Brasileiros que idolatram Bolsonaro comandam rede de prostituição e tráfico humano em Londres
Família brasileira é presa por comandar império de prostituição e drogas em Londres. Na internet eles colecionavam elogios por ostentar Rolls Royce, Ferrari e Lamborghini. E criticavam a corrupção no Brasil com postagens antipetistas e lavajatistas. “Os corruptos piram”, diziam
Bandido Raul Sacchi fez campanha para Bolsonaro
A BCC deu matéria sobre uma gangue familiar presa em Londres por comandar uma ‘império’ que compreendia bordéis, prostituição e drogas.
Nas redes sociais eles colecionavam elogios de parentes, amigos e curiosos por ostentar com jetskis, um Rolls Royce, uma Ferrari e uma Lamborghini.
Numa das cidades mais caras do mundo, criticavam a corrupção no Brasil com postagens antipetistas e lavajatistas. “Os corruptos piram”, diziam.
O que a BBC não fala é quem era o ídolo dos bandidos: Jair Bolsonaro, claro. No Facebook do trio, o mito é onipresente.
O casal de paulistas Flavia Xavier-Sacchi (23) e Renato Dimitrov Sacchi (43), e o irmão dele, Raul Sacchi (49), foram condenados e presos.
Flavia e Renato confessaram a culpa e pegaram 8 anos de prisão. Raul pegou 9 anos e dois meses de cana. A quadrilha empregava pelo menos outros cinco brasileiros e faturava milhões de libras por ano, segundo a Scotland Yard, que trabalhou por mais de um ano com agentes infiltrados à paisana no esquema, descrito como "uma rede sofisticada de prostíbulos, pelos quais vendiam drogas e controlavam prostitutas, gerando lucros acima de um milhão de libras" - ou mais de cinco milhões de reais - por ano.
Toda a investigação começou a partir da denúncia de uma jovem brasileira, que procurou a polícia em abril de 2017.
A mulher, cuja identidade foi preservada, contou que foi forçada a trabalhar nos bordéis da quadrilha durante dois meses e que os brasileiros diziam que matariam a família dela no Brasil, caso ela tentasse deixar a prostituição. Com ajuda de autoridades britânicas, ela conseguiu fugir - a polícia, por sua vez, começou a visitar os bordéis e flagrar funcionários vendendo drogas, especialmente cocaína.
Casal Flávia-Renato Sacchi e Raul Sachi
As batidas policiais continuaram e outros quatro brasileiros - Maria Carvalho, Tony Simão, Henim Almeida e Anna Paula De Almeida Prudente - foram presos por participação no esquema.
A família Sacchi foi presa em 7 meses antes do julgamento, em fevereiro deste ano. Na casa de Renato e Flavia, a polícia encontrou £ 50 mil libras (ou mais de R$ 250 mil) em dinheiro, dois tasers e uma lata de gás de pimenta - os artefatos eram usados, junto a bastões de beisebol, na segurança dos prostíbulos.
Em aparelhos de telefone confiscados, os investigadores encontraram uma série de trocas de mensagens pelo WhatsApp em que os réus discutiam métodos de segurança e detalhes sobre a operação dos bordéis. Em um dos grupos, Raul Sacchi escreveu: "Não existe isso de garotas cansadas. Elas estão ali para trabalhar."