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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

09
Nov23

A jogada suja de Netanyahu e Bolsonaro para afrontar Lula e a Justiça

Talis Andrade
 
 
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por Moisés Mendes

A reunião de Bolsonaro com o embaixador de Israel, na Câmara dos Deputados, não teria acontecido se o anfitrião já estivesse preso ou pelo menos se sentisse sem cara e sem forças para aparições públicas.

Mas Bolsonaro anda por aí com desenvoltura e apareceu de terno e gravata para o encontro, dentro do Congresso, com suporte de gente da bancada de extrema direita. Foi assim que deu exposição cerimoniosa ao evento.

Bolsonaro e o embaixador afrontaram Lula, o governo, o Itamaraty, toda a diplomacia, o Ministério Público, o Judiciário, o Congresso, as instituições e o Brasil. Tudo com roteiro e liturgia e numa sala do Parlamento.

Uma afronta com um detalhe só aparentemente insignificante. Assessores e fotógrafos fizeram registros protocolares e foram retirados da sala, porque o resto ninguém poderia ver.

O Bolsonaro moribundo, que frequenta rodas de conversa no PL, cultos e entrevistas, agora se encontra em reunião fechada no Congresso com o embaixador de um país empenhado em destruir um povo.

A afronta cumpre seu objetivo de desafiar a autoridade de Lula e também o de mostrar que Bolsonaro é um fora da lei avariado, mas ainda vivo e temeroso.

A diplomacia de guerra de Daniel Zohar Zonshine ajuda na sobrevida de Bolsonaro, que se oferece como escada para que Israel tente colocar o dedo na cara de Lula.

Podem dizer que não faz sentido, se Bolsonaro não tem mandato e foi derrotado em duas tentativas de se manter no governo, numa eleição e num golpe tabajara.

A reunião executa o plano de jogar para a torcida e mantê-la acordada, ao mesmo tempo em que Benjamin Netanyahu manda dizer que seu emissário conversa com Bolsonaro.

Foi uma troca. Israel contribui para a sensação de normalidade na vida de Bolsonaro, e o sujeito lhe oferece a vitrine para o desaforo. Netanyahu mandou dizer que Bolsonaro ainda tem poder interno e de interlocução internacional.

Como foi alcançado até agora apenas pela Justiça Eleitoral, Bolsonaro é o elefante que qualquer um enxerga como quiser, apalpando isoladamente a tromba, a orelha, a barriga, o Pix ou o rabo.

Não se tem ideia do conjunto e da sua utilidade política. O que Bolsonaro ainda é capaz de fazer? O sistema de Justiça não o alcançou pelos crimes que cometeu. A inelegibilidade é um dano, mas ainda falta imobilizá-lo criminalmente.

Bolsonaro poderia estar morto politicamente, depois da eleição e da invasão de 8 de janeiro, se já tivesse sido submetido ao código penal, e não só ao código eleitoral.

A punição eleitoral é o que temos para as circunstâncias, porque a base para decisões mais drásticas é tão nebulosa quanto o poder real de Bolsonaro. Ainda não há lastro na sociedade para que ele seja condenado e contido numa prisão.

Por isso combinaram a reunião. Para que uma autoridade estrangeira também dissesse que Bolsonaro vive e circula à vontade, cumprindo compromissos, com terno e gravata, desta vez com a diplomacia de um país mergulhado no sangue de crianças palestinas.

Duas expressões do que existe de pior no mundo hoje confraternizam, numa reunião que parece não ter sentido, pela só aparente impossibilidade de efeitos práticos imediatos.

O efeito é este: o embaixador decidiu dizer aqui, como andam dizendo em outros lugares, que Israel vai manter o massacre e mantém por quanto tempo quiser os reféns brasileiros no sul de Gaza.

Judeus progressistas podem admitir que é constrangedor ver um embaixador de Israel sentado ao lado de uma figura que já tirou fotos com nazistas e tem parte do entorno e da base social com conexões comprovadas com essa gente.

