Quantos serial killers foram eleitos vereadores e prefeitos nas eleições de 2020, na onda fascista militar e policial de Jair Messias Bolsonaro presidente?
Nas bancadas da bala, quantos serial killers estão pousando de heróis nas assembleias legislativas estaduais e Câmara dos Deputados? Vide tags.
Serial killer o facínora que assassinou mais de três pessoas.
Há uma fúria homicida na política brasileira... e deputados vão ao Congresso armados e acompanhados de capangas.
Todos são conspiradores do golpe falido de 8 de janeiro último, que pretendia derrubar Lula, pela eventualidade de uma guerra civil, pelo terrorismo de Bolsonaro ditador.
E mais horrendo, desumano, diabólico que um serial killer, um massacrador, um genocida.
No ar, o”Hino” ao Inominável. Com letra de Carlos Rennó e música de Chico Brown e Pedro Luís.
Autoironicamente intitulada “hino”, é uma canção-manifesto contra a contra a candidatura de Jair Bolsonaro (PL) à presidência da República.
Num vídeo criado pelo Coletivo Bijari (versão integral, acima, tem 13min40), 30 artistas interpretam-na.
Entre eles, Wagner Moura, Bruno Gagliasso, Lenine, Zélia Duncan, Chico César, Paulinho Moska, Leci Brandão, Marina Lima, Mônica Salmaso e Zélia Duncan.
Os versos falam de temas recorrentes no discurso do ex-capitão, como a ditadura militar, racismo, machismo, destruição ambiental.
Citam literalmente ou se baseiam em declarações dadas pelo ‘inominável’ e encontradas na internet e em jornais.
“Feito pra lembrar, pra sempre, esses anos sob a gestão do mais tosco dos toscos, o mais perverso dos perversos, o mais baixo dos baixos, o pior dos piores mandatários da nossa história. E pra contribuir, no presente, pra não reeleição do inominável”, frisa o texto que acompanha o vídeo lançado nesse em 17-09-2022.
“Na íntegra, são 202 versos, mais o refrão, contra o ódio e a ignorância no poder no Brasil”, prossegue o texto.
Que arremata: “Porém, apesar dele – e do que, e de quem e quantos ele representa – a mensagem final é de luz, a luz que resiste, pois, como canta o refrão ‘Mas quem dirá que não é mais imaginável / Erguer de novo das ruínas o país?’”.
“Sou a favor da ditadura”, disse ele, “Do pau de arara e da tortura”, concluiu. “Mas o regime, mais do que ter torturado, Tinha que ter matado trinta mil”. E em contradita ao que afirmou, na caradura Disse: “Não houve ditadura no país”.
E no real o incrível, o inacreditável Entrou que nem um pesadelo, infeliz, Ao som raivoso de uma voz inconfiável Que diz e mente e se desmente e se desdiz.
Disse que num quilombo “os afrodescendentes Pesavam sete arrobas” – e daí pra mais: Que “não serviam nem pra procriar”, Como se fôssemos, nós negros, animais. E ainda insiste que não é racista E que racismo não existe no país.
Como é possível, como é aceitável Que tal se diga e fique impune quem o diz? Tamanha injúria não inocentável, Quem a julgou, que júri, que juiz?
Disse que agora “o índio está evoluindo, Cada vez mais é um ser humano igual a nós. Mas isolado é como um bicho no zoológico”, E decretou e declarou de viva voz: “Nem um centímetro a mais de terra indígena!, Que nela jaz muita riqueza pro país”.
Se pronuncia assim o impronunciável Tal qual o nome que tal “hino” nunca diz, Do inumano ser, o ser inominável, Do qual emanam mil pronunciamentos vis.
Disse que se tivesse um filho homossexual, Preferiria que o progênito “morresse”. Pruma mulher disse que não a estupraria, Porque “você é feia, não merece”. E ainda disse que a mulher, “porque engravida”, “Deve ganhar menos que o homem” no país.
Por tal conduta e atitude deplorável, Sempre o comparam com alguns quadrúpedes. Uma maldade, uma injustiça inaceitável! Tais animais são mais afáveis e gentis.
Mas quem dirá que não é mais imaginável Erguer de novo das ruínas o país?
Chamou o tema ambiental de “importante Só pra vegano que só come vegetal”; Chamou de “mentirosos” dados científicos Do aumento do desmatamento florestal. Disse que “a Amazônia segue intocada, Praticamente preservada no país”.
E assim negou e renegou o inegável, As evidências que a Ciência vê e diz, Da derrubada e da queimada comprovável Pelas imagens de satélites.
E proclamou : “Policial tem que matar, Tem que matar, senão não é policial. Matar com dez ou trinta tiros o bandido, Pois criminoso é um ser humano anormal. Matar uns quinze ou vinte e ser condecorado, Não processado” e condenado no país.
Por essa fala inflexível, inflamável, Que só a morte, a violência e o mal bendiz, Por tal discurso de ódio, odiável, O que resolve são canhões, revólveres.
“A minha especialidade é matar, Sou capitão do exército”, assim grunhiu. E induziu o brasileiro a se armar, Que “todo mundo, pô, tem que comprar fuzil”, Pois “povo armado não será escravizado”, Numa cruzada pela morte no país
E num desprezo pela vida inolvidável, Que nem quando lotavam UTIs E o número de mortos era inumerável, Disse “E daí? Não sou coveiro”. “E daí?”
“Os livros são hoje ‘um montão de amontoado’ De muita coisa escrita”, veio a declarar. Tentou dizer “conclamo” e disse “eu canclomo”; Não sabe conjugar o verbo “concl…amar”. Clamou que “no Brasil tem professor demais”, Tal qual um imbecil pra imbecis.
Vigora agora o que não é ignorável: Os ignorantes ora imperam no país (O que era antes, ó pensantes, impensável)… Quem é essa gente que não sabe o que diz?
Mas quem dirá que não é mais imaginável Erguer de novo das ruínas o país?
Chamou de “herói” um coronel torturador E um capitão miliciano e assassino. Chamou de “escória” bolivianos, haitianos… De “paraíba” e “pau de arara” o nordestino. E diz que “ser patrão aqui é uma desgraça”, E diz que “fome ninguém passa no país”.
Tal qual num filme de terror, inenarrável, Em que a verdade não importa nem se diz, Desenrolou-se, incontível, incontável, Um rol idiota de chacotas e pitis.
