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O CORRESPONDENTE

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O CORRESPONDENTE

11
Jan22

Após insinuar assassinato de deputada, Ratinho nega direito de resposta

Talis Andrade

campanha ratinho.jpeg

... e do trabalho escravo

 

Ratinho insinuou morte de deputada federal em programa de rádio; apresentador não recuou dos ataques

 
 

O apresentador Ratinho [pai do governador do Paraná] informou à Câmara [dos Deputados] que não veiculará um direito de resposta da deputada Natália Bonavides, do PT do Rio Grande do Norte, que ele defendeu “eliminar” com uma metralhadora no mês passado. A manifestação de Ratinho, em que ele manteve os ataques, foi encaminhada à Procuradoria Parlamentar da Câmara no último dia 4. O órgão investiga o apresentador por crimes de injúria e difamação.

[Eliminar tem os seguintes semelhantes: amputar, apagar, cortar, extinguir, riscar, 
suprimir, matar]
 
 
"Não dá para pegar uma metralhadora?”
 

Em 15 de dezembro, durante o programa “Turma do Ratinho” na rádio Massa FM, Carlos Massa, o Ratinho, xingou a parlamentar, fez ataques machistas e insinuou sua morte [seu assassinato]. No dia seguinte, apagou a publicação, mas a Câmara guardou a íntegra do material.

“Natália, você não tem o que fazer? Você não tem o que fazer, minha filha? Vá lavar roupa, costura a calça do teu marido, a cueca dele, porque isso é uma imbecilidade, querer mudar esse tipo de coisa. A gente tinha que eliminar esses loucos. Não dá para pegar uma metralhadora?”, disse Ratinho, distorcendo informações sobre um projeto de lei apresentado pela deputada em novembro.

Em resposta à Procuradoria da Câmara, Ratinho não recuou. Segundo sua defesa, o apresentador “fez uma crítica” com “linguajar popular”, “na condição de um cidadão comum”. Ainda de acordo com o documento, Ratinho agiu “sem qualquer pretensão de distratar (sic) as mulheres, realizar ameaças ou prejudicar” a parlamentar. [Cidadão comum não ameaça, não intimida, não atemoriza, não apavora. Cidadão comum não faz discurso de ódio em uma emissora, concessão do governo federal]

Além da Procuradoria da Câmara, a Casa acionou a Polícia Legislativa. Depois das ofensas e incitações de Ratinho contra a deputada, a Polícia começou a apurar os ataques que a petista tem recebido nas redes sociais. [Ratinho tem milhares e milhares de seguidores fanáticos, idem milhares de empregados, incluindo seguranças, guardas, capangas armados, que Ratinho é proprietário de várias empresas. De rádios, televisão, internet, lojas em shoppings, imóveis de luxo, indústrias, latifúndios com pastos cobertos de gado, lavouras de soja, milho, feijão e café. Ninguém sabe bem a origem dessa riqueza, mas o Ratinho é um homem de alma sebosa. Nada mais brutal, mais cruel, mais desumano que a escravidão. Ratinho, em 2016, "foi condenado pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) a pagar uma multa de R$ 200 mil por manter trabalhadores em condição semelhante à escravidão em uma fazenda localizada em Limeira do Oeste, em Minas Gerais. A indenização por danos morais coletivos se deve, segundo a decisão judicial, à falta de fornecimento de material de proteção adequado ao ofício exercido pelos empregados e de espaço propício às refeições. Os contratados se alimentavam nos banheiros e nas lavouras, de acordo com o tribunal. O comunicador também é acusado de aliciar, sem respeito às normas legais, pessoas da Bahia e do Maranhão. Publicou o Correio Braziliense]. Natália Bonavides é uma jovem deputada. Ratinho já foi também deputado federal. Fez política de baixo nível, do baixo clero, de baixarias e ameaças, que repete hoje nos seus programas da extrema direita, sendo o filho o mais bolsonarista dos governadores. Inclusive programas financiados com dinheiro público, dinheiro do povo] 

 
08
Jan22

Projetos que vetam intervenções antimorador de rua ganham força no país

Talis Andrade

Prefeito Eduardo Paes (PSD) vetou a proposta no Rio de Janeiro

 

por Artur Rodrigues

Pedras pontiagudas debaixo de viadutos, divisórias em bancos de praça, grades nas portas de comércios e pontas de ferro e escadarias.

pombo   Saman Torabi.jpeg

Intervenções antimorador de rua continuam gerando polêmica nas cidades brasileiras e motivando propostas no Legislativo.

O assunto esquentou em um momento que a população em situação de rua cresce em todo o país, devido ao impacto econômico da pandemia.

Na esteira de denúncias feita pelo Eduardo Paes (PSD) vetou a proposta, da Pastoral do Povo de Rua, projetos de lei para proibir esse tipo de prática tramitam no Congresso, na Assembleia Legislativa de São Paulo e também na Câmara Municipal de São Paulo.

As ações têm apoio de entidades ligadas a arquitetura que, no entanto, refutam o termo arquitetura hostil, usado comumente para se referir às intervenções voltadas a afastar a população de rua da área sob viadutos, de bancos, de praças e de portas de lojas.