Mas hoje nada mais constrange ninguém. A afronta está feita. O embaixador afrontou o presidente da República e as instituições brasileiras. E Bolsonaro apenas continuou afrontando o Ministério Público e o Judiciário.

Embaixador de Israel se reúne com Bolsonaro

27
Set23

General Augusto Heleno se descontrola na CPMI dos atos golpistas

Talis Andrade
 
 
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Sessão marcada por fala transfóbica, palavrões e afirmações desmentidas do ex-ministro bolsonarista e expulsão do Brunini deputado pomba louca do Mato Grosso

 

Por Gustavo Becker N. Simões

O ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no governo Jair Bolsonaro, o general Augusto Heleno, compareceu nesta terça-feira (26) perante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro. Durante a sessão, o general fez uma defesa enfática do ex-presidente e contradisse depoimentos anteriores de outros militares. O que prometia ser uma sessão de esclarecimentos, acabou envolta em polêmica, com Augusto Heleno protagonizando momentos de exaltação e um deputado bolsonarista sendo expulso da sessão.

Durante seu depoimento, Heleno negou ter conhecimento de uma reunião ocorrida em 24 de novembro, na qual o ex-presidente Jair Bolsonaro teria supostamente buscado o apoio das Forças Armadas para um golpe de Estado. Naquela ocasião, o general Marco Antônio Freire Gomes, então comandante do Exército, teria ameaçado dar voz de prisão ao ex-presidente.

“Jamais me vali de reuniões, palestras ou conversas para tratar de assuntos eleitorais ou políticos partidários com meus subordinados no GSI. Não havia clima para isso e o único ser político do GSI era eu mesmo”, afirmou Heleno. Ele também alegou não ter relação com nenhum dos alvos da CPMI.

Durante o depoimento, o general protagonizou momentos de descontrole. Quando questionado pela senadora Eliziane Gama sobre a possibilidade de fraude nas eleições de 2022, Heleno negou qualquer fraude e declarou que “já tem um novo presidente da República”. A senadora rebateu, alegando que ele havia mudado de opinião, o que levou o ex-ministro a proferir um palavrão e expressar irritação.

Vídeo Heleno tremeu para Eliziane Gama

 

Outro ponto polêmico do depoimento foi a negação de Augusto Heleno em relação à participação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, em reuniões com os comandantes das Forças Armadas. De acordo com vazamentos de depoimento de Cid, Bolsonaro teria consultado os chefes militares sobre um possível apoio a uma minuta golpista durante uma dessas reuniões. O general Heleno afirmou categoricamente que Mauro Cid não participava de tais encontros e classificou as alegações como “fantasia”.

No entanto, o deputado Rogério Correia (PT-MG) contrapôs essa afirmação com fotos postadas pela comunicação oficial do Planalto, que mostravam Mauro Cid e Heleno presentes em reuniões com os comandantes das Forças Armadas.

Vídeo Rogério Correia prova mentiras do general com imagens

 

O depoimento de Heleno, que já estava conturbado, foi suspenso por cerca de uma hora e meia no início da tarde devido a um tumulto causado pelo deputado federal Abílio Brunini, um conhecido bolsonarista que tem o hábito de interromper adversários políticos durante sessões no Congresso. Brunini se envolveu em uma confusão com a deputada federal Duda Salabert (PDT-MG) durante uma discussão entre a parlamentar e o general Heleno.

Duda questionou o ex-ministro, entre outras coisas, sobre a Operação Punho de Ferro, no Haiti, e disse que, “se houver justiça” no Brasil, ele deve sair preso da CPMI.

“Essa é uma afirmativa mentirosa. Se eu quiser, eu vou para a Justiça, processo o senhor e boto o senhor na cadeia”, retrucou Augusto Heleno em uma declaração transfóbica.

“É senhora. E não vai me ameaçar, não. O senhor coordenou a Operação Punho de Ferro, no Haiti, que resultou em massacre em um bairro pobre com morte de crianças e mulheres”, respondeu Salabert.