Disse que mera “fantasia” era o vírus E “histeria” a reação à pandemia; Que brasileiro “pula e nada no esgoto, Não pega nada”, então também não pegaria O que chamou de “gripezinha” e receitou (sim!), Sim, cloroquina, e não vacina, pro país.
E assim sem ter que pôr à prova o improvável, Um ditador tampouco põe pingo nos is, E nem responde, falador irresponsável, Por todo ato ou toda fala pros Brasis.
E repetiu o mote “Deus, pátria e família” Do integralismo e da Itália do fascismo, Colando ao lema uma suspeita “liberdade”… Tal qual tinha parodiado do nazismo O slogan “Alemanha acima de tudo”, Pondo ao invés “Brasil” no nome do país.
E qual num sonho horroroso, detestável, A gente viu sem crer o que não quer nem quis: Comemorarem o que não é memorável, Como sinistras, tristes efemérides…
Já declarou: “Quem queira vir para o Brasil Pra fazer sexo com mulher, fique à vontade. Nós não podemos promover turismo gay, Temos famílias”, disse com moralidade. E já gritou um dia: “Toda minoria Tem de curvar-se à maioria!” no país.
E assim o incrível, o inacreditável, Se torna natural, quanto mais se rediz, E a intolerância, essa sim intolerável, Nessa figura dá chiliques mis.
Mas quem dirá que não é mais imaginável Erguer de novo das ruínas o país?
Por vezes saem, caem, soam como fezes Da sua boca cada som, cada sentença… É um nonsense, é um caô, umas fake-news, É um libelo leviano ou uma ofensa. Porque mal pensa no que diz, porque mal pensa, “Não falo mais com a imprensa”, um dia diz.
Mas de fanáticos a horda lamentável, Que louva a volta à ditadura no país, A turba cega-surda surta, insuportável, E grita “mito!”, “eu autorizo!”, e pede “bis!”
E disse “merda, bosta, porra, putaria, Filho da puta, puta que pariu, caguei!” E a cada internação tratando do intestino E a cada termo grosso e um “Talquei?”, O cheiro podre da sua retórica Escatológica se espalha no país.
“Sou imorrível, incomível e imbrochável”, Já se gabou em sua tão caracterís- Tica linguagem baixo nível, reprovável, Esse boçal ignaro, rei de mimimis.
Mas nada disse de Moise Kabagambe, O jovem congolês que foi aqui linchado. Do caso Evaldo Rosa, preto, musicista, Com a família no automóvel baleado, Disse que a tropa “não matou ninguém”, somente “Foi um incidente” oitenta tiros de fuzis…
“O exército é do povo e não foi responsável”, Falou o homem da gravata de fuzis, Que é bem provável ser-lhe a vida descartável, Sendo de negro ou de imigrante no país.
Bradou que “o presidente já não cumprirá Mais decisão” do magistrado do Supremo, Ao qual se dirigiu xingando: “Seu canalha!” Mas acuado recuou do tom extremo, E em nota disse: “Nunca tive intenção (Não!) De agredir quaisquer Poderes” do país.
Falhou o golpe mas safou-se o impeachável, Machão cagão de atos pusilânimes, O que talvez se ache algum herói da Marvel Mas que tá mais pra algum bandido de gibis.
Mas quem dirá que não é mais imaginável Erguer de novo das ruínas o país?
E sugeriu pra poluição ambiental: “É só fazer cocô, dia sim, dia não”. E pra quem sugeriu feijão e não fuzil: “Querem comida? Então, dá tiro de feijão”. É sem preparo, sem noção, sem compostura. Sua postura com o posto não condiz.
No entanto “chega! […] vai agora [inominável]”, Cravou o maior poeta vivo, no país, E ecoou o coro “fora, [inominável]!” E o panelaço das janelas nas metrópoles!
E numa live de golpista prometeu: “Sem voto impresso não haverá eleição!” E praguejou pra jornalistas: “Cala a boca! Vocês são uma raça em extinção!” E no seu tosco português ele não pára: Dispara sempre um disparate o que maldiz.
Hoje um mal-dito dito dele é deletável Pelo Insta, Face, YouTube e Twitter no país. Mas para nós, mais do que um post, é enquadrável O impostor que com o posto não condiz.
Disse que não aceitará o resultado Se derrotado na eleição da nossa história, E: “Eu tenho três alternativas pro futuro: Ou estar preso, ou ser morto ou a vitória”, Porque “somente Deus me tira da cadeira De presidente” (Oh Deus proteja esse país!”).
Tivéssemos um parlamento confiável, Sem x comparsas seus cupinchas, cúmplices, E seu impeachment seria inescapável, Comninquéritos, pedidos, CPIs.
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Não há cortina de fumaça indevassÁvel Que encubra o crime desses tempos inci-vis E tampe o sol que vem com o dia inadiÁvel E brilha agora qual farol na noite gris. É a esperança que renasce onde HÁ véu, De um horizonte menos cinza e mais feliz. É a passagem muito além do instagramÁvel Do pesadelo à utopia por um triz, No instante crucial de liberdade instÁvel Pros democráticos de fato, equânimes, Com a missão difícil mas realizável De erguer das cinzas como fênix o país.
E quem dirá que não é mais imaginável Erguer de novo das ruínas o país?
Mas quem dirá que não é mais imaginável Erguer de novo das ruínas o país?
“Hino” ao Inominável
Produção e direção musical:Xuxa Levy
Produção e direção artística:Carlos Rennó
Colaboração musical e artística:Pedro Luís e Chico Brown
Intérpretes
André Abujamra
Arrigo Barnabé
Bruno Gagliasso
Caio Prado
Cida Moreira
Chico Brown
Chico César
Chico Chico
Dexter
Dora Morelenbaum
Héloa
Hodari
Jorge Du Peixe
José Miguel Wisnik
Leci Brandão
Lenine
Luana Carvalho
Marina Íris
Marina Lima
Monica Salmaso
Paulinho Moska
Pedro Luís
Péricles Cavalcanti
Preta Ferreira
Professor Pasquale
Ricardo Aleixo
Thaline Karajá
Vitor da Trindade
Wagner Moura
Zélia Duncan
Músicos:
Ana Karina Sebastião: baixo Cauê Silva : percussão Fábio Pinczowski: teclados Juba Carvalho: percussão Léo Mendes: guitarra Thiago Silva: bateria Webster Santos: violões Xuxa Levy: máquina de escrever e programações
Participação especial:violoncelista Jacques Morelenbaum
Vídeo:
Coletivo Bijari Edição: Guilherme Peres Direção de fotografia: Toni Nogueira
Motivação mais provável dos terroristas era provocar uma onda de apagões no País. Da mesma maneira, eles tentaram bloquear a saída de refinarias para impor uma crise de desabastecimento
Menos de 24 horas após a invasão, no domingo (8), das sedes dos Três Poderes, em Brasília, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) promoveram novos atos de terror pelo País. Os alvos dos ataques desta segunda-feira (9) foram torres de transmissão de energia elétrica.
