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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

11
Mai23

Do Direito Desenhado ao senso comum institucionalizado: que fase!

Talis Andrade
 
 
 
A Gazeta | Resposta do ChatGPT
 

 

Por Lenio Luiz Streck

A coluna hoje é fragmentada. Em drops. Fazendo um sarcasmo, digamos que se trata de uma coluna desenhada e que pode ser mais resumida ainda. Tempos pós-modernos.

1. E a esquerda chilena pensava que bastava proibir o mosquito de picar e os ventos de entufar

Leio que a população chilena elegeu um Congresso Constituinte de direita-extrema-direita. Com maioria absoluta. Foi o troco ao projeto de Constituição rejeitado por maioria acachapante não faz muitos meses.

Triste. Mas mais triste é a chance perdida. Empolgaram-se os ramos identitários dos mais variados e colocaram tudo na Constituição. Faltou estratégia. Causas justas nem sempre podem ser esfregadas na cara do conservadorismo. Resultado: a extrema-direita acordou. E vai dar o troco no novo texto.

Sobre isso o meu amigo Arnóbio Rocha escreveu interessante artigo no GGN, mostrando que a ultradireita chilena é um legado dos movimentos de 2010, 11, 12 e 13 ocorridos no mundo. Tem razão. E, é claro, aqui no Brasil a turma de 2013 não só acordou a extrema direita como engendrou o imaginário da "lava jato". Que deu no que deu.

Portanto, cuidado com o que desejam os progressistas brasileiros.

Volta e meia vejo alguém pedindo nova Constituinte no Brasil. Maravilha. Fico pensando na grande dúvida que haverá na votação final do texto: o cargo de carrasco para executar a pena de morte (que será introduzida na nova CF) será por concurso ou por indicação DAS? Imaginem as propostas de deputados como Zé Trovão e Major Wilson.

A ver. Sem h.

Charges de agora - Blog de Rocha
 
 
 
 

2. Mientrastanto, foi lançado o Direito Constitucional Desenhado

Vi nas redes que foi lançado o Direito Constitucional Desenhado. É um livro e também um método, diz o autor.

Vamos todos para Estocolmo. E dizem que vem aí o resumo desse Direito Constitucional Desenhado — para aqueles que acham desenho "textão". O resumo do resumo. E no final, o resumão. Mastigado. Mais as aulas sobre lei seca (que não é sobre balada segura).

Como disse uma causídica "especialista" em inteligência artificial em programa de TV domingo à noite, o ChatGPT é legal porque com ele dá para fazer petições mais rápido. Bingo. Binguíssimo. Vamos ganhar o prêmio Ig-Nobel.

Sim, sei que já havia o "Seja F... em Direito Constitucional". Best seller. Interessante é que não aparece o "Seja F... em Direito do Consumidor". E nem Direito Civil Desenhado. Por que, raios, essa implicância com o direito constitucional? Espero que não apareça o "Seja F... em Teoria do Direito". Bom, já existe o Direito Processual Sem as Partes Difíceis (ou chatas, não lembro bem).

Tem também o Descomplicando o Direito Constitucional. Uma coisa é comum em todos esses "jus mastigamentos": o descumprimento do "Fator Água Mineral". Sim, porque no Brasil só quem cita a fonte, mesmo, é a garrafa de água mineral. Os descomplicadores fazem como o ChatGPT. Juntam tudo, mastigam e devolvem "descomplicadamente". Vendo os desenhos e os vídeos, tem-se a impressão de que o constitucionalismo foi inventado pelo... autor dos desenhos. E assim o mundo munda.

Depois nos queixamos quando um caso de menos de dois gramas de maconha — com pena de quase 8 anos — chegue ao STF. Ou uma juíza que nega direitos previdenciários porque uma foto mostrou que uma cama estava sem arrumar (e por isso ela calculou, por indução, que havia mais uma pessoa morando na casa). Eu li a decisão.

