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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

17
Dez20

Para uma hermenêutica da tagarelice: a Lava Jato, a Odebrecht e o balé imperialista

Talis Andrade

O avô Norberto, o pai Emílio e o filho Marcelo, diante do retrato do patriarca, também Emílio. Envolvida em escândalos há décadas, a Odebrecht sempre saiu incólume. Com a Lava Jato, deve produzir o maior inventário da corrupção no Brasil

por Pedro Marchioro

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Antes de tudo, é fundamental reiterar: os discursos hegemônicos não se efetuam sobre o conteúdo a ser debatido, mas sobre as condições que balizam o debate. Não por acaso, foi investigando sobre o papel da televisão e da mídia que Pierre Bourdieu se expressou nesses moldes. No último domingo (06), o Fantástico fez uma matéria aparentemente aleatória sobre a publicação do livro “A Organização: a Odebrecht e o Esquema de Corrupção Que Chocou o Mundo”. A tese central do livro é que as causas que levaram à ruína o “império Odebrecht” residem nas relações conflituosas entre pai e filho. Assim, a reportagem buscou avançar a partir de um fato revelador que teria ocorrido no passado da família Odebrecht: “Nas quadras do condomínio, numa partida de futebol, as palavras de um menino de doze anos resumiram o destino de uma família. Depois de dar uma entrada mais forte na canela do pai e levar uma bronca, ele reagiu: ‘Aqui você não é nem meu pai, nem meu chefe. Se vier pra cima de mim, vai ter troco.”

Em uma época de deus e família acima de tudo, também aqui o desvio nas relações da empresa com os governos é apontado como reflexo de uma promiscuidade familiar, perscrutado ainda na fundação da empresa pelo avô, o senhor Norberto Odebrecht. É a família, portanto, que delineia os limites do universo em que se sustentam as práticas desviantes da empresa. A corrupção, começo e fim de todo o mal, estaria entranhada na estrutura genética da família Odebrecht. 

O discurso genético, “último reduto da vontade racista”, como afirmou Stuart Hall, dá ensejo a continuação hereditária e explica, por fim, que a corrupção tenha se tornado “um modus operandi repassado de pai pra filho”. Não fosse a consequência trágica que o arranjo encerra, teríamos a emulação ruim, porém interessante, do espetáculo de Sófocles: o avô que iniciou o império, o filho bonachão e perdulário, e o neto ensimesmado e ambicioso, decidido a derrubar o pai: “o sonho de Marcelo, que era chamado de ‘o príncipe das empreiteiras’, era ter controle sobre todo o império Odebrecht”, afirma a matéria.

Mas atenção: não se trata de toda e qualquer família. É a modalidade brasileira de família que é o problema. A reportagem chega a pontuar a situação de recuperação judicial em que se encontra o império Odebrecht, mas encerra o argumento aí. Retoma o fio sobre as querelas familiares e, claro, afunila sobre a figura do ex-presidente Lula. O nome de Lula é citado como uma das causas de desentendimento entre Marcelo e o pai, Emilio Odebrecht. Em seu diário escrito na cadeia (de alguma forma acessado na reportagem), Marcelo diz que seu pai atravanca o processo e atrasa sua soltura porque “não dá a eles o que eles querem”, ou seja, não fala do Lula. O sentido da fala de Marcelo é de que a Lava Jato só queria Lula, e não que seu pai estaria protegendo Lula, como dá a entender a matéria. Ora, mas porque o ex-presidente seria tão protegido pelo pai? A reportagem responde: apesar de ter havido violações e subornos em todos os governos, como ressalta a autora do livro, foi no governo PT que a Odebrecht deu o grande salto de 17 bilhões em 2003 para 107 bilhões em 2014. Ou seja, o argumento tácito aqui é o de que o PT roubou e roubou mais do que os governos anteriores. Mas eu conservo a pergunta: qual é, afinal, o problema com Lula e o PT?