Os terroristas não conseguiram afetar o fornecimento de energia, mas derrubaram três torres de transmissão e danificaram outras estruturas. Conforme relatório da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), “há indícios de vandalismo” nesses episódios, que ocorreram no Paraná e em Rondônia. “Não foram identificadas condições climáticas adversas que possam ter causado queda de torres”, indica o documento.
Em Medianeira (PR), foi derrubada uma das torres que integra o sistema responsável pela distribuição da energia gerada na usina de Itaipu. “Cabos de apoio foram cortados e um trator foi usado para derrubar a torre, segundo relato de integrantes do governo. Outras três torres foram avariadas na mesma região”, relata o jornalO Globo. Já em Rondônia, os bolsonaristas cortaram os cabos de sustentação de uma torre e derrubaram uma segunda.
A motivação mais provável dos terroristas era provocar uma onda de apagões no País. Da mesma maneira, eles tentaram bloquear a saída de refinarias para impedir o transporte de combustíveis e outros insumos, levando a uma crise de desabastecimento. As duas tentativas falharam.
Ainda assim, em resposta aos ataques, o governo Lula, por meio do Ministério de Minas e Energia (MME), instituiu o Gabinete de Acompanhamento da Situação do Sistema Elétrico Brasileiro, sob coordenação da Aneel. O objetivo é monitorar a situação e garantir a segurança energética do País.
O novo órgão já entrou em contato com todas as concessionárias de geração, transmissão e distribuição de energia. Em ofício, a Aneel determinou às distribuidoras que interrompam o fornecimento de energia a “possíveis instalações provisórias, relacionadas a acampamentos clandestinos de manifestantes”.
Além de atentados que possam vandalizar a infraestrutura física da rede, o governo monitora o risco de ataques cibernéticos. Até o momento, as instalações do Sistema Interligado Nacional (SIN) seguem funcionando normalmente.
O homem preso acusado de planejar atentado terrorista em Brasília teve prisão preventiva decretada pela Justiça, após passar por audiência de custódia. Ele confessou à polícia que outras pessoas estão envolvidas na ação criminosa e que havia um plano para estado de sítio. #CNNBrasil
Redes bolsonaristas tentam criar a narrativa de que George Washington Sousa, responsável confesso pela fabricação da bomba caseira utilizada em uma tentativa de ataque terrorista em região próxima ao aeroporto de Brasília (DF) no sábado (24), seria um “petista infiltrado”.
Em áudios de WhatsApp encaminhados para grupo bolsonarista, colega de George Sousa diz que o autor da tentativa de atentado é “bolsonarista doente” e que frequentava o acampamento em frente ao Quartel-General (QG) do Exército em Brasília. Segundo o colega, “ele é homem direito, gente boa”. Os jornalistas Henrique Rodrigues e Luana Bonone comentam o caso.
A Polícia Civil do Distrito Federal identificou e está ouvindo três pessoas envolvidas no vandalismo de bolsonaristas ocorridos na segunda-feira (12) da semana passada, em Brasília. A depredação resultou em três carros e cinco ônibus queimados na região central da capital.
Além disso, eles tentaram invadir a sede da Polícia Federal (PF). Na ocasião, nenhuma pessoa foi presa.
A informação sobre a identificação dos autores foi repassada pela futura vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP), ao site Metrópoles. Os nomes não foram divulgados até o momento.
Segundo o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Júlio Danilo, parte dos vândalos pró-Bolsonaro responsáveis por atos de violência em Brasília estavam acampados no QG do Exército.
Neste domingo, 11, Come Ananás identificou bastões de beisebol com a inscrição “Direitos Humanos” à venda nos marketplaces da Americanas, Magazine Luiza, Submarino, Casas Bahia e Shoptime, além de no Mercado Livre. Um terror, o Brasil.
Mônica Bergamo conta na Folha de S.Paulo que o candidato a deputado federal Guilherme Boulos e a candidata a deputada estadual Ediane Maria, ambos do Psol, panfletavam na última sexta-feira, 9, no centro da cidade paulista de São Bernardo do Campo, quando, lá pelas tantas, um homem se aproximou e se apresentou assim:
“Eu sou Bolsonaro”.
Ato contínuo, o homem levantou a camisa para mostrar uma pistola enganchada na cintura, chegando a levar a mão ao punho da arma.
É o bolsonarismo no modo The Walking Dead, a série de terror do tipo apocalipse zumbi que é uma das mais assistidas da história da TV por assinatura no Brasil. Em The Walking Dead, lá pelas tantas, lá por uma das suas 11 temporadas, aparece um grupo de carniceiros liderados por aquele que é o grande vilão da série, mais do que os zumbis: um torturador e assassino especialmente sádico chamado Negan.
Os seguidores de Negan, autodenominados “Salvadores”, nunca se apresentam com seus verdadeiros nomes a quem lhes aparece pela frente, sobrevivente, nas estradas onde vagam os mortos-vivos. Apresentam-se, sempre, os apoiadores de Negan, como uma extensão ou personificação do seu líder, geralmente antes de atirar. Aproximam-se e se apresentam assim:
“Eu sou Negan”.
A frase é, digamos, um sucesso de vendas na internet:
A 11ª e última temporada de The Walking Dead acaba de estrear no Brasil.
Lucille e Direitos Humanos
Na série, Negan mata pessoas arrebentando-lhes o crânio com um bastão de beisebol revestido com arame farpado. Em 2020, a reportagem do Uol flagrou numa loja online brasileira um bastão idêntico àquele, inspirado em The Walking Dead, com a diferença de que Negan batizou seu bastão de “Lucille” e o bastão à venda no Brasil foi chamado de “Direitos Humanos”.