Depois nos queixamos, com alunos que estudam (n)isso, que tenhamos no futuro gente formada nesse "ambiente jus tóxico". E nos queixamos quando perdemos uma causa com base em um enunciado feito em workshop em hotéis na praia e desse enunciado não podemos recorrer...! Sim, "Juizados Especiais desenhados" — eis aí minha sugestão para os autores que navegam nessas águas mansas das simplificações de coisas complexas.

Outra sugestão: "Direito Recursal Desenhado" — para mostrar como um agravo em REsp é julgado monocraticamente... Ou "Desenhando os robôs jurídicos". Ou "O artigo 489 do CPC em legal design". Ainda: um livro sobre o "Conceito de Teratologia Jurídica em dois minutos".

É isso. Passei do limite de texto pós-moderno. Peço sinceras escusas, como dizia aquele famoso (ex-)magistrado.

 

 

 

17
Jan23

Quem são os “infiltrados” que comandaram a destruição da Praça dos Três Poderes?

Talis Andrade
www.brasil247.com -
 

 

O que houve de 8 de janeiro de 2022 é uma etapa da guerra suja (híbrida)?

 

por Arnóbio Rocha

- - -

A destruição dos prédios públicos teve um comando interno ? Qual o objetivo?

O interventor na Segurança Pública do Distrito Federal, Ricardo Capelli, deu uma declaração, hoje, 16 de janeiro, em que afirmou que uma linha de investigação sobre grupo de pessoas com muito conhecimento sobre os prédios da Praça dos Três Poderes, como também de tática militar e de defesa.

O que indica efetivamente que a “multidão” de idosos, idosas, outras mais jovens, casais com crianças, todos (as) radicalizados (as), foram usados (as) como distração, em parte, pois colaboraram com a destruição, mas foram  instrumentalizados (as) por grupos bem treinados, preparados, para causar danos mais graves e com capacidade, no limite, de resistência, caso tivesse sucesso o levante.

Mas quem são esses “infiltrados?

Seriam eles militares de serviços reservados das FFAAs, agentes da ABIN ou de serviços secretos de Polícias estaduais? Ou agentes externos (CIA, FBI?). Teriam um planejamento mais específico e a ação de insuflar a horda selvagem serviria para esconder suas ações mais elaboradas e com plano político de poder?

Importante lembrar que nas Jornadas de junho de 2013, em São Paulo (acompanhei de perto), era nítido que havia uma ação coordenada, que agiu por dentro das primeiras manifestações, aparentemente convocadas pelo Movimento Passe Livre, que rapidamente, essas lideranças à esquerda, foram substituídas, por um grupo que levantou pela primeira vez as chamadas: Movimento sem Partido, Nossa Bandeira não será vermelha, etc.

Essa tática, aparentemente meio confusa, alguns “black blocs” para dar uma roupagem (na época) de esquerda, enquanto quem dirigia era um grupo com bem mais experiência e domínio sobre o que efetivamente estavam fazendo, inclusive a inclusão de pautas, não relacionadas aos 0,20: Hospitais ou Escolas Padrão Fifa, ou a defesa da PEC 37.

O que houve de 08 de janeiro de 2022 é uma etapa dessa guerra suja (híbrida?)? Quem comanda efetivamente esses grupos (sem a obviedade de que são bolsonaristas), é uma organização civil-militar extremista para além do bolsonarismo, pois parece que há algo mais profundo. Será que as autoridades chegarão a identificação dos líderes desss movimento (ou movimentos?)?

É preciso estudar com mais profundidade quem trabalha pela queda dos regimes democráticos no Brasil e no Mundo, não como uma teoria da conspiração, mas como método para compreender como trabalham, como se infiltram, como conseguem fazer prevalecer um discurso de ódio ao sistema, à Democracia e contras as instituições.

Levará tempo, mas tem que começar hoje, antes que seja tarde.

18
Jul22

Bolsonaro questiona o Sistema Eleitoral: A fase de cogitação (preparação) do GOLPE

Talis Andrade

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O Brasil não pode tolerar esse comportamento faccioso, fratricida, que vai jogar o país no abismo. O que mais o povo vai esperar?

