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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

06
Jul23

Visão do Correio: Menos armas, menos violência

Talis Andrade

bolsonaro criança arma .jpg

 

Editorial

No primeiro semestre deste ano, ocorreram 10,2 mil assassinatos no país — uma redução de 0,7% na comparação com igual período de 2022

 

A revogação dos decretos que liberavam a comercialização de armas de fogo e munição — um dos primeiros atos do governo petista — começa a apresentar resultados. No primeiro semestre deste ano, ocorreram 10,2 mil assassinatos no país — uma redução de 0,7% na comparação com igual período de 2022. Ao longo de 2022, foram 40,81 mil mortes por armas de fogo, o que representou uma diminuição de 1% em relação ao ano anterior (41,1 mil) e uma sinalização de declínio. Este foi o menor resultado desde a série histórica, iniciada em 2007, segundo os dados do Núcleo de Estudoda Violência da Universidade de São Paulo (USP).

O recadastramento exigido pelo Ministério da Justiça atualizou os dados de 939.154 armas (99% do esperado). O número ficou abaixo das estimativas dos especialistas. Para eles, quase 3 milhões de artefatos entraram em circulação no país nos últimos anos.

Parcela da sociedade e parlamentares discordaram da decisão do governo de revogar todos os decretos que liberavam a compra de armas e munição. Mas a maioria da sociedade brasileira, como revelaram várias pesquisas de opinião pública, é contrária à venda de artefatos bélicos livremente. Desde o início da edição de decretos, as autoridades da segurança pública também se manifestaram contra o livre comércio. Advertiam que a liberalidade abria enormes brechas para as organizações criminosas alimentarem seus arsenais.

Por unanimidade, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) acolheu as ações apresentadas pelo PSB e PT, que questionavam os decretos do então presidente Jair Bolsonaro, flexibilizando a aquisição, o cadastro, o registro, a posse, o porte e a comercialização de armas de fogo e munições. A Alta Corte considerou diversos dispositivos inconstitucionais, entre eles a presumida necessidade de compra de armas que pode ser feita por caçadores, atiradores desportivos e colecionadores (CACs), antes do uso exclusivo das Forças Armadas e dos órgãos de segurança pública, como o fuzil. Na opinião da presidente do STF, ministra Rosa Weber, as normas do ex-governo "introduzem uma política armamentista incompatível com o Estatuto do Desarmamento (Lei nº 10.826/2003)".

Foi considerado ilegal ainda o prazo de 10 anos para renovação do registro. Está proibida a importação de armas estrangeiras por comerciantes e pessoas físicas. Caiu também a possibilidade de aumento da quantidade máxima de artefatos que poderia ser comprada por qualquer pessoa, militares, agentes de segurança pública, membros da magistratura e do Ministério Público. De acordo com o STF, a compra de armas de uso restrito só pode ser autorizada no interesse da segurança pública ou da defesa nacional, e nunca por interesse pessoal.

As restrições ao comércio de armas são mais do que necessárias. Na cabe às pessoas físicas agirem como agente de segurança pública. Esta é atribuição do poder público, por meio das polícias Militar e Civil, como estabelece a legislação. O cidadão comum não tem habilidade nem agilidade suficiente para conter um ataque de malfeitores. Não raro, ele perde a arma para o bandido e também a vida. Os assassinatos registrados no ano passado, não fazem só uma vítima. Ao redor dela, estão família, os filhos, os pais e tantas outras pessoas que se tornam órfãs dos que morreram, sejam homens, sejam mulheres. Quantas mulheres não foram vítimas de feminicídio por um revólver. Os jovens também estão na mira da violência, que interrompe a sua trajetória de vida. Os policiais nem sempre escapam com vida em um embate com bandidos — com muita frequência, a execução de um deles ou de vários é noticiada. Em uma sociedade civilizada, os artefatos bélicos são exclusivos dos militares e das forças de segurança, e não dos indivíduos.

21
Mar23

Deputada que ameaçou Lula pode sofrer devassa do STF em seus registros de armas e até ser presa

Talis Andrade
 
 
Preconceito contra armas. Por que uma mulher com uma arma na mão e uma  tiara na cabeça apavorou dois homens? Porque um cidadão de bem armado... |  By Júlia Zanatta | Facebook
 
 

Bolsonarista Júlia Zanatta (PL-SC) é alvo de ações no Supremo após fazer postagem em que aparece segurando uma metralhadora e vestindo uma camiseta que faz referência ao presidente da República

 

por Ivan Longo / Revista Fórum 

 

A deputada federal bolsonarista Júlia Zanatta (PL), de Santa Catarina, deve se tornar alvo de investigações do Supremo Tribunal Federal (STF) após postagem nas redes sociais em que incentiva a violência contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva

Na última sexta-feira (17), a parlamentar publicou uma foto em que aparece segurando uma metralhadora e vestindo uma camiseta com a imagem de uma mão com quatro dedos, em referência a Lula, perfurada por três tiros.

