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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

11
Dez22

O caos é só “alarde”, Folha?

Talis Andrade

 

 

por Fernando Brito

- - -

Tenho o hábito antiquado de ir ao dicionário quando vejo os editores de jornal apelando para algum termo não muito usual.

Foi o que fiz ao ver a manchete deste momento no site da Folha dizer que “Lula quer alardear ‘cenário caótico’ para evitar cobrança por erros de Bolsonaro” e o utilíssimo “pai dos burros diz-nos que “alardear” significa exibir com ostentação, gabar-se, proferir bazófias, ou ainda fazer o elogio de si próprio; gabar-se, jactar-se, vangloriar-se de algo, em geral imerecidamente.

Fazer alarde, por extensão, poderia ser exagerar, ampliar, aumentar um suposto “cenário caótico” que Lula desenharia para proteger-se de desgastes políticos.

Ninguém mais que a Folha, porém, retratou o tal caos, nos últimos dias.

Por duas vezes, foi manchete o risco de que não se pagariam os proventos dos aposentados de dezembro, o que certamente seria um caos para os mais de 35 milhões que deles vivem, se somarem-se os que se sustentam com outros benefícios? Não será isto “caótico”? E não são pararem os carros da Polícia Rodoviária Federal, ou a fiscalização do Ibama, ou pararem as universidade e os hospitais ficarem sem medicamentos, como também se noticia?

Será que é “alardear ” fazer com que as pessoas saibam disso, será que é “alarde” o próprio Tribunal de Contas elencar 29 áreas críticas da administração federal que ficam inviabilizadas em seu funcionamento com a proposta atual de Orçamento?

Saiamos das questões da responsabilidade financeira do Estado e olhemos para a institucional: será que não merece o nome de “caótica” a situação de termos os prédios dos comandos e de unidades militares servindo de playground de alucinados golpistas há mais de mês?

Será possível, como anuncia o ministro escolhido para a Defesa, despolitizar os quartéis se nem parte dos generais assume que é preciso varrer a política das suas calçadas?

Querer chamar de exploração política a revelação da verdade sobre o que se passa na administração pública brasileira, chamando isso de “alarde” merece outra palavra, também mais praticada que escrita pela mídia: cumplicidade.

Image

18
Ago21

Quando o brasileiro afirma que vai votar em Lula está afirmando que é contra o golpe de Bolsonaro

Talis Andrade

bolsonaro me ame slogn ditadura.jpeg

 

 

O brasileiro não quer a volta do Ai-5, da ditadura militar de 1964. Ninguém quer ser jogado nos porões das delegacias, dos quartéis. 

Tortura nunca mais!

Ditadura nunca mais!

Os pobres que recebem o salário mínimo, os aposentados civis, as filhas solteiras dos civis, os sem terra, os sem teto, os sem nada, os miseráveis, os desempregados já decidiram o voto nas eleições presidenciais de 2022.

Até quando temos de aceitar o crime de ameaça? De suspense? De medo? De ameaça de golpe?

O dia do foda-se do general Augusto Heleno. O dia do golpe. O dia da volta das galinhas verdes. Dos gorilas. Da vida de gado no cercado. Vida severina. De patos amarelos de asas cortadas. 

Basta!

Acabou!

pato direita bozo.jpg

 

 rodada de agosto da pesquisa XP/Ipespe mostra continuidade na tendência de crescimento das avaliações negativas do governo Jair Bolsonaro.

No levantamento atual são 54% os que dizem considerar o governo ruim ou péssimo contra 52% no mês passado. O crescimento na rejeição é constante desde outubro de 2020, quando 31% diziam considerar a gestão ruim ou péssima. 

Na outra ponta, os que veem o governo como bom ou ótimo somam 23%, 2 pontos a menos que na pesquisa de julho. Os dois números são os piores para o governo desde o início da série.

A nova rodada da pesquisa XP/Ipespe registra continuidade na tendência de crescimento das intenções de voto no ex-presidente Lula. No levantamento de agosto, ele aparece com 40%, 2 pontos percentuais a mais que na pesquisa anterior, enquanto Bolsonaro tem 24%, 2 pontos a menos que na última sondagem. 

Esta é a quinta pesquisa em que o ex-presidente repete a tendência de alta – ele tinha 25% em março, quando seu nome voltou a ser testado. Atrás dele e de Bolsonaro aparecem Ciro Gomes (10%), Sérgio Moro (9%), Mandetta e Eduardo Leite (4%). O petista também lidera cenário alternativo, em que João Doria (5%) é testado no lugar de Leite e em que são incluídos Datena (5%) e Rodrigo Pacheco (1%) e é excluído, descartado Sérgio Moro. 