 

por Arnóbio Rocha

- - -

Diga não ao GOLPE, defendamos o sistema eleitoral e a Democracia.

Bolsonaro chamou hoje 18.07, os embaixadores de todos os países e mais uma vez envergonhou o Brasil, de forma humilhante discursou pateticamente para dizer que o sistema eleitoral brasileiro não presta, que pode (já foi) ser fraudado, criou a figura de um hacker que roubou senhas de altos funcionários do Tribunal Superior Eleitora (TSE) e de ministros da corte eleitoral brasileira.

Isso se chama crime de lesa-pátria.

Mais um crime de responsabilidade praticado por Bolsonaro, aliás, nesses quase quatro anos, raras são as semanas em que ele não pratica crimes contra o Brasil, sem nenhum pudor. Dessa vez assume maior gravidade, pois o país se prepara para suas eleições mais importantes, Presidente, Governadores, 1/3 do Senado e Deputados Federais e estaduais.

Bolsonaro põe em xeque as eleições, é como se preparasse para um crime maior, um GOLPE de Estado, está na fase de cogitação, nesse caso, já comete o crime quando mente e cria uma ficção diante do mundo, para não aceitar sua provável derrota nas urnas.

Bolsonaro mais uma vai para o confronto com as instituições, TSE e STF, mais uma acusação vergonhosa, sem provas, até então, quem tentava emparedar o TSE, eram os generais milicos-marajás, estes faziam acusações genéricas, propõe uma ridícula apuração paralela e depois votação paralela com cédulas, parecem não querer perder suas mamatas.

Agora, e muito mais grave, é o chefe da nação que fala para o mundo que o Brasil é uma República e bananas, que não tem condições de fazer eleições livres, que ele não aceitará os resultados da urnas.

Bolsonaro não mais fala genericamente, nesse momento ele diz abertamente que as eleições não são confiáveis.

O Brasil não pode tolerar esse comportamento faccioso, fratricida, que vai jogar o pais no abismo, a humilhação internacional está dada desde 2016, o que mais o povo vai esperar?

BASTA.

Todos que defendem a Democracia precisam se unir, independente da posição política, tem que garantir o processo eleitoral e afastar o GOLPE e os Golpistas, a família Bolsonaro e sua trupe de aventureiros. Fazer cumprir a Constituição, o STF, o TSE e o Congresso precisam dar resposta URGENTE. Os partidos políticos, os sindicatos, as entidades de classe, como a OAB, ABI, não podem aceitar em silêncio tamanho disparate.

BASTA!

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14
Mai22

Direito McDonald's: picanha não é picanha, direito não é direito

Talis Andrade

caçadoree ódio radicalismo.jpg

 

Por Lenio Luiz Streck /ConJur

Arnóbio Rocha escreve belo texto denunciando o mundo fake (ver aqui). O articulista utiliza o recente caso do McDonald's, que cinicamente respondeu que o McPicanha não era de picanha, mas o molho dava a impressão da experiência do gosto de picanha. Foi obrigado a retirar do cardápio, mas não deve demorar para "repaginar" o sanduíche que era vendido a preço absurdo e com um "toque de chef, gourmet".

Como é possível que alguém engane o consumidor a esse ponto? Claro que é possível. Trata-se de um mundo fake, diz Arnóbio. Correto. E fica chique com um toque do chef.

Há décadas venho falando do direito fast food. Talvez eu tenha sido o primeiro a denunciar esse modelo, que Warat, antes de mim, chamava de direito prêt-à-porter.  A famosa mcdonaldização. Que foi sendo aperfeiçoada com TikTok, visual law e coisas do gênero. E vem mais por aí.

No direito vende-se direito que não é direito. McPicanha... que não é de picanha. Não contém picanha.  Direito sem direito. Direito só com molho de direito — claro, com um toque do chef.