No mesmo sábado, dia 5 desse mês, apenas um dia antes da publicação da matéria do Fantástico, outra entrevista foi publicada com a mesma Malu Gaspar na Folha de São Paulo, na qual ela afirma: “A Odebrecht se tornou potência dando tudo o que políticos queriam”. E, em entrevista ao Jornal Pública, no mesmo dia, a autora ainda declarou que “No Brasil, temos uma forma de capitalismo de compadrio muito marcante”. O problema é o capitalismo à brasileira, a promiscuidade familiar tradicional no Brasil, o desrespeito pela fronteira do público e do privado, a malandragem, o “jeitinho”... Essa é a conclusão de quem pesquisou durante quatro anos para escrever um livro sobre uma das maiores multinacionais do mundo, e que levou outros quatro anos para escrever outro livro de mesmo tom, intitulado: “Tudo Ou Nada - Eike Batista e a Verdadeira História do Grupo X”. A semana de publicação das matérias encerrou a posse - anunciada de forma muito mais tímida -, do ex-ministro da Justiça e líder da Lava Jato, o ex-juiz Sergio Moro, como sócio-diretor da empresa Alvares & Marsal. A empresa está responsável por cuidar da recuperação judicial da Odebrecht assim como outras empresas também investigadas pela Lava Jato. Trata-se, segundo o site UOL, “da maior recuperação judicial já realizada no país”, no valor entre 85 bilhões e 90 bilhões reais, superando a da empresa de telefonia Oi, que chegou a 64 bi. Portanto o sucesso que levou o ex-ministro ao estrelato, e à posse do novo cargo, é consequência da queda de uma das maiores empresas do Brasil e do mundo nos ramos da construção e engenharia, química e petroquímica, energia, transporte entre outros. Cuja atividade se fazia presente em mais de 25 países distribuídos por todo o Continente Americano, na África, na Europa e no Oriente Médio. Segundo relatório sobre o balanço econômico da Lava Jato feito pelo Instituto de Economia da UFRJ, a atividade da construção civil perdeu 31% de participação no PIB nacional, retornando ao patamar de dez anos atrás. Somente a construção civil registrou saldo negativo, entre contratações e demissões, de 991.734 vagas formais entre 2014 e 2017.  Dentre as maiores construtoras do país, Odebrecht, Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Queiroz Galvão, Galvão Engenharia, UTC e Constran tiveram perdas de 85% de suas receitas entre 2015 e 2018, passando de um faturamento conjunto de R$ 71 bilhões para apenas R$ 10,8 bilhões. Nesse mesmo período, a construção pesada fechou um milhão de postos de trabalho no país, o equivalente a 40% das vagas de emprego perdidas na economia.

Esse é apenas um resumo de toda a estrutura que foi comprometida pela Lava Jato. Se existe algum erro nos cálculos acima, ele estaria em dimensionar para baixo o tamanho do buraco. Fala-se em “fim do império Odebrecht”, e parte de seus destroços será avalizada pela A&M. Novamente: o livro escrito em quatro anos sobre “a organização”, que deu corpo as reportagens do último fim e semana, cita apenas uma vez e de passagem que a Odebrecht estaria em recuperação judicial e nem de perto insinua alguma ligação entre essa recuperação e o principal homem que à frente da operação responsável pela sua falência. Não se pergunta sobre o destino dessa estrutura, sobre sua importância no cenário mundial, não aborda seu avanço nas pesquisas de energias renováveis, suas parcerias internacionais, nada. Uma das maiores estruturas multinacionais do mundo vem abaixo e a conclusão que se faz em um dos telejornais de maior visibilidade do Brasil é a de que desavenças familiares estariam na origem de sua desestruturação? 

Nada de novo no front. É preciso ganhar o sentido dessa tagarelice emprestando um conceito que a torne inteligível. O que podemos apreender da tragédia reeditada? Como reconhecer essas condições em que o debate está preso sem cair em outras armadilhas, ou seja, como criticar a lava jato sem ser acusado de ser lulista ou odebrechtiano? Lula e seu filho acabam de ser absolvidos e quem sabe tenha seus direitos políticos devolvidos (aguardemos). A ligação da Lava Jato com os Estados Unidos, país sede da empresa de Sérgio Moro, também já foi posta pela grande imprensa, mesmo que com o silêncio eloquente da Rede Globo. 

A Lava Jato conclui um arco de acontecimentos cujo início pode ser encontrado nas inventivas ocorridas desde o início deste século, expressas nas “primaveras” que levaram o Brasil, o oriente médio e outros países a manifestações insólitas; ou ainda na espionagem, no mesmo ano, da Petrobrás pela Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (SNA), revelada no episódio Snowden ainda no governo Obama. Aqui o interesse era, segundo reportagem da BBC, “a tecnologia envolvendo a exploração em águas profundas da camada pré-sal”. A mesma reportagem traz outros escândalos de mesma natureza em que os Estados Unidos teriam agido com a colaboração da inteligência do Reino Unido, do Canadá, da Austrália e da Nova Zelândia. Estava em jogo não só a tecnologia alcançada pelo Brasil, mas espaço que a então oitava economia do mundo vinha ocupando.