20
Set23

Abilio Brunini um deputado que envergonha o Congresso e o Mato Grosso

Talis Andrade

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Vídeos relembram a molecagem, o cinismo, a falta de decoro do deputado Abílio Brunini no Congresso, notadamente nas sessões da CPMI dos Atos Golpistas.

Mostram que o despudorado deputado federal bolsonarista (PL) foi expulso de evento com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de inauguração de casas populares do programa Minha Casa Minha Vida, em Rondonópolis, Mato Grosso.

Ele chegou ao local pronto para provocar, com uma camiseta “Fora, Lula” e levou uma enorme vaia do público. Para preservar sua segurança, foi retirado do local por pessoas da guarda pessoal de Lula

01
Set23

Abílio Brunini deputado bolsonarita faz gesto supremacista branco durante CPMI do Golpe

Talis Andrade

 

Por Gabriel Mansur

O deputado federal Abílio Brunini (PL-MT), um dos mais ruidosos bolsonaristas da Câmara, foi gravado nesta quinta-feira (24), durante CPMI do Golpe, fazendo um gesto atribuído à supremacia branca. Durante a fala do deputado André Fernandes (PL-CE), ele esticou os três dedos e fez um círculo. Juntos, os sinais simbolizam a letra “w”, de “white” (branco). Já o círculo formado representa a letra “p”, de “power” (poder).

"O Duarte pediu 1 minutos a mais e eu respondi, dá mais 3 minutos pra ele. Aí começaram a soltar fakenews que eu estava fazendo gestos racistas????????

Este é o vídeo do exato momento que eu respondo. Não caia em fakenews", mentiu Brunini, que acrescentou: "A esquerda está pautando a imprensa para fazer cortina de…" pic.twitter.com/IhqsvlRAyY

— Abilio Brunini (@abiliobrunini) August 24, 2023

O gesto é tradicionalmente utilizado por movimentos racistas ao redor do planeta: surgiu nos Estados Unidos e faz referência ao poder dos brancos na sociedade. Recentemente, ganhou destaque no Brasil após um assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Filipe Martins, usá-lo durante sessão no Senado.

Embora duramente criticado nas redes socais, Abílio nega que tenha agido de má fé. Ele afirma ter pedido mais “três minutos” e que não fez qualquer ligação do gesto com a referência supremacista. O deputado culpou a esquerda por criar "narrativas".

"Vocês são nojos, vocês esquerdistas são nojo. Estão atacando minha família nesse momento. Estão entrando nas redes sociais da minha família. Estão entrando nas redes sociais da minha mulher me ofendendo. Vocês são uma vergonha”, disse Abílio.

Olho no lance. Deputado Brunini faz gesto supremacista branco? Confira vc mesmo. pic.twitter.com/y2PUanI3cv

— GugaNoblat (@GugaNoblat) August 24, 2023

 

'White power'

Em alguns países, o gesto é usado para sinalizar “ok”, mas, no Brasil, pode indicar uma obscenidade. O “w”, formado com os três dedos, significa “White”, e os outros 2 dedos formam a letra “P”, que significaria “Power”. “White Power” é uma expressão racista que significa “Poder Branco”.

A Liga Antidifamação (Anti-Defamation League – ADL) classificou o gesto como um sinal utilizado por supremacistas brancos para se identificarem. A ADL diz que o símbolo se tornou uma “tática popular de trolagem” por indivíduos da extrema-direita, que postam fotos nas redes de si mesmos fazendo o gesto.