“Nos anos 1990, Júlio Lancellotti, padre e coordenador da Pastoral Povo da Rua, recebeu uma denúncia dos menores internos da antiga Febem (hoje, Fundação Casa) na cidade de São Paulo. Os menores relataram torturas com surras de porretes e cassetes personalizados pelos próprios agentes da unidade. Segundo ele, os porretes foram customizados especialmente para a prática — e houve um cuidado em gravar, com um pirógrafo, inscrições como “ECA” (em referência ao Estatuto da Criança e do Adolescente), “direitos humanos” e alguns até com o nome de Lancelotti”, informou, naquela feita, a reportagem.
Em maio último, o repórter Ivan Finotti, da Folha, visitou um evento de lançamento de um fuzil numa loja de armas em São Paulo, e contou que um produto chamou sua atenção: “bastões de beisebol, mas não para rebater bolas. São bastões de beisebol feitos para machucar pessoas. Como posso saber disso? Lendo as palavras escritas em cada um: ‘Amansa Loco’, ‘Respeito’ e ‘Direitos Humanos’. O pior era o que estava escrito ‘Diálogo'”.
Neste domingo, 11, Come Ananás identificou bastões de beisebol com a inscrição “Direitos Humanos” disponíveis nos marketplaces da Americanas, Magazine Luiza, Submarino, Casas Bahia e Shoptime, além de no Mercado Livre, onde 11 unidades já tinham sido vendidas. Os prints estão logo abaixo.
Atos golpistas nas estradas e em frente aos quartéis avançam na escalada de violência e sobem o tom para desafiar o Judiciário
por João Filho
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“BOMBAS CASEIRASfeitas de garrafas com gasolina, rojões, óleo derramado intencionalmente na pista, ‘miguelitos’ (pregos usados para furar pneus), pedras, além de barricadas com pneus queimados, latões de lixo, e troncos de árvores cortados e jogados deliberadamente na pista”, foi assim que a Polícia Rodoviária Federal de Santa Catarinarelatou em notacomo foram os protestos golpistas no estado nessa última semana.
A corporação afirmou ainda que os atos foram na maior parte dos casos “ocorrências criminosas e violentas, promovidas no período noturno por baderneiros, homens encapuzados extremamente violentos e coordenados”. Segundo a PRF, na maior parte dos cerca de 30 pontos de bloqueio, “os métodos utilizados lembraram os de terroristas”. Apesar da nota dura, a polícia catarinenseprendeu apenas um terrorista, que foi solto no dia seguinte e já está dormindo no quentinho da sua cama.
No interior do Paraná, uma van em excursão para o Beto Carrero, com 12 alunos e uma professora,colidiu com uma barreira de terraerguida pelos terroristas no meio da madrugada. Alguns estudantes ficaram feridos.
Já faz quase um mês que os golpistas estão nas ruas incitando as Forças Armadas a se levantarem contra outras instituições —o que é inequivocamente um crime— sem que nada lhes aconteça. Esses protestos são criminosos mesmo quando pacíficos. Como se já não bastasse a impunidade, esses golpistas ainda costumam ser tratados a pão-de-ló pelas polícias que deveriam prendê-los. A escalada de violência iniciada por parte desses criminosos na última semana é, portanto, uma consequência natural. Naturalizou-se o crime e, nessa toada, o próximo passo será a naturalização de atos terroristas. A escalada de violência se iniciou logo após uma decisão do ministro Alexandre de Moraes quebloqueou as contas bancárias de 43 bosonaristassuspeitos de financiarem os protestos na frente dos quartéis e nas estradas. A represália é clara. Os criminosos estão testando os limites do judiciário. Os ataques violentos tendem a aumentar se os líderes e financiadores do golpismo não começarem a ser presos.
Esqueça o vovô e a vovó reaça que vão de bengala e bandeira do Brasil pedir golpe na frente de quartel. Esqueça os idiotas que estão nas ruaspedindo socorro aos alienígenas. Esses reaças caricatos são inofensivos, apesar de igualmente criminosos. Agora a coisa extrapolou para a bandidagem armada e organizada. Uma bandidagem que atira na polícia, taca fogo em caminhão e ambulância, amarra e apedreja motorista que fura bloqueio, rouba carga de caminhão e protagoniza uma série de outros atos terroristas.
O bolsonarismo está agonizando, mas isso não deve ser motivo para comemorarmos.
Tudo isso está acontecendo sob o silêncio conivente do presidente da República, que abandonou o trabalho desde que perdeu a eleição e só voltou recentemente para organizar uma outra frente do golpismo. Bolsonaro busca criar fatos políticos que façam com que os golpistas nas ruas sigam mobilizados. O último factóide foi uma ação aberta no TSE pedindo a anulação dos votos de quase 280 mil urnas que estariam com problemas. Valdemar da Costa Neto, aquele quesempre defendeu a lisura das urnas eletrônicas, foi pressionadopor Bolsonaropara contestar judicialmente o segundo turno das eleições. A petição foi baseada numa auditoria fuleira criada por um instituto ligado ao bolsonarismo.
Alexandre de Moraes, o terrível Xandão, deu 24 horas para o PL apresentar também a auditoria dessas mesmas urnas no primeiro turno, o que não aconteceu. Claro, a anulação das urnas no primeiro turno poderia prejudicar a eleição da base parlamentar e dos governadores do PL. Valdemar, então, convocou uma nova coletiva e recuou, dizendo que não pretendia anular as eleições. Mas não deu muito certo. No despacho em que pede para a corregedoria eleitoral apurar o caso,Xandão apontou litigância de má-fépor parte da coligação bolsonarista e citou “possível cometimento de crimes comuns e eleitorais com a finalidade de tumultuar o próprio regime democrático brasileiro”. Além disso, impôs uma multa de R$ 22,9 milhões à coligação.
Valdemar sabe que não há problema nenhum com as urnas, mas cumpre as ordens do capitão porque tem uma dívida — e o rabo preso — com ele. O PL se agigantou com a chegada de políticos bolsonaristas, tornando-se a maior bancada da Câmara e do Senado. Hoje, Valdemar é o político que comanda o maior orçamento do fundo partidário. E, como se sabe, é esse tipo de coisa que historicamente moveu Valdemar na política brasileira. Xandão acertou em mexer no bolso da turma, ainda que isso seja insuficiente para frear a violência do movimento golpista nas ruas e pode até alimentá-la.