Fast food jurídico é mcdonaldização.  Tudo rápido. Curtinho. Não escreva nada que tenha muitas linhas. E, é claro, desenhe. Mas não é mais direito... E daí? Tem molho à moda do chef.

O resultado da jusmcdonaldização? Comunidade jurídica mal alimentada. Obesa. Como não há picanha, só o cheirinho, só o molho, no direito ocorre algo parecido. Como não há direito no direito, o sujeito se forma reacionário, para dizer o menos. E usa o direito para levar adiante esse reacionarismo.

Vejam um bom exemplo de direito sem direito: não posso afirmar que a estatística ainda vale, porém lembro que, durante nossa luta pela presunção da inocência, 63% da comunidade jurídica era contra as ADCs 43, 44 e 54 (que buscavam a alteração da posição do STF). Ou seja: 63% das gentes formadas em direito eram contra a garantia constitucional da presunção da inocência. A maioria da área do direito era contra o direito.

Agora, o ódio e o rancor voltam. Não seria desarrazoado dizer que esse mesmo percentual de 63% agora acha que o presidente da República pode tudo (e todos os dias), chamando ministros do STF de canalhas e afrontando o Poder Judiciário com um decreto de indulto mcdonaldizado. A parcela da área jurídica que defende o presidente e defende esse ato de indulto acredita que o decreto dispensa qualquer fundamentação que diga respeito ao interesse público e à moralidade. Afinal, como disse um articulista (tem gente buscando fundamento no originalismo norte-americano), é um ato do príncipe.

Até juristas que, em 2016 diziam, com veemência, que Dilma não podia nomear qualquer um para ministro (por exemplo, a nomeação de Lula anulada pelo STF), agora dizem que "presidente pode tudo". É o que eu chamo de "anarco-textualismo", que, por vezes, vira "anarco-voluntarismo".

O pano de fundo: a liberdade de expressão. Como disse uma autoridade não faz muito, "prefiro perder a vida do que perder a liberdade". Que liberdade? A do AI-5? McNífico, não? Ups. Por coincidência,  McNífico é outro sanduíche do McDonalds.

Deixo Antônio Prata, um não-jurista, falar por mim:

"Poucas discussões estão mais mal colocadas, hoje, do que essa sobre a liberdade de expressão. Quando (i) temos bilhões de dólares e a ciência mais avançada (da matemática à psicologia) criando algoritmos que privilegiam, (ii) incentivam e propagam em escala global as opiniões mais extravagantes, chocantes e violentas; (iii) quando o resultado deste comércio desregulado de ideias é o esgarçamento do tecido social, (iv) o afunilamento do espaço público, a polarização política, as guerras culturais,  (v) o crescimento vertiginoso da depressão, ansiedade e suicídio entre jovens; (vi) quando esse sambalelê civilizacional põe a democracia em risco e se fala em Guerra Civil, nos Estados Unidos, e golpe militar, no Brasil, simplesmente defender a liberdade de expressão como um princípio absoluto e pronto, acabou-se, é meter a cabeça num buraco para não ver o que se passa."

E Prata pergunta: "Qual a solução? Mudar os algoritmos? As plataformas melhorarem seus filtros e regras de conduta? Criar-se uma espécie de constituição global para as redes sociais? Não tenho ideia, mas talvez o primeiro passo seja tirar os antolhos da "liberdade de expressão über alles!" e encarar o problema." Pronto. Disse tudo.

O mundo está doente, complementa o articulista:

"(...) uma das causas da doença é a transformação da opinião em commodity e a aplicação da lei da oferta e da procura ao campo das ideias, o que faz com que quebrar a placa com o nome da vereadora assassinada eleja um deputado, mas propostas sólidas sobre educação e saúde pública, não."

placa marielle por gilmar.jpeg

E digo eu: o direito adoeceu. As ofensas (liberdade de expressão über alles) em redes sociais e aqui mesmo no ConJur (está cada vez mais difícil ziguezaguear no entremeio dos palavrões, ataques e nesciedades) demonstram exatamente isso que digo. Pior: gente escondida atrás de apelidos. Imaginem no Twitter.