31
Ago23

Conselho de Ética abre processos contra Salles, Zucco, Abilio Brunini, Marcon, André Fernandes, Sâmia Bomfim, Glauber Braga

Talis Andrade
Montagem com fotos dos deputados federais Abilio Brunini (PL-MT), Ricardo Salles (PL-SP), André Fernandes (PL-CE), Dionilso Marcon (PT-RS), Tenente-coronel Zucco (Republicanos-RS), Sâmia Bomfim (Psol-SP) e Glauber Braga (PSol-RJ) — Foto: Câmara dos Deputados

Montagem g1 com fotos dos deputados federais Abilio Brunini (PL-MT), Ricardo Salles (PL-SP), André Fernandes (PL-CE), Dionilso Marcon (PT-RS), Tenente-coronel Zucco (Republicanos-RS), Sâmia Bomfim (Psol-SP) e Glauber Braga (PSol-RJ)

 

Por Filipe Matoso, Pedro Alves Neto, Cesar Calejon, Marco Bezzi & Mathias

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados instaurou nesta quarta-feira (30) processos para apurar as condutas de sete deputados denunciados ao órgão. Do total, 3 são do PL, 2 do PSOL, 1 do PT e 1 do Republicanos (veja detalhes abaixo).

Durante a sessão desta quarta, o Conselho de Ética também decidiu, por 13 votos a zero, arquivar uma representação do PT contra o deputado José Medeiros (PL-MT).

O partido argumentava que o deputado quebrou o decoro ao tentar intimidar a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR) durante uma sessão do plenário da Câmara.

 
 

Os deputados que tiveram processos instaurados para avaliação de conduta são

 

Procedimentos de Lomanto Júnior o cassador

 

Após a abertura dos processos, o presidente do Conselho, deputado Leur Lomanto Júnior (União Brasil-BA), sorteia uma lista com três nomes de possíveis relatores para cada um dos casos.

Pelo regimento, são excluídos do sorteio deputados pertencentes ao mesmo estado do representado, do mesmo partido ou bloco parlamentar e da mesma agremiação autora da representação. Lomanto Júnior escolherá um dos parlamentares para conduzir as apurações.

O relator terá dez dias úteis para elaborar um parecer preliminar em que deverá recomendar o arquivamento ou o prosseguimento da investigação.

Se entender pela continuidade do processo, o deputado notificado apresentará sua defesa e será feita coleta de provas.

Na sequência, o relator elaborará um novo parecer, em que pode pedir a absolvição ou aplicação de punição, que vai de censura à perda do mandato parlamentar. O deputado pode recorrer da decisão à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Se o Conselho de Ética decidir pela suspensão ou cassação do mandato de um parlamentar, o processo segue para o plenário da Câmara, que terá a palavra final. O prazo máximo de tramitação dos processos no Conselho é de 90 dias.

 

Abilio Brunini

A representação foi apresentada pelo PSOL. O partido argumenta que Brunini quebrou o decoro parlamentar ao fazer uma declaração dirigida à deputada Erika Hilton (PSOL-SP), durante a sessão da CPI dos Atos Golpistas, em 11 de julho.

Na ocasião, diante de diversas interrupções de Abilio Brunini, Erika Hilton disse que o parlamentar busca "atrapalhar" os trabalhos da CPI dos Atos Golpistas e "causar tumulto".

"Eu aconselharia que o deputado procurasse tratar sua carência em outro espaço, este espaço é sério, este espaço é o espaço de trabalho", disse Erika Hilton a Brunini.

Em seguida, o senador Rogério Carvalho (PT-SE) tomou a palavra, se dirigiu ao presidente da CPI, Arthur Maia (União-BA), e afirmou: "O senhor Abilio foi homofóbico, fez uma fala homofóbica quando a companheira estava se manifestando, ele acusou e disse que ela estava oferecendo os serviços. Isso é homofobia."

Ao g1, o deputado Abilio Brunini negou ter feito comentário transfóbico sobre Erika Hilton. Na avaliação do parlamentar, a abertura do processo o dará a oportunidade de esclarecer que não aconteceu "nada" na sessão da CPI.

"Infelizmente, o que mais nos preocupa não é a situação na Comissão de Ética, é o cancelamento digital, que acontece antes mesmo de os fatos serem apurados. Tenho o parecer da Polícia Legislativa de que nada aconteceu", afirmou o deputado.