No dia seguinte à decisão, Bolsonaro interrompeu o abandono de emprego mais uma vezpara se reunir com a cúpula das Forças Armadas, que são direta e indiretamente responsáveis pela escalada de violência nos atos golpistas. Indiretamente por se omitir, diretamente por instigar os atos criminosos com declarações de apoio. Uma série degenerais e coronéis tem feito declarações em apoio aos criminososque se aglomeram em frente aos quartéis e nas estradas. Ataques dos militares a Xandão, Lula, Alckmin e PT, por exemplo, foram normalizados. Esse tipo de manifestação político-partidária de agentes das Forças Armadas é proibida, mas sabemos que eles não temem a lei.
A última vez que Bolsonaro havia se reunido com a cúpula das Forças Armadas foi no último dia 11. Horas depois da reunião, comandantes do Exército, Marinha e Aeronáuticadivulgaram uma cartaem que não recriminam os protestos golpistas em frente a quartéis Brasil afora e defenderam a liberdade dos “manifestantes”. Nesta semana, o general Braga Netto, foi além eincentivou de maneira veladaos criminosos a continuarem a cometer crimes: “não percam a fé. É só o que eu posso falar agora”, disse depois de abraçar os golpistas na rua.
O caráter terrorista que os atos golpistas têm tomado são resultado direto do incentivo do Presidente da República, das Forças Armadas e de políticos bolsonaristas. Esses movimentos não podem mais ser tratados de maneira cômica, como sendo fruto de uma meia dúzia de lunáticos que acreditam em mentiras absurdas do Whatsapp. Por trás deles existe uma máquina financiada, que não deve ser subestimada. De qualquer maneira, essa máquina começa a dar sinais de problema. O bolsonarismo está agonizando, mas isso não deve ser motivo para comemorarmos. É nesse momento em que ele se torna mais perigoso. O golpe não vingará, mas o estrago pode ficar muito maior. Qual será o próximo passo dos terroristas? Homens-bomba?
MADRUGADA DE SEGUNDA-FEIRA,28 de novembro:quatro tirosde calibre 38 são disparados contra as portas de um bar – àquela altura fechado – na Asa Norte, Plano Piloto de Brasília. Alguns dias antes, o nome da Casa MimoBar figurou em uma lista de estabelecimentos a serem boicotados por “patriotas” na capital.
Outro estabelecimento brasiliense, um café chamado Objeto Encontrado, vem sofrendo ataques de vandalismo sistemáticos após o segundo turno das eleições. Suas portas passaram a amanhecer cobertas de fezes humanas – o carro de uma funcionária também foi emporcalhado. Na madrugada de domingo, dia 27, câmeras instaladas após a onda de ataques flagraram um homem urinando na porta do café, fechado naquele momento. Uma escolha não usual, uma vez que a área que circunda o local é toda gramada e arborizada – e menos iluminada.
Em comum, os dois bares têm, além da presença na lista dos patriotas, um público majoritariamente progressista e LGBTQIA+ – e a vizinhança de blocos residenciais habitados por oficiais da ativa e da reserva do Exército.
Em 1º de novembro, véspera dos primeiros protestos golpistas de inconformados com a vitória eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin,tiros atingiram um escritório do Partido dos Trabalhadores em Pontal do Paraná, litoral do estado. Como nos casos em Brasília, escolheu-se um horário em que não havia ninguém no local: a ideia era – ao menos por ora – assustar. Meter medo. Intimidar.
São três entretantos casosregistrados nos últimos dias que trazem à lembrança um modus operandi que o Brasil não via desde a virada de 1979 para 1980. Naquela época,os alvos eram bancas que vendiam jornais alternativosque denunciavam a já então moribunda ditadura militar. Os ataques ocorriam quase sempre de madrugada: usando bombas ou simplesmente ateando fogo, os terroristas passavam o recado de que os jornaleiros não deveriam “colaborar com o comunismo” (soa familiar?). Só em São Paulo,a ditadura atacou 30 bancasnaquele período. E houve ataques por todo o país e também a locais como escolas de samba, sindicatos, teatros, livrarias.
Naquele início dos anos 1980, os atentados eram obra de militares da linha dura inconformados com a abertura “lenta, gradual e segura” admitida por Ernesto Geisel e Golbery do Couto e Silva. Ocorriam sob o olhar complacente das polícias estaduais – que, o mundo descobriria anos depois, eram cúmplices de torturas e assassinatos nos porões da ditadura. E culminaram, em 30 de abril 1981, noatentado no Riocentro. O Exército (com auxílio da polícia fluminense) criou uma farsa para causar terror entre os quase 10 mil presentes em um show que comemorava o dia do trabalhador: buscava-se colocar a culpa em movimentos de esquerda e justificar uma nova guinada autoritária.
Mas a bomba explodiu antes da hora no colo de um sargento, estripou o capitão sentado ao lado dele no carro estacionado no Riocentro e expôs também a canalhice que se armara. Após o episódio, o governo do último ditador militar, João Baptista Figueiredo (avô de um patético comentarista da rádio Jovem Pan), tombou para nunca mais se levantar. Os terroristas de extrema direita, por prudência, acharam melhor se retirar para a sarjeta mais próxima.
Em 1980, os terroristas de extrema direita queimavam bancas de jornal, como esta em São Paulo. Agora, chutam repórteres. Foto: Folhapress
Ao menos desde 2018 (quandouma caravana liderada por Lula foi alvejada a tirosem Laranjeiras do Sul, no Paraná, num caso que a polícia e o Ministério Público locaisjamais se deram ao trabalho de esclarecer), a tigrada tem se sentido à vontade para voltar a dar as caras. Novamente, trata-se de inconformados com a derrota – desta vez, nas urnas – de um governo militar, truculento e obcecado por pintar seus adversários como “comunistas”, como se isso legitimasse qualquer que seja a estratégia usada para derrotá-los.
Não há, até o momento, indícios, informações ou testemunhas que liguem o aparato estatal – ou militares da reserva – a ataques como os relatados na abertura deste texto. Por outro lado, estamos, em 2022, mergulhados num caldeirão muito mais complexo que o de 1980. Basta pensar no papel das redes sociais e dos fóruns hospedados na deep web – os chans – em umoutro ato de terrorismo de extrema direita, que matou quatro pessoas e feriu 12, cometido por um jovem nazista na semana passada em Aracruz, Espírito Santo.