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Pior de tudo é que o mote principal é exatamente aquilo que se faz todos os dias: em nome da liberdade de expressão está a liberdade de agressão. Das mais abjetas.

Por isso,

(i) Quando defender a tese de que se-pode-tudo

(ii) Quando incentivar, aos histéricos berros, que a Suprema Corte deva ser invadida e que cabeças de ministros devam ser quebradas

(iii) Quando se diz que tudo isso faz parte da liberdade de expressão e quando essa defesa de "liberdade über alles" é feita por gente do direito,

...é porque rotundamente fracassamos.

Na verdade, de há muito chovia na serra... e todos foram comer um McPicanha... sem picanha.

Mas com um toque do Chef!

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31
Jul20

O Brasil do genocídio naturalizado

Talis Andrade

militar general bolsonaro.jpg

 

 

por Arnóbio Rocha

 - - -

A pandemia foi a melhor notícia para BolsoNERO e sua trupe mambembe.

Afinal toda sua a incompetência e incapacidade para administrar o país foi apagada. Por exemplo, o abutre Guedes pode mentir falando de que o Brasil estava em pleno voo, mas a pandemia o abateu, portanto, encontrou desculpa ideal para não ser responsabilizado pelo caos.

Guedes, com apoio midiático, se aproveitou do momento terrível para aprofundar a pilhagem contra os trabalhadores, contra a população, acabando os direitos e impondo mais castigos ao Brasil, sob aplausos da mídia e conivência de Maia e Alcolumbre.

Outros medíocres, como Sales e Araújo, aprontaram nos seus lugares, impondo mais destruição da natureza e da imagem pálida do Brasil mundo afora, tudo conspira para o pior do país e de seu povo.

As quase 90 mil mortes oficiais, nesse 28.07, parecem vistas como uma mera fatalidade, e não sendo vista como de responsabilidade do governo de BolsoNERO, de mãos livres, ele continua rindo à toa, oferecendo cloroquina para Ema, entre outras presepadas.

O Auxílio Emergencial é o grande amortecedor de uma revolta, por enquanto. A proposta aprovada pelo congresso, por enorme esforço da oposição, com valor maior do que desejado por Guedes-BolsoNERO-Globo. Imediatamente a ideia foi apropriada como sendo de BolsoNERO, o pai dos pobres e virou o estabilizador do apoio ao nefasto projeto destruidor. Escondendo os trilhões dados aos banqueiros sem nenhum repasse à economia.

Depois de meses de falas tresloucadas, BolsoNERO foi convencido a ficar em silêncio, para faturar suas conquistas, e continuar a atentar contra a Democracia, sem exposição pública. Até a sua suposta contaminação é uma forma de ganho para sua imagem.

O fosso social e econômico se refletem nos ganhos dos bilionários nessa Pandemia, ao mesmo tempo em que explodiu o desemprego e a miséria, mitigada pelo Auxílio Emergencial, nunca o país esteve tão próximo da barbárie.

Os governos estaduais que cumpriram importante papel no combate ao coronavírus, na maioria cedeu às pressões, liberando o isolamento, num momento prematuro e só aumentou o número de mortos, acabarão “sócios” de BolsoNERO, nessa conta impagável.

27
Abr20

Bolsonaro e Moro, Irmãos Siameses em Divórcio

Talis Andrade

 

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por Arnóbio Rocha

___

 

Moro é o Protótipo da Classe Média.

Moralista, juiz incorruptível usou as leis para PUNIR os criminosos, especialmente os poderosos, que expôs ao país a corrupção estatal e das empresas privadas, tudo isso desde uma pequena vara federal em Curitiba. Casado com uma advogada, vida simples e sem ostentação.

É essa a imagem construída, quase como um conto de fadas, só faltou a cena dele num cavalo brando conquistando sua amada “conja”.