Assim, o mesmo espetáculo de judicialização da política estendeu-se ao Equador, Argentina e Peru. Neste último, a operação levou ao suicídio do ex-presidente Alan Garcia. Seu bilhete de despedida dá o tom da perseguição: "Como em nenhum documento sou mencionado e nenhum indício ou evidência me envolvem, só resta a ESPECULAÇÃO ou inventar intermediários. Jamais me vendi e está provado". O ex-presidente termina o bilhete e dá um tiro em si mesmo. Filme repetido?

O próprio Departamento de Justiça norte americano reconheceu em nota ou mesmo em discurso a associação da Lava Jato aos Estados Unidos. Mas a autora parece que não dá muita importância nisso. Tampouco achou relevante que os ativos deixados pela Odebrecht e demais empresas tenham sido assumidos por empresas estrangeiras na maioria parte ligada aos Estados Unidos. A título de exemplo, no setor sucroalcooleiro, a Odebrecht luta para ficar com 7 ou 10% dos ativos, os outros 90% encaminha-se para o controle da Lone Star, gestora norte-americana, como parte de solvência das dívidas da construtora.

Na Argentina, a Lava Jato tirou do processo eleitoral e quase levou à prisão a ex presidente Cristina Kirchner. No Equador, o lavajatismo perseguiu o ex-presidente Rafael Correa e elegeu Lenin Moreno, que hoje promove uma política de terra arrasada no mesmo tom alucinado do governo brasileiro. Também “corrupção”, “suborno” e “fraude” foram as alegações que retiraram Evo Morales da presidência e implantaram um regime de terror na Bolívia. Em todos esses países atuava a Odebrecht ou multinacionais da mesma ordem. Pouco a pouco, aparentemente, a maioria desses políticos cassados que sobreviveram estão conseguindo ser inocentado e retornar à cena política. E daí? Como já havia benevolamente alertado a agente do FBI Christina Martinez, as consequências “desestabilizadoras” de operações como a Lava Jato costumam perdurar em seus efeitos deletérios, consumindo o que sobrou desses países.Moro é oficialmente do Deep State dos EUA em consultoria para Odebrecht -  Portal Disparada

A tomada da infraestrutura brasileira e latino-americana pelo imperialismo do norte americano acontece em um contexto de enfraquecimento da economia do norte e de desafio de conservação de sua hegemonia frente à ameaça da ascensão das potências orientais, adiantadas pela China. A Lava jato expressa a ruptura com os primeiros dez anos deste século em uma América Latina robusta, amalgamada por governos progressistas tolerados pelos Estados Unidos devido à insuficiência de suas energias bélicas concentradas no genocídio do Iraque. Nesse tempo o Brasil desenvolveu suas próprias ambições territoriais estabelecendo parcerias em modalidades comerciais horizontais e um certo predomínio de cunho também imperial, empregando forças militares como ocorreu em Angola e no Haiti.  

Em 2004, como consequência de sua promoção em cenário internacional, o Brasil é destacado pela ONU para comandar a Missão de ajuda Humanitária no Haiti (a Minustah). Como resultado, em 2010, antes do terremoto e após seis anos da Missão no Haiti, não se viam quaisquer sinais de melhoria nas condições do país. As tropas saíram em setembro de 2017 e, como balanço final, deixaram para trás uma terra arrasada, de facções fortalecidas, golpes de estado, o alastramento da pobreza, desnutrição, insalubridade, cólera, aids, e mais de 30 mil mortos em decorrência destas condições, além das mais de duas mil mulheres violentadas e a amarga lembrança de mais um episódio de injustiça e crueldade contra a população. O comandante da Minustah era o General Heleno, atualmente ocupante do governo. O comandante da missão na Angola, por sua vez, era o General Mourão, vice-presidente do Brasil.

Não foram os haitianos e angolanos que começaram a vir “de repente” ao Brasil. O início dessa migração foi empreendida pelo Brasil, através de seus homens fardados e armados e raivosos. A operação mais famosa no Haiti, talvez a única em que houve algum combate, ocorreu na Cité Soleil, e além de dois ou três supostos rebeldes, deixou dezenas de civis mortos. (A ação foi cinegrafada em um filme muito ruim e pode ser encontrada no youtube). É pela ótica do subimperialismo que Felipe Magalhães compreende a profusão de haitianos em Santa Catarina: pelo modo que se organizou a economia do Brasil e demais potências em ascensão (e como condição de sua progressão), restaria explorar as brechas deixadas pelos grandes impérios para estender seus tentáculos e extrair sua própria mais valia, em uma superexploração que compensasse a exploração que sofre em escala nacional. Sua economia, porém, restaria dependente, e seu desenvolvimento incidiria sobre o seu subdesenvolvimento. 

