoramente para a frente. A imagem ilustra a capa de “Virada na Jiraya”, segundo disco da cantora pernambucana. A expressão que batiza o sucessor de “Cordões Umbilicais” (2015) se popularizou como sinônimo de raiva e indignação. Os dois sentimentos perpassam as 12 faixas do álbum, com doses frequentemente elevadas.

Flaira assina a maioria das canções, em parcerias com Igor de Carvalho, Ylana, Mayara Pêra e Cristiano Meirelles. Para passar o seu recado, a anfitriã renuncia aos volteios e não usa meias-palavras, como fica escancarado em “Faminta”: “Eu tenho fome/ Eu sou faminta/ Eu quero comer você/ Eu quero comer a vida”, dispara no refrão. Noutro trecho, ela debocha com voz infantilizada: “Eu canto suave/ Eu não desafino/ Eu faço tudo certinho”.

Dor. “Ótima” segue a mesma toada, com a pressão rítmica lá em cima. “Germinar” oferece breve momento de descanso e interiorização. O alvo de Flaira é o mundo exterior e as condições de que ela dispõe para modificá-lo. A aposta em “Estudantes” é na juventude, e o inimigo também é apresentado sem disfarces. “Mesmo que o destino/ Reserve um presidente adoecido/ E sem amor/ A juventude sonha sem pudor/ Flor da idade, muito hormônio/ Não se curva ao opressor”, entoa a intérprete.

“Suporto Perder” traz dueto com Chico César e denuncia o machismo tóxico. “Maldita” inclui o suntuoso piano do conterrâneo Amaro Freitas. A disposição para denunciar as mazelas de um mundo repressivo e em compasso de regressão perpassa todo o álbum, como na ácida “Essa Modelo”, com descontraídos jogos de palavras. “No Olho do Tabu” retoma o papo reto, da mesma maneira que “Revólver” e a crença de que “uma cidade triste é fácil de ser corrompida”.

Amor. “Casa Coração”, de Isabela Moraes, abrilhante o trabalho com seu misticismo existencial. “Coisa Mais Bonita”, cujo videoclipe causou polêmica, exalta a liberdade sexual da mulher, numa fina e rara combinação, que conjuga ação com poesia. Agora, Flaira lança o registro audiovisual de “Lobo, Lobo”, em plena quarentena, como forma de combater, novamente, as doenças desse século através da arte.

 

Raphael Vidigal entrevista Flaira FerroPode ser uma imagem de 1 pessoa

Quem é o principal alvo da crítica que você faz na música “Lobo, Lobo”?
Não há um único alvo. Lobos em pele de cordeiro atuam na surdina, estão em toda parte, muitos vestidos de personas que discursam em nome da “verdade”, do “amor” e da “moral”. Na esfera pública, todo dia descobrimos um novo caso entre líderes religiosos, políticos, filósofos, pensadores que, na primeira oportunidade, revelam suas intenções fascistas e hipócritas. Fiz essa música porque nossa democracia está baleada, há muito ataque às liberdades de expressão.

Provocações e ódios que vêm, muitas vezes, de pessoas que estão nos nossos ciclos de intimidade. Vivemos, por exemplo, a era das fake news. Quem são esses haters? É provável que estejam bem do nosso lado e a gente nem faça ideia. Estamos em uma crise ética profunda de valores humanos e esta realidade nos coloca em estado de alerta constante.

 

 

De que forma a música nasceu e quando se acendeu a fagulha da inspiração?
A fagulha foi uma decepção que tive com uma pessoa que convivi profissionalmente. Fiquei arrasada, mas tenho o costume de transformar as energias trevosas em usina criativa. Então, comecei a desenhar uns versos, mostrei o refrão pra Igor de Carvalho, meu companheiro, e seguimos ampliando o sentido daquela revolta que poderia se desdobrar em muitas situações na vida. Com a letra pronta, mostrei ela para uma amiga roqueira, Mayara Pêra, e ela trouxe a melodia dos primeiros versos. Nasceu uma parceria a três mãos.Pode ser uma imagem de 1 pessoa