Olhando mais de perto há enormes lacunas nesse currículo, que não serão respondidas no calor midiático e de cegueira coletiva, os fins da lava jato, justificaram qualquer meio espúrio, inclusive a miragem de quem é o seu principal personagem.

A corrupção jamais foi o mote da Lava Jato, ao contrário, a dominou, em nome do combate à corrupção, de produzir manchetes, cavar espaços, ampliar possibilidades de palestras, até vagas em governos, tudo isso é dito e confessado na #Vazajato.

Voltemos ao ex-juiz, há sempre incertezas, desde sua formação acadêmica e seu ingresso na magistratura, as línguas que domina, que estão na plataforma Lattes, até suas decisões, seu método de formar “convicções, ainda que não haja provas”. A sua atuação nas investigações do Banestado, até a sua entrada definitiva nos holofotes da Lava Jato.

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Bolsonaro é o inverso do outro irmão.

É um militar que foi aposentado aos 33 anos, com a patente de Capitão, sem dizer a razão de ter sido reformado tão jovem, seria didático se saber, como e por quê. Entra para política como a “voz dos milicos”. Foram oito mandatos seguidos de deputado federal, como Zero produtividade, se celebrizava pela falta de educação, postura e de que era a imagem do baixo clero.

Entretanto criou uma base sólida de votos e apoios, uma personificação de alguém que não era do Sistema, que lutava contra ele, incorruptível, mesmo que usasse das mamatas dele, vide as verbas de gabinete que ele confessa que usava para “comer gente”.

Esse personagem histriônico, quase folclórico, virou uma “blend”, uma marca, Bolsonaro tem um Presidente, um Senador (01) pelo Rio de Janeiro, Um Deputado (03) mais votado por São Paulo e um Vereador (02) pelo Rio de Janeiro, sim, um “pegador” (04), que ainda não tinha idade para cargos.

 

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A família que odeia o Estado, o estatismo, a Política e a Democracia, vive de …Política. Definitivamente a terra não é plana.

Para além disso, na esteira de Bolsonaro, se elegeram governadores, como Dória (Bolso-Dória), um juiz desconhecido, no Rio de Janeiro, Witzel, entre tantos outros, deputados, senadores.

O Casamento Fatal, Moro e Bolsonaro, sob o Mote: Contra a Corrupção, o casal que salvará a Pátria, vestida com camisas falsas da CBF.

Desde 2013, o Brasil, entrou numa espiral de baixa estima, sempre em queda. As tais jornadas despertaram um personagem sórdido, o tal gigante, sem nenhum caráter, moralista, analfabeto funcional, egoísta e arrogante. Esse sentimento ruim levou o país à lona.

Algumas instituições sem nenhum apego à democracia cresceram enormemente nesse sentimento punitivo, atávico, sem discernimento, cujo mono tema é a Corrupção e esta, foi colada no PT, talvez o único partido que tenha efetivamente combatido a corrupção, mesmo que tenha transacionado com ela, com seus agentes, pela governabilidade.

Sem nenhum pudor, personalidades como Temer, Aécio, Eduardo Cunha, viraram estrelas no processo de caçada ao PT.

Porém crescia a imagem dos dois personagens paralelos, Moro e Bolsonaro. Cada um ao seu turno, trabalharam conjuntamente, se sobrepondo à Constituição, às leis, justificados pela guerra santa à Corrupção. Santificados e incensados pelas Mídia.

A tempestade perfeita. Lava Jato e moralismo no Congresso.

O encontro entre eles resultou no impedimento de uma candidatura de Lula à presidência, tenho dúvida se mesmo com ele concorrendo, Bolsonaro não venceria, do meu ponto de vista, Haddad cumpriu um papel muito grande em ir ao segundo turno.

De toda sorte, a não candidatura de Lula, abriu espaço para o crescimento de Bolsonaro nas classes populares, na periferia, pois seu linguajar, a imagem de durão, tem apelo real, de que ele não é (era) do Sistema, assim como Lula, também é visto.