 O Brasil deixa ao imperialismo do norte a estrutura que vinha montando nas últimas décadas mas que havia se consolidado nos governos PT e FHC, a saber, um subimperialismo consolidado nas missões militares paralelas a ocupação de suas multinacionais na África, América Latina ou nas missões de ajuda humanitária, como no Haiti. Portanto um efeito cascata de imperialismo sobre o subimperialismo que nada mais foi do que o balé de morte e a manifestação material do capitalismo. Cabe observar a continuação do novo subimperialismo e as novas fases de acumulação de capital que se estabelece nas bases atuais.

Para concluir, refaço em forma de pergunta as afirmações aludidas no início do texto: que papel têm as intrigas familiares no seio dos imensos blocos imperiais do capitalismo?

27
Abr19

Lula: "A dona Marisa morreu por conta do que fizeram com ela e com os filhos dela. Dona Marisa perdeu motivação de vida, não saía mais de casa, não queria mais conversar nada. O AVC dela foi por isso"

Talis Andrade

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Na segunda parte da entrevista exclusiva, o ex-presidente fala sobre política internacional, Bolsonaro e as Forças Armadas. "Eu quero perguntar aos militares qual é a razão do ódio que eles têm do PT"

 

Pergunta. Como o senhor recebeu a notícia sobre a morte do ex-presidente Alan Garcia no Peru [que se suicidou quando seria detido por policiais da Lava Jato peruana]?

Resposta. Alan Garcia teve uma reação psicológica que muita gente teve. Não é todo mundo que aguenta. Você quer saber uma coisa? A Marisa [sua mulher que morreu em 2017 de AVC] morreu por conta disso. Quem está falando é um homem de 73 anos de idade. A dona Marisa morreu por conta do que fizeram com ela e com os filhos dela. Dona Marisa perdeu motivação de vida, não saía mais de casa, não queria mais conversar nada. O AVC dela foi por isso. Agora, não pense que por causa disso vou ficar com o coração cheio de ódio, não, aqui tem muito lugar para amor. O Alan Garcia não deve ter suportado. Não sei qual era a acusação contra ele. Tem que ter muita decisão. Eu sei o que eu passei. Você não tem noção do que é passar seis meses esperando todo santo dia que a policia fosse à sua casa. Seis meses. E de repente você vê a polícia chegar com uma desfaçatez, todo mundo com maquina fotográfica no peito para tirar fotografia. Deveriam ter mostrado a quantidade de dólar que acharam na minha casa. A quantidade de joias que acharam de dona Marisa. Deveriam ter tirado foto e mostrado pra Globo. Enfiaram o rabo no meio das pernas porque não encontraram nada. E a imprensa não fala que não encontraram nada na casa do Lula. É duro. Não queira que isso aconteça com você. Conheço casos de pessoas que estavam em cadeira de rodas, pediam pra ir no banheiro e diziam ‘se você não falar o nome do Lula não vai ao banheiro’. Tenho muita motivação para estar vivo. Estar vivo e não fazer nenhuma loucura é a forma que eu encontrei de ajudar esse país a se reencontrar com a democracia. [Continue lendo]

 
20
Abr19

A carta que Alan García deixou antes de cometer suicídio

Talis Andrade

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Não havia contas, nem subornos, nem riqueza. Por isso que eu repeti: outros vendem, eu não.

 

“Cumpri a missão de conduzir o Aprista ao poder em duas ocasiões e impulsionamos outra vez sua força social. Eu acho que essa foi a missão da minha existência, tendo raízes no sangue desse movimento.

Por essa razão e por causa dos reveses do poder, nossos oponentes optaram pela estratégia de me criminalizar por mais de trinta anos. Mas eles nunca encontraram nada e eu os derrotei novamente, porque eles nunca encontrarão mais do que suas especulações e frustrações.

Nestes tempos de rumores e ódios repetidos que as maiorias creem serem verdadeiros, eu vi como se utilizam de procedimentos para humilhar, causar vexame e não para encontrar verdades.

Por muitos anos me coloquei acima dos insultos, me defendi e a homenagem dos meus inimigos foi argumentar que Alan García era esperto o suficiente para que eles não pudessem provar sua calúnia.

Não havia contas, nem subornos, nem riqueza. A história tem mais valor do que qualquer riqueza material. Nunca existirá preço suficiente para quebrar meu orgulho como membro aprista e peruano. Por isso que eu repeti: outros vendem, eu não.

Cumpri meu dever em minha política e nas obras feitas em favor do povo, tendo alcançado as metas que outros países ou governos não conseguiram, não tenho que aceitar humilhações. Já vi outros desfilarem algemados guardando sua existência miserável, mas Alan García não precisa sofrer essas injustiças e circos.

