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O CORRESPONDENTE

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O CORRESPONDENTE

07
Jun23

Caso Thiago Brennand: o espetáculo midiático do privilégio branco

Talis Andrade

O milionário Thiago Brennand | Foto: Reprodução / Redes sociais

 

Enquanto imprensa divulga corte de cabelo e outfit na prisão de acusado de abuso sexual, encarcerado comum no Brasil convive com ratos, doenças, agressões e violações diárias de direitos

 

Sim, leitor, lá vem a Jéssica, de novo, falar sobre privilégio branco. Mas veja se não tenho alguma razão. Eis Thiago Brennand, este moço branco rico, que tem um arsenal com 67 armas, que agride uma mulher em público e nada lhe acontece. É acusado de estuprar mulheres e as tatua com suas iniciais — como se fossem bois — e nada lhe acontece. Que é acusado de usar arma de choque contra o próprio filho e nada lhe acontece. E quando ele — depois de se entocar em outro país — é deportado e preso, subitamente as condições ruins da prisão são magicamente descobertas pela imprensa. Como chamar isso se não privilégio branco? 
 

Enquanto a falta de corte de cabelo de Brennand é mote de reportagem, a Ponte noticiou que presos estavam denunciando cortes compulsórios de cabelo e barba. Aqueles que não seguiam a norma eram punidos, de acordo com a Defensoria de São Paulo, que impetrou uma ação civil pública solicitando que o governo paulista proibisse a ação. Também falamos sobre o racionamento de água que acontece em 70% das prisões em São Paulo, dados da Defensoria. 

Que o leitor não se engane: há corpos feitos para terem direitos humanos respeitados e histórias publicizadas à exaustão no horário nobre. E outros que podem morrer em condições subumanas e serem esquecidos – a menos que a Ponte conte suas histórias. Enquanto Thiagos Brennand ganham capas de jornais por seu look no presídio, tem toda uma população carcerária tentando sobreviver em condições terríveis, todos os dias.

Enquanto os golpistas presos pelos atos em 8 de janeiro reclamam falta de wi-fi, em 2022, mães denunciaram à Ponte que a comida que enviavam para suas filhas encarceradas estava roída por ratos. Detalhe: algumas gastam R$ 600 nesse “jumbos” – que são envio de pacotes de alimentos e itens de higiene pessoal – e suas filhas não receberam nada. 

14
Out19

Marombeiros que invadiram Pedro II querem professor com arma de choque em sala

Talis Andrade

quebram a placa de marielle.jpg

 

 

por Fernando Brito

Os dois marombeiros idiotas que foram provocar os adolescentes do Colégio Pedro II deram-me saudades da minha juventude, um tempo distante onde, embora não houvesse liberdade, havia ovos e tomates.

Os dois, que são par constante desde que quebraram a placa de homenagem à vereadora Marielle Franco, deveriam aproveitar a manhã ociosa de sexta-feira para, quem sabe, passearem na praia, exibindo suas hipertrofias musculares sem precisar mostrar suas atrofias civilizatórias.

Os pistolinhas, apologistas das armas que são, porém, preferiam causar tumulto numa das tradicionais e qualificadas escolas públicas brasileiras, o Colégio Pedro II, em São Cristóvão. Foram fazer, como fizeram outro dia num colégio – aliás, também Pedro II – em Petrópolis, uma”fiscalização ideológica”.

Um destes energúmenos apresentou, pasmem, um projeto de lei para que professores usem spray de pimenta e arma de eletrochoque em sala de aula.

Duvida? Está aqui.

Imagine o leitor ou a leitora o seu filho ou sua filha, na escola, sujeitos a levarem uma descarga “neuroparalisante” da arma de choque do professor, se não estiver “se comportando”.

Um imbecil que use este método em sala de aula pode formar o que, senão mentecaptos?

Vê-se que tipo de prática pedagógica defendem.

O par de valentões, claro, não vai fazer vistoria nas escolas da Maré ou do Alemão, onde os tiroteios fazem as crianças terem de deitar no chão, nem naquelas que estão caindo aos pedaços.

O mais inflado deles, o PM Daniel Silveira, que já disse à revista Piauí que não matou “ninguém, só 12, por aí, dentro da lei”, disse que não se mata muito no Rio: “só bandido”.

Triste de minha cidade, submetida à “marombocracia” dos Witzel, dos Bretas, dos dois rapazes “vistoriadores”.

A hora em que agredirem um adolescente mais ousado, que fale deles o que de fato são, estaremos à beira de uma tragédia.

Peça-se tudo a um jovem, menos que seja covarde.

 

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