Além de compositora e cantora, você é dançarina. Como o aspecto visual influencia na sua música e de que maneira essas linguagens conversam?
Minha relação com a música sempre foi muito corporal. Acredito que isso se deve ao meu trabalho com a dança desde pequena. O frevo, a rua e o improviso me ensinaram muito sobre a escuta e o jogo de perguntas e respostas entre som e movimento. Quase tudo que eu componho nasce de alguma sensação física. Seja de ordem emocional, espiritual ou material, disponibilizo minha pele e meus órgãos para receber os sons, as palavras e as melodias. Tem música que nasce do útero, por exemplo. Tem música que nasce da coluna, da bacia, de uma memória nos ombros, e por aí vai. Minha natureza é mais feliz quando estou em movimento.

 

Como foi gravar o clipe de “Lobo, Lobo” em meio a uma pandemia?
Escolhi fazer esse clipe durante a quarentena porque estava muito difícil acompanhar as notícias e ficar parada. Muita gente morrendo…Tá duro existir sob as informações de um cotidiano que mais parece uma fita de terror arranhada no repeat. A arte é, entre tantas coisas, uma tentativa de transmutar os infernos em recados políticos e poéticos. E “Lobo, Lobo” foi uma canção que acendeu minha usina interna para seguir atenta e forte, como canta Gal.

 

Quais foram as principais inspirações para realizar essa montagem visual?
Minha principal inspiração foi um vídeo trackz do disco “Matriz” que a cantora Pitty postou em abril. Era uma sequência de vídeos que ela mesma gravou em casa durante a pandemia. Eu achei muito interessante a alquimia de unir imagens simples, autênticas e caseiras com uma edição super esperta e profissional. Fiquei instigada e chamei a artista visual Mary Gatis para pensarmos juntas em algo caseiro, porém cuidadoso na montagem. Tudo foi feito em parceria.

Então, na prática, a gravação do clipe se deu em duas etapas. A primeira foi a de levantar ideias e traçar um argumento. A segunda foi a de pôr a mão na massa. Abri meu guarda roupa, montei alguns figurinos, inventei umas maquiagens, afastei os móveis da sala, chamei meu companheiro para dar o play na câmera e comecei a improvisar dançando e cantando. Com “uma câmera na mão e uma ideia na cabeça” a gente levantou as imagens em duas tardes. Além das gravações em casa, tínhamos alguns vídeos de acervo das projeções de show do “Virada na Jiraya”. Mary juntou todos os materiais e começou a montar o quebra-cabeça com maestria.Pode ser uma imagem de uma ou mais pessoas e pessoas em pé

O que pensa sobre o momento político do Brasil e as ações contra a pandemia por parte do governo federal?
O Brasil tá num contexto político tenebroso. Perversidades explícitas e, ao mesmo tempo, disfarçadas em discursos de progresso. A batalha é pela narrativa e as polarizações e os discursos de ódio se acentuaram muito depois do golpe em 2016 (que depôs a ex-presidente Dilma Rousseff). Cá estamos, mais de 90 mil mortos numa pandemia com consequências irreversíveis e um governo genocida. Estamos há meses sem Ministro da Saúde e, como se não bastasse, os escândalos de corrupção, as “rachadinhas”, com provas evidentes que parecem farelos nas mãos da legislação.

E a ineficácia do auxílio emergencial? E as nossas florestas sendo devastadas pelo capitalismo desenfreado e perverso? E a cultura sem nenhum direcionamento eficiente? E os modelos estruturais de racismo que conduzem esse governo? É tanta coisa ruim que só vivendo um dia de cada vez para caçar estratégias de sobrevivência a cada manhã. Por outro lado, sei que esse contexto atual não é algo isolado no tempo. É fruto de uma mentalidade fundada na lógica da exploração, na lógica do colonizador, do sistema escravista e patriarcal.

São séculos de profunda desconexão com a natureza. E isso tem consequências inimagináveis…Vivemos ainda as sequelas de um processo histórico baseado na violência. E para transformar isso é preciso despertar as consciências. E isso toma tempo. Toma tempo eleger novas lideranças, mexer nas leis, modificar as estruturas e os sistemas limitantes de crença. Nossa geração tem bastante trabalho pela frente.Pode ser uma imagem de uma ou mais pessoas

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