“Não podemos baixar a guarda. Infelizmente a situação não é fácil. Com Lula no poder, deixamos um sonho de liberdade para passar para uma defesa única e exclusiva dos empregos, do pessoal que investiu no setor de armas. Estamos agora falando em socorrer empregos”, escreveu ela, junto à foto.

Para o deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP), a postagem de Júlia Zanatta é "apologia ao assassinato" de Lula. O parlamentar, através das redes sociais, anunciou que protocolou notícia-crime no STF contra a bolsonarista. "Fascismo precisa ser contido. Basta de violência", escreveu Valente. 

"A liberdade de expressão e manifestação tem limites constitucionais, inclusive na imunidade parlamentar. Então, se você faz apologia ao crime ou a um ato criminoso, precisa ser investigado", declarou ainda o psolista. 

O deputado federal Alencar Santana Braga (PT-SP) e o líder da bancada petista na Câmara, Zeca Dirceu (PR), também acionaram o STF contra Júlia Zanatta. Na representação, os parlamentares apontam que a publicação da bolsonarista configura "uma conduta que para além da prática criminosa de per si, reafirma, infelizmente, uma visão de mundo permeada pelo ódio e desinteligência democrática, que tragicamente tentou se implementar na sociedade brasileira no período de 2019/2022 e cujas raízes tóxicas ainda não foram totalmente extirpadas". 

A Representada, com as ameaças perpetradas, busca a todo custo manter viva uma cultura armamentista já repudiada pela sociedade brasileira, estimula, sob um falso discurso de liberdade, a divisão maniqueísta da sociedade, fomentando, com o uso de armas de fogo, o ódio e a intimidação como instrumentos disputas democráticas", escrevem os parlamentares. 

Além de pedirem para que o STF investigue a conduta de Júlia Zanatta, que segundo eles pode ser enquadrada nos crimes de ameaça, incitação e apologia ao crime, passíveis de pena de prisão, os deputados do PT solicitam, ainda, que a Corte adote "medidas legais pertinentes para se verificar as licenças que permitem à Representada a posse, porte ou utilização de armas de fogo, verificação da 9 regularidade das armas que detém e regularidade do clube de tiro que frequenta"

A deputada Júlia Zanatta mandou uma nota através de sua assessoria afirmando que “os ataques que tenho sofrido não se justificam. Não é razoável que minha honra e meu mandato sejam questionados pela interpretação de uma imagem. O correto é se ater aos fatos e o fato é que, na ânsia de me desqualificar, a presidente do PT, Gleisi Hoffman, evocou algo muito grave ao me chamar de nazista. Isso reflete não só em mim, mas no estado que me elegeu.”

A Fórum, no entanto, reitera que a mensagem da camiseta da deputada é clara e sua justificativa para um erro na interpretação da imagem não faz o menor sentido. Ela está, sim, promovendo a violência contra Lula ao divulgar uma foto armada e com a camiseta fazendo alusão a tiros no presidente.

 
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18
Nov22

Veja quem financia atos antidemocráticos pelo país, segundo investigações

Talis Andrade

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por Yahoo!

Relatórios enviados ao STF (Supremo Tribunal Federal) revelaram o perfil dos líderes e financiadores de manifestações e bloqueios antidemocráticos realizados por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), que não aceitam a derrota e questionam o resultado das urnas.

Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, os documentos foram encaminhados pelas Polícias Militar, Civil e Federal e pelo Ministério Público, e produzidos a pedido do ministro Alexandre de Moraes. O veículo teve acesso aos documentos.

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No Acre, relatório de inteligência aponta que dois fazendeiros locais estariam entre os financiadores dos protestos em defesa de uma intervenção militar: Jorge José de Moura, conhecido como “rei da soja”, e Henrique Neto. Danilo Lovisaro do Nascimento, procurador-geral de Justiça do estado, afirmou que STF que tem “certeza de que os atos antidemocráticos estão sendo financiados pelos fazendeiros do agronegócio”.

Em Goiás, de acordo com o Estadão, os empresários Tales Cardoso Machado, dono de uma panificadora, e Pedro Sanches Roja Neto; o ex-vereador de São Miguel do Araguaia Leonardo Rodrigues de Jesus Soares; o corretor e candidato derrotado a prefeito da cidade em 2020 Sandro Lopes (PRTB); e o ruralista Hernani José Alves são citados pela Polícia Civil de Goiás como lideranças dos bloqueios na zona rural de São Miguel do Araguaia, onde uma das rodovias chegou a ser fechada com pneus incendiados.