Por essa razão, deixo aos meus filhos a dignidade das minhas decisões; aos meus colegas, um sinal de orgulho. E meu cadáver como sinal de desprezo para os meus adversários porque já cumpri a missão que impus a mim mesmo.

Que Deus, a quem eu vou com dignidade, proteja os de bom coração e os mais humildes”.

 

No tengo por qué aceptar vejámenes. He visto a otros desfilar esposados. Por eso dejo mi cadáver como una muestra de mi desprecio hacia mis adversarios porque ya cumplí la misión que me impuse

 

O texto no original, em espanhol:

“Cumplí la misión de conducir el aprismo al poder en dos ocasiones e impulsamos otra vez su fuerza social. creo que esa fue la misión de mi existencia, teniendo raíces en la sangre de ese movimiento.

Por eso y por los contratiempos del poder, nuestros adversarios optaron por la estrategia de criminalizarme durante más de treinta años. Pero jamás encontraron nada y los derroté nuevamente, porque nunca encontrarán más que sus especulaciones y frustraciones.

En estos tiempos de rumores y odios repetidos que las mayorías creen verdad, he visto cómo se utilizan los procedimientos para humillar, vejar y no para encontrar verdades.

Por muchos años me situé por sobre los insultos, me defendí y el homenaje mis enemigos era argumentar que Alan García era suficientemente inteligente como para que ellos no pudieran probar sus calumnias.

No hubo ni habrá cuentas, ni sobornos, no riqueza. La historia tiene más valor que cualquier riqueza material. nunca podrá haber precio suficiente para quebrar mi orgulho de aprista y de peruano. Por eso repetí: otros se venden, yo no.

Cumpido mi deber en mi política y en las obras hechas en favor de pueblo, alcanzadas las metas que otros países o gobiernos no han logrado, no tengo por qué aceptar vejámenes. He visto a otros desfilar esposados guardando su miserable existencia, pero Alan García no tiene por qué sufrir esas injusticias y circos.

Por eso, le dejo a mis hijos la dignidad de mis decisiones; a mis compañeros, una señal de orgulho. Y mi cadáver como una muestra de mi desprecio hacia mis adversarios porque ya cumplí la misión que me impuse.

Que Dios, al que voy con dignidad, proteja a los de buen corazón y a los más humildes”.

 

19
Abr19

Federico Danton impide el ingreso de Ollanta Humala al velorio de su padre: "Es una ofensa que haya venido"

Talis Andrade

Los simpatizantes apristas gritaron "la casa se respeta" cuando se dieron cuenta que el ex presidente Ollanta Humala iba a ingresar a la Casa del Pueblo

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Se le enfrentó. El menor de los hijos del fenecido ex presidente Alan García , Federico Danton, no permitió el ingreso del ex mandatario Ollanta Humala al aula magna de la Casa del Pueblo, donde se velan los restos de García desde el último miércoles tras dispararse en la cabeza.

Danton no solo evitó que ingresara Humala, sino que también declaró a la prensa y explicó que si no lo dejó pasar fue por "todo el daño que le ha hecho a mí, a mi familia y mi padre".

"Es un asesino que se ha dedicado 5 años a difamar a mi padre siendo inocente. Me parece una ofensa que él haya venido a la Casa del Pueblo. Es una ofensa. Él no tiene el derecho a acercarse a mi padre", dijo Federico Danton en medio de la indignación y al partir de la Casa del Pueblo.

"¡FUERA VENDE PATRIA!"

Los simpatizantes apristas lo rechazaron y le gritaron: "¡Fuera, vende patria. La casa se respeta!" en repetidas ocasiones. Pese a que su llegada fue planeada con los congresistas apristas, el ambiente no fue el más propicio.

 

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19
Abr19

Hacer política no es odiar al otro

Talis Andrade

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Luego de la muerte del expresidente Alan García se ha acentuado la polarización política en nuestro país. Por un lado, están los que gritan desaforadamente que el Gobierno, la Fiscalía y hasta la prensa son responsables del suicidio del líder aprista. Por el otro, están los que se solazan con este trágico hecho. Ni lo uno ni lo otro. El Perú pide en estos momentos seriedad y responsabilidad.

Indudablemente, en estos casos, el apasionamiento no suma. Por supuesto, en política hay adversarios y opositores, pero nunca debe haber enemigos irreconciliables, llenos de odio. 

Si las diferencias entre Alan García Pérez y el presidente de la República, Martín Vizcarra Cornejo, parecían irreconciliables, el deceso del líder aprista confirmó esta realidad sin ninguna sombra de duda. Y es que aunque el primero ocupó en dos ocasiones el sillón de Pizarro, durante su funeral no recibirá ningún homenaje de Estado ni de Palacio de Gobierno, una decisión que tomó su propia familia y que la dirigencia del APRA, y su bancada parlamentaria, respaldaron.

