Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

O CORRESPONDENTE

06
Mai23

Silvio Almeida recusa réplica de feto em comissão no Senado: 'Exploração inaceitável' (vídeos)

Talis Andrade
 
 
 
Silvio Almeida se recusa a receber réplica de feto de Girão em sessão no  Senado - YouTube
 
 
 

 

Senadores Eduardo Girão e Damares Alves tentaram entregar peça de plástico; ministro dos Direitos Humanos justificou recusa afirmando que esposa está grávida

 

Silvio Almeida recebeu um ministério "arrasado" e prometeu que atos da pasta baseados "no ódio" serão revistos. "Conselhos foram reduzidos ou encerrados, vozes foram caladas, políticas encerradas", disse ao classificar a gestão Bolsonaro de "projeto de destruição nacional"

 

O ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida se negou a receber a réplica de um feto durante uma comissão do Senado. A peça de plástico foi oferecida pelo senador Eduardo Girão (Novo-CE), vice-líder da oposição e bolsonarista. Ao negar o objeto, Almeida chamou a atitude do parlamentar de "escárnio" e “uma exploração inaceitável de um problema muito sério” vivenciado no país. Ele disse ainda que vai ser pai e, em nome da filha dele que vai nascer, não receberia o objeto. Após a resposta, o ministro foi aplaudido de pé por senadores que estavam na comissão.

 

 

Antes da fala de Girão, a miniatura de feto estava na mesa da também senadora Damares Alves (Republicanos-DF). Ela justificou o "presente" como forma de pressionar o ministro após decisão do governo de deixar a Declaração do Consenso de Genebra sobre Saúde da Mulher e Fortalecimento da Mulher, documento de caráter conservador contra o aborto.

Ao tentar fazer a entrega, Girão disse que objeto representaria uma "criança com 11 semanas de gestação", mas foi interrompido pelo ministro.

— Eu não quero receber isso por um motivo muito simples: eu vou ser pai agora. E eu sei muito bem o que significa isso. Isso para mim é uma performance que eu repudio profundamente, é uma exploração inaceitável de um problema muito sério que temos no país. Em nome da minha filha que vai nascer, eu me recuso a receber isso. Isso é um escárnio — rebateu Silvio Almeida.

O embate aconteceu durante sessão da Comissão de Direitos Humanos. Girão elaborava uma pergunta ao ministro sobre possíveis omissões do atual governo frente à violação de direitos humanos de alguns países, como Rússia, China, Venezuela e Nicarágua. Ao concluir, o senador usou o tema para falar sobre aborto e, assim, entregar o objeto.

 

Reação

 

O fundador e ex-presidente do partido Novo João Amoêdo criticou a atitude do senador Girão, e classificou a ação do parlamentar como “ridícula” e “vergonhosa”. “Vergonhosa a atitude do senador do NOVO, que tentou entregar uma réplica de um feto para o ministro Silvio Almeida durante audiência no Senado. É mais uma ação ridícula da oposição bolsonarista, que se recusa a fazer debates sérios e apela para performances teatrais”, escreveu o ex-presidente do partido nas redes sociais.

Na mesma postagem, Amoêdo parabenizou o ministro pelo posicionamento e por “manter uma postura institucional e respeitosa”.

 

04
Abr21

Militares não repudiam o que há de mais criminoso contra o Estado democrático. Por Janio de Freitas

Talis Andrade

bumba meu golpe.jpg

 

Brasil ainda não conheceu classe militar apartidária que sirva à nação

 por Janio de Freiras /Folha

O primeiro ato do general Braga Netto como ministro da Defesa foi de obediência a Bolsonaro e de confronto com a inquietação deflagrada nos altos comandos do Exército, da Marinha e da Força Aérea.

Braga Netto frustrou o ato, muito simbólico, dos comandantes das três Forças: antecipou-se, demitindo-os, à entrega dos seus cargos em resposta à exoneração do general Fernando Azevedo e Silva, até então ministro da Defesa.

Mas as exonerações em questão eram outras. A insatisfação de Bolsonaro com a falta de pronunciamentos políticos do general Azevedo, para fortalecê-lo em seu isolamento crescente, concentrou as explicações para a turbulência.

Esses raciocínios, muito defensáveis, embalaram-se até à função das Forças Armadas e sua relação com governos e política. Por isso, soterraram uma causa primordial para a mexida de Bolsonaro na Defesa e a perigosamente importante nomeação do delegado Anderson Torres para ministro da Justiça.

Um dos personagens mais relevantes no problema entre Bolsonaro e o Exército ficou citado apenas como um dos ministros substituídos. Ministro da Saúde ideal para Bolsonaro, pela dócil obediência e, sobretudo, pela tolerância aos efeitos letais de que foi agente, para o Exército o general Pazuello veio a ser um problema.

Em parte, pela projeção do seu desempenho sobre a Força e a capacidade dos colegas. E também por ser da ativa, o que agravava a situação. O general Luís Eduardo Ramos resistiu pouco e passou à reserva, para continuar no Planalto. Pazuello, não.

O comandante do Exército, Edson Pujol, não absorveu os problemas representados pelo general da Saúde e da mortandade. Para Bolsonaro, a saída necessária não era a de Pazuello. Passava a ser de Pujol. Fora de cogitação, no entanto, para o ministro Azevedo.