Nesse cenário, Lula tem 37% e Bolsonaro, 28%. Lula também continua registrando crescimento no levantamento espontâneo, quando o nome dos candidatos não é apresentado ao entrevistado: ele passou de 25% para 28%, enquanto Bolsonaro segue estável com 22%.

No principal cenário de segundo turno, Lula ampliou vantagem sobre Bolsonaro. O petista oscilou 2 pontos para mais, e Bolsonaro, 3 para menos. Agora o ex-presidente venceria com 51%  contra 32% do atual presidente.

O interesse em relação ao pleito está em alta. Hoje são 49% os que dizem estar muito interessados na eleição,  contra 46% na pesquisa anterior.

moro olavo tv globo pato fiesp bolsonaro TUTUBARAO

 

 

 

24
Jan21

Crônica de um genocídio anunciado

Talis Andrade

bolsonaro maratona.jpg

 

Por Frei Betto, em seu site:

Tudo indica que o Brasil será o último país a ter a sua população imunizada contra a Covid-19 e, em breve, haverá de superar os EUA em número de mortos, devido ao descaso do governo Bolsonaro. Nesta terceira semana de janeiro, já temos mais de 112 mil vítimas fatais. A cada dia, mais de mil pessoas morrem contaminadas pelo coronavírus. 

Bolsonaro sofre de tanatomania, tendência patológica de satisfação com a morte alheia. Agora a situação se agrava com a falta de oxigênio e leitos nos hospitais. Terrível paradoxo: falta oxigênio aos pacientes dos estados do Amazonas e do Pará, ambos na Amazônia, tida como pulmão do planeta. Muitos morrem por asfixia. E ironia do destino: Maduro, execrado pelo governo, reabastece o Amazonas de oxigênio.

Todo esse quadro necrófilo resulta da inoperância de um presidente e de um governo genocidas. O Brasil tem Ministério da Saúde, mas não tem ministro. Desde a posse de Bolsonaro, em janeiro de 2019, os dois médicos que ocuparam o cargo não permaneceram por não concordarem com a indiferença do presidente diante da pandemia e por ele recomendar recursos preventivos sem comprovação científica, como a cloroquina. O atual ministro, general Pazuello, não é médico, e pouco depois de ser empossado admitiu que, até então, desconhecia o SUS, Sistema Único de Saúde, que atende gratuitamente a população e é considerado exemplar. Agora, porém, o SUS está de mãos atadas por falta de vacinas e profissionais de saúde.

No início da pandemia, enquanto o mundo se alarmava, Bolsonaro declarava que se tratava de uma “gripezinha”. Recusou-se a coordenar a mobilização dos brasileiros para evitar a disseminação da doença. E incentivou, com seu exemplo, as aglomerações, criticou o uso de máscara (chegou a proibir a entrada no palácio de quem estivesse de máscara) e desaconselhou medidas preventivas, como o isolamento, a lavagem cuidadosa das mãos e sua higienização frequente com álcool em gel. Foi preciso a Suprema Corte facultar a governadores e prefeitos o direito de desempenhar essa coordenação. 

Como Bolsonaro saboreia o macabro cheiro da morte, jamais se preocupou com a vacinação do povo brasileiro. Deu a entender que a Covid-19 mata preferencialmente os pobres (o que economizaria recursos das políticas sociais), os portadores de comorbidades e os idosos (o que reduziria o déficit do SUS e os gastos com a Previdência Social). Contudo, devido à pressão popular, o governo se viu obrigado a correr atrás das vacinas.

As vacinas até agora disponíveis são produzidas em dois países, Índia e China, há meses destratados pela família Bolsonaro. O chanceler Ernesto Araújo, adepto do terraplanismo, declarou que a China havia produzido intencionalmente o “comunavírus”. Aliado aos países ricos, o Brasil se recusou a apoiar a proposta da Índia na OMC para quebrar a patente das vacinas. Em outubro de 2020, Bolsonaro assegurou: “Alerto que não compraremos vacina da China”. Seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, em novembro, acusou o governo chinês de utilizar a tecnologia 5G para espionar. 

As poucas vacinas que chegaram ao nosso país, menos de 10 milhões de doses para a população de 212 milhões, vieram da China e foram compradas pelo Instituto Butantan, renomada instituição científica de São Paulo. A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), do Rio, tenta comprar da China o IFA (Insumo Farmacêutico Ativo) sem que haja, até agora, confirmação de possibilidade de entrega. 

É preciso que todos saibam do genocídio promovido pelo governo Bolsonaro. Mais de 50 pedidos de impeachment do presidente estão parados nas gavetas do Congresso Nacional. Vivemos, hoje, num país que não tem governo, não tem política de saúde, não tem suficientes vacinas, cilindros de oxigênio e leitos nos hospitais, não tem leis favoráveis ao lockdown e contrárias às aglomerações. Precisamos todos nos mobilizar para salvar o Brasil e os brasileiros.

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