Tal determinación se adoptó la noche del último miércoles, cuando el féretro del exjefe de Estado llegó a la Casa del Pueblo, en la avenida Alfonso Ugarte, para su velatorio. Desde entonces, se impidió el ingreso de toda ofrenda y arreglo floral del Gobierno.

Pero ese fue solo el comienzo.La mañana de ayer, congresistas de la Célula Parlamentaria Aprista confirmaron esta postura. La primera en pronunciarse fue Luciana León, quien resaltó que la opinión de los deudos es importante, tal como el rechazo expresado abiertamente por los militantes, traducidos en consignas en contra del actual gobernante.

“¿Qué podemos esperar de una persona que se ha mantenido de espaldas frente a los abusos que viene cometiendo la Fiscalía? Él (Martín Vizcarra) tiene que exigir que no se cometan abusos con el tema de las detenciones preliminares”, remarcó la legisladora.Agregó que el Presidente de la República también ha demostrado indiferencia con su antecesor, Pedro Pablo Kuczynski, y el actual arresto preventivo por el que atraviesa. “Ni siquiera ha tenido un gesto de solidaridad, una palabra o expresión de apoyo a quien le ha dado la oportunidad de estar donde se encuentra”, reprochó.

19
Abr19

Suicidio Alan García: Acabar con el populismo judicial

Talis Andrade

 

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Jaime de Althaus

El suicidio de Alan García afecta al país entero y hiende en cierta medida el ser nacional porque ha sido presidente dos veces, y el presidente de República, como dice nuestra Carta Magna, “personifica a la nación”. Y, aunque muchas veces, sobre todo en los últimos meses, descendiera al terreno de la pequeña política de agravios y estuviera pendiente solo del acoso que sufría, él mismo creía tener un alto sentido de su papel en la historia y en la construcción del país. Por eso, el suicidio no fue el desenlace de un deterioro psicológico, sino un acto político y moral. Fue, en cierta manera, una decisión política. Quizá pensó que el vejamen y la indignidad de la prisión serían una afrenta al país o cuando menos a quien lo encarnó en dos períodos presidenciales. Y prefirió matarse antes de que eso ocurriera. Efectivamente, un acto de dignidad que no puede ser mezquinado.

Y si de algo debe servir este desenlace trágico, es para acabar con el populismo judicial y los abusos manifiestos en las detenciones preliminares y preventivas. Y para terminar de una vez por todas con la criminalización de la política en los casos de donaciones a campañas. Es hora de restablecer el derecho en la lucha contra la corrupción.

 

19
Abr19

Alan García: “Yo no voy a permitir que me exhiban como un trofeo”

Talis Andrade

 

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Las últimas 48 horas. Ante los rumores de una detención preliminar, Alan García resolvió que no dejaría que lo enmarroquen y le coloquen el chaleco de detenido, según la versión de miembros de su entorno que lo acompañaron en las últimas horas.

"Me ha entristecido mucho la noticia del suicidio de Alan García. No me he alegrado y no me contenta saberlo muerto de esa manera", indicó Jaime Bayly con pesar.

"Albert Camus, el gran escritor francés, decía que el único problema filosófico verdaderamente serio de la condición humana era el suicidio y que el suicida debía dilucidar si su vida era digna o no de ser vivida. Yo creo que Alan García comprendió, hoy 17 de abril, que su vida ya no era digna de ser vivida o que su vida vivida malamente en un calabozo peruano era una indignidad que él no quería permitirse a sí mismo y sobre todo permitirle a sus enemigos. Creo que en parte por eso se ha matado", declaró el periodista.

Finalmente, Jaime Bayly manifestó que el líder aprista no soportaba la desgracia de estar confinado diez días en un 'calabozo hediondo'. "Para él, el suicidio era un acto de liberación de la pesadilla en que se había convertido su vida", recalcó.

 

19
Abr19

Suicídio no Peru: quem comanda o mecanismo da Lava Jato que arruinou o continente?

Talis Andrade

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Por Ricardo Kotscho

no Balaio do Kotscho 

De que era acusado Alan Garcia, o ex-presidente do Peru, que se matou com um tiro na cabeça ao ser preso pela Lava Jato local?

“O único benefício pessoal, ainda investigado pela procuradoria, seria o pagamento de US$ 100 mil por uma palestra que ele efetivamente deu na brasileira Fiesp. A ação foi delatada por um advogado terceirizado da Odebrecht”, informa a coluna de Mônica Bergamo na Folha.