 

27
Ago23

Deputado federal - arruaceiro de MT - fez gesto supremacista branco durante CPI dos Atos Golpistas; vídeos

Talis Andrade
 
Deputado federal de MT gera polêmica após suposto gesto supremacista branco

Deputado federal de MT faz da CPI uma zona nazista com gestos misõgino e supremacista branco. Falta o ritual do copo de leite

 
por Kessillen Lopes, Caroline Mesquita e Thiago Andrade, g1 MT e TV Centro América
G1
 

O deputado federal por Mato Grosso, Abilio Brunini (PL-MT), causou polêmica dentro e fora do Congresso Nacional, após ser acusado de fazer um gesto supremacista branco durante uma sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas, realizada nesta quinta-feira (24). Brunini e Rogério Carvalho (PT-SE), que repudiou o gesto do parlamentar, se desentenderam no plenário em discussão sobre o caso.

Ao g1, Abílio disse que o símbolo foi para indicar que ele queria "mais três minutos" de fala, e que a acusação do senador é uma "inverdade".

Um vídeo gravado durante a sessão mostra o momento em que o deputado interrompe uma fala do colega de parlamento, Duarte Júnior (PSB), que pede um minuto a ele. Em seguida, o presidente da CPMI, Arthur Maia (União-BA), chama a atenção de Brunini, dizendo que ele "sempre causa tumulto nas sessões". Em contrapartida, Abílio faz um gesto com as mãos e diz "mais três minutos".

As imagens ganharam repercussão nas redes sociais. Além do senador, internautas também apontaram que o movimento feito por Brunini significa "White Power" entre os nazifascistas.

Um movimento semelhante a esse foi feito por Filipe Martins, então assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, durante audiência com senadores, em março de 2021. O gesto gerou uma abertura de investigação na Polícia Legislativa. Martins, por outro lado, disse que fez o gesto para ajeitar o paletó.

VÍDEO: Assessor especial da Presidência faz gesto com a mão durante sessão do Senado. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) pediu que a Polícia Legislativa retirasse do Senado e autuasse o assessor especial para a Presidência da República Filipe Martins por gesto associado a supremacistas brancos. 

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Discussão nos corredores

Parlamentares se desentendem na CPI e levam discussão para corredores do Congresso

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Durante a discussão no plenário, Rogério Carvalho e Brunini gritaram um com o outro. Na saída do plenário da CPI, o senador e o deputado voltaram a se desentender, quando Carvalho disse que o parlamentar "fica nervosinho" quando fala. Em seguida, Abílio diz responde que "o senhor [...] me acusou de um ato que não é verdade".

"O senhor me acusou de supremacista. O senhor me acusou de racista. O senhor é um mentiroso contumaz, divulgador de fake news. Toma vergonha", afirmou Brunini a Rogério Carvalho, que deixou o local.

Brunini afirmou ainda que irá à polícia registrar um boletim de ocorrência. Talvez lá na polícia do MT.  

O jornalista João Bosco Rabello fala sobre as atitudes do deputado federal Abilio Brunini durante sessões da CPMI do 8 de janeiro. Ele foi acusado de fazer um gesto supremacista branco na última sessão.
 

05
Ago23

Deputado safado tumultua cpis para agradar golpistas e terroristas

Talis Andrade

O jurista Walter Maierovitch analisa falas e atitudes desrespeitosas de deputados durante a CPI do MST e a CPMI do 8 de janeiro. O descaso vai desde a defesa da ditadura militar até deputados comendo melancia e fazendo analogias durante a sessão.

 

Durante a sua fala na CPMI do 8 de janeiro, o deputado federal Duarte Júnior (PSB-MA) afirmou ter sido interrompido por gestos pelo deputado Abilio Brunini (PL-MT).

Imediatamente, o presidente da Comissão, Arthur Maia (União Brasil-BA), repreendeu o deputado.