Isso não significa, entretanto, que se deva eximir de culpa autoridades que até agora foram – no mínimo – lenientes com os atos golpistas. Nem é o caso de falarmos de Jair Bolsonaro: como dizia o Barão de Itararé, de onde menos se espera é que não vem nada mesmo. Mas olhemos para quem tem a si mesmo na conta de gente séria: o caricatural ministro da Defesa e general do Exército Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira e os comandantes das Forças Armadas – Marco Antônio Freire Gomes, do Exército; Almir Garnier Santos, da Marinha; e Carlos de Almeida Baptista Junior, da Aeronáutica.
Paulo Sérgio, o ministro, topou ser oSargento Pincelde Bolsonaro na esquete de humor chinfrim montada pelos fardados para dar ao presidente e “mau militar” – palavras de Ernesto Geisel – a chance de não reconhecer uma derrota eleitoral legítima. Freire Gomes, Garnier e Baptista Junior não se saíram melhor: publicaram umacartaem que arvoram para as forças que comandam o papel de “moderadoras nos mais importantes momentos de nossa história”. É até possível ser mais golpista que isso. Mas não é fácil.
Ao mesmo tempo que requerem para si um papel que a Constituição que juram defender não prevê, os três chefes militares – notadamente Freire Gomes – assistem bovinamente ao desfile de golpismo diante de seus gabinetes. Em Brasília, o comandante do Exército beberica cafezinhos tendo entre si e o pôr do sol faixas que pedem a dissolução do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral e desafiam a posse de Lula (“não sobe a rampa”). Na lorota contada pelos militares, é apenas uma “manifestação pacífica e crítica aos poderes constitucionais e à atividade jornalística”. Falando em jornalistas, houvemais de 60 ataques contra profissionais da imprensanos atos golpistas. Em 1980, queimavam bancas. Agora, chutam repórteres.
Estamos num caldeirão muito mais complexo que o de 1980 – basta pensar no papel das redes e dos chans
Fico curioso ao imaginar qual seria a reação de Freire Gomes e seus pares caso algum gaiato resolvesse montar acampamento naPraça dos Cristais, em frente ao Quartel General, com faixas berrando pedidos pela dissolução imediata do Alto Comando do Exército. Ou, mais modestamente, pela prisão do general da reserva Eduardo Pazuello pelo trágico comando do Ministério da Saúde durante o auge da pandemia de covid-19. Não creio que haveria tempo para estrear a barraca.
Por que, então, a complacência com gente que transformou o Setor Militar Urbano de Brasília num imenso lamaçal coalhado de barracas e centenas de carros, camionetes e caminhões semi-atolados, como num delírio febril de um festival de Woodstock em que a Banda dos Corações Golpistas do Clube Militar é headliner e as drogas bateram muito, mas muito mal? Não consigo pensar num único motivo que tenha a boa fé e o cumprimento estrito dos deveres militares como ingredientes.
Vem mais por aí: falta pouco mais de um mês para a posse de Lula e Alckmin. É razoável supor que a militância petista, habitualmente numerosa e organizada, irá se deslocar maciçamente a Brasília – fala-se em150 mil pessoas, multidão semelhante à presente no ato golpista de 7 de setembro de 2021. Muitos virão de ônibus, em caravanas que partirão de quase todos os cantos do país. E precisarão atravessar estradas que, até há pouco, estavam bloqueadas pormanifestantes golpistas acobertados pela Polícia Rodoviária Federal.
Pelo que se viu até agora, é razoável imaginar que o Exército seguirá a não fazer nada para retirar da porta de suas instalações a turba sequiosa por um golpe de estado e uma ditadura. É provável que vários entre eles estejam armados. Ainda que venham a ser impedidos, como prometem as autoridades, de chegar à Esplanada dos Ministérios em 1o de janeiro, nada garante que não estarão no caminho dos lulistas que rumam a Brasília – seja já na capital ou em estradas pelo país. E aí, quem irá intervir? A PRF, de Silvinei Vasques? Ou as polícias militares, boa parte delas comandadas por gente como o infameHudson Leôncio Teixeira, que admitiu no Paraná que prevaricou em favor dos golpistas?
O último legado do governo de Jair Bolsonaro e seus cafajestes é a volta ao Brasil de um terrorismo da extrema direita de intricadas e insondáveis conexões com o aparato estatal de segurança pública.
Que estejamos atentos para prevenir o novo Riocentro.
Esse mesmo mal caráter que gravou vídeo nesse hotel no Pernambuco, dizendo : “O Brasil vai pegar fogo “ Manda o povo para a rua tomar chuva e apanhar da polícia estava no Resort de 4600 reais a diária.
Malafaia cobra golpismo de Bolsonaro: 'se ele acha que está uma bagunça, convoque as Forças Armadas'
"Como eu tô vendo que ele não fez nada, resolvi me posicionar em relação a ele", disse o pastor-empresário
Silas Malafaia também não está fazendo. Do luxo, do gozo de suas férias, e prazeres mil, deita falação.
247- O pastor-empresário Silas Malafaia resolveu cobrar o golpismo de Jair Bolsonaro (PL). "Se o presidente quer colocar ordem, se ele acha que está uma bagunça, ele que convoque as Forças Armadas. Ele que tem autoridade. Tô quieto, esperando. Como eu tô vendo que ele não fez nada, resolvi me posicionar em relação a ele. Não vai passar como vítima, pra mim, não", disse ele em entrevista aojornal Folha de S.Paulo.
De acordo com o religioso, "as Forças Armadas (…) são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do presidente da República, e destinam-se à defesa da pátria, à garantia dos Poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem".
"Maluco na frente de quartel"
O religioso afirmou não ser "puxa-saco nem bolsominion". "A responsabilidade é do presidente. Não adianta querer transferir pro povo ficar igual a maluco em frente ao quartel".
Nos últimos anos, Bolsonaro tentou passar para a população a mensagem de que o Poder Judiciário atrapalha o governo. Também defendeu a participação das Forças Armadas na apuração do resultado da eleição presidencial. Partidos de oposição denunciaram publicamente a hipótese de ele tentar um golpe.
O PL, partido de Bolsonaro, questionou na última terça-feira (22) o resultado do segundo turno da eleição presidencial, que aconteceu em 30 de outubro, quando o então candidato Luiz Inácio lula da Silva (PT) ganhou de Jair Bolsonaro (PL) por 50,9% dos votos a 49,1%. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) multou o PL emR$ 22,9 milhões.