Ao ler esta notícia me lembrei que o ex-presidente Lula foi condenado e preso sem provas, há mais de um ano, acusado de receber de propina um “triplex” no Guarujá que não é dele.

São os dois casos mais emblemáticos, até agora, do imenso mecanismo lançado há cinco anos, por um juiz de primeira instância, em Curitiba, com o nome de Operação Lava Jato, que abriria filiais nos principais países da América do Sul em nome do combate à corrupção.

Mas será que foi ele mesmo, por sua conta e risco ?

Pelas demonstrações de total falta de competência que deu até agora como ministro da Justiça do governo Bolsonaro, é óbvio que não é o tosco Sergio Moro quem comanda esta operação que destrói tudo o que encontra pela frente: a política, os partidos, as lideranças políticas, as empresas, os empregos e degrada o Judiciário dos países em que atua.

Por onde passa, esse mecanismo de destruição em massa só deixou terra arrasada.

Com que objetivos?

Se foi criado só para combater a corrupção, fracassou, com as novas denúncias e delações diárias, num processo sem fim que quer se eternizar.

Para que serviu, então, depois de fazer tanto estardalhaço com apoio das mídias e das elites locais?

Pela dimensão que ganhou, a Lava Jato mudou as relações de poder e a própria geopolítica do continente, que havia se livrado do secular jugo do Grande Irmão do Norte, e agora volta a ser um quintal dos interesses americanos, com governantes submissos e populações amedrontadas.

Após o ciclo das ditaduras militares aliadas dos EUA nos anos 60 a 80 do século passado, esta pobre região do mundo havia reconquistado a democracia e a dignidade, agora novamente ameaçadas pela ofensiva conservadora que saiu do armário.

O que está em jogo, do Brasil à Venezuela, são os interesses das grandes indústrias petrolíferas e de armamentos, que constituem o verdadeiro poder americano.

Na marcha batida do retrocesso institucional, voltaremos apenas a ser colonias exportadoras de matéria prima barata e importadores de tecnologias e manufaturados do império.

Alan Garcia pode ter sido apenas a primeira vítima fatal desta guerra sem quartel entre quem manda e quem obedece.

Cabe lembrar aqui um áspero diálogo entre o grande empresário José Alencar e o grande banqueiro Olavo Setubal, pouco antes das eleições presidenciais de 2002 que deram a vitória a Lula.

Durante um jantar no apartamento do banqueiro, Lula e Alencar começaram a falar dos seus planos de governo para incrementar o mercado interno com distribuição de renda, quando começaram a ser interrompidos a toda hora por Setubal, com sua voz de trovão:

“Mas isso o império não vai deixar! Não vai dar certo!”

Na décima vez em que ouviu a advertência, Alencar reagiu:

“Que império não vai deixar? Nós não somos um país livre e independente?”

Não tinha jeito. Sem precisar nominar o império a que se referia, o banqueiro insistiu na sua tese, e o empresário perdeu a paciência.

“Pois fique sabendo, doutor Setubal, que se o império não deixar nós vamos pegar em armas!”

Até Lula se assustou com o radicalismo de seu parceiro de chapa e a conversa terminou sem acordo.

Pode agora até parecer engraçado e ingênuo este diálogo, mas ele resume bem a divisão da nossa elite entre quem produz e quem se submete ao deus mercado.

Em 2018, para evitar a volta do PT ao governo, o mercado se uniria a outros setores empresariais para apoiar e bancar financeiramente o capitão reformado, que eles mal conheciam.

O resto, tudo o que estamos vendo agora, é apenas consequência do cumprimento do cronograma estabelecido a partir de março de 2014, certamente não apenas por operadores brasileiros, que aqui levou os militares de volta ao poder e se alastrou por todo o continente.

Nas economias em crise, nos sistemas políticos dizimados, nas instituições em frangalhos, pode-se sempre encontrar as digitais da Lava Jato, o nome de fantasia criado em Curitiba que mudou radicalmente a cara da América do Sul em tão pouco tempo.

Neste cenário, a batalha jurídica de Lula para se livrar da prisão será no futuro apenas uma nota de rodapé na verdadeira história a ser contada daqui a 30 anos, quando o Pentágono liberar seus documentos secretos.

A palestra de Alan Garcia na Fiesp e o “triplex” de Lula ficarão como símbolos folclóricos de um tempo em que as togas se uniram às fardas para impedir que o povo escolha livremente seus governantes _ um tempo de trevas, de terra sem lei, de arbítrio, de idiotas desfilando pelas redes sociais, de destruição da Educação e da Cultura e de todas as conquistas sociais das últimas décadas.

O buraco é mais embaixo. É bom a gente abrir os olhos antes que seja tarde demais.