“Abilio, essa CPI não é lugar de brincadeira. Peço que leva a sério essa CPI, leve a sério o trabalho de todos nós, não podemos admitir um negócio desse. O deputado falando e você com um dedo apontando”. O dedo em forma de arma.

Maia afirmou que Abílio "envergonha a CPI" e pediu que o deputado levasse a sério o trabalho do colegiado.
 
A discussão começou após Duarte Júnior iniciar os questionamentos para Saulo Moura da Cunha, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) que depôs nesta terça. Abilio Brunini, que não integra a CPMI, mas é presença constante nas reuniões, começou a apontar o dedo em direção ao deputado do PSB, a fim de aparecer na transmissão em vídeo.
 
Duarte Júnior parou de falar e solicitou que Maia tomasse uma providência sobre a intervenção de Brunini. O presidente da comissão afirmou que o deputado do PL não costuma prestar um papel "condizente a de um parlamentar" e que a comissão "não é lugar de brincadeira".
 
"Eu peço que Vossa Excelência leve a sério essa CPI, leve a sério o trabalho de todos nós. Nós não podemos admitir um negócio desse. Pelo amor de Deus, o senhor está sendo visto aqui pelo Brasil inteiro. O deputado está falando e Vossa Excelência com o dedo apontando para aparecer no vídeo com a cabeça do deputado", disse Maia.
 
Depois de ser repreendido por Maia, o deputado do PL, que estava atrás de Duarte Júnior, se levantou e se mudou para a cadeira ao lado do parlamentar do PSB.
 
Duarte Júnior insistiu que Abilio Brunini fosse retirado da comissão, o que não foi atendido pelo presidente da CPMI. Maia subiu o tom e chamou as ações do aliado de Bolsonaro de "palhaçada". "Eu vou exigir que Vossa Excelência se comporte."
 
"Isso é inadmissível. Vossa Excelência reiteradamente tem feito um papel aqui que não é condizente com o papel de um parlamentar, e Vossa Excelência está envergonhando essa CPI. E, realmente, se Vossa Excelência continuar com esse tipo de atitude, eu vou ter que tomar uma medida contra Vossa Excelência, o que não é de maneira nenhuma o meu desejo", disse o presidente da comissão.
Antes de prosseguir com os questionamentos ao ex-diretor da Abin, Duarte Júnior disse que Abilio Brunini "se comporta feito um moleque" e disse que o colega de plenário não se comporta como um parlamentar "eleito pela força do voto popular". "Em um colégio, um aluno que faz isso em sala de aula vai para a secretaria, é advertido, é suspenso", afirmou.

18
Jul23

PSOL pede cassação de Zucco e Salles por misoginia e machismo contra deputada Sâmia Bomfim

Talis Andrade

 

por Planeta Ella

O PSOL protocolou representações no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados solicitando a cassação dos mandatos dos deputados federais Ricardo Salles (PL-SP) e Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS) por quebra de decoro parlamentar. Ambos agiram de forma misógina e machista em relação à deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), durante a última sessão da CPI do MST.

Tenente Coronel Zucco, presidente da Comissão, acusou Sâmia Bomfim de monopolizar o tempo e ameaçou encerrar a sessão. Além disso, o deputado ordenou que a parlamentar ficasse “calada”.

Zucco adotou um comportamento machista ao dirigir-se à Sâmia Bomfim e permitiu que o deputado General Girão (PL-CE) fizesse comentários misóginos sem qualquer repreensão. Girão afirmou que respeita as mulheres porque são “responsáveis pela procriação e harmonia da família”.

Sâmia Bomfim afirmou que é frequente ter seu microfone cortado ou ser interrompida quando apresenta questões que não agradam os deputados bolsonaristas, como publicou a NINJA.

Segundo ela, os parlamentares do governo esperavam um ambiente mais favorável na CPI do MST, por serem maioria e ocuparem a presidência e a relatoria. No entanto, a deputada ressaltou que está ali para expor os crimes do agronegócio e do bolsonarismo, independentemente das tentativas de silenciá-la.