O Mala continua em férias, devia aproveitar o mar, a ilha, os ventos alísios e cantar, e cantar:
As declarações de Augusto Nardes, Ministro do Tribunal de Contas da União, estimulando o golpismo, fazem parte de uma estratégia óbvia. Trata-se de acelerar as manifestações anti-posse até o limite da explosão de alguma violência, em um dos muitos pontos de concentração.
Uma tragédia radicalizaria ainda mais as ocupações, fornecendo o álibi para uma operação de Garantia da Lei e da Ordem, a maneira de legalizar o golpe. E sem a necessidade da liderança de Jair Bolsonaro que, aparentemente, entrou em estado de pânico com a possibilidade de incorrer em novo crime e ser responsabilizado por ele.
Daí as declarações dúbias do general Braga, explícitas de Augusto Nardes estimulando a continuidade das manifestações nos quartéis, enquanto manifestantes são alimentados cada vez mais com discursos de ódio.
Faz parte do mesmo jogo os cortes no orçamento da Polícia Rodoviária Federal, fornecendo um álibi para a não-ação.
Publicações seguem no ar apesar de irem contra políticas de moderação da Meta e foram vistas mais de 414 mil vezes
por Laura Scofield /Agência Pública
* Vídeo com mentiras sobre fraude nas urnas foi visto mais de 125 mil vezes * Facebook só removeu 4 dos 66 conteúdos considerados golpistas
“Nós não vamos deixar um ladrão assumir nossa nação, e as Forças Armadas têm a obrigação de nos defender. Nós não estamos pedindo pra eles, nós estamos exigindo deles que nos dêem amparo”, escreveu Sergio Bolsi na página Desperta Brasil Sergio Bolsi. O post foi veiculado por uma semana, entre 15 e 22 de novembro, no Facebook, Instagram e Messenger e foi visto entre 40 mil e 45 mil vezes. Impulsionado, custou menos de R$ 100 para o anunciante.
Assim como ele, a Agência Pública identificou ao menos outros 65 anúncios publicados no Facebook e Instagram por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) que não aceitam a derrota do líder nas urnas. Os textos divulgam protestos antidemocráticos e defendem um golpe para impedir a posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e já foram vistos no mínimo 414 mil vezes desde o início de novembro. Anúncios com teor golpista e que propagam desinformação sobre as eleições não são permitidos pelas políticas da Meta. Ainda assim, apenas 4 das publicações analisadas foram removidas pela plataforma até a publicação desta reportagem.
Os anúncios também foram usados para propagar a narrativa falsa de que as eleições foram fraudadas, como no conteúdo postado pela página Robô Reacionário. Em um vídeo de 4 minutos, a página diz apresentar 10 fatos sobre as eleições, mas se detém em disseminar dúvidas sobre a segurança do sistema eleitoral e apresentar uma série de argumentos já desmentidos por agências de checagem e pelo próprio Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O vídeo afirma, por exemplo, que o TSE retirou seu site do ar após receber denúncias de fraude, o que é mentira. Ao final do vídeo, os autores pedem que as pessoas que duvidam do resultado eleitoral se manifestem: “o futuro de sua família e do Brasil dependem disso”. O conteúdo gerou de 100 mil a 125 mil impressões e custou entre R$200 a R$299.
Ao menos outros 3 dos 20 anúncios veiculados pela Robô Reacionário em novembro chamaram as urnas de “inauditáveis” e atribuíram a eleição de Lula a uma suposta fraude. A página já gastou mais de R$ 1,7 mil com anúncios entre agosto e 20 de novembro, dos quais R$ 666 foram investidos a partir do dia 14 de novembro, véspera do feriado da Proclamação da República e de uma série de atos antidemocráticos que pedem a manutenção de Bolsonaro no poder na frente dos quarteis.
A segunda semana de novembro respondeu pelo maior número de publicações impulsionadas. Entre os anúncios que buscavam chamar mais gente para os atos de 15 de novembro, um deles divulgava um ônibus gratuito entre a capital paulista e Brasília (DF): “olá amigos patriotas de #saopaulo vamos marchar rumo a #brasilia defender nosso país”. A passagem gratuita era só de ida, sem data de retorno. O conteúdo foi postado pela página Nahand, que diz ser de uma loja online, mas não tem seguidores, curtidas e nem apresenta produtos a serem vendidos. Os únicos dois posts feitos pela página são sobre política e pró-Bolsonaro.
“SE QUALQUER AGENTE DE GUARDA MUNICIPAL, POLICIAIS ESTADUAIS OU FEDERAIS, TENTAREM RETIRAR AS PESSOAS DE FRENTE DOS QUARTÉIS, PROCUREM O OFICIAL DE DIA NO QUARTEL IMEDIATAMENTE! OS 3 COMANDANTES DAS FORÇAS JÁ EMITIRAM NOTA PERMITINDO AS MANIFESTAÇÕES”, orientou outra mensagem, em caixa alta no original. O anúncio foi veiculado no Instagram entre 13 e 14 de novembro e foi visto entre mil e 2 mil vezes.
Ao menos outros 4 conteúdos impulsionados citaram uma nota emitida pelos comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica como prova de que os manifestantes teriam o apoio das Forças Armadas na empreitada golpista. A nota defendeu a existência das manifestações, mas, como mostra reportagem da Pública, a Alta Cúpula do Exército não pretende colocar tanques na rua.
Diversas publicações pediram ainda que as pessoas compartilhassem as postagens sobre as manifestações — um dos anúncios chegou a defender que mais gente pagasse por alcance na Meta, ou seja, anunciasse na plataforma.
“PARTICIPE E AJUDE OS ACAMPAMENTOS NOS QUARTÉIS, OS CAMINHONEIROS, E FECHEM AS EMPRESAS, CASO CONTRÁRIO, O PREJUÍZO SERÁ MUITO MAIOR, POR 4 ANOS NO MÍNIMO! COMPARTILHE, ANUNCIE, É BARATO”, dizia o conteúdo, também escrito em caixa alta. O anúncio foi publicado pela página 15 Dias de Saúde, que diz vender suplementos com desconto. Como o conteúdo não foi classificado pelo Facebook como de “temas sociais, eleições ou política”, única categoria que permite transparência com acesso aos dados de impressões e valor gasto, não há como saber quantas pessoas viram a publicação nem quem pagou por ela.
A maior parte dos anunciantes pagou menos de R$ 100 para levar seu conteúdo a mais gente, mas alguns anunciantes chegaram a desembolsar entre R$ 200 e R$ 300.