Brasileiros como José Alencar saíram de moda.

Vida que segue.

 

18
Abr19

Mauricio Mulder tras fallecimiento de Alan García: "Tomó una decisión de dignidad y de honor"

Talis Andrade

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El congresista del Apra Mauricio Mulder se pronunció tras conocerse la muerte del expresidente Alan García. Desde los exteriores del hospital Casimiro Ulloa, el congresista señaló que el fallecido exmandatario tuvo un acto de honor frente a una persecución fascista.

"El presidente García tomó una decisión de dignidad y de honor. Un acto de honor frente a una persecución fascista", señaló en un primer momento.

Horas antes, Alan dijo "aquí queda esperar, ustedes han escuchando el parte médico que se acaba de remitir. El presidente García siempre ha expresado que él es una persona que asume sus responsabilidades frente al Perú, frente al pueblo y frente a la historia", expresó el legislador.

Mulder sostuvo que lo sucedido con Alan García es una "concreción de todo un mecanismo de persecución de búsqueda de popularidad enfermiza por parte de algunas personas induidas de poder".

"El presidente García ha tomado una decisión. Esperemos que esa decisión no lo lleve a situación peor de la que se encuentra en estos momentos. Para nosotros es la concreción de todo un mecanismo de persecución de búsqueda de popularidad enfermiza por parte de algunas personas induidas de poder que quieren pasar a la historia como carceleros. La historia de sus biografías quedarán escritas", manifestó el parlamentario.

La última vez que conversó Mulder con Alan García fue en la noche del último martes a través de WhatsApp. "Estábamos atentos de las circunstancias que podrían venir. No sabíamos que ya se estaba maquinando esta celada de hacer intervenciones abruptas y sin ningún tipo de indicios", indicó.

 

18
Abr19

"Tragam-me a cabeça de Alan García"

Talis Andrade

Salome_with_the_Head_of_Saint_John_the_Baptist_by_Imagem: Salomé com a cabeça de São João Batista, por Artemisia Gentileschi ca. 1610-1615

 

Por Alex Solnik

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Segundo relato da polícia peruana, o ex-presidente Alan Garcia matou-se com um tiro na cabeça hoje de manhã, em sua casa, logo depois de receber voz de prisão preventiva por dez dias. Ele não é o primeiro ex-presidente condenado a cumprir pena de prisão antes do julgamento pela Justiça do Peru.

Alejandro Toledo estava em viagem ao exterior, em fevereiro de 2017, quando um juiz determinou sua prisão preventiva por 18 meses. Acusação: suspeita de ter recebido US$20 milhões da Odebrecht. Toledo não voltou ao país até hoje. Está exilado nos Estados Unidos.

Ollanta Humala e sua mulher ficaram presos durante nove meses, entre julho de 2017 e abril de 2018 por suspeita de lavagem de US$3 milhões da Odebrecht doados à sua campanha de 2011. Saíram graças a um habeas corpus concedido pelo Supremo peruano.

O ex-presidente Pedro Paulo Kuciznky está em prisão preventiva desde 10 de abril último, acusado de receber propina da Odebrecht na construção da Estrada do Pacífico.

Os policiais que a mando da Lava Jato peruana foram à casa de Alan Garcia contaram que, ao ser informado de que seria preso preventivamente por dez dias ele pediu para ir ao seu quarto, no piso superior.

A seguir, ouviram o disparo. E o encontraram sentado, a cabeça sangrando. Estava ainda com vida. Levaram-no ao hospital, onde, evidentemente, não sobreviveu ao tiro na têmpora. Direita ou esquerda? Ainda não sabemos.

Nas próximas horas e nos próximos dias as investigações e perícias vão esclarecer as circunstâncias.

Levantam-se dúvidas acerca do procedimento policial, dado o ineditismo de permitir que o acusado se ausentasse do recinto em que recebeu voz de prisão. Ele estava, a partir daquele momento, sob custódia do estado.

É o primeiro caso de suicídio de um ex-presidente peruano. Apontam traços de depressão em seu quadro psicológico. Ele já tentara evitar a prisão, mas o Uruguai vetou seu asilo.

O episódio expõe o modelo jurídico-policial punitivista implantado pela Lava Jato no Brasil e exportado para a América Latina. Prender antes de julgar tem sido o padrão ao qual Alan Garcia tentou resistir da maneira e com os meios que tinha à mão.

"Tragam-me a cabeça de Alfredo Garcia" , título de um grande filme do diretor Sam Peckinpah de 1974, parece traduzir o pensamento da Lava Jato peruana em 2019:

"Tragam-me a cabeça de Alan Garcia".

E ele mesmo entregou.

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