18
Jul23

O terrorismo e o puxão de orelhas dado pelo professor (vídeos)

Talis Andrade

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Quem critica um discurso como o de Barroso tem moral para condenar a agressão ao ministro Moraes?

 

por Pepe Damasco

Dias atrás o presidente do PL, Waldemar da Costa Neto, passou praticamente uma tarde inteira nos estúdios da GloboNews, em Brasília, sendo entrevistado.

Não que eu tenha acompanhado a sabatina por todo esse tempo, afinal, meu ouvido não é penico, mas vez por outra sintonizava o canal de notícias só para ter uma noção do latifúndio de tempo oferecido a uma das figuras mais deploráveis da política brasileira.

Há gosto para tudo e a Globo entrevista quem quiser, pelo tempo que julgar conveniente, mesmo que seja para ouvir empulhações e mentiras em profusão. Mas o episódio serve para ilustrar como o jornalismo global prejudica a democracia ao tentar conferir um padrão de normalidade democrática aos movimentos políticos dos representantes do bolsonarismo.

Embora não se diga bolsonarista raiz, Waldemar é presidente do partido que abriga boa parte dos fascistas nativos e paga R$ 41 mil reais mensais a Bolsonaro, como presidente de honra da sigla. Se sua defesa do estado democrático de direito fosse genuína, a Globo pensaria duas vezes antes de dar palanque para o líder do partido oficial dos golpistas de 8 de janeiro.

Em matéria assinada pelo jornalista Chico Alves, no Portal UOL, publicada em 16 de julho, o professor de literatura comparada da UERJ, João Cesar de Castro Rocha, fala de seu último livro, “Bolsonarismo – da guerra cultural ao terrorismo doméstico.”

Tomando como exemplo mais recente a agressão sofrida pelo ministro Alexandre de Moraes e seu filho, o professor chama atenção de que a agressividade dos bolsonaristas está passando do discurso para o enfrentamento físico.

“O bolsonarismo passou do limite da possibilidade de convivência na pólis. Ou nós reagimos agora, ou as consequências para o futuro serão funestas”, alerta.

Chico Alves destaca na reportagem que "a tese que o pesquisador defende no livro é que a extrema-direita liderada por Jair Bolsonaro deixou de lado a narrativa de guerra cultural e passou ao confronto real, que acontece de várias formas, como, por exemplo, a agressão ao ministro Moraes.”

João Cesar de Castro Rocha dá alguns puxões de orelha pertinentes na classe política e na imprensa comercial:

“Ou nós tomamos uma atitude em relação a deputados como Gustavo Gayer, André Fernandes, Abílio Brunini, Nikolas Ferreira e Carla Zambelli, ou o parlamento perderá totalmente a legitimidade.”

“E nós precisamos começar a dizer: não é tenente-coronel Mauro Cid, é tenente-coronel golpista Mauro Cid. Não é general Braga Netto, é general golpista Braga Netto. Não é general Augusto Heleno, é general golpista Augusto Heleno.”

Outro acontecimento recente – o discurso do ministro Barroso, no congresso da UNE, criticando o bolsonarismo - dá bem a medida da visão míope e contraditória da mídia em relação ao golpismo. Em geral, os analistas globais se somaram à direita e à extrema-direita na condenação à fala de Barroso.

O ministro, cujas posições no golpe contra Dilma Rousseff e na caçada e prisão ilegal de Lula mostram que ele não é flor que se cheire em termos de rigor democrático, apenas realçou a importância da derrota do extremismo golpista. Ou seja, não fez mais do que sua obrigação como integrante de um dos poderes da República.

Então, a pergunta que fica é: quem critica um discurso como o de Barroso tem moral para condenar a agressão ao ministro Moraes?