Em retorno à reportagem, a Meta afirmou em nota que “diante da escala de nossos serviços, proibir determinados conteúdos não significa incidência zero” e ressaltoou que, do início da campanha eleitoral até o 1º turno, rejeitou “cerca de 135 mil conteúdos impulsionados direcionados ao Brasil de anunciantes que não haviam concluído o processo de autorização ou de posts que não continham o rótulo ‘Pago por’ ou ‘Propaganda Eleitoral’”.
“Proibimos anúncios questionando a legitimidade da eleição brasileira e removemos publicações com pedidos de intervenção militar no país”, acrescentou a empresa. A Meta também afirmou que se preparou “extensivamente para as eleições brasileiras de 2022” e está comprometida em “seguir aprimorando a aplicação” de suas políticas.
Políticos, lideranças religiosas e empresários do agronegócio
“O agro é nosso! O agro é nosso! O agro é nosso!”, gritavam as pessoas em um dos seis vídeos impulsionados por Raijan Mascarello, que se define como um agricultor mato grossense em sua descrição no Instagram. “Não podemos deixar essa quadrilha comunista voltar a roubar nosso Brasil! Vamos lutar até o fim, mas com certeza sairemos vencedores!!!” escreveu ao compartilhar o conteúdo. Ele gastou entre R$200 e R$299 e seu conteúdo foi visto entre 50 mil e 60 mil vezes durante quatro dias de novembro (16, 17, 18 e 19).
O agricultor também veiculou um anúncio com um vídeo de um suposto bloqueio de rodovia na cidade de Sapezal (MT). “Em SAPEZAL-MT tudo parado! O povo de Sapezal está de parabéns pela resiliência que está tendo!!!! Por isso que gosto dessa cidade! Tem alguns Petistas que não valem o que comem, mas a grande maioria são pessoas fantásticas!!”, escreveu. Também não foi possível identificar o alcance do conteúdo impulsionado.
Além dele, uma página em nome de Lucas Vincensi, que tem apenas 1 seguidor, impulsionou no Instagram fotos de um homem segurando uma bandeira do Brasil em uma lavoura e escreveu “quando você não respeita a bandeira do seu país, o que esperar desta nação. S.O.S FFAA” (sic). O termo “SOS FFAA” (que significa socorro Forças Armadas) tem sido um dos motes dos movimentos golpistas e aparece nos anúncios, junto a outros, como “intervenção federal”, que foi citado 11 vezes. Também não foram disponibilizados dados sobre o alcance do conteúdo publicado por Vincensi.
Edmar Park também se descreve como agropecuarista e pagou entre R$300 a R$399 para a Meta a fim de impulsionar vídeos que mostram os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) sendo hostilizados em evento em Nova York. O vídeo foi visto entre 125 mil e 150 mil vezes. A reportagem identificou ao menos outros 5 vídeos impulsionados que mostraram pessoas xingando os ministros em sua passagem pelos Estados Unidos.
Outro conteúdo impulsionados mostra um homem que se identifica como padre dizendo que os ministros do TSE “não vão abrir os computadores para que as Forças Armadas possam ver se tem corrupção”, o que fará com que as eleições sejam anuladas. O anúncio também não foi rotulado como de temas políticos e não é possível acessar dados sobre sua dispersão. Foi publicado pela página Bolsonsristas Patriotas, que não está mais disponível.
Entre os políticos, o nome de maior destaque é o do Tenente Coronel Zucco (Republicanos), deputado federal eleito em 2022 pelo Rio Grande do Sul. Ele fez ao menos três anúncios nos quais defende as manifestações e diz que as Forças Armadas “permanecerão, como sempre fizeram, ao lado do povo brasileiro”. De acordo com o Divulgacand, plataforma de prestação de contas do TSE, Zucco gastou R$167.505,00 com impulsionamento de conteúdo durante a campanha, dos quais R$163.505,00 foram pagos ao Facebook.
“A mídia tradicional [está] buscando ali influenciar a grande massa contra esses manifestantes, mas o mais interessante: eles estão tentando ignorar o que aconteceu hoje no Brasil, que foi um momento histórico. Milhões de pessoas foram para a frente dos quartéis pedindo intervenção federal”, disse Eder Borges (Progressistas), vereador de Curitiba (PR) e ex-candidato a deputado federal pelo Paraná. “A única coisa certa nesse momento é que esse é o prelúdio de um Brasil em chamas”, finalizou no anúncio.
Borges gastou R$34.000,00 em sua campanha em despesas com impulsionamento de conteúdo no Facebook, mas obteve apenas 9.290 votos nas últimas eleições.
Anúncios golpistas ferem políticas da Meta
Coordenadora de informação e política no Internet Lab, Ester Borges diz que a Meta legitima o discurso golpista ao aprovar posts pagos com esses conteúdos. “Os anúncios usam todas as ferramentas daquela plataforma para alcançar um número cada vez maior de pessoas, então, de alguma forma, a Meta está legitimando esse discurso ao aprovar um anúncio como esse”, afirma.
Para João Guilherme Bastos, pesquisador de internet e política do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Democracia Digital (INCT.DD), esse tipo de anúncio é mais problemático do que um post comum, porque chega em mais pessoas.
“Eles não simplesmente falam ‘ah, não gostei do resultado da eleição’, eles dizem que existem provas que as urnas foram fraudadas, eles dizem que teve interferência externa. Essa difusão de informações falsas impulsionada pelas ferramentas da plataforma é algo totalmente incompatível com o que em tese seria permitido”, diz.
1 dos 4 anúncios removidos pela moderação da Meta pedia “intervenção federal”. Foi visto entre 4 mil e 5 mil vezes antes de ser retirado de circulação
O pesquisador aponta ainda que os anúncios nas redes são feitos de modo a atingir justamente as pessoas mais propensas a acreditar naqueles conteúdos. “Mesmo um grupo sendo minoritário, a partir do momento que você consegue atingir ele de modo direcionado e rápido, se você focar nos grupos certos você consegue perturbar um processo eleitoral”, explica. “Não é aceitável que a gente deixe isso passar”.
A reportagem perguntou à Meta quantas pessoas que falam português estão dedicadas à moderação dos anúncios e quantas horas diárias elas dedicam à função, mas a plataforma não respondeu. Um porta-voz da empresa acrescentou que esses números não refletem a complexidade do trabalho da equipe de moderação, que monitora 2 milhões de publicações por dia mundialmente.