Em Goianésia (GO), o relatório mostra que caminhoneiros e moradores “que atuam principalmente no agronegócio” mobilizaram os bloqueios, e dois nomes foram apontados pela polícia: Jamil El Hosni e Rafael Luiz Ottoni Peixoto.

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Golpista Jamil El Hosni

 

No Maranhão, o investigador de polícia Marcelo Thadeu Penha Cardoso e candidato a deputado estadual em 2022 Claudio Rogerio Silva Raposo (PTB) foram apontados pela polícia como responsáveis pelos atos que ocorreram em frente ao quartel do 24º Batalhão de Infantaria de Selva (BIS), em São Luís.

Em Mato Grosso do Sul, a médica Sirlei Faustino Ratier, a servidora da Câmara Municipal de Campo Grande Juliana Caloso Pontes, o comerciante Julio Augusto Gomes Nunes, o agricultor Germano Francisco Bellan, o ex-prefeito de Costa Rica Waldeli dos Santos Rosa e os pecuaristas Rene Miranda Alves e Renato Nascimento Oliveira, conhecido como Renato Merem, foram identificados pela Secretaria de Segurança Pública do estado.

No Paraná, o empresário Valmor Geronimo Ferro foi apontado pela PM como uma das lideranças dos protestos em Curitiba. Ele teria sido responsável por levar água e comida para os manifestantes. Já os empresários José Antonio Rosolen e Robson Leandro Calistro teriam “ascendência sobre as decisões” dos manifestantes em Cianorte.

Em Santa Catarina, a Polícia Civil nomeou ao menos onze lideranças autodeclaradas dos atos, incluindo empresários.ImageImage

 

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Neonazistas presos em SC são suspeitos e condenados por outros crimes; veja quais

Leonel Camasão 
@camasao50
Esses são 2 dos 8 neonazis presos em SC Laureano Vieira Toscani, condenado a 13 anos após espancar 3 judeus. Já foi preso por tentativa de homicídio motivada por racismo João Guilherme Correa, denunciado por duplo homicídio em disputa de lideranças de células neonazis no PRImage

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Golpistas das grandes transportadoras devedoras do fisco e bancos oficiais precisam sentir o gosto do cárcere que ameaçam para estudantes, jornalistas, cientistas, intelectuais, artistas, lideranças comunitárias, defensores dos direitos humanos, populações indígenas e quilombolas
Sâmia Bomfim
@samiabomfim
 
O ministro Alexandre de Moraes determinou ao Banco Central o bloqueio de contas bancárias de 43 suspeitos de financiar atos golpistas. Pedido de intervenção militar é crime, e todos os responsáveis pelos atos antidemocráticos precisam ser punidos.Image
22
Out22

Traficantes preferem reeleição de Bolsonaro por facilitar acesso às armas, revela The Guardian

Talis Andrade

This year’s presidential election has pitted Brazilians, including Rio’s gangsters, against each other like never before.

por Tom Phillips 

 

Nesta sexta-feira (21), o jornal britânico The Guardian publicou texto do jornalista Tom Phillips que relata a preferência de criminosos do Rio de Janeiro pela reeleição de Jair Bolsonaro (PL).

De acordo com o relato, um traficante de armas disse que Bolsonaro facilitou acesso às armas, referindo-se aos CAC’s (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador). O traficante conta que 60% das armas utilizadas hoje no crime são de CAC’s e, inclusive, revelou que teria uma delas em seu carro.

Os relatos são de uma conversa entre um traficante de maconha, um ladrão de banco e um traficante de armas.

“A vida tem sido mais fácil com Bolsonaro. É mais fácil conseguir armas. É mais fácil conseguir munição”, comentou o traficante de armas com os outros dois criminosos.

No entanto, a divisão de opiniões também se impõe na conversa entre os criminosos citados no The Guardian. 

Ao mesmo tempo em que preferem a continuidade de Bolsonaro no poder, por conta das facilidades em obter armas e munições, o traficante, por exemplo, se demonstra preocupado com a pobreza agravada pelo governo Bolsonaro e o dia a dia da comunidade à sua volta. “Lula pode roubar – mas pelo menos ele coloca comida no prato das pessoas”, disse. “Para mim e minha família, Bolsonaro é melhor. Mas e as minhas raízes? E as crianças por aqui?”, indagou, “apontando para a favela carente ao seu redor”, reportou Phillips.

As críticas a Lula aparecem com “corrupção” e “comunismo”, palavras repetidas por adversários políticos em campanhas de desinformação. Um dos criminosos se informa pela Jovem Pan, conhecida por disseminar desinformação em sua programação. 

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