A crítica a esse tipo de ação ganhou mais força quando, em fevereiro de 2021, o padre Julio Lancellotti usou uma marreta para retirar pedras que foram colocadas pela prefeitura como medida para evitar moradores de rua em um viaduto na zona leste da capital paulista. Após o protesto, as pedras foram retiradas, em ação que custou R$ 48 mil.Padre Julio Lancellotti posta foto com marreta: "Muitas pedras injustas a  serem destruídas" - Revista FórumPadre Julio Lancellotti tira pedras colocadas pela prefeitura embaixo de  viaduto 'a marretadas' - Vogue | atualidadesPadre Júlio, do povo de rua de São Paulo, ganha homenagem da Assembleia -  Rede Brasil Atual

O padre segue com denúncias sobre o assunto. Em dezembro, citou aporofobia (termo que significa aversão a pobres) na Catedral de Campinas, onde havia espetos em uma escadaria. A catedral mandou tirar os espetos após o episódio.

Lancellotti diz continuar recebendo denúncias de casos parecidos vindos de todo o país. "Na medida em que aumenta a população de rua, aumenta a hostilidade", diz.

Na cidade de São Paulo, embora não sejam novos, restam vários exemplos de aparentes tentativas de impedir a presença de moradores de rua em determinados locais.

É o caso de pedras debaixo de um viaduto próximo da estação de metrô Parada Inglesa, na zona norte da capital, no canteiro central da avenida Luiz Dumont Villares, e também o de divisórias em bancos de praça e gradis colocados em frente de prédios.

O padre ainda citou preocupação com a realização de obras que retirem os moradores de rua, sem dar alternativas a essa população. Mesmo não tendo a motivação óbvia da chamada arquitetura hostil, uma área que desperta preocupação no padre é a obra de um jardim de chuva no canteiro central da avenida Doutor Gastão Vidigal, na Vila Leopoldina, na zona oeste da capital, região hoje com grande concentração de moradores de rua.

Inspirado nas queixas do padre, um projeto de lei, de autoria do senador Fabiano Contarato (PT-ES), foi aprovado no Senado. Agora, está em discussão na Câmara dos Deputados.

Se aprovado, o dispositivo será inserido no Estatuto da Cidade. O projeto veta técnicas hostis, como a instalação de pinos metálicos pontudos e cilindros de concreto nas calçadas com objetivo de afastar pessoas.

Na Câmara Municipal, também foi aprovado em primeiro turno um projeto de Toninho Vespoli (PSOL) e Eduardo Suplicy (PT) proibindo a prática.

Vespoli cita que esse tipo de prática urbana é agravado pela mudança do perfil da população de rua, incluindo muitas famílias com crianças. "Se já era ruim arquitetura de exclusão para adultos, imagina para as pessoas que não têm noção do que estão fazendo, como as crianças", disse.

O projeto foca o patrimônio público. Na Assembleia Legislativa, tramita um projeto do deputado Paulo Fiorilo (PT), em que poderiam ser abrangidos espaços livres de propriedades privadas, como ruas, calçadas, canteiros, ilhas, praças, jardins e estacionamentos.

Fiorilo, próximo do padre Julio, também levou em considerações as queixas do religioso. "A gente não sabe muito bem o que pode acontecer em Brasília, por isso, é importante a garantia de uma lei estadual em São Paulo", disse, sobre o fato de haver uma lei federal em tramitação.

De acordo com o deputado, o projeto está na Comissão de Constituição e Justiça e deve ter parecer favorável.

Na Câmara do Rio, um projeto neste sentido já foi aprovado em agosto. No entanto, o prefeito Eduardo Paes (PSD) vetou a proposta, sob a justificativa de inconstitucionalidade e de que a definição de padrões urbanísticos e construtivos é de competência do Poder Executivo.

Os projetos têm aprovação de arquitetos, embora eles critiquem o uso do termo arquitetura hostil.

"Arquitetura é um bem e é um instrumento, um patrimônio da humanidade para o desenvolvimento social, para o desenvolvimento econômico, para o desenvolvimento saudável. Então atrelar a arquitetura à palavra 'hostilidade' nos parece um pouco complicado", disse Ednezer Rodrigues, do CAU (Conselho de Arquitetura e Urbanismo), em audiência pública.

Para o presidente do IAB-SP (Instituto de Arquitetos do Brasil - departamento São Paulo), Fernando Túlio, melhor seria tratar o tema como uma técnica construtiva hostil.

Para ele, a arquitetura deveria democratizar o espaço público, em vez de seguir no caminho inverso.

"Entendo que as prefeituras deveriam ter manuais técnicos que definem o padrão do mobiliário urbano, e esses manuais deveriam impedir radicalmente que qualquer solução desse tipo, higienista, pudesse acontecer", diz.

Em vez disso, ele afirma que a população de rua poderia receber uma bolsa para ajudar a cuidar do espaço público.ImageA marreta de Júlio Lancellotti – O Caminheiro do Reino

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