Nem com um cargo prestigioso nas Forças Armadas, para compensar a obediência de Pazuello, Bolsonaro contava obter do general Pujol, considerando que também as pressões externas contra o Ministério da Saúde chegavam à saturação. Se é assim, vai-se Pazuello, mas com ele vão Azevedo e Pujol.

Braga Netto promete, desde o primeiro ato. Mas esquentou o clima, e nem no plano interno há alguma clareza sobre o que surgirá depois da fumaça. As atenções deslocaram-se para o general Paulo Sérgio Oliveira, sucessor de Edson Pujol.

Muitos atribuem especial sentido à nomeação, por serem contrárias ao cloroquínico Bolsonaro todas as suas bem sucedidas providências antipandemia no Exército. Vai ver, foi elevado a novo cargo para não dar mais entrevistas sobre a eficácia de máscaras, distanciamentos e ficar em casa.

Ou foi escolha de Braga Netto, pela eficiência sem lado. Deduzir desse entrevero todo, como tantos comentaristas e cientistas políticos (mais isso, menos aquilo), que “os militares têm consciência de que servem ao Estado e não ao governo”, e outras tiradas oníricas, vai toda a distância a que estamos da segurança institucional e democrática.

Enquanto faltar a coragem moral de reconhecer que antecessores seus cometeram crimes bárbaros e estrangularam as liberdades e demais direitos universais, os militares não estarão a serviço legítimo da sua função de Estado. Porque não repudiam o que há de mais criminoso contra os princípios da vida em comum e do Estado democrático.

Em sendo assim, pode-se até concluir que chamados de militares são uma classe de servidores armados e fardados, com privilégios que os distinguem, praticantes de política e intervencionismo por métodos próprios e proporcionados pelas armas.

Militares propriamente ditos, militares autênticos, no entanto, são profissionais apartidários em ideologia e em política, armados pela sociedade para, em seu nome, servir ao Estado e à nação. O Brasil ainda não conheceu essa classe.

caos militar.jpg

 

Os interessados

Seis pretendentes a candidatos à Presidência — Henrique Mandetta, Ciro Gomes, João Doria, Eduardo Leite, João Amoêdo e ainda Luciano Huck — assinaram uma carta pública apresentando-se como defensores da democracia.

Defendê-la é muito oportuno. Contudo, no caso cabem ressalvas. Qualquer político pode defender a democracia. Nenhum, porém, que tenha apoiado a eleição de Bolsonaro, ainda que de modo indireto, tem condições morais de fazê-lo.

Todos sabiam quem era Bolsonaro, conheciam suas defesas da ditadura, da tortura, sua louvação na Câmara ao criminoso coronel Ustra. Era a democracia que estava em jogo na eleição, e todos os políticos sabiam disso.

Para defendê-la, nem precisavam superar sua ojeriza ao PT, havia outros candidatos democratas. Os que apoiaram Bolsonaro quiseram Bolsonaro. Defendam a democracia, que sabemos não o fazerem por ela.

ustra.jpeg

 

03
Abr21

Entrevista de Lula a Azevedo foi lição ao “Grupo dos Seis”

Talis Andrade

 

por Fernando Brito

- - -

A entrevista de Lula a Reinaldo Azevedo (vídeo ao final) está “bombando” no Twitter.

E foi, de fato, uma entrevista muito significativa, menos pelas perguntas do entrevistador ou pelas respostas do entrevistado.

Porque o diálogo entre ambos, objetivamente, foi a prova de que se pode e deve ter diálogos respeitosos e até confluentes entre esquerda e direita no Brasil.

Foi, quase que de “bate-pronto” ao manifesto dos “Seis do Centro” que, deliberadamente, excluiu o ex-presidente Lula.

Reinaldo, um dos mais ferrenhos adversários do PT, com uma coleção imensa de desaforos e condenações a Lula, não deixou que isso passasse sobre a situação de crise do país e sobre as imposições da ordem democrática.

Lula, que tem todas as razões do mundo para sentir-se ofendido pelos impropérios que Reinaldo lhe desfechou, não se serviu da oportunidade para desfolhar rancores.

Um diálogo onde, portanto, o interesse público e a conjuntura do país ficaram à frente das divergências.

Por que os “Seis do Centro” não se dispuseram ao mesmo diálogo?

Como é possível ser de “Centro” sem abrir conversações amplas? Não tiveram todos eles, participação na eleição e no governo de Bolsonaro?

Esta é a leitura errada que este grupo faz em relação ao sentimento da população. O apoio a Lula ainda é bem menor que a rejeição a Lula, ainda mais agora em que ele arrancou de si a pecha de condenado.

E, por isso, tende a crescer, sobretudo se seus adversários não reconhecerem esta realidade e insistirem numa histeria condenatória que já caiu nos tribunais.

A cena política do Brasil, este país conflagrado, dividido (não em partes iguais) entre civilização e ódio pede o que ocorreu esta noite.

Os “Seis do Centro” sonham que o antilulismo os porá na disputa eleitoral.

O antilulismo, por tudo, é patrimônio de Jair Bolsonaro.

 

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2021
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2020
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2019
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2018
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2017
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
Em destaque no SAPO Blogs
pub