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28
Mai22

Tem bandido até no comando do batalhão da PM em Caxias

Talis Andrade

Policiais que tiveram prisão decretada na Operação Mercenários

 

Conheça os alvos da Operação Mercenários do Ministério Público no Rio de Janeiro

Redação Extra

Os 11 policiais militares que tiveram a prisão decretada pela Justiça nesta quinta-feira, pela Operação Mercenários, responderão pelos crimes de corrupção, tortura, peculato e concussão — quando um funcionário público usa o cargo para obter vantagens indevidas. O Ministério Público do Rio (MPRJ) denunciou os alvos, que têm patentes de cabo a tenente. São eles: um tenente, três subtenentes, cinco sargentos e dois cabos. De acordo com os promotores, os integrantes do grupo se dividiam em tarefas bem definidas na organização criminosa, com tentáculos em outras unidades policiais, além do 15º BPM (Caxias), onde os chefes do grupo estavam lotados.

Embora o comandante do quartel de Caxias, tenente-coronel André Araújo de Oliveira, tenha sido alvo de busca e apreensão em sua unidade, ele não chegou a ser denunciado. No entanto, o seu braço direito no 15º BPM, o capitão Anderson Orrico, chefe da P2 (serviço reservado), foi presos em flagrante com cerca de R$ 135 mil em dinheiro na casa dele e em sua sala no batalhão, embora não houvesse mandado de prisão contra ele. O secretário de Polícia Militar, coronel Luiz Henrique Marinho Pires, decidiu exonerar o tenente-coronel André Araújo. Para o lugar dele, foi nomeado o coronel Gustavo Medeiros Bastos, que ocupava o comando do 25º BPM (Cabo Frio). Bastos trabalhou mais de uma década na corregedoria da PM.

Até o momento, 13 agentes foram denunciados pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP do Rio, mas a Auditoria Militar decretou a prisão de 11. São eles:

Adelmo da Silva Guerini Fernandes, vulgo " Magrelo" ou "Russo"

Sargento, de 48 anos, que teve o celular apreendido numa operação anterior, em 2020, denominada de Gogue Magogue, para cumprimento de seis mandados de busca e apreensão contra uma milícia que explorava serviço de mototáxi na favela Asa Branca, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio. Foi a partir das mensagens extraídas do aparelho dele que foi possível descobrir atuação dele e de colegas de farda nos crimes da Operação Mercenários, realizada nesta quinta-feira.

Mário Paiva Saraiva, vulgo "Marinho", sargento, de 46 anos

Antônio Carlos dos Santos Alves, vulgo "Santinho", subtenente, de 49 anos

Denilson de Araújo Sardinha , vulgo "Sardinha", sargento, de 40 anos

Weliton Dantas Luiz Júnior, vulgo "Monstrão", cabo, de 38 anos

Francisco Santos de Melo, vulgo "Bodão", subtenente inativo, de 53 anos

Marcelo Paulo dos Anjos Benício, vulgo "Benício" , cabo, de 36 anos

Vítor Mayrink Rodrigues, tenente, de 32 anos

Marcelo Leandro Teixeira, vulgo "Serrate", sargento, de 53 anos

Oly do Socorro Biage Cei de Novaes, vulgo "Biage", de 50 anos

Wiliam de Souza Noronha, de 47 anos

Policiais usavam informantes para armar flagrantes e cobrar propina de bandidos

 

Os policiais militares denunciados pelo Ministério Público do Rio e alvos da Operação Mercenários faziam uso de informantes para obter vantagens indevidas por meio de acertos de propina com criminosos, muitas vezes por flagrantes armados. De acordo com a denúncia do Ministério Público estadual, a organização extorquia dinheiro de traficantes e comerciantes, cometia homicídios e até torturas. Num dos diálogos, um integrante do grupo identificado como Thiaguinho explica o esquema: "Eu ligo para ele, o cara vem e entrega (as drogas). Aí a gente armou uma campana para ele aqui, foi e pegamos ele. Ele acabou de me entregar, aí saiu de moto. Aí os caras foram e agarraram ele, entendeu? Aí começou a desenrolar. Aí primeiro pintou três mil, aí depois chegou até os sete", detalhou.

Num outro momento, a denúncia cita mais um informante, chamado pelo grupo de Claudio Kalunga. Era dele a responsabilidade de fazer contato com militares do 24º BPM (Queimados), na Baixada Fluminense, combinando com eles de se dirigir a pontos de venda de drogas e se passar por usuário. Na sequência, Kalunga repassaria as informações aos policiais recebendo, em contrapartida, dinheiro, drogas e outros materiais apreendidos com os criminosos, como telefones celulares, por exemplo.

Além disso, foi constatado que, no 21º BPM (São João de Meriti), também na Baixada, quatro policiais denunciados recrutaram outros militares da ativa que, além de oferecem informações sobre os criminosos locais que poderiam ser vítimas do bando, também estimulavam os demais a praticarem os crimes de corrupção, extorsão, tortura e homicídio. Nesse grupo participavam os sargentos Adelmo da Silva Guerrini Fernandes; Mário Paiva Saraiva, o Marinho; Denilson de Araújo Sardinha, o Sardinha; e o subtenente Antônio Carlos dos Santos Alves, o Santinho.

Adelmo, que era considerado braço direito do ex-comandante do 21º BPM, tenente -coronel André Araújo Oliveira, teve uma conversa interceptada onde diz para outro colega de farda que o oficial "quer caixão", o que é interpretado pelos promotores como um passe-livre para que os seus subordinados matem criminosos indiscriminadamente.

A denúncia traz ainda o momento em que o grupo busca um novo informante, um policial militar lotado no Comando de Polícia Ambiental (Cpam) e morador local de São João de Meriti. Coube a Sardinha ter a conversa com ele. O diálogo traz: "O moleque me passou uma porrada de parada. O moleque, além de morar na área ali do Parque Araruama, ele mora mais para o lado da Caixa D'água. Além dele morar ali, conhecer bem a área em relação a tráfico, ele conhece bem sobre quem está na sacanagem no Parque Analândia, Favelinha. O moleque tem várias direções para ir ali. Aí vai me passar tudo que ele tem que perde para eles, vai me passar tudo para a gente ir lá fazer uma visita, entendeu? (...) para mostrar as direções, onde pega, onde não pega. Tudo que ele conhece ele vai passar".

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