 

O grupo bolsonarista autodenominado "300 do Brasil" fez ontem em 31 de maio de 2020 um protesto em frente ao STF (Supremo Tribunal Federal) , depois de sua principal porta-voz, Sara Winter, ter sido alvo de mandado de busca e apreensão relacionado ao inquérito das fake news 

Imagens inéditas revelam invasão e depredação do STF em 8 de janeiro. Folha de S. Paulo divulga imagens do circuito interno do STF (Supremo Tribunal Federal) do momento dos ataques golpistas de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no último dia 8, que mostram a Polícia Militar do Distrito Federal cedendo à passagem de manifestantes que invadiram a sede da corte. A invasão começou por volta das 15h30. Muitos estavam com máscaras e luvas e ignoraram as bombas de gás e de pimenta lançados pela Polícia Judicial.

16
Jul23

Um deputado bem trapalhão, que rebaixa o Congresso à 5ª série

Talis Andrade

 

por Chico Alves

- - -

Talvez os eleitores de Mato Grosso não soubessem, mas entre os políticos que eles mandaram para a Câmara nas últimas eleições estava um candidato a comediante. Nada contra os comediantes, desde que as palhaçadas sejam feitas em local adequado. Como se sabe, o Congresso não é - ou ao menos não deveria ser - espaço para piadistas. O palhaço Tiririca, que também é deputado, sabe muito bem separar as duas atividades.

Não é o caso do bolsonarista Abílio Brunini (PL-MT), um estreante na Câmara, que até aqui dedicou seu mandato a ironizar os adversários políticos, tentar provocá-los com atitudes pueris, atrapalhar suas falas. Como um aluno travesso da 5ª série, comparece ao Congresso não para fazer proposições relevantes ou discutir seriamente os problemas do Brasil - seus objetivos são apenas a lacração e a trolagem.

Apesar da semelhança com o comediante Curly Howard, que nos anos 30 e 40 fez parte do seriado cômico "Os três patetas", Brunini não tem graça nenhuma.

Na terça-feira (11), durante a CPMI do 8/1, o deputado foi chamado de carente pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP). Brunini, então, teria dito que Erika estava oferecendo serviços - uma menção a prostituição. Foi acusado de homofobia, já que a deputada é uma pessoa trans. A declaração do deputado foi ouvida pelo senador Rogério Carvalho (PT-SE).

Algumas horas depois, o parlamentar de Mato Grosso acusou Erika de "aproveitadora" e, na tribuna da Casa, garantiu que não é homofóbico. "Eu tenho inúmeros amigos homossexuais", disse o deputado, repetindo a alegação que costuma confirmar a suspeita.

Misturando alhos com bugalhos, Brunini referiu-se à "causa da transfobia" e à "causa da homofobia". Deveria se referir, na verdade, ao combate à homofobia e à transfobia. Talvez tenha sido um ato falho.

O parlamentar matogrossense já tinha provocado várias outras confusões. Como no dia em que ficou postado infantilmente à frente da deputada Sâmia Bonfim (PSOL-SP) para que ela não conseguisse falar com os integrantes da mesa da CPI do MST. Nesse dia, Brunini foi o pivô de uma intensa discussão.

Volta e meia leva bronca de algum colega, por adotar atitude cínica ou por fazer provocação descarada.

É como aquele tipo de aluno chato que existe em toda sala de aula de 5ª série e se acha muito engraçado, apesar de ser desprezado pelos colegas.

Pela idade que tem e pela função que exerce, esperava-se de Abílio Brunini atitudes mais maduras. Mas, instigado pela tropa de parlamentares bolsonaristas, ele continua a reincidir em palhaçadas por falta de alguma decisão da Mesa Diretora que o obrigue a se comportar como adulto.

Na verdade, tem acontecido o inverso: toda vez que Abilio Brunini age como trapalhão, instaura no Congresso um clima de 5ª série.

Diante de tantos problemas sérios que afligem os brasileiros e que estão à espera de solução, o rebaixamento do Parlamento a essa indigência intelectual não deveria provocar risos.

Na verdade, a situação é para chorar.

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