Moro foi essencial ao jogo político, decisivo no destino do Brasil, a condenação “sem provas, mas com convicções” é um clássico digno de Maquiavel.

A ida ao governo, sem antes, aqui entra o lado B da classe média, exigir uma vantagem (indevida) para deixar a magistratura. A classe média reclama da corrupção, mas ama um jeitinho, uma vantagem, inocente, como se fosse portadora de algo especial, seu espírito cívico esbarra na conta do cabeleireiro.

Bolsonaro tem traquejo político, com seus filhos numerais, encontraram em Moro um “veio moral”, que pudesse apagar as relações familiares com milicianos, personagens menores de pequenos golpes, como as “rachadinhas” de gabinetes, comportamento típico de baixo clero, de parlamentares que não fazem parte do jogo real do poder e fica com as sobras.

A atuação de Moro no ministério da justiça foi um enorme fracasso, nada digno de nota, basta lembrar que no seu discurso de demissão, gastou dois minutos sobre o que fez, e 38 minutos fazendo uma delação premiada. Nada mesmo que possa ser lembrado, uma marca qualquer que seja, um fiasco que será esquecido, apenas porque a mídia é amiga.

A vantagem (indevida) não se sabe se concretizada será tema do divórcio, quase uma pensão alimentícia, uma indenização por danos morais, pois o conge lhe atrapalhou a carreira, impediu sua ida triunfal ao STF, por enquanto.

O Divórcio será feito de forma litigiosa, com acusações, com ameaças, e, no estilo Moro, com sordidez, como apresentar conversas com sua afilhada de casamento, aquela que fez do seu casório uma festa para seu padrinho, de tanta devoção ao ex-juiz.

Moro tem a proteção da Globo, a fidelidade canina, nenhuma pergunta incômoda, nenhuma explicação sobre seus crimes, nenhum questionamento sobre a conduta, nem mesmo se as mensagens de print eram de “supostas conversas”, como fez na #vazajato. Ao amigo tudo, aos inimigos a destruição de reputação.

Pelo lado de Bolsonaro, além da máquina estatal, a força da máquina de moer das redes sociais e suas fakenews usadas à exaustão, que Moro finalmente vai experimentar contra si, já que usou tanto contra Lula, Dilma, o PT.

Dessa separação, um não viverá, um será tragado, façam suas apostas.

 

29
Out19

O "leão" fascista Bolsonaro explicita a sua ameaça de golpe

Talis Andrade

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Ali, não se trata de uma mera provocação, ou de um ato falho. Sob minha ótica, revela algo mais profundo e preocupante. Todas as instituições democráticas são tratadas como inimigas, apenas ele, o Leão, seria o bom, o homem de bem, contra as hienas, animais repugnantes.

Os partidos, do PT ao PSL, passando pelo MBL. Da OAB ao STF, e a imprensa, representada pela Globo. Ninguém escapa do ódio e da sanha do poder autocrático. A família Bolsonaro passou um recado, explícito, de que vai ao ataque, não aceitará que as instituições os enfrentem, como parte do jogo democrático e da convivência em sociedade plural.

Portanto, não se pode encarar como algo solto, principalmente no contexto de que eles estão acuados com os áudios explosivos do miliciano, parceiro e camarada de armas da família presidencial. Para sair das cordas, um vídeo cheio de símbolos, a sociedade precisa reagir, não é só apagar o vídeo, é o conteúdo da mensagem que devemos refutar de forma clara e firme.

A loucura dos de cima, como diz o bardo inglês, traz consequências nefastas para toda a sociedade, especialmente aos pequenos, os desvalidos, pagarão a conta desse desatino.

O repúdio do Ministro Celso de Mello, no decano do STF, deveria ser acompanhado pelas demais entidades ofendidas pelo presidente despreparado e que despreza a democracia.

A senha do GOLPE e do fechamento das instituições foi mais uma dada, até quando será tolerado?

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